ST - Sesso 1 - 16/07/2019 das 14:00 s 18:00 187213
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Carlos Denizar de Souza Machado (Prefeitura Municipal de Bragana-Par/Seduc -Par)
Tecendo um ideal de liberdade: festejos do abolicionismo em Belm (1881-1888).
Resumo:O presente trabalho parte das anlises e reflex...
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Resumo:O presente trabalho parte das anlises e reflexes de pesquisa em nvel de mestrado do Programa de ps-graduao em histria social da Amaznia (PPHIST) da Universidade federal do Par (UFPA) cujo proposto analisar as festas do abolicionismo na capital da provncia do Par entre os anos de 1881 a 1888.
Sob a orientao do Professor Dr. Jos Maia Bezerra Neto, objetivo discutir os pretextos comemorativos de cunho particular ou aes pblicas que miravam promover a libertao de escravizados em meio ao clima de regozijo e confraternizao.
Num primeiro momento, enfatizo as aes de sujeitos que associavam eventos sociais como apresentaes culturais cujo proposto era arrecadar fundos para alimentar fundos destinados a libertar escravizados. Posteriormente, centro a discusso em torno de eventos de carter privado, tais como casamentos, batizados, aniversrios e reminiscncias de um ente querido enquanto forma de promover a questo da liberdade.
A discusso gira em torno de compreender como as festas do abolicionismo estabeleceram formas de estabelecer uma ideal de liberdade, caracterizando o movimento como humanitrio e fraternal, caridoso ou filantrpico, com forte retrica de mudana social.
Por outro lado, destaco a perspectiva do festejo de abolicionismo enquanto ato poltico de legitimao social, elemento de sociabilidade e interao, inclusive a relao entre as provncias do Par e Cear, por meio de sujeitos que participavam dessas comemoraes, em clima de alegria e interao dessas celebraes familiar ou cultural era conveniente declarar ou mostrar identidade ao movimento de liberdade.
Por conseguinte, identifico construo de um movimento marcado pela diversidade social que ocupava espaos diversos, sejam locais pblicos como teatro ou as ruas, como espaos privados, a intimidade do lar, a confraternizao entre amigos no sentido de legitimar socialmente a mobilizao social em torno da questo da liberdade.
Finalizo a discusso apontando questes atinentes aos festejos, indicando possveis interpretaes do sentido do festejar e das ideias desenvolvidos no embate desses sujeitos em torno do processo de liberdade nos anos finais da escravido na capital do Par.
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Clia Batista da Silva Melo (SEDUC- SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAO)
Quilombo Abolio: identidade e resistncia
Resumo:
Resumo
A presente proposta de participao ...
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Resumo:
Resumo
A presente proposta de participao no ST da Anpuh/2019 tem como objetivo chamar a ateno para o processo de construo da identidade quilombola no Brasil ps-abolio, com nfase no Quilombo Abolio no estado de Mato Grosso.
Pretendemos analisar a resistncia dessa comunidade de remanescentes quilombolas que ainda vivem a complexidade da construo de uma identidade em meio a todo processo discriminatrio e de poder econmico e poltico que permeia nossa histria.
Apesar de ocuparem o territrio desde 1871, desenvolvendo suas prticas econmicas, sociais, polticas e culturais alm de manterem relaes com o entorno, essa comunidade ainda vive o dilema de centenas de comunidades de remanescentes quilombolas existentes em todo Brasil ao que tange as questes legais e de reconhecimento como agentes protagonistas no processo histrico do pas e na necessidade de contar suas prprias histrias a partir dos seus olhares e vivencias, e no mais a partir do olhar do colonizador, do opressor e da elite. Para alm do ponto de vista econmico e poltico, mas sim social e cultural.
A comunidade quilombola Abolio ainda enfrenta internamente conflitos identitrios, pois alguns dos seus remanescentes ainda desconhecem essa conscincia quilombola. Mesmo que uma minoria, mas representativa, ainda desconhecem seus direitos e sua identidade quilombola, no sentido de no compreender o que ser um remanescente, suas ancestralidades, lutas e legitimidades. Porm h um forte movimento interno de construo e conscientizao dessa identidade entre os moradores e que vem aumentando com o interesse de pesquisadores e estudiosos acerca dessa comunidade.
Nesse sentido, objetivamos chamar a ateno para as pesquisas entorno dos estudos da escravido e ps-abolio, enfatizando avanos coletivos na narrao dessas histrias dando voz aos verdadeiros agentes e suas vises, possibilitando a reconstruo das lutas que marcaram sculos da nossa histria, buscando superar a indiferena, a discriminao, a resignao e a sensao de impotncia do presente. Reescrever a histria dessas comunidades a partir do ponto de vista desses agentes histricos reescrever a prpria histria do Brasil, pois a histria brasileira tem se referido aos quilombos sempre no ado, como se estes no fizessem mais parte da vida do pas. Com o objetivo claro de apagar as memrias e a contribuio que os povos negros tiveram e ainda tem para o pas, como parte de uma estratgia de branqueamento da populao negra, uma verdadeira negao da nossa histria.
Sendo, portanto de fundamental importncia s pesquisas, estudos e debates voltados para essas questes.
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Jaques Leone Matos de Oliveira
"A ptria livre": a memria da escravido e os significados do treze de maio no Jornal Folha do Norte (1909 - 1934)
Resumo:Considerando-se que em uma pesquisa, na maioria da...
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Resumo:Considerando-se que em uma pesquisa, na maioria das vezes nos preocupamos com o tema, para depois nos questionarmos sobre a sua viabilidade, podemos dizer que no foi o caso desse trabalho. O encontro com a fonte aconteceu de forma casual. Observar na leitura, que ainda em 1929 o jornal Folha do Norte representava os negros que outrora foram escravizados como elemento servil , gerou curiosidade e incomodo. O que diziam sobre a abolio em meados do sculo XX em Feira de Santana? Esse problema norteou o desenvolvimento desse trabalho, possibilitando inmeras idas e vindas diante o processo de leituras e anlises da fonte, que geraram certas hipteses, mas, principalmente, novos questionamentos.
O peridico feirense em questo o Folha do Norte, fonte histrica utilizada, bem como o objeto de estudo do trabalho, carregamos o objetivo de analisar os significados atribudos ao 13 de maio pelo peridico durante os anos de 1910 a 1934. Atravs das notas comemorativas presente nas edies de maio, buscamos compreender os motivos pelo qual a agem do aniversrio da lei urea recebia destaque na primeira pgina do jornal, bem como identificar os projetos polticos presente nos escritos e a memria que era construda da escravido.
O recorte temporal foi escolhido no intuito de compreender os discursos construdos sobre a abolio da escravido desde criao do peridico. Porm, o jornal foi criado em 17 de setembro de 1909, posterior ao ms de maio, ento foi necessrio iniciar os estudos com as edies de 1910, at os anos de 1934, ltima nota encontrada com referncias ao 13 de Maio no jornal.
Com o objetivo de entender a viso do jornal Folha do Norte sobre a abolio da escravido, esse trabalho prope a anlise das reportagens comemorativas quanto agem do aniversrio da lei urea, bem como as memrias da escravido publicadas pelo peridico feirense. Partimos do entusiasmo cvico das notas, identificando quais significados foram atribudos pelo Folha do Norte ao 13 de maio, os sentidos polissmicos encontrados, na busca de demarcar a perspectiva de como a elite letrada se relacionava com a abolio da escravido e os novos tempos de liberdade. A escrita sobre o 13 de maio nos anos seguintes abolio no uma novidade, vrios historiadores j se debruaram sobre o tema. Tema um tanto polmico, pois est no cerne de um jogo poltico de representaes, procuramos expor as concluses observadas atravs da leitura das notas do semanrio entre os anos de 1909 a 1934, contribuindo para os estudos j existentes sobre o tema, buscando contribuir com a experincia feirense com o 13 de maio na Primeira Repblica para a historiografia.
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Joo Antnio Fonseca Lacerda Lima (Universidade Federal do Par)
A pompa e circunstncia na criao do Bispado do Par: o cerimonial como modo de demarcar o lugar social da Igreja.
Resumo:O presente trabalho versa sobre a importncia dada...
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Resumo:O presente trabalho versa sobre a importncia dada s regras de aparncia e prestgio como elementos fundamentais para a manuteno e enaltecimento do poder em uma sociedade do Antigo Regime. A Igreja Catlica, como parte importante do corpo da sociedade, usou largamente esse recurso. Em 4 de maro de 1719, pela bula Copiosus in misericordia, foi criado o bispado do Par, desmembrado da diocese do Maranho e sufragneo do Arcebispado de Lisboa. Quando da instalao dos bispados, a pompa e circunstncia foi de larga utilidade, de modo a demonstrar o lugar da Igreja e dos eclesisticos naquela sociedade. Para tanto, analisaremos o cuidado com as cerimnias nos vrios mbitos do bispado do Par, desde o ato de instalao da diocese at o modo de seleo dos clrigos. O primeiro Bispo do Par, D. Bartolomeu do Pilar O. Carm, fez sua entrada solene em 21 de setembro de 1724. No ato de posse, revestido de vestes e insgnias episcopais, demonstra externamente o seu lugar como pontfice daquela poro da Igreja universal. Aps adentrar na S, proferiu o juramento de joelhos, colocando suas mos nos Evangelhos, beijando-o em seguida, conforme definia o Ceremoniale episcoporum promulgado pelo papa Clemente VIII. Aps este teatro, estava assim erigido o bispado do Par. Gostaramos aqui de realar a suntuosidade das vestes envergadas pelo bispo diocesano. H, para os eclesisticos, dois tipos de vestes: as de uso comum, chamadas de vestes talares e as de uso litrgico, para as celebraes religiosas. De acordo com as leis cannicas, os eclesisticos jamais deviam se apresentar ante o povo sem tais vestes. Em geral, o bispo diocesano envergava a batina episcopal, junto ao sobrepeliz e a mura. Porm, era no exerccio litrgico que as vestes ganhavam maior esplendor. Por cima da batina, o prelado vestia oito outros paramentos (Amito, Alva, Cngulo, Manpulo, Estola, Tunicela, Dalmtica e Casula). Alm desses, fazia uso de insgnias prprias (bculo/cajado, cruz peitoral e mitra). Os paramentos e insgnias listados eram comumente decorados de fios de ouro, o que dava ao bispo um porte realmente majesttico. As faustosas cerimnias tinham um carter eminentemente didtico, significando a hierarquia do lugar ocupado e enaltecendo ante aos olhos de todos o papel de uma instituio no corpus social. O zelo pelas rubricas cerimoniais aqui expressas no mbito do bispado do Par, so reflexo de uma concepo coorporativa e organicista da sociedade, prpria do Antigo Regime, exercitando externamente o significado daquela instituio, uma dramaturgia do poder.
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Luiz Fernando Rodrigues Lopes (Instituto Federal de Braslia - IFB)
A rejeio e os rejeitados: mecanismos de reprovao e candidatos fracassados no Santo Ofcio portugus (1588-1820)
Resumo:A aprovao em um posto de agente a servio do Tri...
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Resumo:A aprovao em um posto de agente a servio do Tribunal do Santo Ofcio foi um importante mecanismo de promoo social no Imprio portugus ao longo do Antigo Regime. O valor desta dignidade se dava em virtude de seu significado enquanto atestado de prestgio e honra. Afinal, naquelas sociedades o bom nascimento era primordial para aqueles que almejavam se posicionar nos patamares mais distintos; os estatutos sociais e jurdicos regiam a desigualdade, tida como ordem natural e necessria; os estatutos de limpeza de sangue estigmatizavam grupos sociais e balizavam quem poderia usufruir de privilgios. O o a cargos, funes e instituies deveria ser aos que se enquadravam na bem-aventurana de no descender das ditas raas infectas. De tal modo, distinguir-se nesta sociedade e comprovar publicamente tal distino eram procedimentos fundamentais para assegurar o s prerrogativas sociais. Neste jogo distintivo em que as cartas morais tinham valor elementar, a busca por insgnias de comprovao de qualidade genealgica fazia mover a engrenagem de uma sociedade assentada na tradio e definida por privilgios de nascimento. Assim, aqueles que se candidatavam a colaborar com a Inquisio na defesa da heterodoxia catlica esperavam alcanar por meio do provimento na instituio o lastro de suas genealogias e capacidades morais, condies indispensveis para o reconhecimento pblico nestas sociedades. No entanto, a conquista da insgnia no foi desfecho comum para todos os que se candidataram. Parcela significativa dos postulantes ao Santo Ofcio tiveram suas habilitaes rejeitadas e aram pelo desgosto de verem suas genealogias e capacidades questionadas. At mesmo aqueles que eram alvos usuais do tribunal persecutrio peticionaram habilitaes: cristos-novos, mulatos, bgamos, maus pagadores, libertinos, padres sacrlegos, sodomitas, candidatos com anteados fichados na Inquisio; gente de condio duvidosa, ou, pelo menos, considerada socialmente como tal, ambicionou servir o tribunal e foi rejeitada. Esta comunicao busca apresentar quais foram os expedientes istrativos mais frequentes empreendidos pelo Santo Ofcio portugus para rejeitar candidatos aos cargos de familiares e comissrios, bem como revelar os perfis sociais dos habilitandos frustrados entre os sculos XVII e XIX, trazendo luz dados quantitativos e qualitativos acerca destes personagens.
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Maria de Ftima Dias Coelho (Funcionria Pblica)
ESCRAVOS NOS INVENTRIOS: Economia e trabalho nos engenhos dos Cavalcanti Pernambuco (1824-1822)
Resumo:RESUMO
O objeto de estudo desse trabalho sero ...
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Resumo:RESUMO
O objeto de estudo desse trabalho sero os inventrios de D. Maria Rita de Albuquerque Melo, falecida em 1814, aberto em 1817, e o de seu esposo Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque que faleceu em 1821 e seu inventrio aberto em 1822. No perodo apontado utilizaremos como fontes os processos judiciais, aes de inventrios localizados no Instituto Arqueolgico, Histrico e Geogrfico de Pernambuco e as narrativas de viajantes que por aqui aram.
A famlia Cavalcanti, proprietria de engenhos e de uma vasta escravaria, exercia grande prestgio poltico, social e econmico no final do perodo colonial. Nossa pesquisa buscar estudar o lugar do escravo na partilha de bens dos inventrios de D. Maria Rita de Albuquerque Melo e Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque Coronel Suassuna, evidenciando as relaes sociais, econmicas, polticas, o trabalho e o cotidiano nas propriedades dos Cavalcanti.
Utilizaremos tambm como fonte, o banco de dados norte americano (www.slavevoyages.org), no qual iremos em busca das rotas dos traficantes que saiam do continente africano em direo ao Brasil, com seus navios e suas cargas com destino a Provncia de Pernambuco, que possua um dos portos mais movimentados da Colnia Portuguesa, ali os traficados seriam desembarcados. Aqueles homens, mulheres e crianas eram expostos como mercadoria onde seriam comprados e escravizados pelos donos de engenhos para o trabalho na lavoura canavieira e fabricao do acar.
Nesse nosso trabalho de pesquisa ser importante percebermos nas leituras dos inventrios e na pesquisa no banco de dados, se h algum indcio deixado pelo Coronel Suassuna e suas redes de sociabilidade.
Estudaremos os viajantes que foram, portanto, os grandes cronistas que aram pelo Brasil entre os sculos XVI e XIX, que deixaram registrados em suas obras, a chamada literatura de viagem, os usos e costume de uma poca e mais especificamente aqueles viajantes que escreveram sobre o Nordeste do Brasil: Henry Koster, Louis Franois de Tollenare e Maria Graham.
Ser com foco na leitura historiogrfica que buscaremos e e referencial terico metodolgico, para a anlise de dados e construo da dissertao do Mestrado Profissional de Histria.
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Rafael de Lima Ribeiro
Mecanismos de vigilncia e controle na visita de Nossa Senhora do Desterro do Poti em 1759
Resumo:A colonizao do Brasil foi marcada pela ao das ...
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Resumo:A colonizao do Brasil foi marcada pela ao das ordens religiosas, em especial os jesutas, nas tribos e nas populaes nativas, promovendo a expanso do catolicismo. Contudo, no se pode deixar de mencionar que a Amrica portuguesa era um lugar de encontro de vrias culturas, o territrio se tornou prprio para prtica de rituais religiosos e outras manifestaes que iam totalmente contra os ensinamentos catlicos. Muitas vezes com a grande influncia dos indgenas ou dos escravos africanos, os fiis catlicos se desviavam de seus dogmas e recorriam a outras crenas no catlicas.
Esse intercmbio cultural inevitvel acabou se tornando uma das maiores preocupaes para a Igreja, temendo justamente o distanciamento moral e tico exercidos pelo catolicismo. Sendo esse fator como um grande alerta para o enfraquecimento do catolicismo no Brasil, fora necessrio utilizar ferramentas para combater essas ameaas que permeavam a sociedade colonial. O Brasil recebeu visitaes: a primeira em Bahia e Pernambuco no sculo XVI; a segunda na Bahia no sculo XVII; e a terceira no Gro-Par no sculo XVIII. O Estado do Maranho no fluxo da colonizao portuguesa foi palco do encontro de vrias culturas. No vasto territrio, sob a influncia dos indgenas e dos escravos africanos, ocorriam rituais, manifestaes religiosas e diferentes prticas que propiciavam aos fiis catlicos se desviarem de seus dogmas. Temendo pelo distanciamento da moral e da tica catlica, a Igreja buscou mecanismos para combater essas ameaas que permeavam a sociedade colonial para a preservao da F e costumes catlicos. O estudo em questo tem como proposta analisar as formas de controle social exercidas pela Igreja, atravs da ao dos agentes inquisitoriais e diocesanos no Bispado do Maranho, na primeira metade do sculo XVIII. Buscando observar os mecanismos utilizados pelas instituies religiosas para desempenhar o seu poder na vigilncia da F, bem como, compreender os limites impostos a estes mecanismos pelas condicionantes locais. Uma vez que ao analisar as denncias na Freguesia de Nossa Senhora do Desterro do Poti na primeira metade do sculo XVIII, sobressaem registros que nos permitem ar o modo de vida existente naquele espao colonial.
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Roseli dos Santos (SEE -MG)
CANDEND STIO DOS CRIOULOS: a terra meu quilombo (Barbacena- sc. XIX e XX)
Resumo:
A comunicao apresenta as anlises e resultados...
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Resumo:
A comunicao apresenta as anlises e resultados at o momento encontrados sobre a formao do quilombo Candend, as relaes familiares existentes e as memrias enraizadas no local. O referido quilombo nomeado, atualmente de Ponto Chique do Martelo, teve a origem no sculo XIX com a chegada de um grupo na grota que fica entre os municpios de Barbacena e Padre Brito. O cruzamento das fontes primrias, como cartas de alforrias, certides de nascimento, casamento, bito e registros de terras, guardados no arquivo de Registro Civil de Padre Brito, como os jornais e documentos de testamentrias existentes no Arquivo municipal Amilcar Savassi, preencheram e respaldaram a histria oral coletada no seio da comunidade. Segundo relatos de um dos moradores locais, Sr. Joo Pedro da Silva, a comunidade surge com a chegada da famlia do av materno Antnio Loureno da Costa e do paterno Elias Antnio Quintiliano, os quais interligaram seus destinos por relaes matrimoniais e juntos, mantiveram relaes verticais com fazendeiros e coronis da regio, o que favoreceu na continuidade e preservao de suas famlias na regio.Importante ressaltar que, a terra que denominam quilombo Candend, um territrio de conflitos no ado, com fazendeiros pela busca do poder da autoridade, e nos dias de hoje, com imigrantes italianos pela busca de terras cultivveis. A relao pessoal com o povoado do Candend instiga ainda mais a pesquisa, ao o que possibilita o entendimento de uma histria familiar e vem de encontro com a vontade de resgate histrico necessrio para a aquisio de recursos tcnicos, junto aos setores pblicos na busca de melhoria das condies da comunidade. Tendo em vista que, o fortalecimento da identidade local possibilita a promoo do lugarejo como ponto histrico e cultural do Municpio de Barbacena, e com isso, alm da valorizao da autoestima de seus moradores, lhes trariam melhorias socioeconmicas por meio de projetos culturais.
Importante lembrar que, a principal condio que possibilitou a manuteno dos territrios tnicos, fora perpetuao da territorialidade quilombola. Desta forma, imprescindvel adequar a aplicao do dispositivo constitucional, que assegura s comunidades o direito a suas terras, ao respeito a sua cultura e ao reconhecimento de normatividades plurais que advm da autonomia sobre o seu territrio.
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ST - Sesso 2 - 17/07/2019 das 14:00 s 18:00 1e5t6h
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Alcia Duh Lose (Instituto de Letras / UFBA)
"A letra em tudo se comparece": anlise paleogrfica da autoria dos papeis sediciosos da Conjurao Baiana/Revolta dos Bzios
Resumo:No contexto das atividades do ducentsimo vigsimo...
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Resumo:No contexto das atividades do ducentsimo vigsimo ano de memria da Revolta dos Bzios ascende-se a percepo de um evento histrico cuja importncia se apresenta at mesmo em suas distintas interpretaes e nomenclaturas Revoluo dos Alfaiates, Conjurao Baiana, Revolta dos Bzios. As fontes primrias produzidas ao longo do processo de devassa no contexto do final do sculo dezoito so fundamentais para entender as trajetrias de pesquisa que resultaram em plurais compreenses desse mesmo evento, para elucidar questes ainda obscuras, e para possibilitar novas anlises.
As crticas, interpretaes e pesquisas realizadas por estudiosos costumam partir da anlise dos contedos dos muitos registros manuscritos produzidos pelo Tribunal da Relao da Bahia e pelos envolvidos com o movimento sedicioso. Apenas no Arquivo Pblico do Estado da Bahia encontram-se quase duas mil pginas, que trazem: correspondncias trocadas entre autoridades de Vilas; os prprios boletins sediciosos que foram o estopim do movimento; papeis apreendidos em casa e posse dos rus com anotaes crticas, poltico-religiosas, tradues de textos relacionados ao processo revolucionrio francs, entre outros ; interrogatrios; careaes; devassas; autos de exame de papeis e letras.
No contexto da preparao de uma nova edio dos documentos referentes ao movimento, custodiados no APEB, levantou-se a questo que motiva o presente trabalho. Tal questo deriva de um olhar interdisciplinar sobre a efetiva autoria dos papeis sediciosos, em especial em funo do fato de haverem dois acusados e, ao longo do processo, haver sido acionada uma junta de peritos para o procedimento de detalhadas anlises diplomtico-paleogrficas.
Assim, o presente trabalho, que une os olhares da paleografia, da diplomtica e da histria, consiste em uma anlise das caractersticas extrnsecas dos manuscritos com enfoque no processo de avaliao de autos de exame, e combinao das Letras dos pesquins, e mais papeis sediciozos, que apparecero nas esquinas, ruas, e Igrejas desta Cidade realizada por escrives e tabelies escolhidos pelo Tribunal da Relao da Bahia cujas concluses subsidiaram as atribuies de culpabilidade a alguns acusados e possibilitaram a condenao pena capital a um dos rus por autoria dos boletins manuscritos que foram afixados em locais pblicos da cidade de Salvador na manh de 12 de agosto de 1798, convocando a populao para uma revoluo que implantaria a Repblica Bahinense.
REFERNCIAS
1. Arquivo Pblico do Estado da Bahia - APEB, Seo Colonial/Provincial. Acervo Revolta dos Alfaiates. Maos N 576, 577, 578, 579, 580, e 581.
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Ana Rita Uhle (Universidade Federal da Integrao Latino-Americana)
Imagens da colonizao e contra-narrativas contemporneas: a arte pblica como espao de crtica e de produo de identidade.
Resumo:Na Amrica Latina, monumentos relacionados ao tema...
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Resumo:Na Amrica Latina, monumentos relacionados ao tema da colonizao europeia foram produzidos vigorosamente entre o final do sculo XIX e a primeira metade do sculo XX, materializando um conjunto de narrativas relacionadas aos projetos de identidade nacional dos pases latino-americanos. Essas obras compem paisagens urbanas e celebram episdios e personagens histricos cultuados pela historiografia do perodo. A partir de meados do sculo XX h um questionamento sistemtico, tanto na forma, quanto no contedo desses monumentos, associados a uma histria dos grandes personagens, permitindo uma srie de apropriaes e releituras. Na atualidade, essas obras se tornam, alm de marcos de rememorao, objeto de crtica e de disputa por artistas contemporneos pela possibilidade de se construir outras narrativas na cidade. Nesse contexto, as formulaes sobre os temas, os sujeitos e episdios histricos dos monumentos celebrativos so confrontadas, bem como a leitura dos artistas e as concepes tericas que os informaram. Por meio da anlise das obras de Nele Azevedo (Glria s lutas inglrias, 2007), Daniela Ortiz (Rplica, 2014) e Juan Javier Salazar (Comemoraes do Da del campesino, 2001), pretendemos apresentar uma reflexo sobre anti-monumentos produzidos por artistas latino-americanos contemporneos e que possuem caractersticas semelhantes, tais como: sua realizao junto a monumentos oficiais (Monumento a Colombo, em Barcelona; monumento Glria Imortal dos Fundadores de So Paulo, em So Paulo; Monumento a Pizarro, em Lima; esttua de Sebastian de Belalcazar, em Cali), os questionamentos que lanam s interpretaes que heroicizam o colonizador, o fato de datarem das primeiras dcadas do sculo XXI e de serem, todas elas, produzidas por artistas latino-americanos. H outras intervenes semelhantes, em geral produzidas entre as ltimas dcadas do sculo XIX e meados do sculo XX, desenhando um movimento que denota trocas, dilogos e intercmbios no cenrio artstico latino-americano, tanto no que concerne s obras celebrativas da herana colonial, quanto daquelas que as questionam. Na presente pesquisa, a arte pblica compreendida como centro de um debate histrico e esttico, de disputa poltica e de produo de identidades.
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Celeste Silva Ferreira (IFMA ALCNTARA)
Revisitando a lei de 1871: uma investigao sobre a produo social da diferena e a escravido no Maranho (1871-1888)
Resumo:Nas ltimas dcadas diversos estudos historiogrfi...
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Resumo:Nas ltimas dcadas diversos estudos historiogrficos sobre escravido no Brasil, tem incidido sobre o tema da Lei de 1871. Tanto investigando com muita frequncia sobre o papel das Aes de Liberdade impetradas com a finalidade de fazer valer os efeitos da lei aos escravos como uma possibilidade concreta de resistncia escravido, como se valendo dos documentos produzidos pelas Juntas de Classificao de escravos, para fundamentar estudos sobre demografia escrava ― a Lei de 1871 ― ordinariamente conhecida como Lei do Ventre Livre, permitiu que novas fontes historiogrficas fossem incorporadas temtica da historiografia escrava. O presente trabalho pretende enfatizar o carter de produo social da diferena entre indivduos sujeitos escravido em fins do sculo XIX. Parte-se do pressuposto que a Lei de 1871, constituiu-se ao longo de sua aplicao, como um mecanismo de controle social de indivduos ao mesmo tempo em que o Estado, atravs do Ministrio de Agricultura, Comrcio e Obras Pblicas se serviu de uma intensa atividade normativa para introduzir uma legislao modernizante de delimitao de lugares sociais aos escravos libertados pela Lei de 1871. Neste aspecto, esse carter modernizante do Ministrio da Agricultura em sua poltica de delimitao de espaos dos sujeitos escravizados ser analisado nessa pesquisa a partir de uma crtica do Estado moderno e suas polticas raciais em fins do sculo XIX. A existncia do forte controle estatal sobre sujeitos a serem emancipados pode ser compreendido como uma poltica racionalizadora de estado tal como apontado em Foucault na obra Em defesa da sociedade (cujo ttulo em francs Genealogia do Racismo) que a partir do sculo XIX, o Estado apropria-se do discurso sobre as raas, e cria, seja atravs de discursos, como normas, seja atravs de prticas, um racismo de Estado. Nessa perspectiva, temos por pressuposto que a lei engendra mecanismos de classificao que no so naturais ou aleatrios, mas expressam valores e perspectivas de manuteno da ordem social. Compreendemos que o trabalho das Juntas de Classificao no tinha apenas uma finalidade indenizatria, mas, sobretudo de conhecer, disciplinar, delimitar um lugar para os escravos que seriam manumetidos.
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Douglas Guimares Leite (Universidade Federal Fluminense)
Sociedade Protetora dos Desvalidos: uma experincia do mutualismo negro no sculo XIX (1840-1870)
Resumo:O presente trabalho pretende apresentar e discutir...
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Resumo:O presente trabalho pretende apresentar e discutir as condies de criao e estabelecimento da Sociedade Protetora dos Desvalidos (SPD), fundada em 1851 na cidade de Salvador, a partir da dissidncia entre membros da Irmandade dos Desvalidos, em fins de 1840. A aprovao dos estatutos da SPD pela Presidncia da Provncia em 1861 uma associao mutualista exclusiva de homens negros brasileiros chama a ateno para o improvvel sucesso de uma sociedade mutual que, racialmente fechada, estabeleceu-se no adverso ambiente de uma poltica oficial sistematicamente contrria autorizao de associaes constitudas por classes separadas pela cor, segundo expresso consagrada nos pronunciamentos do Conselho de Estado.
As condies de criao da SPD sugerem que sua histria pode ser contada da perspectiva do desembarao que os membros de uma emergente associao, por meio da nova diplomao de velhos irmos e da imediata abertura de um novo contingente de scios, pretendiam promover frente aos antigos legados corporativos. Romper e ultraar esse vnculo eram tarefas que, quela altura, dependiam de aes eminentemente prticas, tais como a massiva contribuio que fundadores antigos e recm-chegados haveriam de prestar para a montagem da nova estrutura, alm da progressiva impresso, no novo espao, de um carter institucional identificado com a defesa e a promoo dos interesses pessoais e profissionais de um tipo especfico de indivduo: o artfice preto.
Esse quadro definiu, portanto, as condies para a experincia de um mutualismo negro em meados do sculo XIX, caracterizado especialmente por elementos que o estudo proposto pretende problematizar, quais sejam: a) a ruptura com a organizao religiosa de moldes coloniais; b) a matrcula de scios protetores brancos; c) a consolidao econmica da associao; d) a construo de uma identidade profissional; e) e a progressiva entrada de trabalhadores manuais qualificados, vedado o ingresso de trabalhadoras.
Iluminando a experincia da SPD no contexto mais amplo dos processos da economia, da diviso de trabalho e do associativismo mutualista no mundo ocidental da poca, o estudo pretende explorar os elementos de um dado padro de comportamento poltico-institucional para indagar como um coletivo exclusivo de negros, recriado revelia do formato corporativo tradicional, promoveu junto ao Estado imperial o direito de se organizar civil e politicamente na defesa de seus interesses, e em nome de sua cor.
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Maria Eduarda Vasconcelos de Almeida (UNICEUB - Centro Universitrio de Braslia)
O desenho urbano e o envelhecimento populacional: Reflexes sobre o Plano Piloto de Brasilia
Resumo:O presente trabalho consiste em um estudo sobre as...
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Resumo:O presente trabalho consiste em um estudo sobre as transformaes no espao urbano de uma Super Quadra do Plano Piloto em Braslia, abordando a relao entre a sociedade e o espao enquanto se analisa prticas de estruturao, transformao e apropriao do territrio, contemplando as dimenses sociais, psicolgicas e comportamentais sob a tica da terceira idade.
A partir de uma a analise da relao da populao idosa em crescimento nas quadras tradicionais do Plano Piloto com o espao urbano existente, objetiva-se traar um paralelo entre o planejamento urbano da cidade, as condies e momento histrico e social nos quais esse desenho urbano foi pensado e suas as projees sobre o futuro; e a partir da foi feito a analise do espao urbano levando-se em conta u questionrio aplicado populao com mais de 60 anos, residente neste Super Quadra, e por fim, verificou-se a aplicabilidade de conceitos de novos movimentos do urbanismo contemporneo, se considerados como premissas ao serem utilizados como parmetros tericos no redesenho urbano, tendo como foco a melhoria da qualidade de vida dos idosos e a realidade que vivemos nos dias atuais em Braslia.
Para o alcance desse objetivo proposto, o artigo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliogrfica apoiada em questes levantadas atravs de resultados obtidos aps pesquisas com a populao local - o que aproxima dos pressupostos de uma metodologia de base qualitativa, adorada no intuito de aliar informaes de caractersticas tericas e acadmicas com concluses embasadas sobre dados obtidos in loco, possibilitando uma avaliao analtico-descritiva combinada a uma participao ativa do publico alvo a ser estudado.
Elementos como mobilidade urbana, violncia urbana, espaos urbanos propcios a convivncia social, a relao entre a intimidade e os locais de convivncia, a memoria e a experimentao do espao urbano e a convivncia inter-geracional podem ser repensados para que a cidade se proponha a abrigar uma nova velhice, ativa e participativa.
Assim sendo, ser apresentada uma analise dos atuais elementos urbanos existentes nas Super Quadras, um embasamento dos conceitos e teorias que nortearam a viso modernista de planejamento urbano as suas consequncias, em termos fsicos e sociais, que podem ser observadas no atual cenrio da cidade, uma avaliao da qualidade de vida do idoso hoje nas SuperQuadras e a aplicabilidade de alguns conceitos do movimento New Urbanism e dos conceitos do Guia Global: A Cidade Amiga do Idoso, da Organizao Mundial da Sade (OMS, 2008) em termos de desenho do espao pblico, com o objetivo de melhorar a convivncia e o acolhimento da terceira idade.
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Noemia Dayana de Oliveira
A suspenso de garantias na provncia do Gro-Par (1835): Indicaes do deputado Ibiapina para conter a Revolta dos Cabanos (1835)
Resumo:A dcada de 1830 no Brasil foi marcada por mobiliz...
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Resumo:A dcada de 1830 no Brasil foi marcada por mobilizaes sociais que reivindicavam a participao poltica ampliada, fortalecendo a cidadania assegurada a partir da promulgao da Constituio 1824, considerada uma das mais liberais da Amrica do Sul daquele contexto. As tenses pairavam sobre a poltica centralizadora de D. Pedro I e refletiam na dinmica social isolada das provncias. Os cabanos do Gro-Par foram um dos primeiros grupos brasileiros a se rebelar, de modo que incitaram o encorajamento de outras localidades que estavam incomodadas com a configurao da ordem nacional, que se processou institucionalmente a partir do conflito de variadas linguagens polticas com seus mais diversos projetos para o pas. Nesse sentido, investigaremos quais foram as indicaes de Jos Antnio de Pereira Ibiapina, eleito deputado mais bem votado pelo grupo dos Liberais Moderados do Cear durante a terceira legislatura do imprio (1834-1837), para conter os rebelados paraenses, sem perder de vista a sua formao de bacharel em Cincias Sociais e Jurdicas pela Faculdade de Direito de Olinda e, consequentemente, o preceito legalista em resolver diferenciadamente do que se propunha, isto , criminalizando os movimentos sociais do perodo das regncias. Para isso, nos valeremos dos preceitos do contextualismo lingustico (POCOCK, 2003) para analisar os discursos polticos proferidos pelo deputado durante algumas sesses do ano de 1835, as quais esto organizadas e disponibilizadas em plataforma digital da Cmara dos Deputados. Atentaremos para o liberalismo defendido e praticado pelo parlamentar, a sua concepo de justia e a indicao pedaggica para a criao de uma cadeira de Economia Poltica na provncia, proposies estas que incidiram sobre o campo poltico (BOURDIEU, 2011), de maneira que tornou explcita as divergncias em que estava pautada a dinmica dos liberais moderados em nvel local, bem como nacional. Diante disso, as aes dos liberais moderados cearenses, que pareciam formar um bloco homogneo e coerente, tornaram-se insustentveis para manter a estratgia poltica de interesses de dominao e, por conseguinte, de insero de seus membros em cargos da istrao poltica do imprio brasileiro.
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Raphaela Ferreira Gonalves (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)
O caso dos pardos Bellarmino e Antnio: nascer de ventre livre antes da Lei do Ventre Livre (1865-7)
Resumo:O presente trabalho tem a finalidade de abordar o ...
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Resumo:O presente trabalho tem a finalidade de abordar o caso dos irmos pardos Bellarmino e Antnio, ocorrido na zona da mata pernambucana, e que chegou ao nosso conhecimento atravs da instncia judicial, mais precisamente, o Tribunal da Relao de Pernambuco. As aes de liberdade, libelos cveis de liberdade ou tambm nomeado de aes de definio de estatuto jurdico, so processos encontrados na categoria civil dos arquivos judiciais, e em suma, so demandas pelo direito liberdade, requerido pelos escravos autores. O processo abordado data de 1865 e foi aberto para tratar da liberdade dos pardos filhos de Florinda Maria da Conceio e Antonio Francisco Leal a primeira, preta e por vezes designada crioula, de condio liberta, o segundo, branco, proprietrio de terras e antigo senhor que ara carta de liberdade para Florinda. Essa contenda jurdica nos ilumina algumas questes importantes para o debate da escravido no Brasil no momento posterior a Lei Eusbio de Queiroz (1850) e anterior a Lei do Ventre Livre (1871). O entremeio dessas duas leis, que tinham como objetivo uma abolio lenta, gradual e sem maiores prejuzos e danos para os escravistas, rico em indefinies e ambiguidades a respeito do elemento servil. Pois na falta de um Cdigo Civil, Cdigo Negro ou um corpus de leis que servissem especificamente aos indivduos escravizados, dava-se margem para interpretaes divergentes em meio a um labirinto de leis, doutrinas e costumes. Apesar de rtos os laos da disciplina e da falta de prestgio e fora moral dos proprietrios, a irredutvel explorao senhorial fora imensamente combativa at o fim, e quando estreitamos nossa escala de anlise para o cotidiano das relaes escravistas, podemos compreender com mais elementos a dimenso humana, social, individual e agenciadora que os escravizados tiveram em seus prprios destinos e no de seus familiares. Outro ponto a ser tocado nessa comunicao ser o do parentesco como motivador da mudana de status dos seus, assim como a mulher escravizada, figura forte e presente em muitas aes de liberdade como autoras ou agentes atuantes nas estratgias de consecuo da alforria para si, seus filhos e/ou afilhados.
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Roberta Conceio Tavares Soares
Alforrias: nuances entre escravido e liberdade
Resumo:Nesta comunicao pretendo discutir algumas quest...
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Resumo:Nesta comunicao pretendo discutir algumas questes envolvendo alforrias nas suas mais diversas modalidades, como mecanismos de aes dos escravizados nas suas investidas por liberdades e autonomias, mas tambm como elemento estratgico da alada senhorial, e por isso suscetveis as armadilhas proporcionadas pelas dinmicas de subordinao e poder das lgicas escravistas, onde a populao negra (dita de cor para usar o termo do XIX) era sem dvida o lado indiscutivelmente propenso as precariedades existentes, ressalvando a intensidade delas ao longo do tempo. O exerccio que procuro fazer aqui, portanto, discorrer sobre essas nuances envolvendo os limites das autonomias e liberdades almejadas pela populao de origem africana que esteve de alguma maneira relacionada a alforria. Tentar entend-las na prtica das experincias desses sujeitos, seus limites e significados que na maioria das vezes expunha a linha tnue entre escravido e liberdades, trazendo a discusso em torno do conceito de precariedade estrutural da liberdade formulado pelo historiador Sidney Chalhoub, abrindo margem para ampliar um debate em torno de precariedades outras que atrelada as experincias de buscas de mais liberdades e autonomias se relacionavam com outras tantas do cotidiano da escravido durante o oitocentos.
Neste sentido necessrio tentar mergulhar o mais profundo possvel nos significados prticos das alforrias fossem elas condicionadas ou no. O que significavam na concretude? Quais seus limites e efeitos frente aos liames das pretenses senhoriais e do protagonismo dos prprios cativos? Recorro a uma agem do conto intitulado Um Errdio de Machado de Assis, em que a cena se a na Corte imperial do ano de 1866:
"Mas vocs porque no vendem o Chico? um bonito crioulo. livre, no h dvida, mas por isso mesmo compreender que, deixando-se vender, tero vocs com que pagar-lhes o ordenado... Dois mil ris chegam? Romeu, v ali no bolsa da sobrecasaca. H de haver uns dois mil ris.
Havia s mil e quinhentos. Mas, no foram precisos. Cinco minutos depois voltava o Chico trazendo tabuleiro com jantar e o resto da de um semestre ."
A agem machadiana, embora seja um exemplo de caso na Corte, traz tona a discusso que tentarei fazer nesta comunicao, a questo da precariedade da liberdade adquirida teoricamente atravs das alforrias, dando enfoque para os casos da freguesia de Bujaru, da segunda metade do sculo XIX, onde tais prticas tambm eram corriqueiras nas suas variveis formas, para tentar elucidar a discusso, partindo dos registros existentes para aquela freguesia do Gro-Par oitocentista.
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ST - Sesso 3 - 19/07/2019 das 08:00 s 12:00 4c3kw
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Bruno Fernando Silva Matos Ribeiro
A Inquisio no Espelho: A Representao do Santo Ofcio portugus pelos Inquisidores (1605 - 1643)
Resumo:O projeto de pesquisa que ora apresenta-se tem com...
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Resumo:O projeto de pesquisa que ora apresenta-se tem como objetivo de estudar como a
inquisio lusitana representava-se diante da sociedade portuguesa da primeira metade
do sculo XVII. Ou seja, qual a viso que a instituio teve de si mesma e como se
apresentava e se defendia diante daqueles que a criticavam no perodo de 1605 e 1643
(isto , entre o Perdo-Geral de 1605 e a batalha contra os jesutas de vora). Atravs de
fontes histricas buscamos entender como se procedeu a comunicao entre os cristosnovos,
os inquisidores, em resposta aos primeiros, e a Coroa. A ideia consiste em
compreender o discurso na tica daqueles que, para si, estavam defendendo a f e, em
nome de Deus,combatiam a heresia.O historiador Yllan de Mattos percebeu que a
Inquisio tinha-se por ecclesia defentores, ou seja, o Tribunal no se imaginava
apenas como julgador do delito de heresia crimes contra a f , mas como defensor da
prpria Igreja.Nascida, em sua verso da poca Moderna, na batalha contra a heresia, tanto
daqueles que se convertiam ao cristianismo (notadamente, judeus e muulmanos alvos
da reconquista ibrica) quanto dos reformadores, a Inquisio pensou a si como
defensora de toda a Igreja3. Entre os historiadores, a perseguio s heresias suscitou
inmeras imagens do Tribunal do Santo Ofcio. Existe um embate, presente at hoje na
historiografia, entre essas imagens: se, por um lado, a literatura anti-inquisitorial no
cansou de retratar a Inquisio como um tribunal de julgamento arbitrrio, preocupado com a confiscao dos bens dos acusados; por outro, a Inquisio tudo fez para valer o
seu lema: misericordia et justitia.
Os diversos relatos do arbtrio inquisitorial e dos teatrais autos-da-f, os
resultados infaustos para a economia e a cultura promoveram uma imagem negativa,
caracterizada como a lenda negra da Inquisio. Ao mesmo tempo, outros historiadores
muitos vinculados Igreja promoveram aquilo que ficou conhecido como a lenda
rosa, ansiosos em defender o Tribunal e a ao em seu tempo4. Esta pesquisa afasta-se
dessas duas perspectivas, ao se afastar tanto da crtica poltica da Inquisio, quanto de
sua defesa teolgica. Nosso objetivo perceber as vozes que construram a imagem que
o Tribunal procurou transmitir de si, sobretudo em resposta s crticas produzidas na
poca, dando movimento e cores ao processo social. Os inquisidores no tardaram em
polemizar com panfletos ou com aes regimentais de perseguio e censura s crticas
postas. Nesse sentido que este projeto intenta pensar sobre quais bases foi construdo
esses discursos. Quais as tpicas e os temas utilizados na defesa do Tribunal? Como
eram produzidas as imagens discursivas de defesa e justificao da Inquisio?
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Fabrsio de Freitas Tenrio dos Santos
Novos caminhos para a histria das sociabilidades negras em Santos: perfis e trajetrias dos irmos e irms de So Benedito
Resumo:A cidade de Santos mais conhecida pela historiog...
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Resumo:A cidade de Santos mais conhecida pela historiografia devido a seu histrico de movimentos sociais, nomeadamente os movimentos abolicionistas e operrios que tomaram lugar na cidade porturia nas ltimas dcadas do sculo XIX e incio do XX. Historiadores como Maria Helena Machado, Matheus Serva Pereira, Andr Rosemberg e Ana Lana, para citar alguns, debruaram-se sobre processos crimes, jornais locais e provinciais, testamentos e inventrios para reconstruir redes de sociabilidade e trajetrias de vida. Apesar desses esforos, resta muito ainda a investigar sobre as dinmicas socioculturais dos habitantes de Santos, naquele recorte, principalmente dos negros e negras. Na tentativa de dar continuidade aos esforos desses autores e aprofundar as discusses, resgato a documentao referente s irmandades catlicas de leigos para dar outra dimenso e perspectiva s estratgias e redes de sociabilidade em que quilombolas, forros e cativos estavam inseridos. Essas agremiaes foram mecanismos fundamentais para a ocupao do territrio e para a converso dos povos colonizados nos territrios portugueses, durante a colonizao. Africanos e seus descendentes foram um dos principais alvos dessa poltica incentivada tanto pelo Estado como pela Igreja. Entretanto, os grupos a serem convertidos fizeram apropriaes originais de tais espaos, princpio, religiosos. Incorporando suas prprias tradies quelas de origem europeia e crist, as irmandades se apresentaram como espaos de reunio, organizao, negociao, resistncia, recriao e manuteno de identidades tnicas, mas tambm de disputas internas na comunidade. Ainda no Imprio e no incio da Repblicas, as confrarias eram fundamentais na dinmica social. Enfocando os anos de 1870 a 1898, a inteno na pesquisa, de modo geral, esmiuar as circulaes de ideias e pessoas entre as irmandades, os quilombos locais e os movimentos abolicionistas na cidade porturia. Nesta apresentao, porm, reservo-me a apresentar resultados parciais sobre o perfil dos confrades, bem como algumas trajetrias pessoais, sobretudo com base no Livro de Registro de Irmos e o Livro de Atas da Irmandade de So Benedito de Santos, contando tambm com informaes encontradas no peridico Dirio de Santos, no almanaque Indicador Santista 1887 e em registros de casamento e bito.
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Ferdinand Almeida de Moura Filho (Universidade Federal do Par)
Inquisio no Bispado do Maranho: Organizao e funcionamento
Resumo:Apesar de ter crescido o nmero de trabalhos sobre...
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Resumo:Apesar de ter crescido o nmero de trabalhos sobre a atividade inquisitorial no bispado do Maranho, para alm da visitao, h muito a ser investigado. Ainda so parcos os trabalhos que se apresentam com o objetivo de entender o funcionamento e organizao do Santo Ofcio, a partir de suas estratgias para atuar efetivamente na totalidade do bispado do Maranho. Citemos, por exemplo, as pesquisas da historiadora Dra. Pollyanna Gouveia Mendona Muniz, que , ao nosso ver, a principal pesquisadora da atuao do Santo Ofcio nessas terras, mas que no tem o Tribunal do Santo Ofcio como eixo principal de estudo, concentrando-se no Tribunal Episcopal Maranhense. Nesse sentido sua tese, recm-publicada, trata do estudo sobre a justia eclesistica e o clero secular, em especial os seus comportamentos dissolutos, que renderam processos advindos do Bispado do Maranho e, de forma secundria, tambm produziram aes processuais ao Tribunal do Santo Ofcio, atravs da relao de colaborao. Citemos, tambm, o historiador Me. Joo Antnio Lacerda Lima, em cuja dissertao buscou analisar a atuao e funcionamento do Santo Ofcio, a partir da trajetria de eclesisticos que galgaram o cargo de Comissrio do Santo Ofcio no contexto do Estado do Maranho e Gro-Par. O autor evidencia a relao do Santo Ofcio e da Justia Eclesistica, a partir dos sujeitos, nesse caso os comissrios, inseridos na estrutura eclesistica. Ou seja, mostra que os mesmos membros que serviam s estruturas eclesisticas eram os mais aptos a servirem o Santo Ofcio. No entanto, no h um aprofundamento na atuao da Inquisio atravs da colaborao com as instituies eclesisticas, clero (secular ou regular), a partir da utilizao das estruturas existentes nos bispados, e tambm, como no seu objetivo, no investiga a atuao dos outros agentes: familiares, qualificadores e notrios. Nesse sentido, a presente comunicao tem como objetivo discutir organizao e os meios de ao do Santo Ofcio para se fazer presente, de forma permanente e eficaz, na totalidade do Bispado do Maranho, tomando como marco temporal 1724 a 1821, data do ocaso deste tribunal - para alm da Visitao empreendida entre 1763 e 1773. Partindo da hiptese que, durante o sculo XVIII, foram os indivduos no habilitados a cargos do Santo Ofcio e, especialmente, os reitores do colgio da Companhia de Jesus, at a sua expulso, (numa espcie de comissaria continuada) foram os principais responsveis pela manuteno da ortodoxia em nome deste Santo Tribunal.
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Jos Alberto Bandeira Ramos (Universidade Federal do Recncavo da Bahia-UFRB)
Essncia e Lugar Histrico da Insurgncia Escrava da Bahia (1789 a 1838)
Resumo:Este trabalho contm uma sntese do minicurso prop...
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Resumo:Este trabalho contm uma sntese do minicurso proposto para o 30 Simpsio Nacional de Histria e desenvolve consideraes sobre os episdios de rebeldia escrava estudados, luz de um esforo de histria comparada. O perodo histrico contemplado insere-se no intervalo entre 1750 e 1850 e se concentra nos 40 anos que vo de 1798 a 1838.
No se teve a pretenso de esgotar a totalidade das diferenciadas formas de rebeldia escrava. Focalizou-se o fenmeno da insurgncia escrava da Bahia como parte integrante das lutas contra a explorao escravagista em todo o Novo Mundo, nas sociedades constitudas no mbito da expanso mundial do capital mercantil centrado na Europa.
Na virada do sculo XVIII para o sculo XIX, ocorreu na Bahia uma mudana no padro de rebeldia escrava: embora tenha continuado o processo de formao de quilombos, estabeleceu-se um clima de revolta, marcado por episdios sucessivos de levantes armados, alguns espontneos e outros com carter nitidamente conspirativo. Este ciclo de insurgncia escrava alcanou o seu clmax em 1835, com a Revolta dos Mals na cidade de Salvador, cuja represso marcou o incio de uma nova etapa histrica, a de consolidao do Estado monrquico, autoritrio e escravista.
Nesta etapa, alm do esmagamento dos levantes escravos, ocorreu a derrota do movimento separatista chamado Sabinada, em 1838. Em nvel nacional, tal curso histrico foi marcado pelo golpe da maioridade, em 1840.
A insurgncia escrava como manifestao da luta de classes assumiu o carter marcante de fenmeno de solidariedade inter-tnica. No caso da Bahia, a solidariedade inter-tnica ocorreu sob a forma de elaborao autnoma de uma ideologia teimosamente contraposta cultura escravagista dominante. Ela manifestava-se atravs de festas e rituais religiosos cuja linguagem, de natureza poltica, deu sustentao a projetos de liberdade, alguns at algo elaborados. As religies tnicas, praticadas pelos africanos escravizados, e tambm por crioulos, assumiram funo contestatria em determinadas conjunturas e serviram de estrutura orgnica e elemento mobilizador do processo conspirativo.
O que marcou de forma inconfundvel o perodo da insurgncia escrava da Bahia foi a circunstncia de que, derrotadas as tentativas insurrecionais, no conseguiu o poder escravista debelar o clima de rebeldia que se instalara nas relaes entre senhores e escravos, desde a ltima dcada do sculo XVIII, e mais intensamente, a partir do esmagamento da Revoluo dos Alfaiates, em 1798. Esta, mesmo no sendo liderada por escravos, contou com o envolvimento de vrios deles e veio a constituir-se num verdadeiro divisor de guas das lutas de classe da Bahia oitocentista.
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Monalisa Pavonne Oliveira (Universidade Federal de Roraima)
Familiares e testemunhas do Santo Ofcio: a formao de redes na Irmandade do Santssimo Sacramento do Ouro Preto (sc. XVIII)
Resumo:O presente trabalho visa discutir a importncia da...
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Resumo:O presente trabalho visa discutir a importncia da Irmandade do Santssimo Sacramento do Ouro Preto para os processos de mobilidade social de seus agremiados. Neste caso, a partir das familiaturas do Santo Ofcio, ou seja, na formao do corpo de agentes leigos desta instituio, e dos testemunhos realizados quando das inquiries, parte do rito processual para a constituio desse corpo agentes.
A Inquisio portuguesa contava com trs tribunais no Reino: Lisboa, Coimbra e vora; e em suas colnias ultramarinas apenas com o Tribunal de Goa. Porm, isso no impediu que a presena e a defesa da cristandade pelo Tribunal do Santo Ofcio fosse sentida nos rinces mais longnquos das Colnias, como foi o caso da regio das Minas. Os familiares do Santo Ofcio eram, de certa forma, guardies da cristandade e dos bons costumes, o que lhes conferia prestgio social.
A honra e o prestgio, elementos constitutivos da sociedade hierarquizada do Antigo Regime, poderiam ser, em parte, alcanados atravs da ocupao de cargos polticos, istrativos e/ou religiosos. Nessa perspectiva, as familiaturas cumpriam papel de destaque nas possibilidades de ascenso e distino social. Sendo assim, apesar de dispendiosos, os processos para o ingresso no corpo de agentes leigos foi largamente almejado na Colnia. No Santssimo de Ouro Preto durante o setecentos, no foi diferente, entre os 342 dirigentes devotos da Hstia Consagrada, identificamos 19 irmos que obtiveram a Carta de Familiar do Santo Ofcio entre os anos de 1729 a 1778.
Alm dos agremiados que solicitaram a carta de familiar, a Irmandade do Santssimo, contava com grande nmero de testemunhas aptas a depor nos processos de familiatura, isso poderia configurar uma extenso das redes tecidas intra-irmandade para outros mbitos. Desse modo, foram contabilizadas 184 testemunhas, das quais 77 eram irmos do Santssimo quando depam. Destes 77 depoentes, alguns participaram depondo em mais de um processo, sendo que, 14 testemunharam duas vezes, quatro depam trs vezes e uma testemunha contribuiu quatro vezes. Verificamos ainda, que das 77 testemunhas, 12 eram familiares quando deram os seus depoimentos. Em 14 dos 18 processos de habilitao, as testemunhas estavam exercendo algum cargo na direo da irmandade, na ocasio de seus depoimentos sobre os habilitandos filiados ao Santssimo.
Sendo assim, discutiremos a obteno da familiatura como meio de distino social, verificando se h relao na participao de confrades depoentes para o xito nos processos, no intuito de compreender como as redes tecidas no interior da confraria poderiam possibilitar sucesso nas solicitaes de cartas de familiares.
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Victor Hugo do Rosario Modesto (Universidade Federal do Par)
Parece-me Justo: curadores de rfos e as tutelas de menores de idade na Amaznia Paraense.
Resumo:Em fins do sculo XIX, na Amaznia paraense, diver...
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Resumo:Em fins do sculo XIX, na Amaznia paraense, diversos sujeitos pleitearam a tutela de menores de idade de diferentes condies jurdicas e sociais. A historiografia dedicada ao tema das tutelas j demonstrou que este processo foi compartilhado por outras cidades e provncias. No Gro-Par no foi diferente, onde os processos de tutelas emergem de maneira significativa no contexto da dcada de 1870, tendo como sujeitos tutelados menores libertos, ingnuos, indgenas, migrantes cearenses e livres pobres.
Neste trabalho busco analisar as experincias de menores tutelados e os significados das tutelas a partir dos posicionamentos de um dos agentes mais importantes da instituio do Juzo dos rfos, o curador de rfos. Os processos de tutelas eram tramitados nesta instituio, e os posicionamentos dos curadores proporcionam a compreenso de diversas matrias envolvendo estes menores, como, por exemplo: o que deveria ser praticado pelos seus tutores; o que deveria ser realizado pelos menores, tendo neste ponto, uma clara questo de gnero, j que havia diferenas significativas nas indicaes do que deveria ser adotado em relao aos meninos e as meninas tuteladas; assim como as diretrizes que estes agentes seguiam para tomar suas decises.
A questo do trabalho dos menores emerge como principal cenrio nas tutelas, ainda que o trabalho fosse comum para estes sujeitos no contexto do sculo XIX. Contudo, ele foi tema de controvrsias, que diziam respeito s modalidades de servios que poderiam ser executados por estes menores, s condies em que eram tratados por seus tutores, educao que deveria ser destinada a eles, assim como o lugar destes menores na sociedade. Essas questes emergem, tambm, na anlise mais especfica da atuao de um dos curadores do juzo de rfos da capital, o Dr. Jos Henrique Cordeiro de Castro.
Este curador figura central na compreenso das experincias e dos significados das tutelas de menores, pois esteve presente em centenas destas, emitindo parecer, decidindo futuros para os menores, assim como em questes envolvendo a escravido, j que este curador foi envolvido com o movimento abolicionista paraense. A anlise centrada nestes pareceres, no entanto, no perde de vista duas questes primordiais: em primeiro, a percepo dos menores em relao a suas experincias, principalmente quando os curadores indicavam que eles fossem ouvidos sobre o tratamento recebido junto aos seus tutores; e, em segundo, entender as formulaes dos curadores no somente de maneira racionalizada, mas dentro de um contexto de profundas mudanas, que suscitavam certezas e incertezas, assim como contradies nas decises tomadas, que possibilitam observar como eram percebidos os menores de idade na Amaznia paraense.
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Williams Andrade de Souza (Secretaria de Educao do Estado de Pernambuco / UFRPE)
Os homens da municipalidade e suas redes societrias: estratgias e vnculos fortuitos da vida (Recife, sculo XIX)
Resumo:A terminologia das redes uma conceituao a po...
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Resumo:A terminologia das redes uma conceituao a posteriori que busca nominar, descrever, analisar e explicar o fenmeno das interseces humanas dentro de uma lgica proposital da estratgia e do clculo manejado pelos agentes sociais nos grupos a que se vinculam. O presente texto aproxima-se e tambm diverge em alguns aspectos dessa perspectiva. Analisando um conjunto de documentos primrios, deslindamos os vnculos societrios de 70 vereadores que aturam na capital pernambucana, Recife, entre os anos de 1829 e 1849, percebendo tais relaes associativas como encontros e laos (des)propositados. Remontamos diversas das suas participaes em sociedades econmicas, agremiaes polticas, irmandades, entre outros, buscando entrever os limites e possibilidades de tais pertenas como maquinaes com fins precpuos, mas tambm acasos, nexos no necessariamente intencionais, desdobramentos das trivialidades da vida, ou das relaes socioeconmicas, ou do exerccio da religiosidade, entre outros. A historiografia que trabalha com o conceito de redes parece entrever intrnseco nos indivduos que tomam parte em tais fenmenos um sentido cognoscente delas e seus efeitos. Isto , em grande medida, interpretam uma prvia inteno nas relaes interpessoais, sendo essas adas estrategicamente para um fim manifesto entre aqueles identificados como partcipes delas. Como nos diz Mafalda Soares da Cunha, tais laos e conexes eram acionados com vista a atingir certos objetivos. No que discordemos dessa perspectiva, mas compreendemos que ela deve ser entendida fora de amarras rgidas, ou seja, como a prpria autora coloca, para que se considere que a mirade de relaes interpessoais que os indivduos detinham configurava uma rede, h que determinar a sua operacionalidade. Dito isso, podemos acrescentar que as redes associativas, alm do construto advindo de estratagema, poderiam ser forjadas ao sabor da casualidade, j o seu manejo, porm, poderia ter uma intencionalidade com propsitos predefinidos. As interconexes so veis de identificao, tais intenes no o so facilmente. Conforme veremos, a elite camarria em apreo aqui, em parte, estava conectada por vnculos mil para alm do cargo eletivo, sendo muitos desses contatos frutos de relaes a princpio fortuitas, no necessariamente calculadas ou inseridas na lgica da obteno de vantagens. Portanto, preciso ter cautela com a ideia de cognocncia e previsibilidade ou trama em todas as relaes e contatos observados nas trajetrias de vidas, nos vnculos familiares, nas relaes societrias. Os fenmenos aqui observados esto dentro de uma cultura do associativismo, mas esta no diz respeito apenas ao protecionismo de grupo, envolve tambm o usufruto ou a prtica do existir humano.
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Yllan de Mattos (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ)
Heresias em perspectivas: os processos contra ndios nos bispados do Gro-Par e Novo Mxico (Sculo XVIII)
Resumo:O desencravamento planetario foi o resultado mai...
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Resumo:O desencravamento planetario foi o resultado mais significativo da expanso europeia, pois garantiu o fim do isolamento das diversas partes do mundo que aram a trocar mercadorias e experincias culturais na maior parte das vezes, de maneira desigual. Entre os sculos XV e XVIII, foi gestada uma histria global que conectou distintos espaos, invocando, invariavelmente, a valorizao de uma histria comparada que redimensiona e reconstri as relaes por meio das particularidades e das universalizaes.
Nesse sentido, o significado das heresias no contexto das Amricas foi polissmico e evidenciou as alteridades nos diferentes espaos de interao e conflitualidade cultural. Assim, as idolatrias combatidas na Nova Espanha e em Lima, assim como as prticas mgicas hbridas dos ndios no Gro-Par devassadas pela Inquisio portuguesa, foram, ao mesmo tempo, resultado e consequncia de um processo que teve de se medir com a valorizao do ndio como elemento-chave para a conquista e manuteno dos territrios americanos.
A misria e a rusticidade eram tpicas fundamentais do disciplinamento social, presentes tanto no discurso da istrao rgia quanto na cura das almas, seja atravs da missionao ou da vigilncia inquisitorial e episcopal. A Igreja e as Coroas ibricas almejaram um ambicioso projeto de evangelizao e salvao para as Amricas. Entretanto, esse projeto teve de levar em conta tanto os anseios daqueles que o colocaram em prtica (os religiosos), quanto daqueles que foram alvos dele: os ndios. No foi nem homogneo, seja no tempo, no espao ou na forma de coloc-lo em prtica, nem fechado como demonstram as discusses acerca da missionao e da punio sobre o catolicismo apropriado e aprendido pelos indgenas.
Esta comunicao procura analisar em perspectiva comparada como o bispado e a Inquisio lidaram com a religiosidade indgena, sobretudo aquela realada aps a converso dessas populaes. Portanto, procuramos perceber tanto as noes de ignorancia invencible e de rusticidade destes povos, presente nas sentenas das Inquisies, quanto a especificidade hbrida das culturas amerndias nestes espaos centrais das monarquias ibricas.
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ST - Sesso 4 - 19/07/2019 das 14:00 s 18:00 3p493x
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Aderivaldo Ramos de Santana (Universidade Paris-Sorbonne)
A carreira de Napoleo Gabriel Bez Deshayes Marchand dhabits Comrcio livreiro e trfico interno de escravos na provncia de Pernambuco (1835-1858)
Resumo:No dia 22 de novembro de 1847, o navio negreiro Un...
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Resumo:No dia 22 de novembro de 1847, o navio negreiro Unio, recm-chegado de Angola, atracou no porto do Recife declarando como sua carga: lastro de pedra. Porm, dias antes ele havia desembarcado 356 africanos escravizados num dos diversos portos naturais da provncia pernambucana, portos usados para o trfico ilegal de escravos. De acordo com a opinio pblica o Unio pertencia ao francs Napoleo Gabriel Bez, proprietrio da livraria Bez Deshayes no centro do Recife. Nascido em 1811 em Embrun, prximo aos Alpes suo, Napoleo Gabriel Bez chegou ao Brasil na dcada de 1830 aps ter residido alguns anos em Paris. Ele era casado com a sa Marie Deshayes e no tiveram filhos. A presente comunicao visa compreender como o livreiro francs construiu sua carreira de contrabandista de livros e sua participao no circuito do trfico interno de escravizados na provncia de Pernambuco, na primeira metade do sculo XIX.
Os livros vendidos na loja de Bez Deshayes eram destinados, em sua grande maioria, a comunidade europeia, a elite pernambucana e sobretudo aos alunos da faculdade de Direito do Recife. Com a demanda constante de sua clientela, no tardou muito para que o livreiro francs comeasse a contrabandear livros que ele mandava vir desencadernados da Europa. Os exemplares eram despachados nos portos de Salvador e Recife, evitando dessa forma o pagamento dos impostos correspondente por cada volume. Uma vez desembarcados em sua totalidade, os exemplares eram enviados loja de livros em Pernambuco onde eram devidamente encadernados. Alm dos livros, microscpios e outros objetos de encomenda que lhe valeram a alcunha de Marchand dhabits (mercador ambulante), Napoleo Gabriel Bez Deshayes vendia por encomenda um ou outro escravo, consignao de um fazendeiro ou pequeno comerciante necessitado em fazer negcio. Entretanto, com o tempo ele decidiu cruzar o Atlntico e investir por conta prpria no infame comrcio. Foi assim que entre os anos 1842 e 1847, Bez Deshayes realizou algumas viagens entre Recife e Luanda onde estabeleceu negcios com traficantes de escravos locais. Nos anos seguintes, juntamente com sua esposa, ele foi responsvel por vender mais de 191 escravos do Recife para o porto do Rio de Janeiro.
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Danilo Luiz Marques (UNIFAI - Centro Universitrio Assuno)
"Habituados na prtica do crime": quilombos, coutos de malfeitores e os braos para a lavoura (Alagoas, 1870-1880)
Resumo:Tenses e incertezas pairavam na sociedade brasile...
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Resumo:Tenses e incertezas pairavam na sociedade brasileira de fins do oitocentos, momento em que uma grande questo era debatida entre os escravocratas: quem iria suprir os braos escravizados da lavoura? Outra preocupao era quanto segurana e tranquilidade pblica, to caras ordem senhorial que estava posta. Havia aqueles que no viam com bons olhos o aumento da populao liberta e sua consequente recusa s condies de trabalho impostas por proprietrios acostumados com a relao senhor-escravizado. Uma aguada anlise sobre a srie de ofcios trocados entre os chefes de polcia e a Presidncia da Provncia de Alagoas e as falas de autoridades dirigidas Assembleia Legislativa entre as dcadas de 1870 e 1880 permite vislumbrar alguns distrbios e incidentes que ocorreram de norte a sul na regio alagoana, causando muitas dores de cabea s autoridades e aos senhores escravocratas. O iminente risco de perder o controle sobre a populao pobre e de cor, que sempre se demonstrou pouco disposta a obedecer, foi pauta corriqueira entre escravocratas e autoridades. Inseguros perante a inquietao dos escravizados, libertos e livres pobres, muitos senhores culparam a campanha abolicionista e a incompetncia repressiva pela grave situao. Por sua vez, muitos delegados se queixavam da falta de estrutura para lidar com as crescentes demandas.
A massa livre e liberta, marginalizada na sociedade escravista, encontrava nos saques a fazendas seu meio de sobrevivncia, e assim resistia hegemonia dos senhores escravocratas. As falas dos presidentes alagoanos e os ofcios trocados com os chefes de polcia da regio do uma dimenso de quo tumultuosos foram os ltimos anos da instituio escravista nessa provncia. Outro acervo documental importante para a anlise dessas questes so as pginas do jornal O Orbe, que publicou uma srie de editoriais, reportagens e correspondncias criticando a forma como estavam sendo conduzidas as medidas em prol da emancipao dos escravizados. As pginas desse peridico trazem histrias singulares, indicativas da atuao de africanos e seus descendentes nas margens da instituio escravista, buscando, atravs da imerso nas propriedades senhoriais e dos consequentes furtos a praticados, das fugas e da formao de quilombos, tecer as malhas da sobrevivncia nas rduas batalhas do quotidiano. Deixaram entrever a impossibilidade fsica de se alongar por mais tempo a escravizao, contribuindo de maneira cumulativa para sua imploso.
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Eder da Silva Ribeiro (UFF)
O governo joanino e a poltica institucional: fiscalidade, trajetrias e prticas istrativas (1808-1821)
Resumo:O presente trabalho buscar discutir os impactos d...
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Resumo:O presente trabalho buscar discutir os impactos da fiscalidade sobre os objetivos de construo do Imprio Luso-Brasileiro nos Trpicos, procurando destacar, por um lado, as estratgias desenvolvidas pelo governo joanino para colocar em prtica um maior controle do sistema de arrecadao de tributos e servios e, de outro, os mecanismos que possibilitaram a montagem de um aparelho institucional centralizado. Para tanto, indispensvel no apenas a compreenso do funcionamento istrativo dentro de uma nova realidade organizacional o que no significou imperiosamente a elaborao de um novo e original conjunto de normas e ordenamentos , como tambm a apreenso das transformaes do sistema fiscal a partir do estabelecimento da nova Corte no Rio de Janeiro. Convm ressaltar ainda, que os processos conjuntos de implementao da nova sede da monarquia portuguesa e de reconfigurao do aparato tributrio colonial devem levar em conta tanto a organizao e expanso (1808-1812), quanto a consolidao e estabilizao (1812-1821) institucional do aparelho governamental.
Apesar de todas essas consideraes, imprescindvel ter claro que as instituies estabelecidas no Brasil com a vinda da famlia real no tinham um funcionamento independente das aes humanas. Suas atividades rotineiras, suas prticas normativas e seu pensamento eram resultado das formas de agir e pensar de indivduos com origens, interesses e aspiraes moldadas por histrias de vida particulares. ados e trajetrias que conservavam inmeras especificidades, sem dvidas. Mas que ainda assim, apesar de distantes na vastido do Imprio ultramarino portugus, guardavam tambm semelhanas entre si, embora nem sempre se dessem conta disso.
No por outra razo que traar o perfil e a trajetria dos membros do Conselho da Fazenda, um dos mais importantes rgos responsveis pela organizao institucional do governo joanino, mostra-se indispensvel, sobretudo para os nossos propsitos de apreenso das ideias e concepes polticas desse Tribunal. Nesse sentido, cremos ser essencial acompanharmos a ideologia de Estado emanada dos componentes dos seus altos crculos decisrios, sem esquecer que o habitus institucional era tambm fruto das vises de mundo daqueles que eram responsveis pelas resolues de maior impacto da instituio. Vises que foram tambm delineadas por meio de prticas e experincias que extrapolavam o perodo das nomeaes para o Conselho, mas que, em seu conjunto, conferiam algum nvel de coeso que fundamentavam uma certa organicidade de pensamento e formas de atuao.
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Esmnia Miranda Ferreira da silva (FUNCIONARIA PBLICA)
OS MANUAIS DE URBANIDADE EM UMA CIDADE DE PIANOS E GRILHES: Os Cdigos de Posturas Municipais na So Lus Oitocentista
Resumo:A organizao do Estado Nacional Brasileiro foi as...
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Resumo:A organizao do Estado Nacional Brasileiro foi assentada num arcabouo poltico-jurdico que foi se constituindo durante o sculo XIX, num esforo de regulamentar as relaes entre os cidados do Imprio, dentro da perspectiva dos princpios liberais que regeram os Estados Modernos, e segundo a lgica racionalista da Modernidade. Nesse contexto que surgem os Cdigos de Posturas Municipais, a partir da necessidade de um novo delineamento jurdico, em nvel local, que reestruturasse as relaes sociais, de produo e a convivncia nas cidades. Na capital maranhense, So Lus, a vida urbana alterou-se substancialmente com o crescimento econmico e populacional decorrentes dos lucros da lavoura de agroexportao de algodo e arroz, na primeira metade do sculo XIX. Essas transformaes aram a exigir, alm de mudanas na estrutura fsica da cidade, mudanas no comportamento de seus habitantes, na dinmica das relaes sociais e nas formas de usufruto do espao urbano, as quais teriam que ser concordantes com uma sociedade urbana, inspirada pelos ideais de civilidade difundidos no perodo. Para alm da alterao do perfil urbano de So Lus, as posturas municipais vo ser determinantes, tambm, na formao de novos padres e valores sociais, os quais iro gerar conflitos entre o ideal de civilizao que se pretendia imitar e as caractersticas de uma cidade eminentemente escravista. Dessa forma, nos propomos a analisar as contradies entre os ideais de civilizao intrnsecos ao projeto modernizante, que se expressou no Cdigo de Postura Municipal de 1842, e as reaes dos citadinos na tentativa de adequao aos novos preceitos de comportamento que se impunham. Onde percebemos que, ao mesmo tempo em que as posturas serviram como mecanismo de adaptao das classes subalternas ao novo ideal de civilizao e para redefinir valores sociais, elas excluam e expurgavam o que era considerado brbaro aos olhos da elite e do Estado, delimitando espaos e definindo fronteiras, o que deixa entrever uma questo muito mais complexa que envolve a prpria estrutura social maranhense, a qual na tentativa de reproduzir valores e padres dominantes consolidou as diferenas socioeconmicas. Questo que nos leva ao nosso segundo ponto de anlise, onde nos ateremos, especificamente, a como as posturas municipais se perfizeram em mecanismos de controle da circulao e dos espaos de sociabilidade e atividades em que predominava a presena dos trabalhadores escravizados, alocados na ampla rede de servios citadinos do perodo e que teve impacto direto na vivncia urbana de So Lus.
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Gustavo Augusto Mendona dos Santos (municpio do ipojuca)
Os juzes eclesisticos da diocese de Pernambuco e seu perfil social: uma anlise dos vigrios gerais do auditrio eclesistico de Olinda no sculo XVIII.
Resumo:O presente trabalho um extrato da tese de doutor...
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Resumo:O presente trabalho um extrato da tese de doutorado defendida por Gustavo Mendona e que tem por ttulo A justia do bispo: o exerccio da justia eclesistica no bispado de Pernambuco no sculo XVIII, tese defendida em fevereiro de 2019 no Programa de Ps-Graduao em Histria da UFPE. Este trabalho tambm compe o projeto PTDC/HAR-HIS/28719/2017, intitulado Religio, istrao e justia eclesistica no imprio portugus (1514-1750)- ReligionAJE, aprovado no mbito do concurso para financiamento de projetos de investigao cientfica e desenvolvimento tecnolgico em todos os domnios cientficos 2017 (H2020 e FCT). Sendo assim, o presente texto um ensaio sobre o perfil dos juzes eclesisticos de Pernambuco, nele ser analisada a origem familiar dos vigrios gerais de Olinda sendo apontados os lugares de nascimento dos pais e avs assim como suas atividades econmicas. Tambm ser apontado nesta pesquisa qual era o nvel de formao acadmica dos vigrios gerais do auditrio eclesistico de Olinda, sendo muitos deles doutores pela Universidade de Coimbra, informao que permite comparar o perfil destes juzes com os vigrios gerais das dioceses de Mariana e do Maranho no sculo XVIII. Ainda no tocante formao intelectual foi possvel descobrir nesta pesquisa o que liam os juzes eclesisticos de Olinda, esta informao tornou possvel compara com estas obras com aquelas que aparecem textos e bibliotecas de juristas de outras partes do imprio portugus. Finalmente, nesta pesquisa tambm foi possvel traar as carreiras dos membros da justia eclesistica de Pernambuco, quais ofcios exerceram, como cada funo influenciava na ascenso e tambm se em algum momento foram alvo de investigao judicial, pois as transgresses de normas eram prticas comuns ao clero secular no perodo estudado, sendo vrios deles alvos da prpria justia episcopal ou do tribunal do Santo Ofcio. Assim, este texto constri a partir de fontes diversas uma imagem clara e objetiva dos vigrios gerais da diocese de Olinda e seu percurso social, desde suas origens socioeconmicas at o longo caminho de estudos universitrios na Universidade de Coimbra e os exerccio de cargo na istrao e justia diocesana.
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Mrcia Aparecida de Souza (SEEDUC-RJ), Henrique Cunha Junior (Universidade Federal do Cear)
Festana de famlia negra tradicional do interior: Sociabilidade, memria e histria
Resumo:MRCIA APARECIDA DE SOUZA
HENRIQUE CUNHA JUNIOR
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Resumo:MRCIA APARECIDA DE SOUZA
HENRIQUE CUNHA JUNIOR
Este artigo toma como foco uma Festana de Famlia Negra do interior do Estado do Rio de Janeiro. Festana de Famlia Negra um componente do patrimnio cultural, da memria e historia do grupo social negro. Esse termo foi cunhado para representar reunies festivas de grupos de compromissos das populaes negras, festas que se associam s comemoraes tradicionais e cujas caractersticas culturais demarcadoras so trs categorias conceituais sempre presentes na forte ideia africana de ancestralidade, a sociabilidade, a territorialidade e a associatividade familiar de parentesco biolgico, religioso ou social, essa ltima denominada de grupos de compromisso.
importante refletir sobre as Festanas das famlias que foram ou so consideradas referncias para as populaes negras de lugares como bairros negros ou cidades do interior. Neste estudo, as famlias cones das comunidades negras, que mantm ritos sociais e que conservam hbitos socialmente valorizados, so denominadas de famlias tradicionais negras.
O conceito de famlia africana estendida considera na sua composio as famlias de santo das religies de matriz africana, os compadrios das congadas e marujadas e as irmandades do rosrio de homens pretos. Esses grupos de compromissos influenciaram historicamente a organizao formal ou informal das coletividades negras da sociedade brasileira.
As Festanas desses grupos de compromisso so partes de ritos de sociabilidade, territorialidade e associatividade e um exerccio da memria de famlia, pois elas sempre reatualizam o ado da famlia e do lugar atravs de lembranas, conversas e descries de fatos. So ainda parte de um patrimnio cultural, material e imaterial; possuem uma colunaria especfica; envolvem laos de solidariedade e laos familiares; comportam msicas e cancioneiros prprios e seguem a direo de matriarcas e patriarcas reconhecidos.
Mesmo com todos os elementos destacados, esses momentos de sociabilidade, de territorialidade e associatividade familiar esto se tornando cada dia mais raros e os que resistem encontram dificuldades para aglutinar um nmero maior de membros da famlia, por fatores decorrentes da imigrao ou da desintegrao social dos ncleos familiares, face aos novos desafios da sociedade.
Tambm so raros os registros histricos de famlias negras tradicionais. Em funo da hegemonia cultural eurocntrica, a famlia negra tradicional raramente motivo de enfoque histrico e de registro da sua existncia, como tambm do estudo da sua importncia para a
sociedade local. Nesse sentido de preenchimento da lacuna histrica que se justifica o estudo
apresentado no artigo aqui proposto.
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Patrcia Valim (Universidade Federal da Bahia)
"Repblica Bahinense na Conjurao Baiana de 1798: s possvel ser livre em um governo livre?"
Resumo:Com o ar do tempo, as "alteraes da ordem" - ...
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Resumo:Com o ar do tempo, as "alteraes da ordem" - revoltas, motins, sedies - foram radicalizadas pelas tenses da explorao colonial, das hierarquias que organizam o viver em colnia e do forte sentimento identitrio dos que nasciam e viviam em diferentes regies do territrio do Brasil, de sorte que no final do sculo XVIII, houve um deslocamento no plano da crtica no qual a prpria forma de organizao do poder colonial portugus no Brasil ou a ser questionada e a autoridade rgia atacada. o caso da Conjurao Baiana de 1798, um movimento de contestao deflagrado nas ruas de Salvador na manh de 12 de agosto. O teor dos onze boletins manuscritos afixados em prdios pblicos tocava em pontos extremamente delicados para a governana dos dois lados do Atlntico naquela conflituosa conjuntura, a comear com a mensagem: O Povo Bahinense e Republicano ordena, manda e quer que para o futuro seja feita nesta cidade e seu termo a sua dignssima Revoluo. A informao foi acrescida pela convocao da populao a participar do levante projetado pelo Partido da Liberdade, um grupo heterogneo que se intitulava Annimos Republicanos, que tornou pblico o objetivo da Repblica Bahinense: Animai-vos, povo bahinense, que est para chegar o tempo feliz da liberdade. O tempo em que todos seremos irmos, todos seremos iguais. Em outro boletim, os Entes da Liberdade atacaram diretamente o prncipe regente d. Joo VI: Povos que viveis flagelados com o Pleno poder do Indigno coroado [...], questionando a legitimidade da regncia do Prncipe desde 1792, quando a senilidade de sua me e Rainha, d. Maria I, foi diagnostica. Alm disso, tomaram partido na aliana entre Castela e Frana, e escolheram a Frana revolucionria como a principal nao que encontraria porto aberto para o livre comrcio com a futura Repblica Bahinense. Por isso, em 2019, ano em que o Brasil comemorar o 130 aniversrio da Proclamao da Repblica, pretende-se analisar as ideias de liberdade e igualdade que cadenciaram a "Repblica Bahinense" - uma alternativa de futuro para a crise do Antigo Regime na Bahia, na qual o escravismo foi preservado ainda que tensionado pelo Sufrgio Universal.
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