ST - Sesso 1 - 16/07/2019 das 14:00 s 18:00 187213
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Francisco Alfredo Morais Guimares (UNEB)
30 Anos de Trabalho com Temtica Histria e Cultura Indgena na UNEB: Um Relato Para Alm da Ego-Histria
Resumo:Tomando como base um exerccio de Ego-histria, mi...
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Resumo:Tomando como base um exerccio de Ego-histria, minha proposio nesse artigo discutir questes que considero relevantes sobre o tratamento da histria indgena no mbito educacional, a partir de uma reflexo sobre experincias de ensino, pesquisa e extenso, desenvolvidas ao longo de 30 anos como professor de Histria na Universidade do Estado da Bahia-UNEB. O relato e anlise sobre uma trajetria profissional comprometida com a questo indgena, tem como propsito revelar seu potencial para uma discusso sobre questes que extrapolam o carter pessoal do relato, ao evidenciar os resultados obtidos a partir de uma troca de saberes com sujeitos que aturam de forma colaborativa nas experincias. Nos relatos, dou conta da importncia do dilogo com professores e estudantes de Histria, com professores da Educao Bsica e professores e lideranas indgenas, considerando uma ecologia de saberes, definida por uma relao igualitria com esses sujeitos, seus conhecimentos e contextos de enunciao. Ao transpor os limites do espao fsico da universidade, estabelecendo um contato com diferentes agentes sociais, as atividades de ensino, pesquisa e extenso acadmica aqui apresentadas revelaram sua importncia ao contriburem com a definio de mudanas curriculares nos cursos de Histria da UNEB, no estabelecimento de polticas de ao afirmativa para os povos indgenas no mbito da universidade e na qualificao da educao escolar indgena. Entre outras questes, destaco a importncia da pesquisa sobre o ensino de histria indgena e a produo de materiais didticos, pautados em um exerccio historiogrfico, no qual o ensino de histria assume a perspectiva pedaggica problematizadora proposta por Paulo Freire, ao enfatizar a realizao de um aprendizado dialgico, baseado em uma experincia sensvel, vivenciada pelo aluno, considerando-o como sujeito na produo de sentidos, pensando e sentindo atravs de seus processos de imaginao criativa. Do ponto de vista terico, essa perspectiva contempla questes que envolvem a problemtica da construo de esteretipos e a invisibilidade dos povos indgenas na historiografia e ensino de Histria, tendo como e a teoria das representaes proposta por Roger Chartier. Nesse sentido, h uma nfase nas experincias apresentadas, na aplicao da anlise histrica de fontes iconogrficas, abordando a questo da imagem e dos sentidos da cultura visual e a importncia dos recursos imagticos e da imaginao no estudo da histria indgena e na produo de materiais didticos.
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Halisson Seabra Cardoso (Secretaria de Educao do Estado da Paraba)
Escola de ndios: modos de ver a experincia da educao escolar indgena entre os Potiguara do Catu dos Eleotrios.
Resumo:A Constituio Brasileira de 1988 clara quando r...
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Resumo:A Constituio Brasileira de 1988 clara quando reconhece aos indgenas de todo territrio nacional seu direito diferena. So diversas as lutas enfrentadas pelos diversos povos indgenas espalhados pelo territrio brasileiro, essas lutas revelam conquistas e adversidades. Algumas das ameaas que se estendem sobre a autonomia dos povos indgenas brasileiros na construo de sua prpria histria so as polticas pblicas para ndios, entre elas a educao escolar nas aldeias. A escola, sendo uma instituio externa realidade histrica nessas comunidades, pode ameaar os grupos a quem ela abrange se tornando, como diz Gallois, uma armadilha para a domesticao de conhecimentos. Por outro lado, se esta escola for inserida na realidade dos grupos indgenas atendendo suas demandas e respeitando um carter diferenciado, em que cada comunidade escolhe a escola que quer, esta instituio pode ser uma ferramenta de empoderamento para a autonomia. Tendo em vista os efeitos desta abrangente poltica indigenista, busquei analisar na minha pesquisa de mestrado o impacto de uma escola indgena em seu potencial carter diferenciado no desenvolvimento de uma comunidade indgena. A instituio escolhida para tal anlise foi a escola indgena Joo Lino da Silva na comunidade Catu dos Eleotrios, localizada entre os municpios de Goianinha - RN e Canguaretama RN. A escola Joo Lino da Silva a primeira escola indgena diferenciada do estado do Rio Grande Norte, iniciando suas atividades com carter diferenciado no ano de 2009, quando ento, toda uma poltica didtico-pedaggica teve de ser reformulada com o fim de se enquadrar nos dispositivos legais da Educao nacional brasileira para os povos indgenas; neste sentido, justifica-se o recorte temporal da pesquisa, entre 2009 e 2018, desde o efetivo funcionamento da escola indgena Joo Lino da Silva at o fim da pesquisa no ano de 2018. Este artigo apresenta um relato da minha experincia junto a escola indgena localizada na comunidade Potiguara Catu dos Eleotrios e foi realizado por meio de leituras tericas e metodolgicas com base na Nova Histria indgena, na legislao educacional a respeito da educao escolar indgena e no acompanhamento da realidade educacional na unidade escolar supracitada.
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Maria Luiza Fernandes (UFRR)
O ensino de histria indgena nas escolas pblicas de Roraima
Resumo:Muito antes do advento da Lei 11.465/2008, os povo...
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Resumo:Muito antes do advento da Lei 11.465/2008, os povos indgenas do Norte do Brasil, em 1991, reivindicavam que nas escolas de no ndios fossem corretamente tratadas a histria e cultura dos povos indgenas, de maneira a acabar com os preconceitos notrios e constantes a tais povos. Naquela ocasio, essa questo j era uma preocupao dos professores indgenas da Amaznia, que tornaram pblica na Declarao de Princpios dos Povos Indgenas do Amazonas, Roraima e Acre. Dezessete anos depois, tal problemtica adicionada a Lei 10.639/2003, que tinha por escopo a histria e cultura afro-brasileiras. Da promulgao da Lei aos dias atuais j se aram mais de dez anos e a pergunta que fica o que efetivamente mudou nas aulas de histria? Roraima o estado que apresenta o maior contingente indgena, proporcional ao nmero de habitantes, estando na faixa de 12% da populao, com dez povos habitando esse espao, Macuxi, Yanomami, Wapichana, Sapar, Taurepang, Wai-Wai, Waimiri-Atroari, Patamona, Inagaric e Yekuana. No seria exagerado afirmar que se trata tambm de um dos estados mais preconceituosos e violentos para com essa populao. O que torna o ensino da histria e cultura indgenas de relevncia mpar. No entanto, nossas pesquisas tm apontado que pouco mudou no que diz respeito a insero desse tema nas aulas de histria, colocando em destaque, os professores, trs pontos: 1) falta de formao/capacitao, argumentando que no tiveram o a tais contedos em sua graduao, bem como a falta de formao continuada; 2) falta de material didtico, enfatizando que no estado no h um livro didtico sobre a histria de Roraima, e; 3) a polmica que tal assunto motiva, tendo em vista ser uma questo bastante discutida nos diversos espaos da sociedade, sobretudo devido as demarcaes e homologaes de Terras Indgenas que, em Roraima, perfazem aproximadamente 46% do territrio. Mesmo concordando parcialmente com esses argumentos, parto da hiptese que o que tem levado os professores a no trabalharem a temtica a pouca relevncia que atribuem a questo, considerando, ainda, que os temas tradicionais so mais importantes. Cenrio que precisa ser modificado a partir de mais pesquisas e produes e interface com as escolas.
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Maria Regina Celestino de Almeida (UFF)
Histria Indgena no Brasil: avanos e desafios das conexes historiogrficas na pesquisa e no ensino
Resumo:Embora nas ltimas dcadas os estudos histricos s...
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Resumo:Embora nas ltimas dcadas os estudos histricos sobre os ndios no Brasil tenham se ampliado consideravelmente, ainda so poucos os historiadores especializados em outros temas que incluem os ndios em suas anlises. Alguns captulos sobre os ndios j vm sendo includos em coletneas abrangentes que tratam de diferentes temas da histria do Brasil, a exemplo do que j acontece na historiografia sobre Amrica espanhola, h algumas dcadas. Isso aponta para lentas mudanas no sentido de valorizar a presena indgena em nossa Historiografia, porm a idia de separao entre uma histria indgena e outras histrias ainda se mantm e constitui, a meu ver, um desafio para os historiadores. Afinal, se os avanos historiogrficos nas diversas reas da histria tm contribudo para repensarmos as histrias dos ndios, estas ltimas vo, cada vez mais, produzindo conhecimentos que possibilitam repensar vrios outros temas. Esta comunicao visa a discutir essas questes, procurando identificar os avanos e os desafios dos dilogos e conexes historiogrficas entre a histria indgena e outros campos do saber histrico, enfocando tambm questes relativas ao ensino da histria. Pretende-se priorizar algumas reas mais diretamente relacionadas s pesquisas sobre os ndios, com nfase sobre a histria da escravido africana e do ps-abolio. Alm de compartilharem os mesmos referenciais terico-metodolgicos e conceituais, as pesquisas mais recentes sobre ndios e negros no Brasil e na Amrica, tanto no campo da Histria quanto da Antropologia, tm demonstrado as intensas interaes entre eles. Isso aponta para a importncia do estreitamento do dilogo entre os especialistas e de uma maior articulao entre suas histrias. Da colnia aos nossos dias, povos e indivduos indgenas e africanos reelaboraram suas culturas, identidades e redes de sociabilidade, atravs de processos de interao intensa entre si e com outros atores sociais. Movimentos de reafirmao tnica de ndios e afrodescendentes multiplicam-se, hoje, no Brasil e na Amrica, incentivados pelas constituies dos vrios pases do continente que, reconhecendo a pluralidade tnico-cultural de seus respectivos estados, asseguram-lhes direitos coletivos. Esses movimentos evidenciam aes polticas desses grupos e convidam os intelectuais a repensarem suas intensas interaes tnicas e sociais em perodos anteriores. Como vrios estudos tm revelado, quando se considera indgenas e africanos como partcipes dos mesmos processos analisados, temos uma compreenso mais ampla e complexa sobre esses mesmos processos. Alm de ampliar o dilogo e articular historiografias, o historiador deve, ainda, enfrentar o desafio de levar essas discusses s salas de aula.
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Taysa Kawanny Ferreira Santos
Memrias presentes no cotidiano da Educao Escolar indgena dos Kariri-Xoc.
Resumo:Esta pesquisa objetivou analisar as memrias narra...
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Resumo:Esta pesquisa objetivou analisar as memrias narradas nos es didticos elaborados pelos indgenas Kariri-Xoc/AL. Para tanto, foi necessrio conceituar memrias no campo da histria e do pensamento indgena; identificar as memrias narradas e vinculadas nos es didticos dos Kariri-Xoc/AL e entender os significados das narrativas veiculadas nos es didticos para Educao Escolar Indgena diferenciada e intercultural. Este estudo orientou-se pela abordagem da pesquisa qualitativa em Educao e ancorou-se nos pressupostos da fenomenologia-hermenutica porque objetivou evidenciar os significados atribudos pelos sujeitos ao fenmeno pesquisado. Tratou-se de um estudo de caso em que adotou-se uma postura etnogrfica de pesquisa, na inteno de valorizar a escuta, as observaes e o respeito s prticas culturais. A pesquisa foi desenvolvida com o povo Kariri-Xoc que habita o territrio indgena no municpio de Porto Real do Colgio, regio Leste de Alagoas, a cerca de 180 km da capital Macei. Ao analisar as memrias narradas e veiculadas no e didtico produzido pelos indgenas Kariri-Xoc ficou evidenciado que os significados atribudos s memrias esto relacionados histria produzida coletivamente no percurso do modo de Ser e viver Kariri-Xoc. Assim, observaram-se nas narrativas analisadas que as memrias registradas correspondem a trs importantes aspectos da vida do povo Kairi-Xoc: as memrias de origens; as memrias do ser e do viver e as memrias do conviver. Entre as memrias de origens situam-se as narrativas que dizem de sua ancestralidade, de sua cosmologia, de sua histria e de sua memria recente. Nas memrias do ser e do viver, pelas palavras dos mais velhos e dos mais novos, esto as narrativas de como vivem os Kariri-Xoc no tempo presente em relao a um ado de abundncias. Presente que encerra uma denncia da precarizao da vida pela negao dos direitos indgenas. Nas memrias do conviver, as narrativas apontam para as relaes entre si e com os outros seres humanos e no humanos. A pesquisa tambm apontou a participao de professores/as indgenas e lideranas como agentes envolvidos na/e com a escola no protagonismo de efetivar Educao Indgena diferenciada e intercultural.
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Valria Moreira Coelho de Melo (Universidade do Sul e Sudeste do Par)
O protagonismo indgena e a ambiguidade da Escola: reflexes sobre a relao dos povos indgenas com a escolarizao
Resumo:A despeito dos impactos da conquista e da crnica...
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Resumo:A despeito dos impactos da conquista e da crnica da extino (Monteiro, 2012) narrada desde os tempos coloniais, a populao indgena no apenas continua a existir, como tem crescido consideravelmente nos ltimos anos. Em oposio imagem de sujeitos ivos frente a histria e aos efeitos do contato, esses povos resistem por meio da constante reelaborao de suas formas de luta poltica e de organizao sociocultural. A partir da dcada de 1970, ganharam visibilidade no cenrio poltico nacional e internacional por meio da mobilizao de vrias organizaes indgenas que, desde ento, comearam a surgir. Esse processo foi fundamental para viabilizar conquistas importantes na Constituio Federal de 1988. Algumas delas esto relacionadas ao campo da educao escolar. O reconhecimento e o direito especificidade sociocultural garantido aos ndios no texto constitucional, abriu caminho para uma srie de polticas pblicas diferenciadas que, dentre outras coisas, tornaram possvel uma maior participao dos diferentes povos nos projetos educacionais implementados nas escolas situadas em suas aldeias. Um reflexo desse processo sem dvida a ampliao da escolarizao da populao indgena no pas. A crescente demanda deste pblico, no apenas pela educao bsica, mas tambm por cursos de graduao e ps-graduao, exemplifica bem esse fato. ampla a discusso sobre esse tema em diferentes reas. No h, entretanto, consenso sobre vrios aspectos que o pera. Os efeitos desse processo sobre as formas de organizao sociocultural um dos que desperta debates acalorados. A despeito da ausncia de consenso e respostas, a escolarizao avana. Na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Par, para alm da presena dos alunos indgenas, so comuns as solicitaes de diferentes povos da regio por assessorias e/ou cooperaes voltadas para a educao escolar oferecida em suas aldeias. Um dos aspectos que chama ateno nestas demandas certamente a disparidade das expectativas de cada povo em relao escolarizao. possvel observar que a diferena dos modelos de escola vislumbrados, est muito relacionada com as particularidades da histria e trajetria de cada povo. Nesta perspectiva, a presente comunicao, a partir de um contexto especfico, prope uma reflexo sobre a relao dos povos indgenas com a escolarizao e a insero da universidade neste contexto. Dialogando com a antropologia e na esteireira das discusses da chamada Nova Histria Indgena, que enfatizam o protagonismo indgena frente aos eventos histricos, pretende-se mostrar como as reinvindicaes que chegam universidade, inserem-se em um contexto mais amplo e apontam para a luta desses povos por autonomia e afirmao poltico-identitria.
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ST - Sesso 2 - 17/07/2019 das 14:00 s 18:00 1e5t6h
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Carlos Fernando dos Santos Jnior (Secretaria de Educao do Estado de Pernambuco)
Bravos, Rebeldes, Vassalos ou Cidados Sem terras? As imagens e discursos sobre os ndios de Pernambuco nos Sculos XVIII E XIX.
Resumo:Uma pergunta: Como seria um ndio? No documentrio...
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Resumo:Uma pergunta: Como seria um ndio? No documentrio As caravelas am (2002) uma pergunta semelhante foi feita s diferentes pessoas que transitavam pela Cidade de Fortaleza, no Cear. Cada uma das entrevistadas descreveu a sua imagem de como seria um ndio. Em resumo, no entendimento das pessoas ouvidas, o ndio teria a pele morena e cabelos longos e negros, era um ser humano diferente, usava colar de penas e roupas esfiapadas (em trapos), comiam carne crua, vivem na Amaznia, etc. Um dos entrevistados deu uma opinio com a entonao de preocupao, quando afirmou enfaticamente que o ndio carecia da Palavra de Deus!.
possvel ficarmos surpresos que em pleno no sculo XXI, muitos brasileiros/as enxergam e tratam os povos indgenas no Brasil como sujeitos aprisionados anacronicamente a um ado considerado superado. E quando se fala sobre a existncia de ndios no Nordeste, algumas pessoas ficam chocadas a ponto de considerar um absurdo. Isto fruto de uma educao escolar no Brasil, de prticas pedaggicas, ainda vinculadas aos conceitos histricos e antropolgicos do sculo XIX (SILVA, 2017). A Lei n 11.645/2008 tornou obrigatrio o estudo da histria e das culturas afro-brasileira e indgenas nas escolas pblicas e privadas. Significando um avano, mas os livros didticos de Histria e os professores da disciplina, continuam evidenciando a presena dos povos indgenas apenas no incio da Histria do Brasil e no ao longo da mesma.
A forma de contar a histria dos ndios no Brasil, ainda presente em muitos estabelecimentos de ensino no pas, internalizou o pensamento de intelectuais do sculo XIX. A exemplo, Francisco Adolpho de Varnhagen e Carl Friedrich Von Martius defendiam a tese do desaparecimento das populaes indgenas no Brasil num futuro prximo e estabeleceram o contraste entre o ndio tupi ancestral mtico do povo brasileiro e os grupos indgenas contemporneos, representados negativamente (MONTEIRO, 2001).
A Lei n 11.645/2008 contribui para assegurar que a cultura e a histria dos ndios no Brasil sejam ensinadas nas escolas. Um ensino pautado na desconstruo de velhas interpretaes sobre as culturas indgenas e preconceitos historicamente construdos. Coadunando com a proposta da citada Lei, o presente texto analisa as imagens e discursos acerca dos ndios no Serto de Pernambuco, construdas pelas legislaes indigenistas entre os sculos XVIII e XIX. E tambm problematizar as conhecidas classificaes de ndios mansos e ndios brbaros, conceitos citados na documentao colonial, antes de qualquer coisa, serviam para identificar quais grupos nativos seriam os aliados e aqueles resistentes colonizao.
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Edith Adriana Oliveira do Nascimento (SEDUC/PA)
Histria Indgena no Ensino de Histria: h lugar para temporalidades outras nos livros didticos de histria?
Resumo:Abordamos aqui o tempo como dimenso especfica do...
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Resumo:Abordamos aqui o tempo como dimenso especfica do trabalho do historiador e a periodizao como ferramenta para o ensino de Histria, especificamente no que diz respeito ao que tem sido denominado pr-histria do Brasil, com recorte sobre a histria regional da Amaznia. A partir da anlise de livros didticos do PNLD, discutimos essa denominao e suas implicaes, sobretudo na invisibilizao desse perodo enquanto Histria Indgena. Refletimos sobre dificuldades tericas e metodolgicas na insero desta no currculo escolar no contexto da Lei 11.645, que obriga o estudo da Histria e Cultura Afro-Brasileira e Indgena no Ensino Bsico.
Considerando os livros didticos como principal material didtico vel ao pblico escolar, e ao mesmo tempo como produto de mercado que visa atender uma demanda nacional, problematizamos aqui a forma como tem sido abordados nestes materiais temas ligados ao ado remoto da Amaznia, assim como as fontes que lhe do base. A pesquisa vem sendo feita sobre livros do PNLD disponibilizados na rede pblica estadual em Belm do Par, e integra a dissertao em desenvolvimento no Mestrado Profissional em Ensino de Histria (PROFHISTRIA). Em razo do recorte proposto, buscamos discutir aspectos que do fundamento ao projeto, como por exemplo, as formas de produo de conhecimento sobre as sociedades indgenas originrias, provenientes na maioria do campo da Arqueologia, e as dificuldades para incluso da Histria Indgena na prtica do ensino de Histria, nos livros didticos e na sala de aula.
Autores como Le Goff, Marc Bloch e Antoine Prost ressaltam o quanto a histria caracterizada essencialmente por sua dimenso diacrnica, e pela objetivao do tempo em tempo histrico. Temos identificado na periodizao, uma principais ferramentas nesse processo de objetivao, uma questo que incide diretamente sobre a insero da temtica indgena nos currculos escolares de Histria e na organizao dos livros didticos. H grande influncia ainda de uma periodizao tradicional, tributria da viso de mundo Iluminista, que tem se mostrado difcil de superar. Modelo que reflete uma temporalidade europia, eurocntrica, que pela fora se imps sobre muitas, desconsiderando temporalidades dos mundos colonizados.
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Eduardo Natalino dos Santos (Universidade de So Paulo)
Comparaes entre os povos indgenas do Brasil e os incas, maias e astecas na formao dos professores e nos livros didticos de Histria
Resumo:Nas ltimas duas ou trs dcadas, testemunhamos al...
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Resumo:Nas ltimas duas ou trs dcadas, testemunhamos alguns avanos em relao ao modo como os povos amerndios so tratados nos livros didticos do ensino fundamental e mdio e nos cursos universitrios de formao de professores de Histria, tais como: as avaliaes dos livros didticos de Histria pelo MEC; a lei 11.645, que determina a obrigatoriedade da incluso da histria e cultura afro-brasileira e indgena nos currculos da rede oficial de ensino; e a crescente presena de disciplinas especificamente voltadas para a Histria indgena nos cursos universitrios de formao de professores de Histria. No obstante esses avanos no mundo acadmico e escolar, os questionamentos de direitos indgenas estabelecidos desde a Constituio de 1988 ganharam fora social e poltica nos ltimos anos. Tais questionamentos, infelizmente, encontram apoio ou contam com a indiferena de uma parcela significativa da populao brasileira de no indgenas. Muito desse apoio ou indiferena se ancora em memrias histricas compartilhadas de modo bastante amplo e difuso, cuja construo e manuteno so obras de agentes que no se encontram apenas na academia ou no mundo escolar, como os meios de comunicao de massa. Nessas memrias sociais gerais, muito comum que os indgenas sejam vistos como entraves ao desenvolvimento econmico, incapazes intelectualmente, apegados a crendices ou idolatria, entre outros esteretipos que seguem vigorosamente presentes na grande mdia e na opinio pblica. Pode o ensino escolar contribuir de modo ainda mais incisivo para a transformao das memrias sociais dos no indgenas sobre os indgenas? Quais histrias dos indgenas esto sendo ensinadas aos futuros professores de Histria nas universidades? Elas do conta de desconstruir e combater apenas os esteretipos mais grosseiros e evidentes, como os que mencionamos, ou tambm os mais sutis e implcitos, como os que esto presentes quando os modos de vida dos povos e naes indgenas do Brasil so comparados com os das chamadas civilizaes andinas (incas) e mesoamericanas (maias e astecas)? Essa comunicao apresentar reflexes sobre a formao atual dos professores de Histria e sobre a presena da histria indgena em livros didticos, particularmente no que diz respeito ao contato que estabelecem com a Histria indgena em sua dimenso comparativa, ou seja, a que coloca em perspectiva a histria e cultura dos indgenas do Brasil com a dos indgenas das chamadas civilizaes mesoamericanas e andinas, temas frequentemente presentes nos cursos de licenciatura e bacharelado em Histria e nos currculos do ensino fundamental e mdio.
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Fernanda Pereira da Costa (Prefeitura de So Paulo)
O ensino de histria indgena nas propostas curriculares oficiais do Brasil (2008-2016)
Resumo:A apresentao desta comunicao oral visa apresen...
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Resumo:A apresentao desta comunicao oral visa apresentar o andamento da pesquisa de mestrado cujo objetivo analisar os contedos que tratam das histrias e culturas dos povos amerndios que habitam e habitaram os territrios do Brasil e da Amrica em vinte e trs propostas curriculares de Estados brasileiros e do Distrito Federal do Ensino Fundamental II e Mdio, feitas a partir de 2008. Com essa anlise, buscaremos mapear como o ensino de histria indgena se apresenta nas propostas curriculares. O recorte temporal foi escolhido a partir da promulgao da lei 11.645/08 que estabeleceu a obrigatoriedade do ensino de histria e cultura afro-brasileira e indgena na educao bsica do pas.
Apesar de a lei definir a obrigatoriedade de histria e cultura dos povos indgenas do Brasil, os povos amerndios aparecem no ensino de Histria em vises comparativas, que chegam a hierarquiz-los, muitas vezes apresentando incas, maias e astecas, por exemplo, como culturas superiores. Neste sentido, entendemos que importante mapear como um todo o discurso sobre histria indgena presente nas propostas curriculares, incluindo, alm dos povos do Brasil, os povos da Amrica em geral.
As fontes da pesquisa consistiro em propostas curriculares da rede pblica de Estados brasileiros, o que pode, em alguns casos, incluir materiais didticos como as de So Paulo e Rio Grande do Sul. Alm das propostas curriculares de Histria, nos interessa pensar nas diretrizes gerais que embasam os documentos, assim como as discusses tericas que envolvem sua elaborao.
Interessa-nos diagnosticar quais discursos so construdos sobre as populaes amerndias nestes documentos. Neste sentido, nos caberia indagar: As populaes indgenas so tratadas como sujeitos histricos ou meramente reagem ao do colonizador? So levados em considerao aspectos da histria, cultura e valores das sociedades amerndias? H hierarquizaes no tratamento das diversas populaes? Existe um reconhecimento da diversidade tnica, cultural e poltica das populaes indgenas? Quais so as relaes entre a iconografia, os textos e atividades propostas? Em quais momentos e ocasies histricas essas populaes aparecem? O material leva em considerao a presena das populaes indgenas na contemporaneidade? Quais as diferenas de propostas e abordagens sobre tais contedos entre os diferentes Estados brasileiros? Tais questionamentos servem de baliza nossa busca por responder ainda que parcialmente, como e se circulam os saberes (e quais so) sobre histria e cultura indgena fomentados pelos Estados educao pblica bsica.
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Thais Elisa Silva da Silveira (Prefeitura Municipal de Duque de Caxias)
Povos indgenas, legislao e currculo no ensino de histria
Resumo:Vemos na atualidade uma crescente produo de pesq...
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Resumo:Vemos na atualidade uma crescente produo de pesquisas voltadas para o ensino da temtica indgena, estimulada pela lei 11.645/08, que torna obrigatrio o ensino da histria e cultura indgena em todas as escolas da educao bsica. Considerando as leis e os currculos escolares como importantes instrumentos legitimadores de polticas pblicas e de prticas educativas, podemos afirmar que a referida lei foi um importante o para a ampliao do debate em torno de uma reviso dos contedos ensinados sobre as populaes indgenas na escola.
Para alm da lei 11.645/08, diversas leis, diretrizes e currculos foram criados nos ltimos tempos. Estes nos ajudam a refletir sobre as disputas e conflitos existentes dentro da sociedade brasileira no que tange as populaes indgenas tanto no que se refere a educao escolar dessas populaes, quanto na construo de um novo papel para elas na memria nacional. Apesar da inegvel importncia destes documentos legais, muitas vezes esto repletos de equvocos e preconceitos sobre os indgenas, quando no os invisibilizam ou retiram o seu protagonismo na luta por polticas pblicas voltadas a eles prprios. As Diretrizes Curriculares para a Educao Escolar Indgena, por exemplo, tratam preferencialmente das escolas especficas indgenas e apenas em um pequeno trecho se refere a presena de indgenas em escolas no especficas.
Sendo assim, um dos pontos ressaltados nesta pesquisa a invisibilidade das populaes indgenas fora de espaos que comumente so atribudos a elas, que se reflete no s nestes documentos mas na sociedade em geral. O esteretipo que mantm os indgenas presos nas florestas e no ado, dificulta muito a compreenso e aceitao da presena destes povos convivendo diariamente com o restante da populao. Raramente so pensados como alunos sentados nos bancos das escolas regulares misturados com outros alunos. Isto torna impossvel a criao de estratgias que contemplem as necessidades destes alunos.
Ao analisar alguns documentos, este trabalho pretende observar as possibilidades de utiliz-los em benefcio das populaes indgenas, os aproximando dos conceitos de dever de memria e dever de histria. Alm disto, tenta ressaltar a importncia e urgncia de reformular a maneira como estes povos so tratados no ensino de histria e especialmente em sala de aula, pensando o indgena no s como o Outro, mas considerando os indgenas como pessoas presentes, ocupando diversos espaos em nossa sociedade.
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Vincius Aguiar Vasconcelos Carneiro (fabel)
De Gentio a quase gente: o ndio nas lies de um professor de histria no segundo reinado.
Resumo:Reconheo que a escola produtora de um saber, e ...
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Resumo:Reconheo que a escola produtora de um saber, e que ns professores temos de um importante papel na produo deste saber escolar, que tem como uma importante caracterstica a legitimao de estratgias discursivas. Este trabalho tenta entender um pouco sobre o papel do professor escolar, em especial de histria, na construo deste do ndio como um apelido discursivo na narrativa da histria ensinada e faz parte de uma pesquisa de documentos produzidos por professores de escolas e/ou colgios que tenham como temtica a histria e abordem o ndio em sua narrativa. Me proponho ento a fazer uma anlise do discurso, como proposta por Foucault, onde desenvolvo uma reflexo do discurso sobre o ndio na narrativa histrica escolar. Este trabalho a anlise de um destes documentos selecionado pela pesquisa, o Livro o Livro Lies de historia do Brazil para uso dos alumnos do Imperial Collegio de Pedro Segundo escrito por Joaquim Manuel de Macedo, no ano de 1861. Meu objeto a nomeao ndio, e o que busco compreender como as camadas dos ados vo se sobrepondo e interferindo na forma deste discurso entre professores percebendo as disperses e regularidades deste discurso na narrativa da histria na escola. Como referencial terico para analisar quem foi o professor, me pautei nos trabalhos de Mattos sobre o professor Macedo; para as consideraes dobre o ensino de histria na poca imperial tive como referncia os escritos de Bittencourt; para as anlises do discurso do professor, me pautei no conceito de Biblioteca Colonial proposto por MBokolo, mas principalmente em Mudimbe em seu livro A inveno de frica, e no livro As Barbas do Imperador de Lila Schwarcz. As obras Os ndios na histria do Brasil de Maria Celestino de Almeida e Histria do ndio no Brasil de Manuela Carneiro da Cunha representaram importantes marcos terico para refletir sobre como a histria dos povos originrios se articularam ao longo do tempo com o discurso conservador apresentado pelo autor da obra. Este trabalho no se prope a reforar o discurso conservador sobre o ndio, mas entender como o mesmo discurso vai se constituindo dentro da narrativa do professor de histria na escola.
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ST - Sesso 3 - 19/07/2019 das 08:00 s 12:00 4c3kw
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Glauber Lima dos Anjos (PUC-RIO - Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro)
O "Projeto Quiva e Lai" - Histria Indgena e Conscincia Histrica
Resumo:Este trabalho apresenta os primeiros resultados da...
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Resumo:Este trabalho apresenta os primeiros resultados da pesquisa que estou desenvolvendo no Mestrado Profissional em Ensino de Histria (PROFHISTRIA). A pesquisa est centrada na anlise crtica de uma prtica pedaggica desenvolvida por mim: o Projeto Quiva e Lai. Esse projeto teve uma primeira realizao no segundo semestre de 2018 junto com os alunos do nono ano do ensino fundamental de duas escolas pblicas localizadas no municpio de Itagua/RJ a partir de uma narrativa da tradio oral dessa cidade: a lenda de Quiva e Lai. A lenda de Quiva e Lai, como toda narrativa da tradio oral, pode apresentar verses diferentes. No entanto, a estrutura se mantm a mesma. No caso da lenda de Quiva e Lai, as mltiplas verses iro contar a histria de um casal de indgenas defendendo sua aldeia da ameaa de invaso pelos homens brancos. A histria contada na lenda se confunde com a prpria histria da cidade. Itagua um municpio que tem uma histria intimamente ligada aos indgenas. Em seu territrio ficava a Aldeia de So Francisco Xavier de Itinga, pertencente aos padres jesutas da Fazenda de Santa Cruz/RJ. Essa aldeia, aps uma srie de conflitos por terra, foi declarada extinta em 1834. Recentes pesquisas acadmicas, no entanto, apontam para a permanncia de indgenas na regio mesmo aps o fim da aldeia. Tal perspectiva se insere na preocupao elaborada por historiadores, visando superar aquilo que foi chamado por John Manuel Monteiro de crnica da extino. Nesse sentido, um problema a investigar seria como, nas aulas de Histria, os professores podem contribuir para a superao de um entendimento que torna os indgenas invisveis na contemporaneidade, presos a um ado colonial e agentes ivos diante das tramas da Histria. Na esteira dos pressupostos da Nova Histria Indgena, neste trabalho, ser feita uma anlise inicial dos efeitos prticos provocados pelo trabalho com a lenda de Quiva e Lai no contexto escolar a partir de aulas de Histria no ensino fundamental. luz das contribuies tericas de Jrn Rsen, ser investigado como o Projeto Quiva e Lai pde contribuir para a ampliao da conscincia histrica dos alunos no que diz respeito histria indgena. Este artigo se prope a apresentar um primeiro diagnstico dos sentidos prticos que teriam sido elaborados pelos alunos a partir da aprendizagem resultante do Projeto Quiva e Lai. Analisar-se- as estratgias de ensino e as etapas de aprendizagem que teriam levado os alunos a compreenderem, sobretudo, que os indgenas so sujeitos ativos e presentes na Histria.
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Hugo Emmanuel da Silva (Prefeitura Municipal do Ipojuca)
Rede de saberes: um estudo sobre os conhecimentos histricos estudantis na cibercultura acerca dos povos indgenas no Brasil.
Resumo:Este trabalho, resultante de uma pesquisa em andam...
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Resumo:Este trabalho, resultante de uma pesquisa em andamento, objetiva analisar a potencialidade pedaggica de ferramentas da cibercultura, especificamente o aplicativo de mensagem wathsapp, no ensino de histria, sobre a temtica indgena, visando estudantes do 9 ano do Ensino Fundamental. Ciente que as redes sociais online so uma realidade na sociedade como um todo e com as redes, para as redes e pelas redes esto direcionadas diversas atividades cotidianas dos estudantes, perguntamos inicialmente: deve a escola e o professor de Histria se posicionar de que forma diante dessa nova realidade social e escolar? Na nsia de responder essa e uma srie de perguntas relacionadas, dialogamos com estudiosos da rea da Comunicao, Informao e Sociologia em busca de olhares que contribussem nas respostas de forma a no cristalizar vises que quase sempre veem essas ferramentas como modismo, um mero recurso tcnico de ensino aprendizagem, ou ainda, como prejudiciais ao ensino. Ao tempo em que procuramos entender a atual sociabilidade e cognio advinda da cibercultura, buscamos perceber como o jovem estudante se insere em seu meio, repleto de dispositivos tecnolgicos interligados rede mundial de computadores e acreditamos que embora haja uma situao que o coloca a merc de uma quantidade infinita de informaes, tal situao no determinante. Destarte, inserido nesse campo social virtualizado, o estudante age, interferindo. Fizemos tambm um exerccio de reflexo sobre o ensinar histria, rea complexa, repleta de crticas e interesses internos (da Histria e da Pedagogia) e externos (Estado, mercado, pais e mes de alunos, etc.) e acreditamos que a histria possui carter intrinsecamente educativo e faz-se equivocado quando o ensinar histria no possui conexes com as realidades sociais que permeiam a sociedade. Assim, o ensino de histria mais produtivo quando se projeta a uma formao que provoque o estudante a pensar historicamente, possibilitando um olhar crtico reflexivo do seu meio. Num segundo momento, imbudos do que determinou a Lei n 11.645/08, indagamos: qual parte cabe temtica indgena no ensino de histria numa realidade em que os alunos possuem em seus dispositivos um dilvio de informaes? Discutimos sobre o ensino da temtica indgena e como realiz-la em ambiente escolar no intento de no reproduzir silenciamentos e esteretipos acerca dos povos indgenas. Bastante cara a esse nosso posicionamento foi a contribuio de autores com olhar decolonial sobre o ensino, que compreendem os povos indgenas em suas sociodiversidades, superando narrativas que os secundarizam ou omitem o papel enquanto sujeitos sociopolticos na Histria do Brasil.
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Jonathan de Frana Pereira (Secretaria de Educao, Esporte e Cultura da Paraba)
Educao, Pertencimento e Identidade Indgena: dilogos com uma Educadora Potiguara
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Da dcada de 1970 at a atualidade, ocorre uma e...
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Resumo:
Da dcada de 1970 at a atualidade, ocorre uma efervescncia da identidade tnica indgena, atravs das mobilizaes pelo reconhecimento de suas terras e de suas especificidades culturais. Essa ebulio, provocou a um crescimento substancial de diferentes etnias e autodenominaes, muitos das quais eram negadas. Apesar de continuarem ameaadas, sua autoafirmao favoreceu tambm a um crescimento exponencial de sua populao da dcada de 1990 para c. Esse crescimento no poderia ser compreendido apenas como um efeito demogrfico (ou seja, crescimento vegetativo), mas a um possvel crescimento no nmero de pessoas, as vezes de grupos inteiros que aram a se se reconhecerem e se autoafirmaram como indgenas, inclusive nas reas urbanas do pas. Entre os diversos povos esto os Potiguara, cuja maior parte habita atualmente na Paraba, mais especificamente nos municpios da Baa da Traio, Marcao e Rio Tinto.
Este trabalho foi desenvolvido a partir da experiencia no Mestrado Profissional de Histria (ProfisHistria) pela UFRN e tem como objetivo apresentar possibilidades de abordagem sobre o ensino acerca da histria dos povos indgenas em salas de aula da Educao Bsica. Neste se oferece subsdios para transformar representaes e esteretipos cristalizados sobre estes grupos, assim como se faz apontamentos sobre formas de constituio das identidades indgenas, especialmente dos Potiguara na Paraba, compreendidos como resultado de escolhas dentro em contextos histricos, polticos e sociais, especficos. Assim este estudo tem como enfoque a entrevista e o dilogo estabelecido com uma educadora e militante potiguara, sua trajetria de vida e atividade como educadora. Nele, se faz alguns apontamentos para uma abordagem da temtica indgena em sala de aula em uma perspectiva intercultural. Tambm realizado o relato da experincia e uma anlise qualitativa na abordagem da temtica indigna na escola Lions Tamba, na cidade de Joo Pessoa/PB. O produto deste trabalho, um vdeo realizado a partir da entrevista, um e didtico para professores, alunos e interessados em compreender e refletir sobre o fortalecimento da identidade tnica indgena no sculo XXI. Este documentrio levanta questes a partir da viso indgena, nele se discute temas como violncia, silenciamento, mas tambm resistncia, autoafirmao e maneiras de se abordar a prpria temtica indgena em sala de aula. um material sucinto, mas um instrumento pertinente para se familiarizar com a histria Potiguara e abre possibilidades para superao de esteretipos e preconceitos sobre os povos indgenas no Brasil.
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Maria da Penha da Silva (Secretaria de Educao da Prefeitura do Recife)
A Lei n 11.645/2008 tecendo dilogos entre histrias, culturas e artes indgenas na Educao Infantil
Resumo:A Lei n 11.645/2008 completou 11 anos. Esta, alte...
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Resumo:A Lei n 11.645/2008 completou 11 anos. Esta, alterou o artigo 26A da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (BRASIL, 1996), incluindo a obrigatoriedade do ensino sobre a histria e as culturas dos povos indgenas no Brasil em todo o currculo escolar (BRASIL, 2008). Regulamentada pelo Parecer do CNE/CEB N 14/2015 (BRASIL, 2016), o qual chamou ateno para a necessidade do reconhecimento da atuao dessa parte da populao brasileira na histria do pas e na contemporaneidade. Durante os longos anos de atuao como professora na Educao Bsica observamos que recorrentemente, a sala de aula com crianas requer vivencias de contedos curriculares que incluam temticas referente s diversidades socioculturais, sejam as diversidades de classes sociais, de gnero, sexualidade, gerao, ou tnico-racial. Pois, os conflitos por oposio de gnero, as disputas de poder, o racismo, a homofobia, se manifestam desde cedo na sociedade e na escola. Portanto, tratar sobre esses temas em sala de aula no novidade. Por outro lado, em geral, quando e o quanto trabalhamos sobre a temtica indgena? Penso, em particular, menos do que deveramos trabalhar. Muito embora, sempre que oportuno mobilizamos contedos nesse sentido, mas, parece ainda insuficiente para suprir o dficit existente historicamente nas prticas escolares. O presente trabalho tem como objetivo contribuir com reflexes sobre o ensino das histrias e culturas dos povos indgenas na Educao Infantil, corroborando necessidade da efetivao da referida lei. Nesse sentido, discorremos sobre o processo de elaborao e execuo do Projeto pedaggico Indgenas no tm lendas! Tm histrias, culturas e artes! desenvolvido numa Creche da Rede municipal de Ensino do Recife. Metodologicamente apoiamo-nos na Teoria da Pesquisa-ao, uma vez que esta possibilitou a anlise da nossa prpria prtica pedaggica enquanto ao em andamento, sendo avaliada e reformulada no processo de execuo do citado projeto. No qual adotamos como subsdios pedaggico basilar as narrativas histricas, contos e mitos, cadernos cartogrficos, recursos audiovisuais, vdeos-documentrios, artefatos da cultura material e imaterial produzidas por indgena em Pernambuco, ou com a participao destes. Como resultado notamos o interesse das crianas pelas caractersticas que demarcavam a diversidade sociocultural entre os grupos indgenas e em relao sociedade em geral; o despertar da empatia a esses grupos; o desenvolvimento de laos afetivos e solidrios para com essa populao.
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Monique Magalhaes Marins (Professor da rede privada)
Todo dia dia de ndio. Qual ndio?
Resumo:2018 e dez anos se aram desde a implementao ...
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Resumo:2018 e dez anos se aram desde a implementao da Lei n 11.645 de maro de 2008, que determina a obrigatoriedade do estudo da histria e cultura afro-brasileira e indgena nas escolas do Brasil. O que mudou no que se refere ao ensino dessa temtica na ltima dcada? Como representamos nossos ndios? O que lembrado e o que se tornou esquecimento? H uma poltica de memria por trs dessas comemoraes e representaes? Nosso currculo escolar incentiva esse tipo de reflexo crtica? Nossos alunos so construtores de um conhecimento histrico que reestruture essa maneira de pensar? Proponho pensar, analisar e discutir essas questes levantadas a partir do dia 19 de abril, Dia do ndio, uma data simblica e significativa para a temtica indgena.
Dessa forma, proponho estudar o Dia do ndio na escola, como ele visto, ensinado, vivido por tal comunidade.
Tal processo ser realizado atravs de intervenes e oficinas criadas por alunos do 7 ano do Ensino Fundamental II a fim de ressignificar o Dia do ndio para os alunos que cursam o Fundamental I. Tais oficinas sero elaboradas e desenvolvidas no Colgio Nossa Senhora do Assuno situado na cidade de Nitroi no estado do Rio de Janeiro.
O objetivo do projeto lapidar um outro olhar sobre essa data. Parto da ideia inicial de que o ensino de Histria possibilita um novo olhar sobre o outro, aquele que nos diferente. Bebendo nas guas de Durval Muniz (2012) entendo que uma das principais funes da histria fazer defeitos na memria e, portanto, a pesquisa histrica, por meio da crtica, visa afastar-se das verses consagradas do ado evidenciando seus defeitos.
Sendo assim, pretende-se associar histria e memria na medida em que ambas lidam com a relao entre ado e presente selecionando, elegendo o que se quer que seja lembrado e o que se quer que continue no esquecimento no que se refere s recordaes e comemoraes relacionadas ao Dia do ndio. Alm disso, pretendemos analisar como o ensino de histria pode atuar diretamente na ressignificao dessa data atravs de seu carter crtico formando cidados capazes de conviver e aprender com o diferente, com o outro, esvaziados de intolerncia e preconceitos e estabelecendo de fato uma relao intercultural.
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ST - Sesso 4 - 19/07/2019 das 14:00 s 18:00 3p493x
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Gileandro Barbosa Pedro
Ore Rekuaty (Espaco de pertencimento, lugar que no se perde): Do Esbulho das terras resistncia do modo de ser dos Kaiowa da Terra indgena Panambi Lagoa Rica em Douradina MS Gileandro Barbosa Pedro
Resumo:Resumo: Neste trabalho prope-se se analisar a for...
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Resumo:Resumo: Neste trabalho prope-se se analisar a forma como os indgenas kaiow da Terra indgena Panambi, lidaram com as frentes de expanso imposta pelo governo brasileiro a partir da implantao da Colonia Agricola de Dourados (CAND), quais foram as reaes e estratgias de sobrevivncia diante da perca dos territrios tradicionais. Apesar do esbulho das terras o lugar e o espao de pertencimento continuou presente na histria de vida desses indgenas, os mesmos continuaram em trnsitos pelas terras de pertencimento e com isso esses espaos fazem parte do Ava Reko (modo de ser, e viver) dos kaiowa. Para esses indgenas o relacionamento com esses lugares jamais deixaram de existir, mesmo diante da perca do seu territrio, o que nos leva um novo patamar para entender as retomadas dos tekoh, ou seja, mesmo que a terra estivesse poder de terceiros ela continuou sendo o lugar de pertencimento daquele grupo, assim nunca houve a perca das terras em sua totalidade, uma vez que o espao sempre foi e ser, Ore Rekuaty (Lugar de pertencimento, de transito, que no se perde.
Dessa forma busca relatar os processos histricos de resistncia dos Kaiow da aldeia Panambi em Douradina, MS. De que forma o Estado Brasileiro tentou se utilizou de polticas para integrao dos mesmos para Sociedade Brasileira, muitas vezes sendo silenciando o grito revoltante desse povo e de que forma isso culminaria no retorno dos mesmos para o seu Tekoha tradicional, quais foram as estratgias desse grupo indgena frente a essas politicas de governo.
O retorno ao tekoha como tem sido a esperana de perspectivas para um futuro melhor, estar ligado ao seu lugar de pertencimento faz com que a busca pela gesto das terras antes pertencentes aos anteados criem coalizes de grupos conforme Cavalcante :
...grupos desterritorializados em processo de dispora congelam o local originrio no tempo e fazem do retorno a este local original sua meta existencial. No caso em questo, este sentimento em relao ao seu local de origem um dos principais fatores que sustenta o mnimo de coeso que pode ser verificado entre tais grupos inicialmente desarticulados(CAVALCANTE, 2013, p 93)
Em meio ao esbulho das terras tradicionalmente ocupadas pelas populaes kaiowa, pretende-se analisar uma nova perspectiva em relao ao modo de ser e pensar desse povo, para os mesmos, no houve uma perca definitiva de suas terras. Apesar de que as terras antes ocupadas pelos kaiowas tenham sido
A Terra Indgena Panambi - Lagoa Rica j se encontra reconhecida pela FUNAI desde o relatrio de 2011 , contudo a maior parte das terras continuas em posses dos ruralistas, sem que haja a menor possibilidades dos Kaiow usufrurem da terra onde seus ancestrais viviam.
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Pedro Felipe Madureira Silva (Escolas Privadas)
Resitncia Indgena Borum: A carta rgia de 13 de maio de 1808 e a instrumentalizao da violncia como forma de colonizao indgena.
Resumo:Esse trabalho surge com uma exigncia acadmica pa...
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Resumo:Esse trabalho surge com uma exigncia acadmica para a obteno do ttulo de bacharel em histria pelo Centro Universitrio Fundao Santo Andr, assim, o texto original foi defendido sob a avaliao de uma banca, tendo sua aprovao confirmada. O texto foi adaptado para a apresentao no 30 Simpsio Nacional de Histria, realizado na Universidade Federal de Pernambuco.
O presente trabalho vai abordar a resistncia colonizao dos Borum no perodo colonial, o recorte espacial se d no Leste do estado de Minas Gerais; Norte do Esprito Santo e Sul da Bahia. Os Borum so pertencentes ao tronco lingustico J e at os dias de hoje habitam essa regio. Devemos avaliar os termos Tapuia, Aimor e Botocudo, descrevendo os seus significados dentro de uma linha histrica, tempo e espao.
A busca pela caracterizao do espao, relatando os conflitos e tenses existentes entre os nativos e fazendeiros que tentam invadir a regio. A principio a morte de muitos nativos se deu nas mos dos fazendeiros, mesmo que a legislao do perodo manifestou-se contra. A expedio da Carta Rgia de 13 de Maio de 1808 ir legalizar a pratica de dizimao nativa e retratar as formas que se articulou a guerra. No texto estar presente a instrumentalizao da violncia das classes populares, que foram usados pelas elites como agentes repressores.
A problemtica do tema apresenta-se em forma de resistncia. Tratar da resistncia indgena, seja do tronco indgena que for, algo ainda pouco presente na historiografia nacional. Sendo assim, apresento a grande dificuldade para a formulao do problema, porm pode-se entender que cabe a nova gerao de historiadores do sculo XXI retratar temas como este (questes sociais).
A respeito da metodologia utilizada, buscou-se enfatizar literaturas que estivessem comprometidas com as causas nativas, alm disso, soube-se utilizar de autores e autoras clssicas no estudo de histria indgena. Os documentos histricos possuem em sua grande maioria um carter oficial. Entretanto, soube-se tomar as devidas precaues e providncias para a no construo de uma historiografia de carter positivista, sob o olhar vitorioso
Por fim, busca-se com esse trabalho auxiliar a produo acadmica na temtica indgena, enfatizando a histria e cultura indgena dentro do processo de formao brasileira, identificando seus conflitos e tenses. Alm disso, fundamental a conscientizao por parte dos setores mais conservadores da sociedade, cujo possuem o a esse tipo de trabalho, a respeito da excluso histrica que a a camadas mais populares.
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Pedro Paulo Valerio Vaz (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)
Pensando com as florestas: Uma exposio de questes do antropomorfismo luz das palavras do xam Davi Kopenawa
Resumo:A presente pesquisa tem como inteno central expl...
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Resumo:A presente pesquisa tem como inteno central explorar principalmente as palavras e os insights do xam Davi Kopenawa, e tambm do antroplogo Bruce Albert, escritas na obra A Queda do Cu. Pretende-se, junto s palavras do xam, e no menos importante, expor tambm questes ligadas ao xamanismo da teoria antropolgica nap (brancos). A frase de Davi Kopenawa a floresta inteligente, ela tem um pensamento (KOPENAWA; ALBERT, 2016, p. 497) ser o centro de irradiao deste artigo. Resumidamente, o que tento fazer aqui friccionar o texto xamnico-antropolgico com outros textos ocidentais, de forma que surjam caminhos em comum, desvios, ou mesmo para que seja possvel descrever as fascas do atrito desses encontros. Como Davi Kopenawa (2016) ressalta, os xams so os habitantes da floresta, responsveis por mant-la com sade e viva, enquanto os brancos esto sendo os responsveis por lev-la a uma catstrofe, que acabar resultando na falncia da floresta, na queda do cu e, por consequncia, no fim deste mundo. Para curar as florestas, Kopenawa (2016) diz que preciso aprender com os xams que sempre estiveram perto dela, ajudando-a a se manter frtil. Nesse sentido, as pajelanas so aquilo que mantm a floresta sempre viva e frtil, e impedem que o cu caia na cabea dos humanos. Parte desta pesquisa ir se concentrar em expor as relaes que o xam realiza com a floresta e com os espritos, ou seja, expor aquilo que s os xams veem, sabem e conhecem, que o sobrenatural/extranatural/supernatural, o mundo animado, povoado com seres que inundam a floresta por todos os cantos. Iremos vislumbrar uma floresta mgica com a sua multido de seres em complexas relaes, e assim nos aproximar do tempo dos sonhos, o tempo xamnico por excelncia. Tentaremos expor a floresta nos termos do prprio xam, usando suas prprias palavras. A questo ento menos a de explicar o xam, e mais a de forar pontes de sada e fuga para que suas palavras, suas intuies, atinjam o mximo de textos que puderem, seja direta ou indiretamente, chegando assim o mais longe possvel. Buscaremos menos fazer os textos ocidentais convergirem para as afirmaes de Kopenawa, e mais expor as divergncias entre os vrios autores (Eduardo Viveiros de Castro, Bruce Albert, Philippe Descola, Hilan Bensusan, Marco Valentim) que sero apresentados, pensando os possveis efeitos, tremores e tenses que as afirmaes xamnicas implicam tradio moderna escrita.
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Priscila Enrique de Oliveira (UNICSUL - Universidade Cruzeiro do Sul)
Experincia Mbya-Guarani: patrimnio imaterial (conhecimento tradicional) e dilogos com polticas pblicas de sade
Resumo:esta pesuisa busca em primeiro lugar, analisar as ...
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Resumo:esta pesuisa busca em primeiro lugar, analisar as polticas de sade, e seus resultados, direcionadas aos indgenas pelo SPI (Servio de Proteo aos ndios), instituio poltica oficial encarregada pelos ndios no Brasil de 1910 a 1967, e cuja prtica determinou a situao atual de sua sade. As aes do Servio estavam pautadas nos ideais de civilizao e higienizao, e assim as doenas dos ndios foram um dos principais empecilhos para que o SPI pudesse realizar sua misso civilizadora e integracionista. A medicalizao e saneamento tornava-se para o Servio um meio para controlar, classificar e gerar a dependncia dos ndios em relao instituio. Contudo, o conhecimento tradicional sobre sade, doena e cura e as propostas e prticas dos no ndios, se entrecruzavam, estavam costuradas em uma trama, em uma teia de significados e permeadas de lgicas culturais transformadas e construdas cotidianamente.Ao longo das experincias historicamente produzidas, particularmente no que tange ao contato dos indgenas com as polticas pblicas de atendimento sade eles direcionadas, observamos que os ndios e os agentes das polticas publicas, dialogaram em funo das experincias que vivenciaram, e das sua lgica cultural. Desta forma, este contato caracterizado por um processo de mediao cultural que produziu respostas a partir da busca de uma interlocuo possvel e inteligvel para ambos. Estes processos de dilogos complexos e muitas vezes incompatveis, continuam presentes em relao s comunidades indgenas e as polticas de sade oficiais. Atualmente, no caso da Comunidade Indgena Mbya-Guarani localizada na terra Indgena Rio Silveiras (So Sebastio - So Paulo/ Brasil), os indgenas possuem uma relao bastante diferenciada no que tange s noes de sade e doena, ambas relacionadas ao mundo sobrenatural. As interpretaes indgenas acerca da doena am igualmente pelas formas de definir, interpretar e lidar com o prprio corpo. Na maioria das vezes estas lgicas no so compreensveis para a medicina ocidental, que em geral, ignora e desconhece outras modalidades de conhecimento. A todo o momento o mdico traduz para o universo cientfico os discursos de seu paciente em um esforo contnuo de convencimento acerca da necessidade da utilizao exclusiva do saber medico cientifico, que acaba por criar padres e homogeneizar procedimentos. O trabalho analisa estes dilogos, embasado no entendimento das transformaes e experincias que o contato com a sociedade no indgena promove, observando que os saberes e prticas curativas dos Guarani envolvem a compreenso de subjetividades, sociabilidades, relaes de mediao e ressignificao.
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Silene Orlando Ribeiro (SEEDUC)
"Exmios remadores do Arsenal da Marinha": recrutamento e trabalho indgena no Rio de Janeiro (1763-1820)
Resumo:Esta pesquisa tem como objetivo analisar os proces...
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Resumo:Esta pesquisa tem como objetivo analisar os processos de recrutamento e insero de indgenas no Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro nas primeiras dcadas do sculo XIX. Este processo foi fundamental para a formao de uma categoria de trabalhadores indgena, os remadores ou remeiros. De acordo com as fontes documentais consultadas, as populaes de ndios aldeados da regio do Rio de Janeiro foram inseridas no mundo do trabalho em virtude das demandas dos colonos e do Estado entre os sculos XVI E XIX. Processos de recrutamento de indgenas para atividades de cunho militar e naval fizeram parte do conjunto de atribuies e das modalidades dos trabalhos que os indgenas aldeados deveriam prestar.
O sculo XVIII foi permeada por conflitos blicos que envolveram Frana, Inglaterra, Portugal e Espanha. As guerras setecentistas promoveram inmeras transformaes nos exrcitos e marinhas das potncias europeias. Mudanas no plano da logstica, na tecnologia da guerra e a profissionalizao dos soldados foram os corolrios desse processo. No caso portugus, tais problemticas culminaram em uma reforma das foras militares e na construo padronizada dos arsenais. A escassez de homens para o servio das armas foi uma questo relevante para o estado portugus entre os sculos XV e XVIII. No bojo das reformas militares efetuadas por Portugal, inmeras estratgias foram construdas pelas autoridades portuguesas para resolver tal demanda nas possesses lusitanas no ultramar. A formao de tropas nativas foi uma prtica recorrente no Imprio portugus.
A utilizao da mo de obra de indgenas aldeados foi uma das estratgias para suprir as necessidades de tropas, e ao mesmo tempo, garantir a civilizao e assimilao das populaes indgenas aldeadas. O processo de transmigrao da Famlia Real para o Brasil, em 1808, ampliou a necessidades de trabalhadores para a Marinha. No porto do Rio de Janeiro observou-se uma intensificao das atividades comerciais, negociaes e a circulao de navios, mercadorias e pessoas. Neste sentido, o perodo joanino foi marcado pela criao de uma legislao indigenista que fundamentou, legitimou e regulou o recrutamento de indgenas para o Arsenal da Marinha. Novas estratgias do poder rgio, baseadas em um e jurdico foram implementadas para garantir o o ao trabalho dos ndios aldeados. No mundo do trabalho, os indgenas recrutados pelos Estado para o Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro enfrentaram inmeras problemticas como processos de militarizao, a perda da liberdade, condies insalubres de trabalho, baixa remunerao e o apagamento de suas identidades tnicas.
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