ST - Sesso 1 - 16/07/2019 das 14:00 s 18:00 187213
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Almia Abrantes da Silva (UEPB)
Meu corpo, meu post, minha luta: ativismo de aceitao corporal e feminismo(s) em rede
Resumo:As questes pertinentes ao corpo das mulheres enqu...
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Resumo:As questes pertinentes ao corpo das mulheres enquanto territrio de emancipao, de direitos e, portanto, enquanto campo poltico, tem encontrado na ltima dcada, pelo menos, um espao aberto e frtil para as mais diferentes expresses e mobilizaes, sejam individuais ou coletivas: o do ciberativismo. Aqui, em particular, recorto a ateno para o movimento nomeado internacionalmente como body positive (#bodypositive) e congneres, que no Brasil tem se associado, em parte, a influenciadoras digitais ligadas ao mundo da moda plus size, em outra, a mulheres que a partir de suas experincias pessoais, enquanto corporeidades que fogem aos ditames normativos do que a sociedade regula como o belo e saudvel, criticam e se insurgem contra padres e esteretipos, estimulando a experincia de uma imagem corporal positiva, utilizando para isso a inscrio dos prprios corpos num campo intenso de visibilidade, atravs de perfis, blogs, sites, canais de vdeos, e toda uma gama de usos da Web. Neste territrio amplo e cada vez mais gil, pelo volume de informaes, reaes e artefatos culturais que pe em circulao, chama a ateno a dizibilidade do corpo como lcus de uma expresso primordial de reconhecimento identitrio, de condio de pertena social, de espao de experimentao esttica, que inclusive transpe a questo especfica das gordas, reforando junto aos problemas de gnero, as interfaces de questes tnicas, sexuais, de classe, entre outras. Corpos que enunciam resistncias aos ditames normativos em aspectos mais amplos, constituindo redes de apoio que muitas vezes convergem para mobilizaes fora do espao nomeado virtual e que, o mais das vezes, associam-se diretamente a mobilizaes feministas ou que reclamam aos feminismos a sua incorporao. Procuro, pois, em uma perspectiva de pensar o corpo como construto histrico, refletir sobre tais apropriaes em um campo discursivo que amplifica as ressonncias dos feminismos sob novas prticas e tticas, que implicam avanos e contradies. Para tanto, busco estabelecer dilogos possveis entre uma histria e uma sociologia do corpo, em suas correlaes com os estudos de gnero e do(s) feminismo(s) na contemporaneidade, bem como refletir sobre os caminhos que aproximam a pesquisa histrica dos arquivos e produtos do mundo digital.
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Ana Carolina Eiras Coelho Soares (UFG)
Literatura best-sellers escrita por mulheres para mulheres: mudanas e permanncias discursivas contemporneas
Resumo:O presente trabalho pretende analisar a construo...
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Resumo:O presente trabalho pretende analisar a construo discursiva literria a respeito dos tipos de protagonismos possveis de mulheres nos romances best-sellers direcionados ao pblico feminino e escrito por mulheres, investigando as formas as problemticas e solues narrativas encontradas para as personagens centrais das tramas, que manifestam as expectativas em torno das questes consideradas relevantes pela literatura para as mulheres contemporneas. As estratgias de poder no campo de fora do gnero produzem e surgem na literatura pelas atitudes, valores, ideais, comportamentos e normas de condutas sociais em torno de expectativas modelares sobre os gneros.
Conforme afirma Stefan Bollmann (2006), preciso questionar quais as imagens so dadas como realidades em grande parte das novelas e quais suas influncias na formao de suas vises de amor e do chamado homem ideal? Quais as vises possveis para as mulheres contemporneas de acordo com os romances best-sellers nas quais as escritoras so mulheres e voltados para o consumo de mulheres?
Nesse sentido, preciso considerar que a literatura dialoga diretamente com os discursos construdos socialmente para os gneros, desvelando as falas, aes e condutas esperadas e as expectativas geradas em torno das relaes entre as mulheres e homens em sociedade, seus papis e campos de atuao. A presente anlise busca compreender as lgicas de poder subjacentes aos ideais sentimentais e culturais historicamente construdos, uma vez que a literatura best seller romntica produz desejos e sonhos em suas leitoras. A naturalizao das falas e aes de gnero se do no por via da racionalizao, mas por dispositivos discursivos que acionam a expectativa de uma promessa de satisfao e felicidade referendada pelos pares. A questo que se coloca de maneira central nesse trabalho : que discursos sobre as mulheres suas preocupaes, desejos, ambies e formas de sentir, agir e pensar esto sendo construdos/dialogados/reafirmados pela literatura best seller romntica?
Dessa maneira, levando em considerao que esses romances so um veculo de divulgao de massa, que possuem grande fora de influncia e comunicao com o pblico e enorme vendagem, sendo portanto representativa para um determinado pblico que a consome e se identifica com essa literatura, busco pensar quais as prioridades e que formas de protagonismos esto sendo construdas esses discursos feitos por mulheres e vendido para mulheres sobre nossos comportamentos, falas, sensibilidades e sentimentos.
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Ana Gonalves Sousa (Bo)
Os feminismos nas pginas da seo Sociedade Cultura Em: Desabapho: jornal A Tribuna, Rondonpolis, MT. (1981-1983)
Resumo:Esta comunicao prope refletir sobre como as mul...
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Resumo:Esta comunicao prope refletir sobre como as mulheres aparecem na seo Sociedade e Cultura em: Desabapho, que circulava no jornal A Tribuna, circulando at os dias atuais, no formato impresso e desde 2005 no formato impresso e digital na cidade de Rondonpolis, MT. A seo teve sua primeira publicao em 21 de maro de 1981, apresentando entrevistas com mulheres; na sua maioria migrantes que, ao chegarem a Rondonpolis, tinham como primordial a posio social em que estavam situadas, assim percebe-se que as notcias sobre os feminismos em que apareciam na seo situavam sempre na parte de cima da pgina, e centralizada, demonstrando que essas mulheres pertenciam a uma elite e com vivencia pessoal e formao consolidada. A seo encerrou sua circulao no jornal no ano de 1983, sem justificativas por parte da coluna, alm disso, a seo no era assinada por um colunista, desde a primeira apario no jornal. A seleo do corpos documental est pautada como possibilidade de campo terico, na justificativa de uma escrita sobre uma da histria das mulheres, a partir dos estudos dos autores, Perrot (1988), Rago (1995), Pedro (2006), e pautado em estudos sobre a imprensa, como Luca (2005) enquanto campo da Histria, na perspectiva da Escola dos Annales em sua terceira gerao, que compreende o impresso como documento histrico, o que possibilitou ampliao dos estudos e abordagens, especialmente para pensar as representaes dos sujeitos femininos. Ampliando a discusso para o campo terico no qual se inscrevem, os estudos sobre imprensa aliam-se aos estudos histricos sobre as mulheres. A historiadora Tnia Regina de Luca (2012) enfatiza os diferentes momentos nos quais o assunto mulheres aparece na imprensa, acompanhando as conquistas e a igualdade formal de direitos polticos. Aps anlise desta seo, observa-se uma viso otimista sobre a atuao feminina em vrios segmentos do mercado de trabalho, no entanto ressaltamos que as mulheres entrevistadas se configuram como excees em suas respectivas reas, na medida que as mulheres da camada popular no tem a mesma visibilidade na seo, por fim, percebe-se uma certa diferenciao com relao aos contedos sobre o feminismos na seo.
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Brena Oliveira Pinto
Vereadoras e antifeminismos na dcada de 1970 no municpio de Amlia Rodrigues/BA
Resumo:Este trabalho tem por objetivo analisar a atuao ...
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Resumo:Este trabalho tem por objetivo analisar a atuao das mulheres legisladoras de Amlia Rodrigues, municpio localizado no Recncavo da Bahia, no perodo da dcada de 1970. Este perodo foi marcado pela efervescncia do movimento de mulheres, no Brasil e no mundo. Tendo como referncia o conceito de feminismo utilizado por Yasmine Ergas (1994), em que se define como um conjunto de teorias e de prticas, historicamente variveis, em torno da constituio e da legitimao do interesse das mulheres, esta dcada foi um marco para efetivao desse movimento identitrio, isso porque se registra tanto a intensificao da luta das mulheres, como tambm a renovao das suas pautas. Contudo, fundamental a compreenso de que a atuao das mulheres na poltica no se d uniformemente.
Ao mesmo tempo em que se registra a crescente adeso ao movimento feminista no Brasil, observou-se tambm nesse perodo manifestaes contrrias luta das mulheres, o que a autora Rachel Soihet (2013) denomina de antifeminismos, fenmeno que esteve presente em diferentes momentos e espaos histricos, em que houve a ascenso da luta das mulheres por direitos. Vale destacar que a participao das mulheres na poltica registrou crescimento nesse perodo, no apenas nos movimentos, como tambm nos partidos polticos, que aram a garantir e ampliar seu espao de atuao. No mbito dos municpios, por exemplo, nota-se um aumento no nmero de candidatas vereana, que mesmo no sendo to expressiva, j sinalizava certa transgresso em um espao majoritariamente masculino. Porm, a insero das mulheres na poltica no significava automaticamente o seu alinhamento com as pautas defendidas pelos movimentos feministas do perodo. Nesse sentido, este trabalho visa compreender a participao das mulheres na poltica, no municpio de Amlia Rodrigues, na dcada de 1970, a partir da sua atuao no Legislativo municipal, uma vez que as primeiras vereadoras foram eleitas no ano de 1972. E atravs das suas trajetrias, analisar seus posicionamentos diante dos temas referentes s mulheres, considerando que seus espaos de vivncias estavam mais alinhados com as pautas defendidas pelos movimentos antifeministas.
Para isso, alem da bibliografia especfica que discorre sobre o movimento feminista em 1970, utilizo tambm as atas oficiais das sesses da Cmara de Vereadores, alm de entrevista oral com as ex-vereadoras e lideranas do perodo.
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Esdra Basilio (Universidade Federal de Gois)
Gnero na Biblioteconomia: Regio Centro-Oeste(1962-2018)
Resumo:O presente artigo tem por objetivo problematizar, ...
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Resumo:O presente artigo tem por objetivo problematizar, o papel feminino na profisso de biblioteconomia, sob a perspectiva de gnero, visando, sobretudo, repensar sobre esta temtica, a partir das instituies de ensino superior pblicas, localizadas na regio Centro Oeste: Universidade Federal de Gois (UFG), Universidade de Braslia (UNB), Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), dentre o perodo compreendido entre os anos de 1962 2018. Partimos do pressuposto que h interferncias de gnero na profisso. A relao entre bibliotecrios e bibliotecrias estabelecida pela relao de um poder simblico, pois nas bibliotecas que existem bibliotecrios, mesmo sendo minoria no quadro de funcionrios, geralmente exercem cargos de coordenadores, diretores, ou seja, ocorre uma diviso do trabalho. Para Bourdieu (2010, p.150) o poder simblico constitui uma fora relativamente autnoma perante as outras formas de fora social. Entretanto, atravs do poder simblico que as representaes so institudas e firmadas. Sendo assim, a dominao simblica acontece pelo consentimento mesmo que de forma inconsciente das bibliotecrias. Desse modo, investigamos se existe uma diviso sexual do trabalho na Biblioteconomia com atividades mais apropriadas para mulheres e outras mais direcionadas para os homens, sendo as atividades indicadas para os homens de maior prestgio social. Outra elucubrao o fato da profisso ser exercida em grande parte por mulheres, interferindo na falta de valorizao da profisso, com baixos salrios e falta de reconhecimento na sociedade. A Biblioteconomia, como rea do conhecimento, ou a existir no Brasil, a partir de 1911, quando Manuel Ccero Peregrino da Silva, ento diretor da Biblioteca Nacional, conseguiu oficializar a criao do primeiro curso de Biblioteconomia do Brasil, sendo o primeiro da Amrica do Sul e o terceiro no mundo. A partir da categoria de trabalho, analisamos a questo de gnero na biblioteconomia sob o prisma das profisses de modo geral, as quais so predominantemente femininas, tais como: pedagogia, enfermagem, nutrio e servio social. No Brasil, a insero e predominncia das mulheres na rea ocorreram nas primeiras dcadas do sculo XX, com a incluso das mesmas nos cursos superiores de Biblioteconomia. Para Scott (1995.p.73), o estudo sob a perspectiva de gnero implica necessariamente na redefinio e no alargamento das noes tradicionais do que historicamente importante, para incluir tanto a experincia pessoal e subjetiva, quanto s atividades pblicas e polticas. Desse modo, acredita-se que tal constituio da profisso vista como feminina influncia no status que possui, bem como os esteretipos e representaes associadas pela sociedade perante a profisso.
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Mayra Caroline da Silva Medeiros (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)
As liberdades e suas imprecises: a luta feminina pela alforria dos seus familiares no Recife no fim do sculo XIX (1871-1888).
Resumo:Esse trabalho uma clula do meu pr-projeto do m...
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Resumo:Esse trabalho uma clula do meu pr-projeto do mestrado; e tenho pretenso de submeter como pr-requisito do Processo Seletivo de isso para o ano letivo de 2020. O que deu origem a essa pesquisa foi iniciao cientifica o PIBIC/CNPQ, orientado pelo professor Bento Rosa da Silva. Dessa forma, esse exerccio nos aproximou das fontes documentais aqui exploradas, servindo tambm para descortinar esse momento histria numa nova perspectiva, o da mulher negra.
No perodo estudado infelizmente no se tem muitas fontes que nos conte um pouco sobre a histria dessas mulheres, no uma histria que fuja dos esteretipos que circundam ainda hoje esse grupo. Por isso, ver essas mulheres lutando no meio legal para conquistarem sua liberdade, bem como de seus parentes, no s uma demonstrao da fora e persistncia que se acreditava que as mulheres no tinha naquele momento, como tambm era um embate direto ao sistema que as colocaram em condio de subalternizao, silenciando-as e visibilizando-as. Assim, trazendo essas mulheres para os debates e produes acadmicas.
Os processos analisados nos permite observar tanto as formas e condies em que muitas mulheres e homens haviam adquiridos suas liberdades, porem no suas alforrias, como tambm, ao observar o aumento no nmero crescente de ao de liberdade aps a Lei do Ventre Livre em 1871, podemos mensurar como a Cidade do Recife ava por uma efervescncia politico social (CARVALHO, 2003). Nesse sentido, somando as informaes retiradas dos jornais, onde muitos artigos eram publicados apoiando casos mais pblicos de reescravido. Tendo como principal ponto a luta feminina pela alforria de seus entes queridos, se levanto um questionamento importantssimo, o modo como essas mulheres se mantinham. A vista disso, temos registros das mulheres que trabalhavam nas ruas do Recife vendendo miudezas para seus senhores, desse modo, muitas vendiam acima do valor pedido, e assim angariavam certos valores para sim, sendo assim, possvel para algumas comprarem suas alforrias, (CARVALHO, e SILVA, 2011).
Para melhor compreende os meandros da vida social dessas pessoas que apenas estavam lutando pela liberdade, preciso antes analisar as formas distintas de luta de grupo alo logo de todo perodo escravista, como a fuga ou o suicdio, bem como outros, mostra que no crepsculo desse perodo to violento, que ainda nos deixou cicatrizes profundas, nos deixa a impresso que a Lei de 1871 mostrou uma forma de obter a alforria. Mesmo que as aes dessas mulheres possam parecer pequenas, e tenha influenciado apenas (quando observado rapidamente) sua vida em partcula; no entanto, tentar entender essas pequenas aes, sejam elas de homens e mulheres, tambm um exerccio de compreender a escrita da histria (CERTEAU,2002).
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Sarah Pinho da Silva
Feminismos em disputa: A Unio das Mulheres Cearenses (1979-1985).
Resumo:A Unio das Mulheres Cearenses (UMC) foi uma entid...
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Resumo:A Unio das Mulheres Cearenses (UMC) foi uma entidade que surgiu, em 1979, aps o fim do Movimento Feminino pela Anistia. Com o decreto da Lei 6.683, em 28 de agosto de 1979, que concedeu anistia a todos que cometeram crime poltico, houve uma mudana de engajamento, a qual proporcionou as demandas de novas pautas, isso fez com que as discusses feministas, abordadas nas dcadas de 1970, fossem ganhando espao nos movimentos sociais, no Cear, no final da Ditadura Militar brasileira. As mulheres, que haviam se organizado para lutar por anistia e contra a ditadura militar, agora, agregavam a suas pautas, tambm, a emergncia dos feminismos. O processo de organizao, portanto, da UMC decorreu por causa das mudanas de pautas, dessa forma, as mulheres aram a compor uma organizao em busca de melhores condies de vida, trabalho, mas tambm, contra a violncia, e, ainda, contra o regime poltico ditatorial, que estava vigente no Brasil. Assim, a partir do dilogo com a Histria Oral, a realizao das entrevistas, assim como, a anlise dos documentos produzidos pela entidade, compreendemos a pluralidade dos feminismos emergentes, na dcada de 1970, e as suas influncias no avano de polticas pblicas, mas tambm, as disputas que surgiram, tendo em vista o aparecimento de outras organizaes feministas, no Cear, sendo que cada uma delas reivindicava o ttulo de feminista em contraposio as outras. Logo, as disputas que emergiram, nesse processo de reabertura poltica, demonstraram o tom de versatilidade e pluralidade abordadas pelas discusses feministas. Com isso, percebemos que a Unio de Mulheres Cearenses participou desse campo de disputa, no qual as entidades feministas estavam inseridas e promoviam as discusses em torno dos interesses e pautas que agregassem luta das mulheres. Essas disputas comuns, durante a ascenso do feminismo de Segunda Onda, provocaram, entre tantas questes, a possibilidade de perceber as mltiplas variaes abordadas pelo movimento, a qual proporcionou a pluralizao das ideias feministas, entend-lo como algo diversificado, mas ao mesmo tempo, agregador das diferentes demandas que havia no perodo. A UMC, colocando-se como a primeira organizao feminista cearense, ou, tambm, esse lugar de disputa, em que outras organizaes contemporneas a Unio de Mulheres reivindicaram tambm. Desse processo, observamos que esse debate, em torno de uma legtima identidade feminista, corroborou para diversificar e fomentar, ainda mais, as discusses, alm de expandir as ideias e demandas abordadas pelos feminismos das dcadas de 1970-1980.
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ST - Sesso 2 - 17/07/2019 das 14:00 s 18:00 1e5t6h
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Ana Maria Colling (UFGD)
A Ditadura Militar no Brasil: mulheres, seu corpo e a represso
Resumo:
A narrativa sobre a ditadura militar brasileir...
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Resumo:
A narrativa sobre a ditadura militar brasileira ainda est por ser analisada pelos historiadores e historiadoras. O escasso debate realizado pela sociedade brasileira sobre estes tempos de terror e morte, propiciou que na campanha presidencial do ano que ou, tantos brasileiros foram s ruas pedindo sua volta. Assim como no causa estranheza o grande nmero de militares que compe os altos cargos do atual governo e a ausncia feminina. Tambm no causou estranhamento a muitos, que no processo de impeachment da presidenta Dilma Roussef, o atual presidente dedicar seu voto ao algoz e torturador Brilhante Ustra, apesar de ser reconhecido oficialmente pela justia em 2008 como torturador. Se a histria da ditadura que foi uma histria de homens est para ser contada, a histria das mulheres permanece na clandestinidade. Muitas brasileiras lutaram bravamente pela democracia e liberdade nas diversas organizaes de esquerda existentes no Brasil. Mas, estas mulheres cometiam dois pecados aos olhos da represso: o de se insurgir contra a poltica golpista, fazendo-lhe oposio e de desconsiderar o lugar destinado socialmente mulher, rompendo os padres estabelecidos para os dois sexos. Faziam poltica, coisa de homens, e invadiam o espao pblico, lugar de homens. O corpo feminino ser um espao discursivo, com ameaas de estupro, e de poder abusivo pelos torturados. O corpo da mulher militante, encarado promscuo para os torturadores era desconsiderado como agente poltico. Quando eram tratadas como putas comunistas, a represso tentava enquadrar as mulheres em duas categorias problemticas segundo ela. Comunistas, em tempo de guerra fria, eram aqueles que queriam comer criancinhas, e outras atrocidades. Que degeneradas eram aquelas que concordavam em se opor ditadura e se juntar oposio. E, putas, prostitutas, eram um desvio do feminino que no merecia respeito. Se estavam lutando nos partidos polticos de esquerda, lugar de homens, era procura de homens ou homossexuais. Foram tempos difceis aqueles da ditadura militar. Especialmente para as mulheres que tinham que lutar contra o inimigo externo os militares -, e com o interno as organizaes de esquerda, que olhavam para as reivindicaes feministas como algo inoportuno, inconveniente e divisionista da luta principal. A histria da ditadura militar no Brasil a radicalizao da invisibilidade do feminino. As relaes de gnero, a desigualdade entre os sexos, presente naquele perodo continuam alarmantes nos dias de hoje. Alm da disparidade na poltica, a violncia contra a mulher coloca a nu o poder de uns sobre outras.
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Giovana de Carvalho Castro (Prefeitura de Juiz de Fora)
Pretas e acadmicas : Quilombismo e reexistncia feminina nos coletivos negros da UFJF
Resumo:A atuao feminina nos Coletivos Negros da Univers...
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Resumo:A atuao feminina nos Coletivos Negros da Universidade Federal de Juiz de Fora/MG significativamente maior que a masculina, bem como seu protagonismo em aes de enfrentamento ao racismo interpessoal e institucional bem como na defesa de uma transparente politica de cotas . Recentes nas histria da instituio, com no mximos 05 anos de existncia, esses coletivos renem docentes autodeclarados pardos/pretos e tem despontado numa polivalncia de aes que conseguiram retirar da periferia o debate acerca da presena negra no mundo acadmico . O objetivo aqui analisar como essas ativistas negras vem pautando suas atuaes no enfrentamento ao racismo e ao sexismo no ambiente institucional, como essas atuaes interferem na construo de suas subjetividades e quais suas interfaces para alm dos limites da Universidade. Trata-se de um desdobramento da minha pesquisa de doutorado que analisa a construo de estratgias de enfrentamento ao racismo e ao sexismo protagonizadas por mulheres negras em movimentos sociais das mais distintas faces: associaes, organizaes, coletivos, e que tem como filtros trs campos fundamentais de anlise. Em primeiro, as construes feitas em torno de seus corpos e identidades e com tais construes se fazem para alm da estereotipificao a que esto submetidas tendo como referncia central a obra de Sueli Carneiro e suas anlises acerca da excluso da mulher negra das demandas do movimento feministas e suas lutas para construo de um feminismo que envolvesse suas pautas. O segundo foco est voltado para as interrrelaes com a branquitude e seus desdobramentos nas mobilizaes individual e coletiva a partir dos estudos de Elisa Larkin e Lia Schucmann com enfoque na racializao perene dos corpos negros e no silncio em torno dos privilgios brancos na sociedade brasileira e, principalmente, no mundo acadmico. O ltimo ponto volta-se para as lutas cotidianas no enfrentamento aos vetores de dupla opresso expressos no racismo e no sexismo com as ferramentas metodolgicas construdas por Beatriz Nascimento, Llia Gonzalez, Patricia Hill Collins e Grada Kilomba utilizadas na busca da compreenso das estratgias usadas por essas ativistas para firmar territrios nesses espaos.
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Nalva Maria Rodrigues de Sousa (Instituto Federal do Piau-IFPI)
Movimento Feminista em Teresina no final do sculo XX
Resumo: ...
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Resumo: RESUMO
Movimento Feminista em Teresina no final do sculo XX
Nalva Maria Rodrigues de Sousa
No incio do sculo XX, muitas mulheres e homens, em Teresina am a ter o a diversas notcias das mudanas sociais que ocorriam em algumas partes do mundo tais como; Europa, Estados Unidos e algumas cidades brasileiras, como foi o caso de Rio de Janeiro e So Paulo. Dentre essas notcias, estava o feminismo. Em Teresina, jornais e revistas, apenas para citar alguns dos meios de comunicao, am a expressar, atravs da escrita de intelectuais e cronistas, novidades sociais, a exemplo, o feminismo. De forma muito interessante, essas pessoas se posicionavam contrrios ou a favor por alguns acreditarem no ter como fugir dessas mudanas.
Desse modo, as discusses referentes ao feminismo am a ser percebidas em Teresina, de forma muito tmida. Os intelectuais da poca am, ento, a refletir acerca dessa possvel mudana na dinmica social teresinense. Esse o cenrio, acerca do movimento feminista em Teresina, que foi sentido por homens e mulheres, e refletido em jornais e revistas na primeira metade do sculo XX. Avanando um pouco mais no tempo, na segunda metade do sculo XX, o feminismo ter um outro momento, visto que, historicamente, os Estados Unidos atravessavam uma grande efervescncia poltica, mudanas de costumes e renovao cultural, ao contrrio de Teresina que, de forma geral, traava um cotidiano, at ento sem muitos questionamentos, acerca do papel social de mulheres e homens. Isso acontecia de forma natural e dentro do tradicional e o surgimento de um movimento que tem como uma das falas ser contra o homem, a a assustar parte da populao que consumia, atravs dos jornais, essas mudanas. O movimento feminista identificado, no jornal O Dia, e ao avanarmos nas dcadas, o movimento torna-se muito mais emergente, sendo agregado com as discusses sobre aborto, divrcio e uso de anticoncepcional. Este texto tem como objetivo apresentar como o movimento feminista se configurou na cidade de Teresina, atravs das matrias do jornal O Dia, no final do sculo XX.
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Natania Aparecida da Silva Nogueira (Secretaria Municipal de Educao de Leopoldina)
O Movimento de Liberao da Mulher e a Imprensa Feminista na Frana nos anos de 1970
Resumo:A imprensa das mulheres na Frana, desde sua gnes...
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Resumo:A imprensa das mulheres na Frana, desde sua gnese, esteve comprometida com a manuteno da ordem social. No entanto, ao dar voz s mulheres por meio da imprensa esta mesma ordem social permitiu que as mulheres estabelecessem uma postura crtica com relao a certos comportamentos que limitavam sua insero no espao publico e lhe impunham normas de decoro que, com o tempo e o surgimento do movimento feminista, aram a ser questionadas e no toleradas. Ao lado desta imprensa das mulheres, alinhada aos grupos dominantes, surgiu no sculo XIX, uma imprensa feminista, que nasceu e cresceu a partir das revindicaes de direitos polticos pelas mulheres, que neste perodo tinham como pauta central o sufrgio. A imprensa feminista engajada e suas primeiras jornalistas tinham como princpio a crtica ao poder e eram motivadas pelo idealismo. As feministas tinham conscincia da importncia e do papel da imprensa como instrumento formador de opinio. A imprensa das mulheres e a imprensa feminista sa, cada uma a seu modo, tiveram um papel importante na crescente conquista das mulheres por maior espao profissional e poltico no decorrer do sculo XX. Se por um lado elas colaboraram para a presena cada vez maior da mulher nas grandes mdias ela tambm abriu novos espaos para a propagao das demandas feministas que foram se ampliando juntamente com outras demandas sociais e polticas que vo se tornar mais latentes a partir da dcada de 1960 e na dcada de 1970 ela ira ganhar novos contornos, influenciada pelo Mouvement de Libration des Femmes (Movimento de Liberao da Mulher - MLF), iniciado em 26 de agosto 1970, influenciado por vrias correntes, dentre elas, o marxismo, o feminismo, a psicanlise e o ambientalismo. O MLF teve um grande impacto nos meios culturais, impulsionando no apenas manifestaes artsticas como, tambm a publicao de vrios peridicos ligados ao movimento feminista, que representam diferentes tendncias dentro do MLF. Dos ttulos que eram publicados na poca, podem ser destacados Le Torchon Brle, Les Cahiers du GRIF, Le Quotidien des Femmes, Les Ptroleuses, LInformation des femmes e Sorcires. No presente trabalho pretendemos analisar o surgimento desta imprensa feminista nos anos de 1970, sob influencia do MLF e sua relao com a imprensa nascida do movimento underground na Frana, que a partir de publicaes alternativas que apresentavam novos padres culturais. Para tanto utilizaremos os escritos de Michelle Perot, sobre a escrita das mulheres, assim como o conceito de tecnologias do gnero, de Teresa de Lauretis.
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Renata Bulco Lassance Campos (Instituto Pretos Novos)
Ele no deixava ela sair: questes de gnero na fundao dos Unidos da Tijuca
Resumo:Em outubro de 2015, ao serem questionados sobre o ...
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Resumo:Em outubro de 2015, ao serem questionados sobre o papel de Regina Vasconcellos na fundao da Escola de Samba Unidos da Tijuca, integrantes da velha guarda da agremiao no hesitaram em responder: Ela no fundadora. Ela era esposa do Jorge Vasconcellos, que fundador. Ele no deixava ela sair... Ela s entrou para a Escola depois que ele faleceu. Regina Bonfim Vasconcellos viveu toda a sua vida no Morro da Casa Branca, no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Na sala de sua casa nasceu, em 1931, a Escola de Samba Unidos da Tijuca, que tinha em seu corpo diretor todos os membros masculinos da famlia Vasconcellos. A agremiao utilizaria a casa como sede oficial e quadra de ensaios pelo menos at a dcada de 1950, quando um espao maior ou a ser necessrio. Nesse contexto, a figura de Dona Regina descrita como a responsvel pela arrumao da casa e pela preparao da comida e da bebida para os eventos. Era ela que recebia e agradava os ilustres convidados que compareciam aos ensaios (At Dona Darcy Vargas, mulher de Getlio, veio a ensaios aqui no meu quintal). Tambm era ela que se ocupava dos trabalhos espirituais de proteo do Grmio Recreativo, participando anualmente das celebraes do dia de Nossa Senhora da Conceio, quando o padre da igreja vizinha desviava a procisso para ar aos ps do Morro e benzer a imagem da padroeira da Escola nas mos de Dona Regina.
Apesar de ter participado de todo o processo de criao dos Unidos da Tijuca e de ter tido papel fundamental na manuteno da agremiao, Dona Regina descartada como fundadora por conta da proibio de desfilar nas primeiras dcadas, imposta por seu marido. Sua trajetria um exemplo do que Luiz Antonio Simas chama de cultura de fresta e que, segundo o autor, pode ser comparada a um surdo de terceira: esse o instrumento que intercala as batidas do como binrio do samba, improvisando uma sonoridade mais aguda. o surdo que d alma e d vida bateria, mas que s funciona no espao deixado entre as duras marcaes do samba.
O objetivo desta comunicao ser o de analisar a trajetria de Regina Vasconcellos nos Unidos da Tijuca, com o intuito de compreender quais eram os espaos permitidos para as mulheres nesse contexto e, principalmente, quais eram as estratgia criadas por elas para alcanarem uma participao mais ativa nas primeiras Escolas de Samba. Como um surdo de terceira, as mulheres que integravam essas agremiaes improvisavam e criavam estratgias para atuar nas frestas, construindo bases slidas para que essas associaes carnavalescas pudessem ganhar cada vez mais espao na folia da cidade.
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Suelen Girotte do Prado (Prefeitura Do Municpio de So Paulo)
Feminismo Negro, Histria e Memria: A multiplicidade das Narrativas e Trajetrias, nos anos 80 e 90, de Llia Gonzalez a Sueli Carneiro
Resumo: Ao longo do sculo XX emergiram as narrativa...
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Resumo: Ao longo do sculo XX emergiram as narrativas que colocaram na perspectiva historiogrfica a mulher como sujeito que vai contar sua prpria histria. Nas bases do movimento feminista hegemnico, a partir do sculo XIX, esto as configuraes das organizaes de mulheres que questionaram as relaes de poder no cunho social.
Assim, no contexto dos anos de 1970 desenvolveu-se uma historiografia sobre mulheres produzida por mulheres, e que colocou em pauta os estudos de gnero, bem como inaugurou uma nova forma de interpretao de cultura e sociedade. Dentre os objetivos, a proposta do trabalho tambm pensar a condio da mulher negra que foi e simultaneamente atingida pelas questes sexistas e racistas. Para pensar esses papis necessrio retomar que o movimento feminista parte de uma estrutura universalista de mulheres no negras, assim, a pesquisa direciona-se a investigao em torno das pautas das pautas dos movimentos das mulheres negras no Brasil na dcada da 1980. Dcada essa com importantes acontecimentos para ampliao do debate feminista j que o Brasil sediou, por exemplo, o Terceiro Encontro Feminista Latino-americano e Caribenho (EFLAC), ocorrido em Bertioga, em 1988 aconteceu o Primeiro Encontro Nacional de Mulheres Negras no Rio de Janeiro, ainda no mesmo ano, em So Paulo, foi fundado o Instituto da Mulhere Negra, o Geleds.
A sociloga estadunidense, Patrcia Hill Collins, coloccou a viso interseccional como primordial para os estudos de papis de gnero e dos movimentos feministas, pois o que permite olhar para as diferentes representaes desempenhadas e atribudas a mulheres brancas, negras e indgenas, por exemplo.
O presente trabalho tem como referncia o debate em torno do resgate da memria do Feminismo Negro no Brasil, que emergiu em 1970 com as propostas de um novo olhar sobre as experincias das mulheres, propondo que ressaltassem as diferenas entre estas em contraponto a uma homogeneizao que invisibilizava as condies especficas das mulheres quando se articulava a raa, etnia, classe, orientao sexual, e outras categorias (BAIRROS, 1995, p. 462).
As referncias especficas do recorte esto na fundao do Instituo Geleds que teve como uma das precursoras a filsofa e ativista negra Sueli Carneiro, portanto suas publicaes na segunda metade da dcada de 80 e nos anos 90 compem as fontes para o trabalho. Fazem parte tambm da anlise a trajetria e publicaes da antroploga Llia Gonzalez, que escreveu para o Mulherio, jornal feminista que circulou nacionalmente entre 1981 e 1988 e outros peridicos.
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Vanda Lcia Vieira da Silva (TRIBUNAL DE JUSTIA DE PERNAMBUCO)
O dia mais feliz de minha vida, a chegada da primeira magistrada no Tribunal de Justia de Pernambuco: um estudo sobre a igualdade de gnero, ocupao feminina e poder.
Resumo:Nas ltimas dcadas, uma representativa transforma...
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Resumo:Nas ltimas dcadas, uma representativa transformao da profisso jurdica foi alvo de um acentuado processo de feminizao. Tal evento no surpreende, considerando que a entrada expressiva de mulheres no mercado de trabalho tem relao direta com processo de mudanas sociais, marcadamente com a sada da mulher do lar, acrescido ainda, com crescente presena feminina em todos os nveis do ensino, em especial, no ensino superior. Nessa senda, o projeto de pesquisa busca compreender a insero da mulher no Poder Judicirio Estadual a partir da trajetria iniciada por Magui Lins Azevedo, primeira mulher a se tornar juza no estado de Pernambuco em 1966, atravs de concurso pblico. Fontes pesquisadas, apontam que o ingresso de mulheres no respectivo perodo, no era vetado, todavia, indicam que havia uma proibio silenciosa, corroborada pela certeza de que at o ano de 1966, no havia magistrada no Poder Judicirio local. O lugar de memria no caso, reconfigura o ingresso de Magui como pioneira, at a segunda mulher ser nomeada, decorridos 22 anos. A temtica debatida, ancorada na narrativa dos prprios agentes, como partcipes do processo de transformao do status quo da mulher e na reconstituio de experincia de vida, do lugar de memria, da fora da histria contraposta ao vazio e ao silencio impostos pelo ambiente marcadamente patriarcal. A formao desse espao de poder, outorgado a Magui, leva a ressignificao da sua representao, onde o conjunto de recordaes sero considerados como valioso mecanismo de uso da histria oral como instrumento para compreender as dimenses subjetivas forjadas na desigualdade de gnero, tributo concebido por origens histricas e sociais no prprio Poder.
(Comisso organizadora do SNH2019; Comisso organizadora do SNH2019;Comisso organizadora do SNH2019;Comisso organizadora do SNH2019;Comisso organizadora do SNH2019;Comisso organizadora do SNH2019;Comisso organizadora do SNH2019;Comisso organizadora do SNH2019;Comisso organizadora do SNH2019;Comisso organizadora do SNH2019;Comisso organizadora do SNH2019;Comisso organizadora do SNH2019;Comisso organizadora do SNH2019;Comisso organizadora do SNH2019;Comisso organizadora do SNH2019)
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ST - Sesso 3 - 19/07/2019 das 08:00 s 12:00 4c3kw
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Flvia Pereira Machado (Instituto Federal de Gois)
Feminismos em contextos rurais: reflexes a partir das mobilizaes de mulheres trabalhadoras rurais sem terra em uma perspectiva decolonial
Resumo:As mulheres trabalhadoras rurais sem terra, atrave...
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Resumo:As mulheres trabalhadoras rurais sem terra, atravessadas pelo recorte de classe, gnero, sexo, raa e gerao, enfrentam para alm do processo de excluso social, opresses diferenciadas s dos seus companheiros. Alijadas da participao poltica, subordinadas pelo sistema patriarcal e excludas dos espaos pblicos, estas mulheres foram ainda marginalizadas nas produes acadmicas e nos movimentos feministas ocidentais. Em contraposio a este cenrio, as mulheres sem terra irrompem a cena pblica e poltica por meio das aes diretas como marchas e ocupaes, assim como na organizao de coletivos, cooperativas de produo, entre outros. Deste modo, a partir da produo poltica e conceitual dos feminismos latino-americanos e das teorias feministas propomos na presente comunicao, identificar como mulheres de diferentes trajetrias, escolaridades, vivncias reconstroem suas relaes de gnero em um contexto rural marcado pela luta pela terra tanto em situao de ocupao desta, quanto j na condio de assentadas, e ainda como estas incorporam e reconfiguram elementos dos feminismos em seus cotidianos e na organizao da luta pela terra, evidenciando o gnero e suas interseccionalidades como fio condutor para a compreenso das relaes estabelecidas nos assentamentos e nos movimentos sociais engendrados por estas. Delimitamos neste recorte a atuao de mulheres na Regio Noroeste de Gois, espao em que h a maior concentrao de assentamentos. Por meio de epistemologias situadas e engajadas, buscaremos relacionar autoras e autores que refletem sobre a produo do conhecimento e a produo histrica na perspectiva feminista e do Sul global com os feminismos latino-americanos, que propem uma descolonizao dos conceitos de gnero, patriarcado, territrio, corpo, violncia estrutural, colonialidade e o prprio entendimento do feminismo, erigindo novos enfoques epistmicos e polticos em detrimento do pensamento ocidental. Sendo assim, o propsito reconfigurarmos a compreenso dos feminismos para alm dos cenrios urbanos e dos construtos ocidentais, para a localizao de espaos de lutas feministas cotidianos e comunitrios que se constituem por meio das estratgias de sobrevivncia e de luta destas mulheres. necessrio ainda evidenciar como as mulheres sem terra subvertem as relaes de gnero em uma sociedade patriarcal, assim como seus corpos constituem alianas em diferentes esferas e como estes corpos se colocam como objeto de muitas manifestaes que tomam a condio precria como sua condio estimulante (BUTLER, 2018, p. 15).
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Ingrid Souza Ladeira de Souza (UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro)
O trfico de mulheres na perspectiva das redatoras do peridico anarquista La Voz de la Mujer. (Buenos Aires, 1896-1897).
Resumo:A proposta desta comunicao analisar os artigos...
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Resumo:A proposta desta comunicao analisar os artigos que versam sobre a escravizao e trfico de mulheres publicados no peridico La Voz de la Mujer. Esta pesquisa parte da dissertao de mestrado desenvolvida no mbito do Programa de Ps-Graduao em Histria da UNIRIO.
O peridico feminino circulou nos anos de 1896-1897, na cidade de Buenos Aires capital da Argentina. Trata-se do primeiro jornal anarquista de mulheres para mulheres da Amrica Latina. Seu contedo tinha como pblico alvo as mulheres anarquistas ou no, e englobava uma srie de textos contestatrios que tinham como propsito o despertar da conscincia feminina em busca de sua emancipao.
A escravizao e do trfico de mulheres eram temas pouco comentados entre as anarquistas e os anarquistas; essas temticas foram pouco discutidas entre os grupos polticos do final do sculo XIX e incio do XX. Os peridicos anarquistas tinham suas redaes formadas em sua grande maioria por homens, portanto, so poucas as evidncias que do conta dessa temtica to importante para as mulheres.
No fim do sculo XIX, a prostituio era vista pela medicina como um vcio feminino que corrompia a moral das ditas mulheres direitas. As prostitutas foram aglomeradas em lugares especiais para que no atrapalhassem a convivncia e nem a mobilidade das famlias; estes locais eram os bordis que precisavam ser registrados na polcia para que fossem acompanhados de perto pela istrao pblica.
Poucas discusses libertrias que se debruam sobre o tema da prostituio argumentam que as mulheres prostitutas so vistas como objetos sexuais que servem para obteno de lucro para os burgueses e autoridades. As anarquistas denunciam a prostituio e o trfico de mulheres como mais uma parte da relao de explorao entre as classes, j que a maioria das prostitutas eram proletrias.
A anarquistas Emma Goldman discutiu o trfico de mulheres nos Estados Unidos em diversos textos publicados; a russa considerava que o trfico de mulheres foi usado como uma cortina de fumaa pelas autoridades estadunidenses para encobrir outros problemas que ocorriam no final do XIX e incio do XX. Goldman afirmava que as autoridades estadunidenses no estavam dispostas a enfrentar a questo do trfico de mulheres, as quais vinham da Europa para serem prostitutas na Amrica, principalmente nas cidades de Nova York, Buenos Aires e Rio de Janeiro.
As redatoras do peridico anarquista debateram a situao da mulher como escrava sexual em vrias partes do mundo, principalmente nas cidades de Buenos Aires e Montevidu. O foco das redatoras nas mulheres estrangeiras torna os artigos mais amplos e de alcance significativo fora das fronteiras da Argentina, sendo esse escrito um dos poucos que falam abertamente sobre a temtica.
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Karina Oliveira Brito (IFMT)
Rosa, Margarida e Dlia: Oralidade, apadrinhamento de trabalho domstico no municpio de Cceres/MT (1960-2000)
Resumo:Esta pesquisa surgiu da inquietao quanto ao trab...
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Resumo:Esta pesquisa surgiu da inquietao quanto ao trabalho domstico de meninas oriundas de famlias de baixa renda, tanto da zona urbana quanto da zona rural, que eram criadas por famlias de classe mdia e alta, costume comum em diversas regies do Brasil e que ocorreu por muito tempo no municpio de Cceres-MT. Tendo se tornado cidade em 1874, Cceres teve sua formao social marcada pela sua constituio econmica e fronteiria. A existncia de inmeras fazendas, bem como o fluxo migratrio de bolivianos, esto entre os fatores que favoreceram a disponibilidade de grande quantidade de mo-de-obra barata na regio.
Muitas famlias cacerenses tiveram em suas casas como crias, agregadas ou apadrinhadas - termos comumente utilizados para designar meninas originrias de famlias pobres que realizavam todo o trabalho domstico nas residncias. A ttulo de explanao, ressaltamos que o termo cria relaciona-se ao linguajar popular muito utilizado na regio estudada para identificar a origem familiar ou no seio de qual famlia determinada pessoa foi criada. A indagao dgente de quem voc ? ou cria de quem voc ?, reitera a existncia da prtica de famlias de classe mdia e alta criarem crianas originrias de famlias em situao de pobreza. O termo apadrinhadas igualmente utilizado, destaca a relao em que essas famlias se comprometiam a educar uma criana, sustent-la (com intuito de explorar sua mo-de-obra domstica) sem adot-la legalmente. Essa foi e ainda persiste em algumas reas do pas de variados modos mas, com similaridades, como uma problemtica social, econmica, jurdica que deve ser refletida e que envolve a desigualdade de gnero, a questo racial e de classe enquanto problemticas antigas que sempre fizeram parte do corpo social [...] e evocam a reflexo j que suas consequncias persistem na atualidade. Considerando que por muito tempo essa atividade laboral especfica no foi vista como produtiva, que historicamente foi uma das principais formas de insero de mulheres e tambm crianas pobres no mercado de trabalho alm de sua excluso jurdico-normativa, torna-se essencial a compreenso do trabalho domstico relacionando-o anlise das experincias de mulheres no mundo do trabalho. Dessa forma, para essa pesquisa foi fundamental refletirmos sobre a diviso sexual do trabalho a partir de dimenses tericas que fundamentem o motivo das famlias cacerenses apadrinharem quase sempre crianas e adolescentes do sexo feminino ao mesmo tempo favorecendo a compreenso de uma das razes pelas quais essa forma de explorao da mo-de-obra infantil no era percebida como trabalho sob a perspectiva de produo de valores .
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Lilian Maria Moser (Universidade Federal de Rondnia - UFRO)
Histria e Dilogos de Mulheres Simples, das rea Rural e Urbana no Estado de Rondnia.
Resumo:A proposta da nossa apresentao consiste em discu...
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Resumo:A proposta da nossa apresentao consiste em discutir as possibilidades que a Histria Oral e Histrias de Vida oferecem na pesquisa sobre os estudos de gnero e feminismos. A nossa experincia e o exerccio da construo, h alguns anos, dedica-se s mulheres simples, isto , no participantes de movimentos feministas ou outros na esfera de organizao social. Para essa discusso elegemos duas diferentes realidades, isto , no primeiro momento de pesquisa, fomos ao encontro das mulheres oriundas de diferentes estados do Brasil e que migraram para o estado de Rondnia, no final da dcada de 1970, ainda Territrio brasileiro e elevada categoria de estado no ano de 1982. Essas mulheres nem sempre migravam juntamente com seu marido e filhos. Geralmente vinham aps o marido para morar em diversas localidades dos municpios em condies estruturais precrias, onde ele havia conseguido um lote de terra para produzir. Pois, essa realidade est inserida no contexto do perodo da implementao dos Projetos Integrados de Colonizao PICs. Essa discusso fez parte do Projeto da tese doutoral e voltamos ao projeto pelo PIBIC/2008/UNIR, dentre outros aspectos, investigar a atuao dessas mulheres em seu cotidiano. A outra experincia, refere-se s mulheres negras de reas perifricas da rea urbana da cidade de Porto Velho RO, onde realizamos um trabalho de Pesquisa e Extenso/PIBEX/2010/UNIR, em que tratamos da beleza negra, e por meio de rodas de conversa e oficinas, dilogos foram estabelecidos, histrias narradas e contadas e emoes tornaram-se presentes. Pois, a negritude, principalmente a mulher, silenciada e massacrada pelos modelos ocidentais estabelecidos e ditados. Nas duas experincias, que so inditas com mulheres que vivem em locus diferentes e origens diversificados, pudemos perceber alguns aspectos que so comuns, como: a timidez em expressar os seus pensamentos e sentimentos, a inferiorizao constituda historicamente e a inferiorizao racial e de beleza, o silenciamento frente ao seu companheiro, o no pertencimento histria local ou regional e, para adquirir a valorizao e aprovao do seu companheiro e inclusive dos filhos, o trabalho constante tornou-se referncia. Nesses espaos dessas pesquisas, observamos que as mulheres sentiram-se livres em contar suas histrias sem medo e sem censura e no final ao verem o resultado da pesquisa, vislumbraram uma sensao de liberdade e de valorizao, ao que podemos denominar de emancipao. Para esse exerccio de pesquisar, de desconstruir paradigmas e rupturas, do estabelecer dilogos e ouvir e contar histrias e escrev-las, buscamos referncias epistemolgicas em Verena Alberti (2004), Ecla Bosi (1997), Antnio T. Montenegro (2010), Alessandro Portelli (2010).
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Luciene Medeiros (Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)), Ebe Campinha dos Santos (UFF - Universidade Federal Fluminense), Ivanete Conceio da Silva (SEEDUC)
Frum Municipal dos Direitos da Mulher de Duque de Caxias/RJ: histria, lutas e resistncia
Resumo:A dcada de 1980 marcada por um processo de revi...
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Resumo:A dcada de 1980 marcada por um processo de revitalizao da sociedade civil que ganha a cena pblica na luta pela democratizao e reivindicao de direitos, mas representou tambm um verdadeiro paradoxo entre o protagonismo de diversos movimentos sociais e o avano de processos de reorganizao do capitalismo em escala mundial, com srias implicaes para os pases perifricos e dependentes, entre estas a de reduo do papel do Estado e de regresso de direitos. A sociedade civil que teve grande importncia neste processo de luta por direitos, ar a participar de novos espaos como o dos conselhos gestores, na formulao e controle das polticas pblicas, especialmente aquelas de mbito social. nesta dcada que se ver o surgimento dos denominados Fruns da sociedade civil, espaos de articulao coletivo das mais variadas representaes como de: sindicatos, movimentos sociais, universidades, associaes, usurias(os) dos servios, entre outras. O presente artigo se prope a trazer um pouco da histria do Frum Municipal dos Direitos da Mulher de Duque de Caxias/RJ, refletindo sobre a sua constituio, seus objetivos, lutas, trajetria e enfrentamentos na efetivao de polticas pblicas para as mulheres no referido municpio, enquanto polticas pblicas de gnero que implicam e envolvem no s a diferenciao dos processos de socializao entre o feminino e o masculino, mas tambm a natureza dos conflitos e das negociaes que so produzidos tambm nas relaes interpessoais, que se estabelecem entre homens e mulheres. Cabe ressaltar que as polticas pblicas de gnero constituram a centralidade das aes do Frum Municipal dos Direitos da Mulher de Duque de Caxias (FMDM/DC) desde sua criao. H muito poucas produes bibliogrficas sobre estes Fruns especficos da sociedade civil, por este motivo, este artigo se prope a trazer a experincia do Frum Municipal dos Direitos da Mulher de Duque de Caxias, nos seus dezessete anos de existncia e seu processo de constituio e luta pelos direitos das mulheres no referido municpio, o que s foi possvel por este ser o locus onde as trajetrias profissionais e de militncia das autoras deste artigo se cruzaram.
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Mariana Alcntara Ferreira (PUCSP - Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo)
Vida comunitria e laos de sociabilidade: Dona Santa em perspectiva
Resumo:Por muito tempo, a oposio entre espaos feminino...
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Resumo:Por muito tempo, a oposio entre espaos femininos e masculinos e poder espiritual e temporal encontrou-se fundamentada em representaes de gnero, as quais determinam que as mulheres fossem responsveis pela proteo espiritual de sua comunidade e de sua nao maracatuzeira e os homens por decises polticas.
Mesmo que essas mulheres assumissem posies significativas e de destaque dentro das naes, como rainhas, ialorixs e/ou lideranas comunitrias, tiveram uma trajetria historicamente escondida em prol dos homens os quais eram at ento centrais nos estudos e pesquisas sobre os Maracatus-nao.
A partir da dcada de 1960 a presena das mulheres nos batuques ou a ser recorrente e relevante atravs de um intenso processo de ao e engajamento poltico que visava ao enfrentamento do racismo atravs da valorizao das manifestaes culturais negras. Alm disso, no Brasil, em meados de 1960 e incio de 1970 houve tentativas de compreenso sobre as origens de desigualdades entre mulheres e homens, sem se pautar em explicaes biolgicas ou essencialistas, ambas social e culturalmente produzidas.
Dessa maneira, as prticas culturais de cunho afro-brasileiras, como o maracatu, foram expressas na afirmao de valores culturais e de resistncia ao racismo, bem como ferramenta contra o sexismo e fortalecimento de identidade tnico-racial da populao negra.
Houve, ento, possibilidades de investigar os protagonismos das mulheres dentro de manifestaes culturais. Novos estudos surgiram e evidenciaram a grande presena das mulheres dentro dos Maracatus-nao pautadas a partir de relaes de gnero.
Dona Santa, liderana feminina negra, foi um exemplo representante de uma luta dentro de uma manifestao cultural. At hoje, h sinais que se conectam formando uma memria em torno de saberes orais, de relaes de famlia, amizade, trabalho, msica, cortejos, naes, festas e terreiros que mostram Dona Santa como uma das principais rainhas coroadas.
Este artigo prope situar o debate historiogrfico em torno de gnero, bem como refletir sobre o papel das mulheres no maracatu e em particular de Dona Santa a qual se fez representar em diferentes espaos da cidade, desde gua Fria, at reas centrais de Recife, como a Rua Aurora e em espaos privados como o Clube Nutico, revelando sua posio de importante mediadora cultural.
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