ST - Sesso 1 - 16/07/2019 das 14:00 s 18:00 187213
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Ana Rita Fonteles Duarte (Universidade Federal do Cear)
Sob vigilncia: os movimentos feministas brasileiros na viso dos rgos de informao durante a ditadura (1970-1980)
Resumo:Esta comunicao tem por objetivo analisar as info...
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Resumo:Esta comunicao tem por objetivo analisar as informaes produzidas por diferentes rgos de vigilncia, ligados ao aparato repressor durante a ditadura civil militar brasileira, sobre os movimentos feministas nas cidades do Rio de Janeiro, So Paulo e Fortaleza, a partir de documentos encontrados nos Arquivos do Estado do Rio de Janeiro, Arquivo do Estado de So Paulo e Arquivo Nacional. Procura-se, atravs dessa anlise, entender as preocupaes despertadas sobre o regime ditatorial pelo movimento organizado por mulheres, na segunda metade dos anos de 1970 at meados dos anos de 1980, as formas explicativas usadas pelos agentes de segurana sobre o funcionamento dos diferentes grupos e lideranas, assim como o entendimento sobre as principais bandeiras de luta e articulaes e conflitos polticos das feministas com outros movimentos sociais durante o processo de abertura poltica.
O movimento feminista brasileiro foi alvo de vigilncia por parte do regime autoritrio instalado em 1964, assim como outros movimentos sociais e organizaes politicas. A documentao produzida por rgos de informao sobre esse tema, especialmente a partir de meados dos anos de 1970, ainda pouco explorada pela pesquisa histrica brasileira, mas traz importantes elementos para pensar tanto a prpria dinmica dos grupos espalhados por todo o territrio brasileiro, como as representaes construdas sobre a organizao de mulheres pelos rgos de represso.
A maior parte dos documentos analisados, nesta comunicao, associa o feminismo ao que seriam organizaes de fachada para a ao do movimento comunista, assim como aconteceu com o movimento ambientalista e o de direitos humanos. A construo, embora reducionista, revela aspectos da especificidade da luta das mulheres no Brasil, envolta com os desafios da luta da esquerda contra a ditadura, pela democracia, e/ou contra o sistema capitalista.
As pautas feministas de segunda onda, desenvolvidas nas conjunturas europeia e norte-americana, calcadas nas lutas pelo direito ao corpo e crtica das desigualdades entre homens e mulheres, eram mal vistas pelos movimentos de esquerda que as criticavam ou desqualificavam por seu carter considerado sexista ou divisionista.
Quando o movimento de mulheres ganhou corpo, os partidos e organizaes clandestinas de esquerda aram a disputar ou tentaram interferir na conduo das lutas feministas, o que documentado pela documentao referente aos congressos e reunies de mulheres.
As disputas no interior de congressos e entre entidades revela diferenas de projetos de esquerda, mas fornece, ainda, elementos para pensar de forma mais aprofundada sobre as desigualdades de gnero no cerne das lutas por novos projetos de sociedade no conturbado Brasil dos anos de 1970 e 1980.
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Ayssa Yamaguti Norek (PUC-RIO - Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro)
Notas de um Subterrneo: gnero e enclausuramento de presas polticas no Instituto Penal Talavera Bruce e no Presdio Tiradentes (1968-1979)
Resumo:Na Ditadura Militar, as mulheres tiveram papel sig...
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Resumo:Na Ditadura Militar, as mulheres tiveram papel significativo. Ao lado dos homens, insurgiram-se contra o regime enquanto agentes polticos. A historiografia tem tentado, pouco a pouco, mapear a participao dessas mulheres na militncia que envolve o movimento estudantil e as organizaes de luta armada , as graves violaes de direitos humanos s quais foram submetidas nos centros de represso, seu papel na Justia de Transio, e at mesmo tem trazido tona histrias de vida entrecruzadas por estes temas. Mas ainda h uma lacuna nos estudos sobre os presdios que receberam tais mulheres na condio de presas polticas, como tambm no percurso sinuoso feito por elas dentro dos meandros da represso, at chegarem, enfim, aos locais de enclausuramento. Sob tal perspectiva, essa apresentao tem como objetivo fazer uma anlise breve sobre o encarceramento de presas polticas entre os anos de 1968 e 1979 no Instituto Penal Talavera Bruce (no Rio de Janeiro) e no Presdio Tiradentes (em So Paulo), sob um vis de gnero. Os presdios que receberam os chamados presos polticos durante o perodo aqui enfocado abrigaram em seu interior inmeros corpos dissidentes; primeiro, sob um ponto de vista poltico, uma vez que esses indivduos romperam com a ordem institucional imposta pelo regime e, segundo, sob um ponto de vista de subverso do papel de gnero imposto pela sociedade. Dessa forma, os corpos femininos frutos da atividade poltica abrigados dentro desses presdios transgrediam duplamente a ordem vigente e isso era contabilizado em sua dupla acusao: as mulheres eram paralelamente terroristas e mulheres deslocadas do papel que deveriam exercer. Nesse sentido, analisar o enclausuramento de presas polticas do Ato Institucional n 5 (1968) Lei de Anistia (1979) ajuda-nos a compreender que apesar das semelhanas na rotina dos presdios, na formao dos coletivos e nas reivindicaes que envolvem uma priso de cunho poltico, existem diferenas de tratamento dispensado s mulheres dentro desses espaos. Essas diferenas se apresentam justamente porque estamos lidando com um universo masculino que se materializa, em primeiro lugar, no prprio espao prisional e, posteriormente, nas relaes simblicas estabelecidas na e com a priso. Inclumos neste ponto a adaptao da mulher a um espao construdo para uma espcie de idealizao que, dcada aps dcada, tem sido projetada na figura do homem e, tambm, as diferentes experincias e vivncias (anteriores e relativas ao crcere) fsicas e psicolgicas que no so as mesmas experimentadas pelos homens na condio de presos polticos.
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Caio Brito Barreira (UFC - Universidade Federal do Cear)
As mobilizaes do gnero nos discursos da Escola Superior de Guerra sobre a televiso na ditadura civil-militar (1964-1985)
Resumo:A Escola Superior de Guerra uma instituio mili...
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Resumo:A Escola Superior de Guerra uma instituio militar de ensino superior criada em 1949, ligada a uma conjuntura relacionada com a Guerra Fria; com o intuito de formar elites para a soluo dos problemas do Pas. A instituio fundamentalmente militarizada, porm possua ligao direta com certa parcela da sociedade civil.
Entendemos, a partir de autoras como Maria Jos de Rezende, Maria Helena Moreira Alves e Ana Rita Fonteles Duarte, a ESG como um importante polo formador de discurso oficial e polticas pblicas na ditadura civil-militar (1964-1985). Nessa instituio foram escritos, por exemplo, os manuais de disciplinas de Moral e Cvica e OSPB. Tendo em vista esse local da instituio nos governos ditatoriais pretendemos problematizar as mobilizaes do gnero nos discursos sobre a televiso, como mdia e meio de comunicao, nos projetos polticos para o Brasil da ditadura civil-militar escritos na Escola.
Analisando os escritos da ESG, trabalhos de alunos, manuais e transcries de palestras, percebemos uma preocupao latente com a televiso, principalmente a partir dos anos 1970, quando a comercializao do aparelho comea a ganhar fora no Brasil. Para a ESG a TV representava ao mesmo tempo uma fora latente de modernizao que no poderia ser ignorada e uma ameaa a moral e aos bons costumes da sociedade brasileira. No contexto da Guerra Fria o perigo vermelho era tambm o inimigo interno, a ameaa da televiso consistia, em grande parte, no entendimento dos egressos da ESG, na sua possibilidade de ser apropriada e utilizada como ferramenta na propagao do valores comunistas. importante ressaltar aqui a construo do imaginrio do dio e medo ao comunismo ligando todos os valores elencados pela ditadura ao extremo oposto daquilo que seria o arqutipo do comunista: ateu, aptrida, antinacionalista, divorciada e lasciva (no caso das mulheres), pervertido, violento. A programao televisiva estaria, neste sentido, sujeita a apropriao do inimigo para tentativa de converso da sociedade. interessante pensarmos essa construo do inimigo como um dos muitos processos das relaes de gnero. dizendo aquilo que o cidado brasileiro no que o discurso constri o ser homem e ser mulher normatizado.
Apoiando-nos no conceito de modernizao conservadora de Rodrigo Patto S Motta pretendemos entender essa relao de possibilidade e medo para com a TV na Escola e como essa tenso gerou discursos e projetos mobilizados a partir do gnero.
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Dbora Strieder Kreuz (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
A ditadura de segurana nacional e o exlio na Arglia: consideraes a partir da memria de duas militantes
Resumo:O presente trabalho objetiva analisar as narrativa...
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Resumo:O presente trabalho objetiva analisar as narrativas de duas mulheres que aram pelo exlio na Arglia. A ditadura de segurana nacional brasileira (1964-1985), como uma das estratgias de excluso poltica, fez com que sassem do pas milhares de pessoas, cujo objetivo central era preservar a vida e, em alguns casos, denunciar internacionalmente o que acontecia. Vrios foram os pases que receberam exilados brasileiros: num primeiro momento o Uruguai foi o principal centro, pois se imaginava que a ditadura em breve cairia. Aps a eleio de Allende no Chile, em 1970, e a busca pela construo do socialismo pela via democrtica, esse foi o principal destino. Com o golpe naquele pas, a perspectiva de retorno ao Brasil praticamente desapareceu e a Frana foi o local em que a maior parte dos exilados pode habitar. Cuba, Mxico, Portugal, Unio Sovitica, Itlia, Sucia, Arglia e Moambique foram outros pases que, em menor escala, tambm receberam brasileiros. A Arglia, independente da Frana em 1962 aps violenta guerra de libertao, optou pela construo de um modelo poltico que ficou conhecido como socialismo rabe. A partir de ento, ou a receber exilados de todos os continentes, de forma que os rgos de informao da ditadura brasileira aram a caracteriz-la como a Meca revolucionria. No incio de 1965 chegou o primeiro exilado nacional: Maurcio Martin Seidl, capito cassado pelo AI-1. Alguns meses depois, chegaram Miguel Arraes e sua famlia, junto com vrias pessoas que compunham o seu governo em Pernambuco antes do golpe. O trabalho analisa, a partir da metodologia da Histria Oral, a forma como duas mulheres que se exilaram na Arglia rememoram esse perodo. So elas: Yara Gouvea e Carmen Helena Barbosa do Vale. Ambas chegaram ao pas na dcada de 1970, mas suas estratgias de permanncia foram distintas: enquanto a primeira estava vinculada a um grupo de denncia da ditadura brasileira a Frente Brasileira de Informaes -, a segunda ou a trabalhar como bioqumica no Hospital Universitrio de Argel, pois o pas, recm sado da guerra, necessitava de quadros tcnicos para a sua reconstruo. Dessa forma, busco compreender como foi a vivncia em um territrio to distante do brasileiro, em termos sociais, culturais e polticos e a forma como esse processo significado, com destaque para a anlise da maneira como a memria sobre o exlio rearticulada no presente.
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Eloisa Rosalen (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina)
As Mulheres no Exlio a Partir do Centro de Informaes do Exterior (CIEx) do Brasil
Resumo:Em 1966, foi criado pelo governo brasileiro o Cent...
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Resumo:Em 1966, foi criado pelo governo brasileiro o Centro de Informaes do Exterior (CIEx), cujo a finalidade era de vigiar, monitorar e seguir as exiladas e os exilados que viviam no exterior (PENNA, 2009, p. 46). De modo geral, o CIEx foi uma agncia que funcionava com grande autonomia na estrutura istrativa do Itamaraty e, hierarquicamente, estava subordinada ao Servio Nacional de Informao (SNI) (PENNA, 2009, p. 47). A partir desta instituio, foram difundidas informaes entre os rgos do governo sobre exiladas e exilados, totalizando um nmero de 8.147 informes, entre os anos de 1966 e 1986 (PENNA, 2008, p. 90). Tais documentos oferecem elementos importantes para pensar sobre a presena de mulheres, sob o ngulo da participao, nas militncias polticas no exterior, bem como algumas estratgias repressivas permeadas pelo gnero. Nesse sentido, a partir dos informes produzidos pelo CIEx, busco pensar de que maneira o Centro de Informaes do Exterior (CIEx) percebia as mulheres exiladas durante os anos da ditadura brasileira (1964-1985). A ideia consiste em refletir acerca das militncias polticas, ligadas tanto ao feminismo, de resistncia/luta contra a ditadura e aos projetos revolucionrios, quanto s imagens de esposas, amantes, e subversivas, atribudas s mulheres por meio dos documentos produzidos pelo CIEx. Sobretudo, foi realizado um mapeamento sobre as militncias de homens e mulheres durante os anos de exlio, suas transformaes, e a maneira com o Centro via as mulheres e o que era (ou no) percebido com relao ao feminismo. Como teoria e metodologia, utilizo as discusses provenientes da histria das mulheres e dos estudos de gnero e as contribuies que envolvem a pesquisa histria onomstica; questes discutidas respectivamente por Joan W. Scott, Thomas Lacquer, Teresa de Lauretis e Carlo Ginzburg. De modo geral, os resultados demostraram possibilidades futuras de pesquisa, como a demarcao de posies de sujeitos em determinamos espaos/tempo a partir dos registros, o levantamento de nomes de ativistas para possveis contatos/ entrevistas, e maneira como o CIEx focava sua vigilncia em determinamos sujeitos ou via mulheres e suas militncias durante o exlio da ditadura brasileira.
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Higor Codarin Nascimento (Universidade Federal Fluminense)
Era difcil jurar amor eterno pois a vida podia terminar antes do amor. A trajetria de Vera Slvia Magalhes e Jos Roberto Spiegner na luta armada contra a ditadura civil-militar brasileira. (1966-1970)
Resumo:Inserida no contexto de reabilitao do indivdu...
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Resumo:Inserida no contexto de reabilitao do indivduo na historiografia, que prope, por um lado, colocar no centro do debate historiogrfico a dicotomia escolhas individuais/determinaes sociais e, por outro, demonstrar, como aponta Walter Benjamin, que na existncia de um indivduo insere-se uma poca inteira, esta apresentao tem por objetivo lanar luz sobre a trajetria de Vera Slvia Magalhes e Jos Roberto Spiegner na luta armada contra a ditadura civil-militar brasileira. Engrossando as fileiras, ainda como secundaristas, do intenso movimento estudantil do Estado da Guanabara, atualmente cidade do Rio de Janeiro, que adquiriu grandes propores nos anos subsequentes ao golpe e atingiu seu pice em 1968, tornaram-se, a partir de 1966 e 1967 respectivamente, militantes da Dissidncia Comunista da Guanabara (DI-GB), posteriormente Movimento Revolucionrio 8 de Outubro (MR-8), optando pelo caminho das armas como modo de resistir ditadura e realizar a idealizada revoluo brasileira. Atravs dessa trajetria, que amalgamou amor e revoluo, objetivamos contribuir para a compreenso e, sobretudo, manuteno da luta armada sob outras perspectivas que no relacionadas, unicamente, s leituras conjunturais/conjecturais socioeconmicas e polticas realizadas pelas organizaes polticas enquanto coletivos polticos e que as impulsionaram ao caminho armado.
Sendo assim, buscamos, por intermdio da trajetria de dois indivduos que partilharam dessa escolha, realar outras questes presentes no imaginrio da autointitulada esquerda revolucionria brasileira, como: a ruptura com os costumes, no apenas da sociedade em geral, mas, de certo modo, tambm relacionadas s organizaes comunistas, com as quais podemos associar o questionamento do papel social atribudo s mulheres, seja atravs da poligamia, questionando a lgica do matrimnio, e/ou os dilemas e as dificuldades das mulheres em exercerem cargos diretivos nas organizaes; a dinmica da vida na clandestinidade, evidenciando os contatos com os moradores dos subrbios para onde os militantes se deslocavam, desenvolvendo, assim, aspectos pouco trabalhados na historiografia sobre o tema; e, por fim, o compromisso com o projeto revolucionrio e com os companheiros, que mantinham as organizaes na luta armada a despeito dos reveses sucessivos e da iminncia, cada vez mais clara, da derrota poltica.
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Marina Soares Oliveira (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)
Sob o estigma da loucura: prticas psi e a militncia poltica de mulheres no Brasil dos anos 1970
Resumo:Neste trabalho, pretendemos abordar como as prtic...
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Resumo:Neste trabalho, pretendemos abordar como as prticas psi, com nfase na Psicologia, na Psiquiatria e na Psicanlise, reproduziram o autoritarismo vigente na sociedade brasileira dos anos 1970 e tambm colaboraram ativamente com ele, graas ao status adquirido por estas reas no seio das classes mdia e mdia-alta urbanas brasileiras, vinculado ele prprio a uma psicologizao do cotidiano possibilitada pelo esvaziamento da vida pblica devido represso. O recorte temporal justifica-se pelo acirramento da represso em final dos anos 1960, que podemos observar atravs das Constituies de 1967 e 1969, da Lei de Segurana Nacional de 1967 e do Ato Institucional no5, baixado em 1968, que possibilitaram mudanas no entendimento da segurana nacional e em como foi tratado o militante poltico um risco segurana da nao. Tambm na dcada de 1970, ocorre o fenmeno indstria da loucura, possibilitado pela compra de leitos privados com verbas pblicas via INPS. Vinculado pesquisa de mestrado em andamento, na qual visamos problematizar a arbitrariedade dos diagnsticos mdico-psiquitricos considerando-se o contexto poltico-ideolgico que atravessava o pas, somado a uma anlise das relaes sociais e da posio das mulheres constitudas como sujeitos polticos de domnio pblico, entendemos que, apesar de no ser um fenmeno exclusivo do perodo ditatorial militar, o Estado serviu como um catalizador das prticas psi enquanto polticas de controle e excluso social, fornecendo aparato para seu fortalecimento que pode ter atingido o auge da utilizao da assistncia psiquitrica com fins repressivos no pas e os profissionais psi, em consonncia aos interesses dominantes, forneceram aparato terico e tcnico para caracterizar as militantes polticas como sujeitos desviantes e no-polticos, pondo em evidncia questes de seus corpos, comportamentos e sexualidades, como dotados de anormalidades que as teriam levado subverso, privilegiando a relao com o masculino e colocando a militncia em segundo lugar. Trazemos o caso de N.P.G, presa em 1969 no Rio de Janeiro por auxiliar na fuga de presos polticos, pois mostra como a relao com seu marido tomou espao na formulao do diagnstico, secundarizando sua participao poltica como efeito de seus problemas conjugais.
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Rodrigo Lopes Alencar (SEDUC-MT), Nvia Alves Sales (INSTITUTO EDUCACIONAL SANTA CATARINA)
Ginsio Estadual do Araguaia (GEA): Resistencia e educao diferenciada no nordeste de Mato grosso de (1970-1973)
Resumo:Apresentamos consideraes sobre a educao na reg...
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Resumo:Apresentamos consideraes sobre a educao na regio do Nordeste do Estado de Mato Grosso MT, no perodo de 1970 a 1973, sobretudo a fundao e o fechamento pelo Governo Militar do Ginsio Estadual do Araguaia (GEA). Discutimos aspectos da Prelazia de So Flix e sua atuao na regio, sobretudo, o Bispo Emrito Dom Pedro Casaldliga. Dom Pedro chegou regio no ano de 1968, momento de discusses e tenses polticas no Brasil, no era diferente na regio Nordeste de Mato Groso. Momento que acirrava os conflitos pela terra e a necessidade de atividades educacionais e atendimentos na rea da sade. No Contexto onde buscavam meios de resistncias contra aparatos repressivos do regime militar vigente poca, ela aparece e cresce s margens das polticas de Estado. Nesse perodo a populao regio era composta por indgenas, ribeirinhos, e por famlias de outros lugares do pas. Nesta lgica, indgenas e posseiros teriam que ser retirados para dar espao a grandes investimentos dos novos latifundirios, com incentivos de organismos governamentais como a SUDAM (Superintendncia de desenvolvimento da Amaznia) (JOANONI NETO, 2012).
Vivenciando as necessidades e conflitos a Prelazia liderou a criao do GEA (Ginsio Estadual do Araguaia), no municpio de So Flix do Araguaia MT. Os professores tinham a educao evidenciada com a questo cultural como agente transformador que influenciaria a organizao da luta pela terra, aliado com a pedagogia do Pensador Paulo Freire. Pode-se constatar que a influncia do GEA foi de significativa e teve um impacto poltico-educacional para a regio. Destaco a criao do ginsio como uma reao da Igreja local forte onda da poltica desenvolvimentista e de negao das populaes locais, que estava em andamento.
Devido ausncia de um poder estatal e da forte carncia da regio a igreja acabou por assumir, ainda que consciente do processo, um papel de suplente do Estado na educao, sade e outras problemticas. Nasceu, a partir de ento, o GEA, um modelo educacional organizado e crtico, com um nvel alto de ensino, ando a ter forte influncia na vida da populao frente aos conflitos pela terra, na conscientizao, elaborao e interpretao do mesmo.
A partir disso, a regio que era bastante isolada ou a se tornar referncia no enfrentamento ao latifndio por parte das famlias das localidades. Os militares interpretaram o movimento educacional na regio como parte da subversiva guerrilha do Araguaia, culminando no fechamento do GEA, como forma de combater e reprimir o tipo de educao transmitida e toda atuao da igreja na regio Nordeste de Mato Grosso, o GEA foi retirado das mos da Igreja pelos generais da ditadura, ocorrendo ameaas, prises e torturas contra os agentes pastorais e padres.
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Rosinda da Silva Miranda (Universidade Federal do Par)
A trajetria de Isabel Tavares da Cunha e sua contribuio para a democracia, feminismo e os Direitos Humanos no Par.
Resumo:A presente pesquisa visa atravs do mtodo biogrf...
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Resumo:A presente pesquisa visa atravs do mtodo biogrfico e histria do tempo presente, registrar e discutir o protagonismo feminino na luta por Direitos Humanos na Amaznia no perodo da Ditadura militar. Nesse contexto, busca-se entender a participao das mulheres na sociedade como sujeitos da histria. Para tanto, traou-se como objetivo, investigar as memrias da trajetria de Izabel Marques Tavares da Cunha (Iza Cunha) e sua atuao na poltica partidria nos movimentos sociais e principalmente seu engajamento feminista na busca de promoo e garantia dos Direitos Humanos na Amaznia. Iza Cunha foi historiadora e uma importante ativista do movimento feminista, da democracia e Direitos Humanos no Estado do Par. A historiadora comunista e feminista que se manifestava contra a Ditadura militar no Par, foi presa e torturada em 1972. Organizou a fundao de movimentos como o MMCC (Movimentos de Mulheres do Campo e da Cidade) e SDDH (Sociedade Paraense em Defesa dos Direitos Humanos). Ajudou na luta pelas aes populares e ao final de sua vida ficou reclusa, segundo fontes orais, isso aconteceu devido sua separao conjugal, perseguio poltica e a grave doena que a levou morte em 2002. O contexto histrico da poltica brasileira a partir da dcada de 1960 apresentou um cenrio de profundas mudanas no Brasil, entre elas o fim do regime democrtico e a implantao do governo ditatorial a partir do golpe militar de 1964. Durante o regime ocorreram inmeras aes que violaram os Direitos Humanos. No contexto Amaznico essa violao pode ser compreendida atravs da violncia no campo em meio luta pela posse da terra. Atravs das fontes orais e documentais, visa-se: Destacar a histria de vida atravs da trajetria pessoal, educacional, profissional e poltica de Iza Cunha, que de acordo com a memria coletiva se tornou referncia de luta e resistncia nos movimentos sociais, no contexto paraense. Diante das vrias possibilidades que a biografia proporciona pesquisa, bem como ao texto narrativo que mostra o resultado da pesquisa unindo vrios aspectos da vida do objeto pesquisado, em uma encruzilhada de saberes, prticas, regras e normas, suas permanncias e transformaes, percebe-se ento o quanto a histria de vida pode ser importante para a interpretao de um determinado contexto histrico e suas variadas perspectivas de anlises.
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Tatianne Ellen Cavalcante Silva (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)
Mulheres e ditadura: as construes autobiogrficas como lugar de resistncias
Resumo:Ana Maria Machado, escritora brasileira, jornalist...
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Resumo:Ana Maria Machado, escritora brasileira, jornalista e professora de Teoria Literria e Literatura Brasileira ; comporta entre seus vrios escritos o romance Tropical Sol da Liberdade (1988), onde d vida Lena (Helena Maria ) personagem com traos autobiogrficos. Lena, assim como Ana Maria, a pelo exlio durante o perodo de ditadura civil-militar no Brasil. Tuca Siqueira, cineasta, que tem como tema recorrente em suas produes o perodo da ditadura de 1964. Diretora das obras Amores de Chumbo (2018), seu primeiro filme de fico, Mesa Vermelha (2013), longa metragem produzido dentro do gnero documental e o Vou contar para meus filhos (2011), documentrio, classificado como curta metragem, que tem como foco a histria de vinte e quatro (24) mulheres que foram presas polticas entre os anos de 1969-1979, na Colnia Penal do Bom Pastor, na cidade do Recife. Na obra literria a metanarrativa utilizada pela autora como artifcio para a construo da personagem Lena. J no documentrio Vou contar para meus filhos a cineasta utiliza-se do entrecruzamento de histrias, de vozes, de memrias, trazendo ao espectador a noo de uma memria coletiva. Assim, o que estas produes culturais tm em comum o testemunho de mulheres que vivenciaram a represso durante o regime ditatorial. Dito isto, o presente trabalho se prope a analisar o livro Tropical Sol da Liberdade de Ana Maria Machado e o documentrio Vou contar para meus filhos de Tuca Siqueira, como espaos de construo de memrias femininas ao que se refere ditadura civil-militar brasileira. Para tanto, trs pontos sero abordados: os traos autobiogrficos na obra literria, os relatos como espao de construo autobiogrfica no udio-visual e o testemunho de mulheres como espao de resistncia ao esquecimento e ao apagamento de suas experincias frente ao sistema ditatorial. Recorremos aos estudos de Beatriz Sarlo, Luiza erini, Michelle Perrot, Ana Maria Colling, Joana Maria Pedro, Margareth Rago e Susel Oliveira da Rosa, para pensarmos dentro da Teoria crtica feminista as categorias de memrias, memrias femininas, resistncia ditadura, mulheres, testemunho e construes autobiogrficas.
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ST - Sesso 2 - 17/07/2019 das 14:00 s 18:00 1e5t6h
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Cristina Monteiro de Andrada Luna (Universidade do Estado da Bahia (UNEB))
O movimento feminino pela anistia na luta pela pacificao nacional
Resumo:O artigo visa analisar a participao do Movimento...
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Resumo:O artigo visa analisar a participao do Movimento Feminino pela Anistia (MFPA) no contexto do feminismo no Brasil durante a dcada de 1970 e no processo de luta pela anistia e de transio poltica iniciado em 1974 com a presidncia do general Geisel. Fundado a partir da experincia de grupos de mulheres que foram perseguidas pela ditadura e que visitavam e procuravam seus pais, irmos, filhos e maridos presos e perseguidos pelo regime desde 1968, o MFPA foi criado em 15 de maro de 1975, em So Paulo, por um pequeno grupo de mulheres, quase todas profissionais liberais, entre elas a assistente social, advogada e ativista Therezinha Zerbini (esposa do general cassado Euriale Zerbini, presa por oito meses em 1970 sob a acusao de ter indicado o terreno de um amigo da famlia a Frei Tito para a realizao do Congresso de Ibina em 1968). Rapidamente, o MFPA ou a contar com o apoio de mulheres como Iolanda Pires (esposa de Valdir Pires, procurador geral da Repblica no governo de Jango, cassado logo aps o golpe de 1964), Branca Moreira Alves (advogada e feminista), Regina Sodr Van der Weid (me de Jean Marc Van der Weid, ex-presidente da UNE, banido do pas e exilado na Europa), alm de outras ativistas. Em pouco tempo, o movimento ou a contar com representaes em outras cidades do pas, constituindo-se em um marco na luta por questes femininas e pela anistia, pois com a entidade ela deixou de ser apenas uma reivindicao para se transformar em movimento organizado. Contudo, apesar do pioneirismo, o MFPA no exigia a apurao e o julgamento de casos de tortura e perseguio poltica, pois a anistia era defendida como um meio de conciliao e perdo, capaz de pr fim discrdia e aos revanchismos que separavam vencedores de vencidos. Talvez por isso, o Movimento Feminino tenha podido existir em um momento em que a abertura poltica era cambaleante, o que no diminui a sua importncia, haja vista que serviu para organizar mulheres e setores sociais que prosseguiram no processo de luta, empunhando ao longo dos anos de 1975 a 1979 a bandeira da anistia ampla, geral, irrestrita e tambm no recproca, conforme defendia o Comit Brasileiro pela Anistia (criado em fevereiro de 1978, com sedes pelo Brasil e no exterior), que, contudo, seria frustrada com a promulgao em 28 de agosto de 1979 de uma anistia restrita, que inclusive criava uma salvaguarda para o regime e seus agentes da represso, garantindo uma sada pacfica para os militares e o estabelecimento de uma Nova Repblica inbil para lidar com qualquer processo de justia de transio.
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Janine Gomes da Silva (Universidade Federal de Santa Catarina)
Memrias das ditaduras civis-militares e historiografia sa sobre o Cone Sul (Brasil, Paraguai, Chile e Argentina)
Resumo:De diferentes maneiras, o fim das ditaduras civis-...
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Resumo:De diferentes maneiras, o fim das ditaduras civis-militares no Cone Sul tem possibilitado vrias pesquisas, principalmente problematizando a construo de uma memria sobre esse ado. Nos ltimos anos temos visto um aumento significativo dos estudos que problematizam as histrias e memrias relacionadas ao perodo da ditadura e as lutas pela memria na historiografia brasileira. Em 2014, as rememoraes em torno dos 50 anos do golpe civil-militar no Brasil foi tema de livros, dossis de revistas cientficas e de eventos acadmicos que de diferentes maneiras evidenciaram as memrias relacionadas a este perodo. Estas memrias, mais do que destacar fatos relacionados ao perodo, tambm visibilizam as disputas sobre verses e a luta pela memria. E, falar em memria em disputa significa tambm lembrar a dimenso poltica da memria. Desta dimenso poltica destaca-se, por exemplo, a criao e o trabalho realizado pela Comisso Nacional da Verdade. E, as questes de gnero tambm so temas presentes nestes estudos. Nos ltimos anos fui percebendo o interesse de historiadoras/es, especialmente ses, nos estudos sobre as ditaduras civis-militares que ocorreram no Cone Sul (Argentina, Brasil, Bolvia, Chile, Paraguai e Uruguai). Os temas relacionando gnero, memria e ditaduras tem sido alvo de distintas abordagens e chamou-me a ateno os enfoques metodolgicos das/os pesquisadoras/es europeus para as histrias do Cone Sul. Assim, nesta comunicao pretende-se perspectivar a influncia que os estudos ses no campo da memria e gnero exercem sobre a historiografia do e sobre o Cone Sul, especialmente nas abordagens relacionadas memria, verdade, justia, reparao e lugares de memria. Analisar como estes estudos influenciam algumas pesquisas sobre o Cone Sul e perceber a circulao de teorias feministas dos estudos ses que contribuem com as pesquisas sobre as ditaduras realizadas no Brasil, Paraguai, Chile e Argentina pode nos ajudar a aprender novas metodologias, visando perceber as diferentes possibilidades e contribuies tericas no Eixo-Sul e em relao ao Norte-Sul. Esta pesquisa realizada no Laboratrio de Estudos de Gnero e Histria LEGH, da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC e financiada pelo CNPq.
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Joo Batista Barbosa da Silva (Secretaria de Estado da Educao/PB)
Padre Jos Comblin: Experincias, memrias e Resistncia de um Educador na Ditadura civil-militar brasileira
Resumo:Na conjuntura poltica, social, econmica e educac...
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Resumo:Na conjuntura poltica, social, econmica e educacional atual, se faz mais que necessrio conhecer o legado de Jos Comblin, com suas prticas e experincias de formao crtica e libertadora no meio popular, que se radicou no Brasil a partir de 1957, atuando como professor em Campinas/SP, e assessorando a JOC (Juventude Operria Catlica) em So Paulo.
Este trabalho objetiva analisar a contribuio do educador Jos Comblin histria da Educao na Paraba, no perodo entre 1969 a 1985, caracterizando os principais traos de dilogo entre a Educao Popular e a Teologia da Libertao, e ainda identificando e analisando as experincias formativas, inspirados e animados pelo educador Jos Comblin, comparando-as com as prticas convencionais da educao formal e por fim, detectando as prticas de resistncia utilizadas por Jos Comblin contra a Ditadura Militar, no vis formativo-pedaggico.
Jos Comblin um dos telogos mais respeitados no Brasil e fora dele, com uma vasta contribuio literria para a Teologia e de forma especial, para a Teologia da Libertao, sendo um de seus principais defensores e podendo ser considerado como seu co-fundador. Sua obra, ainda, pode ser aplicada s Cincias Sociais, Antropologia e a Educao, essa ltima, com forte dilogo com a educao popular.
Para conceber tal premissa, as experincias formativas organizadas metodolgicas e pedagogicamente por Comblin contriburam para uma reafirmao do sujeito como agente social transformador, ofertando uma educao amplamente de carter cidad. Partindo do vis comparativo, percebemos como a pedagogia inspirada em Comblin diferencia-se da inspirada pela escola regular e suas prticas convencionais, principalmente, dentro do contexto da ditadura civil-militar, que impunha seu modo de ensinar aos professores e ainda, o que ensinar nas escolas.
Visto ento, que as prticas e locais de ensino estimulados pelo pensamento de Comblin divergem das prticas convencionais de educao do Estado Militar Brasileiro, se tornando timo subsidio para compreender o perodo, como tambm a educao da poca. E somando a tudo isso, temos ainda, como no menos importante, uma concepo de educao social e crtica ao regime militar, o que desemboca em discursos de resistncia ao regime ditatorial no Brasil.
Diante desses objetivos propostos, a prtica de ouvir e falar, acompanha o despertar da conscincia dos educandos, cuja prtica em favor da liberdade, contra a barbrie, a violncia e o medo, que educa de fato para a autonomia e que assume a luta dos oprimidos, com uma coragem proftica, para resistir a opresso dos anos em estudo, em busca da libertao.
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Maza Ferreira dos Santos
DITADURA CIVIL-MILITAR NO SUL BAIANO (1964-1979): memrias em disputa.
Resumo:Pesquisadores da Ditadura brasileira tm visto res...
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Resumo:Pesquisadores da Ditadura brasileira tm visto ressurgir com maior flego o discurso de cunho negacionista em relao ao regime poltico instaurado na dcada de 1960 e suas aes.Tal aspecto exige de ns, Historiadores que se propem crticos e comprometidos com a Histria e seu fazer, o cumprimento de uma tarefa poltica na batalha da produo do conhecimento: reafirmar o carter opressor do regime central, mas elementar apontar as variadas formas de atuao da estrutura militar no territrio brasileiro. Com isso, alm de reafirmarmos a relevncia de produes historiogrficas crticas acerca desse perodo, fundamental intensificarmos os estudos no que tange a Ditadura brasileira e suas vrias formas de atuao pelo territrio brasileiro.
Diante disso, importantes produes historiogrficas relacionadas com a Ditadura na Bahia vem contribuindo para ampliar os estudos sobre as diferentes nuances de atuao da Ditadura brasileira e dos setores que construram resistncia poltica ao regime instaurado em 1964. Essa historiografia tem se apresentado como essencial por apontar que no s a regio sul e sudeste do pas foram lugar de resistncia poltica e das aes dos governos militares. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo realizar uma breve discusso acerca da Ditadura brasileira, em especfico seus desdobramentos na regio sul do Estado baiano.
Para desenvolver este trabalho faremos uso de estudos realizados no processo 199/73 do fundo Brasil Nunca Mais. Processo esse que indica a participao de millitantes polticos vinculados com o PCdoB em atividades desenvolvidas em cidades da regio, exemplo: Camacan, Potiragu, Ilhus entre outras. Alm disso, as pesquisas efetuadas no jornal Dirio da Tarde de Ilhus de 1964 - 1978, importante veculo de mdia que circulava na regio naquele perodo, demonstra que houve ao do regime instaurado em 1964 nas cidades baianas. Outro instrumento essencial na construo deste trabalho so as memrias de sujeitos que viveram de diferentes formas a experincia do regime ditatorial.
A partir desses elementos expostos acima pretende-se colocar em discusso as memrias polticas que ainda esto em disputa no momento presente, questionando os silncios, apresentando os projetos polticos em jogo naquela conjuntura e tambm evidenciando outra possibilidade de construo histrica acerca da ditadura na Bahia e no sul do Estado.
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Mariluci Cardoso de Vargas (UFRGS)
O rastro impresso do testemunho histrico da ditadura civil-militar, remdio contra o esquecimento?
Resumo:O testemunho que esteve diante de situaes excepc...
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Resumo:O testemunho que esteve diante de situaes excepcionais nos anos ditatoriais, desde de 1964, tem inscrito, em diferentes condies, conjunturas e em diversos formatos, as experincias vivenciadas naqueles anos e, por vezes, os impactos sobre si, suas famlias e/ou grupos identitrios. A partir de uma caracterizao do testemunho da ditadura civil-militar brasileira, cuja identificao considera as condies em que relatos foram registrados e os lugares de resistncia ou dominao ocupados pelos relatores das experincias, esta proposta classifica: o testemunho voluntrio (inscrito em cartas, livros, documentrios, entrevistas de histria oral), o testemunho obrigado ou convocado (por meio de declaraes de indiciados sob tortura ou registrados em juzo nos anos ditatoriais), o testemunho induzido pelo dever de justia (relatos prestados por sobreviventes na conjuntura de medidas de memria e reparao) e o depoente no contexto do Estado de Direito (declaraes prestadas por agentes pblicos na ativa durante os anos ditatoriais e indicados como testemunhas de crimes ou partcipes de graves violaes de direitos humanos). A partir da reflexo de Henry Rousso, de que os vetores da lembrana configuram a memria nacional, este trabalho visa apresentar o Banco de Testemunhos (bolsa PNPD/CAPES-PPGHist/UFRGS), bem como sua base terica-metodolgica, as possibilidades e limites no andamento de sua constituio, cujo objetivo est em organizar e reunir essas inscries memoriais. A criao de espaos para o registro, preservao e difuso das experincias de testemunhos de sobreviventes e declaraes de suspeitos de participao nas graves violaes de direitos humanos de regimes ditatoriais como uma das formas de promover um trabalho de memria parte das medidas institucionais sintetizadas na noo da justia de transio. O Banco de Testemunhos, nesse sentido, tem como objetivo fortalecer os territrios de lembranas da ditadura civil-militar, de modo que o testemunho como categoria central possa, ao mesmo o, ser objeto de anlise crtica na busca de compreenso das tenses e disputas que permeiam a interface entre a memria e a histria. Dentre os acervos que compem o Banco de Testemunho esto os livros de contedo testemunhal, os quais sero destacados nesta comunicao.
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Monique G. Cittadino (UFPB)
Histria, Memria e Verdade: Histrias de vida e a Comisso Municipal da Verdade de Joo Pessoa/Pb
Resumo:A Comisso Municipal da Verdade de Joo Pessoa-PB ...
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Resumo:A Comisso Municipal da Verdade de Joo Pessoa-PB (CMV/JP) foi criada em agosto de 2013 e instalada em abril de 2014 em sintonia com as demais Comisses da Verdade instaladas no pas, inspiradas na Comisso Nacional da Verdade (CNV) criada em 2011 pela presidenta Dilma Rousseff. O processo de transio da ditadura civil-militar para um Estado democrtico de Direitos deu-se, em larga medida, a partir da perspectiva da conciliao negociada entre os diferentes grupos sociais e polticos, ocultando-se a real dimenso dos conflitos ento ocorridos, de forma que se deixou de investigar os crimes e abusos cometidos pelas foras repressivas durante o perodo ditatorial. A Lei da Anistia, de 1979, ao anistiar os responsveis por perpetrarem tais crimes, ao mesmo tempo em que anistiava os perseguidos polticos, abriu o caminho para que a sociedade brasileira no procurasse conhecer a sua histria recente e os conflitos que a atingiram. Assim, as inmeras histrias de torturas, mortes e desaparecimentos, de perseguies e de violao de direitos, ficaram condenadas ao esquecimento, no grego, amnestia, anistia. Portanto, o que se entende como Justia de Transio, ou seja, as instncias e os mecanismos empregues no processo de superao de uma situao ditatorial em direo a um Estado democrtico, iniciou-se, em nosso pas, de uma forma bastante limitada. A criao da Comisso Nacional da Verdade, ao buscar reconhecer a verdade oficial sobre os crimes impetrados por agentes do Estado contra seus cidados, viria a minorar tal limitao, constituindo-se em uma importante etapa na afirmao dos princpios presentes na Justia de Transio.
Este trabalho, portanto, pretende discutir a experincia da Comisso Municipal da Verdade de Joo Pessoa tendo em vista os conceitos de Justia de Transio e Direito Memria e Verdade, alm do conceito de cultura poltica. Ao mesmo tempo, importante destacar que a proposta metodolgica adotada pela CMV-JP nas oitivas realizadas com as vtimas da represso e seus familiares foi a da histria de vida, de forma que os depoimentos concedidos no se limitaram a tratar especificamente das violaes aos direitos ocorridas no perodo ditatorial, mas ampliaram-se, permitindo que aflorassem as memrias mais antigas, trazendo luz as recordaes familiares, da infncia, das condies de ingresso em algum tipo de militncia, para culminarem nos relatos das perseguies sofridas e dos impactos e repercusses em suas vidas. Assim, o presente trabalho pretende contribuir para a recuperao de uma Memria esquecida e para a enunciao de uma Verdade encoberta pelos relatos oficiais, bem como para o entendimento do universo mais amplo em que estes militantes estavam inseridos e da cultura poltica que fundamentava tal universo.
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Pedro Antonio Sarno Bomfim (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Justia s vtimas de tortura da ditadura militar e do presente os testemunhos s comisses da verdade e as polticas pblicas de preveno e reparao
Resumo:Mais de cinquenta anos aps o golpe de 1964 e trs...
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Resumo:Mais de cinquenta anos aps o golpe de 1964 e trs dcadas aps o fim do ltimo governo militar, o Brasil enfrenta um perodo de crise e profunda desconfiana institucional. Uma conjuntura que aponta para a necessidade de reforar o conhecimento sobre o retrocesso civilizatrio causado pela ditadura militar e suas permanncias.
A transio brasileira ocorreu de forma tardia e comedida. O processo transicional brasileiro se afastou de uma compreenso mais abrangente sobre as possibilidades da reparao e de reconciliao, em grande parte porque no dialogou com os afetados e no permitiu que estes orientassem as polticas pblicas a serem implementadas.
Mecanismos de justia de transio propriamente ditos foram criados a partir da segunda metade da dcada de 1990, porm mais identificados com a investigao de casos e a reparao de danos sofridos pelas vtimas. Contudo, no apresentavam uma estrutura aberta aos testemunhos e no se propunham mais especificamente promoo do direito verdade e memria, pelo menos no com a intensidade empreendida posteriormente pelas comisses da verdade, j nesta dcada.
Uma caracterstica essencial de uma comisso da verdade a atribuio vtima da violao de um papel de destaque, um protagonismo, que o processo judicial no atribui, por exemplo. Por isso, os trabalhos das comisses da verdade brasileiras estabeleceram na coleta de testemunhos uma fonte primordial para o conhecimento e para a reparao. Trata-se de reconhecer os afetados como titulares de direitos especficos, como os direitos memria, verdade, justia, reparao, alm de partcipes da idealizao de medidas de no-repetio.
Neste contexto, um dos principais desafios estabelecer mtodos efetivos para enfrentar e reparar a prtica da tortura, ontem e hoje. A tortura utilizada de forma massiva em perodos autoritrios, destruindo opositores e causando danos no s no corpo e na subjetividade do torturado, mas tambm afetando familiares, grupos prximos e o conjunto da sociedade atravs do medo e da insegurana. Porm, uma prtica ainda recorrente na nova repblica brasileira, uma herana especialmente frequente em locais de privao de liberdade.
O presente trabalho visa iniciar uma anlise dos testemunhos concedidos Comisso Nacional da Verdade e Comisso da Verdade do Rio (prioritariamente) buscando aspectos que podem auxiliar na compreenso das defasagens ainda existentes na concepo e implementao de polticas reparatrias e preventivas relativas tortura na ditadura militar e no presente. Para isso, sero investigadas as principais formas de coleta de testemunhos (pblicos, privados, temticos) e como estes apontam para possveis polticas pblicas mais efetivas de preveno e reparao da tortura.
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Pedro Fernandes Russo
Um estudo sobre a construo da memria acerca dos mortos e desaparecidos polticos da Ditadura Civil-Militar brasileira (1974-1985)
Resumo:O presente trabalho, que est em desenvolvimento c...
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Resumo:O presente trabalho, que est em desenvolvimento como projeto de doutorado vinculado ao Programa de Ps-Graduao em Histria da Universidade Federal Fluminense, tem por objetivo analisar criticamente como foi construda a memria e a concepo de mortos e desaparecidos polticos na histria recente brasileira. O escopo temporal que se pretende estudar compreende os anos de 1974 a 1985. Explica-se: nesses onze anos foram realizadas as primeiras denncias pblicas acerca dos mortos e desaparecidos polticos do perodo correspondente ditadura civil-militar brasileira (1964-85). Alm do desgaste do regime, diversos setores da sociedade civil aram a realizar denncias acerca das violaes aos direitos humanos ocorridas no perodo.
Se, em 1974, foram realizadas as primeiras denncias sobre mortos e desaparecidos do regime de exceo, a partir dos movimentos pela Anistia (19781979) a Comisso de Familiares de Mortos e Desaparecidos Polticos (CFMDP) tomaram corpo e ganharam importncia dentro dos Comits Brasileiros pela Anistia, conseguindo cada vez mais visibilidade para o tema.
Aps os movimentos pela Anistia (1978-1979) e com o fim do regime poucos anos depois, avolumaram-se as denncias acerca dessas vtimas do regime ditatorial. J em 1984, a Comisso de Familiares de Mortos e Desaparecidos Polticos lanou o primeiro Dossi sobre mortos e desaparecidos polticos do perodo. No ano seguinte, 1985, com o lanamento do Projeto Brasil: Nunca Mais, ocorreu a cristalizao da concepo de mortos e desaparecidos polticos da ditadura militar brasileira. Todavia, ados mais de 30 anos, o conceito de "mortos e desaparecidos polticos" nunca foi debatido e/ou explorado profundamente pela historiografia brasileira. O presente trabalho, que ainda d seus primeiros os, pretende compreender como foi construda a concepo de mortos e desaparecidos polticos na realidade brasileira, a fim de suscitar questionamentos, tais como: "h mortos e desaparecidos polticos no contabilizados?"; "quais esquecimentos podemos perceber que ocorreram nesse processo?"; "por que a Comisso Nacional da Verdade no contabilizou como mortos e desaparecidos polticos milhares de trabalhadores rurais e indgenas?".
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Regina Coelly Fernandes Saraiva (UNB - Universidade de Braslia)
Memria e verdade camponesa: resistncia e luta pela terra em histrias de vida de lideranas camponesas
Resumo:Uma vasta lista de camponeses perseguidos pela dit...
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Resumo:Uma vasta lista de camponeses perseguidos pela ditadura civil-militar foi produzida pelo Relatrio Final da Comisso Camponesa da Verdade (2014). Muitos casos foram trazidos memria pela importncia poltica desses camponeses e camponesas que lutaram pela terra. Esta comunicao oral tem como objetivo discutir a importncia da memria e verdade camponesa, seus silenciamentos e invisibilidades. Pretende-se trazer discusso a partir da histria de vida de Jlio Santana, liderana camponesa e sindical que atuou junto s Ligas Camponesas e na vida sindical em Serinham (Pernambuco). Jlio Santana era um lder nato e foi sistematicamente vigiado e ameaado at ser morto em dezembro de 1977. Foi condenado a 25 anos de priso e morreu aos 54 anos, em consequncia de leses cerebrais resultantes de torturas na priso. Sua atuao nas Ligas Camponesas e sua proximidade com Francisco Julio lhe rendeu o convite para atuar em outras frentes polticas em Gois, mas o convite foi recusado. No queria ser manobrado por ningum. Atuou frente do Sindicato de Serinham. Sindicato aguerrido na luta pelos direitos dos trabalhadores rurais da Zona da Mata de Pernambuco, mas tambm na luta pela terra e por reforma agrria. Em nome da luta pela terra, pelos direitos dos camponeses e direitos trabalhistas, muitos camponeses foram mortos e desaparecidos pela represso imposta com o Golpe de 1964. Memria e verdade camponesa parte do debate da justia de transicional comprometida com a democracia. A memria de muitos camponeses e camponesas que lutaram pela terra e foram perseguidos e mortos est em (re)construo. Os desafios e os enfrentamentos para essa (re)construo parte da discusso que se pretende promover na comunicao. Trazer memria a histria de Jlio Santana e de outros camponeses tem a inteno de registrar como a resistncia e a luta pela terra so parte do debate do nosso presente e do futuro. Memria e verdade camponesa tiveram uma ampliao no debate com a criao de comisses da verdade e perder de vista esse debate sinaliza para um refluxo poltico que no podemos deixar de discutir. Trazer memria lideranas camponesas para promover o debate sobre memria e verdade antes de tudo uma forma de homenagem simblica para que no sejam esquecidos pela Histria.
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ST - Sesso 3 - 19/07/2019 das 08:00 s 12:00 4c3kw
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Aline de Jesus Nascimento
Pena de morte e o Esquadro Da Morte nas pginas da Revista Veja (1968)
Resumo:A revista Veja teve sua primeira edio em 11 de s...
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Resumo:A revista Veja teve sua primeira edio em 11 de setembro de 1968 pela editora Abril, a empresa no mediu esforos para garantir o sucesso deste empreendimento. O capital investido foi grande ao ponto de em 1968 existir um setor encarregado de selecionar, organizar e guardar recortes de jornais provenientes de diversos peridicos e que tratavam dos temas mais variados. Um dos intuitos da Abril era o de formar uma espcie de arquivo prprio, disponvel para a consulta dos responsveis pelas duas primeiras revistas de informao, Realidade (1966-1976) e Veja (1968). A esse conjunto deu-se o nome de clipping. De fato, esse material originou-se nos anos 1950, mas somente no final da dcada seguinte que a sua acumulao se intensificou.
O ano de 1968 foi marcado pelo controle da informao por parte dos militares, visto que o pas presenciava uma ditadura. Veja cresceu dentro dessa situao emblemtica no mbito poltico. Alm de ter vivenciado nos seus primeiros anos uma srie de tentativas e erros para encontrar uma frmula que cativasse os leitores.
O lanamento da revista contou com amplo aparato publicitrio, que incluiu anncios na televiso, o principal meio de comunicao de massa do perodo. Apesar do sucesso do primeiro nmero, a vendagem deste no se repetiu nas edies subsequentes. As matrias eram muito densas, com excesso de textos e poucas imagens, e o pblico ainda no estava acostumado com esse formato de revista. Veja tornou-se lucrativa somente no sexto ano de publicao, enquanto isso, os prejuzos financeiros foram cobertos pelas histrias em quadrinhos e as fotonovelas da editora.
O primeiro ano de circulao do semanrio coincide com o momento que Esquadro da Morte (EM), milcia que tinha por finalidade exterminar supostos bandidos, atuava de modo particularmente intenso sob a justificativa da luta contra a criminalidade. O apoio pouco velado que o grupo recebeu do Estado perceptvel pela impunidade dos membros e pela perenidade de suas atividades nas cidades do Rio de Janeiro e So Paulo, assim como pela sua propagao para Bahia, Minas Gerais, Esprito Santo e Gois.
O objetivo do presente trabalho analisar como nos primeiros meses de circulao de Veja o Esquadro da Morte foi retratado. H duas reportagens publicadas em 1968 que envolvem a milcia. A primeira foi na edio n. 11, de 20/11/1968, e a outra na edio n.13, de 04/12/1968, o assunto principal nas duas edies foi a pena de morte, apresentada como uma forma de sentena dos membros do EM para aqueles que foram considerados pelo grupo paramilitar como marginais. Destarte, as atividades da milcia so debatidas luz da questo das vtimas, sumariamente assassinadas, o que equivalia aplicao da pena de morte, decidida a partir dos critrios adotados pelo EM.
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Fabio Lucas da Cruz (Instituto Federal do Paran)
Defender os Direitos Humanos e denunciar a Ditadura no Brasil: perspectivas transnacionais da militncia poltica de brasileiros exilados na Arglia (1965-1979)
Resumo:O trabalho analisa aes de denncia de violao d...
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Resumo:O trabalho analisa aes de denncia de violao dos direitos humanos durante a Ditadura Civil-Militar brasileira realizadas por exilados brasileiros na Arglia. Resultados da anlise de documentos do Arquivo Miguel Arraes (Recife) e de documentos do Arquivo Nacional (Braslia) indicam a posio estratgica da capital argelina para refgio de membros da esquerda brasileira, j que a Arglia era um pas socialista e recm-independente da Frana. O ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes viveu em Argel dentre 1965 e 1979, intermediou negociaes com os ministrios de governo do general Houari Boumedienne e organizou empresas que forneciam servios de educao e intermediao comercial com naes africanas e europeias. Alm das empresas, Miguel Arraes era lder da Frente Brasileira de Informao, organismo que distribua folhetins que desmentiam o milagre econmico brasileiro e denunciavam a tortura e a perseguio poltica. Cartas trocadas entre Miguel Arraes e outros membros da Frente com dezenas de exilados, intelectuais e membros da Anistia Internacional ressaltam a participao de brasileiros em eventos acadmicos e artsticos contra a Ditadura na Europa e na Amrica, evidenciando o transnacionalismo da militncia poltica no exlio. Exilados de grupos de esquerda armada tambm aram por Argel, dentre os quais banidos no caso do sequestro do embaixador alemo, Ehrenfried Von Holleben, realizado em 1969. Receberam apoio para viagens Cuba, onde eram realizados treinamentos para a guerrilha, e alguns deles foram para naes recm-independentes na frica para trabalhar em setores pblicos. Embora os exilados que estiveram em Argel tivessem posicionamentos distintos quanto s formas de oposio Ditadura no Brasil, observamos maior direcionamento destes diferentes exilados para o discurso de defesa dos Direitos Humanos que eram violados no Brasil. A Frente Brasileira de Informao organizada na Arglia conseguiu reunir nomes de torturados e torturados no Brasil e logrou divulgar tais informaes com o apoio de intelectuais europeus e latino-americanos. Exemplo da valorizao das aes pautadas no discurso dos direitos humanos o envolvimento de brasileiros no Tribunal Bertrand Russell II, coordenado pelo senador italiano Lelio Basso. Miguel Arraes dialogou com os organizadores do evento, que foi realizado entre 1973 e 1976 e condenou ditaduras da Amrica Latina ao expor perseguies polticas e torturas planejadas e executavas por agentes pblicos.
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Fabrcio Augusto Souza Gomes (Autnomo)
A esquerda possibilista: a Revista Civilizao Brasileira como espao de combate e resistncia ditadura civil-militar brasileira
Resumo:O presente artigo tem como objetivo analisar a Rev...
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Resumo:O presente artigo tem como objetivo analisar a Revista Civilizao Brasileira como um estratgico espao de debates para as esquerdas brasileiras durante o perodo da ditadura civil-militar no pas. A publicao teve o papel-chave de, ao mesmo tempo, promover a reorganizao e o aggiornamento das esquerdas, em resistncia ao regime, servindo de contraponto ao status quo predominante aps o golpe civil-militar de 1964. Diversos intelectuais de frestas escreveram na revista, unindo-se em torno de um discurso democrtico e independente, numa concertacin de ideias. Uma esquerda possibilista, que participava dos debates para se manter viva na poltica brasileira. A Revista Civilizao Brasileira foi publicada entre 1965 e 1968, cumprindo seu papel de oposio ao status quo reinante aps o golpe, constituindo ao mesmo tempo, um ponto de resistncia poltica e cultural, e tambm a plataforma editorial que permitia queles intelectuais identificados esquerda, de se manterem ativos, exercendo a funo de intelectuais pblicos, mesmo aps a implantao do regime de exceo. Era possvel encontrar nas pginas da revista, intelectuais como Antnio Callado, Paulo Francis, Carlos Heitor Cony, Edmundo Moniz, Nelson Werneck Sodr, Antnio Houaiss, Ferreira Gullar, Leandro Konder, Jos Honrio Rodrigues, Moacyr Flix, entre outros. A revista Civilizao Brasileira cumpria, naquele momento, um papel-chave no processo de reorganizao das esquerdas brasileiras, que avam por um processo de turbulncia depois que os militares ocuparam o poder. A publicao era agregadora de opinies de cunho esquerdista, com um vis de discusso intelectual, principalmente no campo da cultura. Mais do que isso: era um instrumento poltico, de resistncia, contra o novo regime constitudo. Um espao pblico para discusses e articulaes das esquerdas formadas por um espectro de intelectuais de diferentes trilhas institucionais. Como exemplo, intelectuais do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), do Centro Popular de Cultura da Unio Nacional dos Estudantes (C da UNE), e do Comando de Trabalhadores Intelectuais (CTI). Tambm intelectuais filiados ou simpatizantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e que trabalhavam no jornal Correio da Manh completavam o quadro intelectual atuante na revista.
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Gabrielle Oliveira de Abreu (Programa de Ps Graduao em Histria Comparada (PPGHC))
Na raa pela democracia: a luta poltica dos jornais negros na ditadura (1977-1987)
Resumo:A inteno da proposta de pesquisa que pretendemos...
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Resumo:A inteno da proposta de pesquisa que pretendemos apresentar neste simpsio investigar as atuaes polticas de determinados segmentos do movimento negro que, durante a ditadura civil-militar, desenvolveram seus prprios peridicos. Para tanto, recorremos ao aporte metodolgico oferecido pelos estudos em Histria Oral para traar trajetrias de vidas de militantes negros que se engajaram intelectual e politicamente na elaborao de jornais alternativos de vis racial. Pretendemos analisar os jornais alternativos negros Ngo (SA), Revista Tio (RS) e o suplemento Afro-Latino-Amrica do jornal Versus (SP) e a fim de tratar dos aspectos da dinmica interna dessas publicaes investigando seus idealizadores, suas inspiraes intelectuais e polticas, a circulao dos jornais, o financiamento, a tiragens, os leitores e as parcerias. Tratamos tambm das formas de organizao estratgicas e reativas contra a ditadura e a favor da redemocratizao que esses grupos pertencentes ao movimento negro brasileiro desenvolveram. A idealizao e confeco de jornais tm sido prticas comuns s vrias parcelas do ativismo negro no Brasil desde o sculo XIX. Esses jornais constituem importantes fontes na investigao de reflexes e aes dos movimentos sociais negros que atuaram (e atuam) no pas. A adoo de jornais na luta antirracista demonstra uma crena na imprensa como articulao importante na defesa de direitos fundamentais para a populao negra. Em linhas gerais, os jornais negros se apresentam como espao para denncias, trocas de informaes, disseminao de ideias, reivindicaes e conclamaes. Pretendemos reconstituir, por intermdio desses jornais negros, algumas das prticas exercidas pelo movimento negro brasileiro durante a ditadura militar, pois as consideramos como importantes contribuies dos ativistas negros ao engajamento antiditadura e pr-redemocratizao. Acreditamos que as aes do movimento negro poca tratam-se de mais uma faceta da resistncia ditadura civil-militar pois estas reuniam argumentos que evidenciavam o racismo cronicamente presente no dia a dia de negros e negras no Brasil. Ao o que o regime civil-militar, alicerado na convico de que as relaes raciais no Brasil seriam absolutamente harmoniosas, comprou e vendeu o mito da democracia racial. certo que a ditadura no inventou o enunciado que contraria o racismo no Brasil. Porm, o intensificou ao afirmar a no existncia de tenses de cunho racial no pas. Em resumo, visamos apresentar neste trabalho o projeto de pesquisa submetido e aceito pelo PPGHC/UFRJ e expor alguns resultados preliminares, visto que o incio da pesquisa se deu em maro de 2019.
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Helton Anderson Xavier de Souza
A Maonaria e a Ditadura Civil-Militar entre o nacional e o local: memrias manicas em tempos de chumbo.
Resumo:A presente pesquisa tem como objetivo discutir, a ...
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Resumo:A presente pesquisa tem como objetivo discutir, a partir de referenciais tericos, bibliogrficos e entrevistas, que tipo de relaes foram estabelecidas entre a maonaria e o Regime Militar instalado em 1964 no Brasil a partir da deposio do presidente Joo Goulart, em que os militares permaneceram no poder por 21 anos (1964 1985). Como recorte espacial da nossa pesquisa destacamos a cidade de Senador Pompeu, que tem dentro dos seus limites territoriais a presena manica desde a dcada 1930, quando entrou funcionamento a loja manica Deus e Caridade que na regio do serto central cearense uma das mais antigas lojas manicas. Nosso trabalho faz uma breve anlise da maonaria enquanto instituio sobretudo em sua fase especulativa/filosfica destacando os seus posicionamentos em relao a outros regimes ditatoriais/autoritrios como so os casos dos contextos em que se desenvolvem o processo revolucionrio francs, processo de emancipao das colnias inglesas e no caso da histria do Brasil como foi o posicionamento da maonaria em relao ao Estado Novo (1937 1945), tendo em vista que um dos seus valores defendidos historicamente o de liberdade. Nossa pesquisa realizou cinco entrevistas com maons que no perodo da Ditadura Civil-Militar frequentaram s reunies da loja manica Deus e Caridade. Um ponto interessante a ser destacado o da relao membros versus instituio, possibilitando uma anlise da influncia ou do limite desta no posicionamento dos maons enquanto indivduos. A partir de suas memrias os entrevistados destacam a atuao da maonaria durante o perodo do Regime Militar, mas tambm destacam o contexto em que os militares chegaram ao poder. Enfatizamos assim, o contexto em que se efetiva o golpe de estado que marcado pelo incessante trabalho de desgaste e desestabilizao do governo Joo Goulart. Nosso trabalho realiza uma anlise sobre os anos da Ditadura Civil-Militar sobre e a partir da perspectiva de entrevistas de maons que reconstituem suas memrias e que a partir das mesmas no podemos destacar um posicionamento unilateral acerca do Regime Militar por partes daqueles que constituram o quadro institucional manico no perodo destacado por nossa pesquisa, entretanto, possvel perceber um vis poltico de aceitao por uma maioria dos quadros manicos.
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Igor Vitorino da Silva (UFPR - Universidade Federal do Paran)
As invases de terras urbanas no noticirio brasileiro nos anos 1970: o caso da imprensa capixaba.
Resumo:As invases de terras urbanas ganharam, nos final ...
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Resumo:As invases de terras urbanas ganharam, nos final dos anos 70 e incio dos anos 80, visibilidade e relevncia poltica nos peridicos brasileiros na medida em que, no nvel dos discursos e das prticas, constituam-se em lugar da pobreza, sinalizao da ineficincia da istrao pblica ou ameaa a ordem urbana e jurdica das metrpoles e grandes cidades . Assim, o drama dos invasores era noticiado oscilando entre a representao moral do abandono do Estado de suas responsabilidades sociais e assistenciais e a mazelas do crescimento econmico desigual e concentrador, apontados pelos discursos tcnicos e acadmicos da poca .
Dessa maneira, as invases de terras urbanas, como fenmeno urbano, social e poltico, transformavam-se em noticiais por se constiturem em eventos inditos e atualssimos que representavam a convulso social e coletiva que tomava conta das cidades do pas em crescimento acelerado e desordenado. As manchetes dos peridicos indicavam que as hordas de trabalhadores empobrecidos e migrantes fugindo do aluguel e em busca de um lugar para a moradia invadiam terras ociosas ou abandonadas, pblicas ou privadas, realando as dimenses coletiva, organizada e ingovernvel, daqueles acontecimentos sociais o que ampliava a preocupao das autoridades pblicas, es pblicos e interesses imobilirios (empresas de consultorias, latifundirios urbanos, imobilirias, proprietrios urbanos) que governavam os espaos urbanos do pas .
Dessa forma, investigamos nesse quadro nacional o caso da regio da cidade Vitria no Estado de Vitria(1974-1980) que vivia intenso processo metropolizao resultado das articulaes polticas econmicas locais e nacional no sentido de modernizao do estado atravs da induo do processo de industrializao e urbanizao acelerados, que foram intensamente marcado de transformaes nas formas de organizao e produo agrria que intensificaram o processo migratrio para localidade acentuando as contradies urbanas que emergiam naquele perodo. A partir do uso da anlise textual e da anlise de contedo discutir-se como os jornais A Gazeta e A Tribuna compreenderam e discutiram, assim como atuaram e lidaram, como o fenmeno da invaso de terras, buscando apreender as dinmicas polticas e sociais desses conflitos urbanos no contexto do Ditadura Militar.
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Marize Conceio de Jesus (Secretaria de Educao do Estado do Rio de Janeiro)
O olhar do Servio Nacional de Informaes-SNI, sobre o Movimento negro no Rio de Janeiro (1968-1988)
Resumo:
A retomada dos movimentos sociais ps-1964, est...
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Resumo:
A retomada dos movimentos sociais ps-1964, est envolto no contexto histrico do regime militar no Brasil e no processo de abertura poltica. No que diz respeito s aes do movimento negro nas dcadas de 1970 e 1980 existem registros feitos pelos rgos de represso do governo militar cujas analises ainda precisam ser ampliadas. So documentos do Sistema Nacional de Informaes (SNI), do Departamento de Ordem Poltica e Social (DOPS) que trazem registros das aes e atividades do movimento negro por todo o Brasil. O ressurgir do movimento negro na dcada de 1970/80, seguido tambm do avano da Imprensa Alternativa Negra que ser a expresso do carter contestatrio e reivindicativo das instituies do referido movimento social. O tema da presente pesquisa se coloca em torno da anlise das discusses que envolvem as relaes raciais no Brasil entre os anos de 1970 e 1980, os discursos oficiais acerca da democracia racial que buscam invisibilizar as tenses raciais na sociedade brasileira e consequentemente as aes de ativistas afro-brasileiros que ressurgem engajados na luta pelo fim do regime, pelo o a cidadania plena, na busca por um estado democrtico de direito. O objeto de pesquisa aqui apresentada a anlise dos documentos que constam no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, e trazem relatos das aes do movimento negro, bem como dos jornais produzidos por essas organizaes que construram ao longo da histria diversos mecanismos de luta contra o status quo. Buscaremos analisar os discursos dos agentes dos rgos de represso infiltrados no movimento negro do Rio de Janeiro, no perodo que vai dos anos de 1970 ao final da dcada de 1980. nosso objetivo tambm identificar nos arquivos do SNI os relatos dos agentes sobre as aes e publicaes das organizaes do movimento negro no Rio de Janeiro e por fim comparar os relatos no SNI com os relatos dos ativistas envolvidos com essas publicaes, destacando os jornais Sinba e Versus como representativos das ideias do movimento negro do Rio de Janeiro. A partir dos objetivos apresentados, buscaremos no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, documentos que apresentem as observaes dos agentes de vigilncia e controle social dos rgos de represso (SNI) de forma que possamos analisar a partir destas, os discursos absorvidos por essas instituies acerca das aes do movimento negro no Rio de Janeiro. A partir dessa pesquisa apontamos uma tradio historiogrfica cujo privilegio epistmico exclui negros, indgenas, mulheres, entre outros da produo do conhecimento histrico. Desta forma, buscaremos lanar nova luz sobre como outros sujeitos vivenciaram o perodo histrico estudado, bem como as mudanas ocorridas a partir dessas intervenes.
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Roselia Cristina de Oliveira (SEEC / IBRAPES/UVA- RN)
Os Movimentos Socioeducacionais da Dcada de 1960: Um estudo das lutas emancipatrias e das aes repressivas no Rio Grande do Norte
Resumo:Este trabalho apresenta um recorte da pesquisa de ...
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Resumo:Este trabalho apresenta um recorte da pesquisa de Doutorado que busca compreender e analisar os Movimentos Scioeducacionais do Rio Grande do Norte, na dcada de 1960, como eram percebidos pela sociedade, como os organismos repressores construram representaes desses movimentos aps o golpe civil-militar de 1964. Para o alcance desse objetivo, pesquisamos nos arquivos institucionais, nos Relatrios da Comisso da Verdade e nos jornais, buscando indcios que comprovem articulaes e possveis colaboraes entre o governador do Rio Grande do Norte e a Agncia de Inteligncia Civil CIA nos anos de 1960-1964, e como esta relao interferiu nas atividades dos movimentos sociais. Consideramos o histrico de lutas do Movimento de Cultura Popular, do Centro de Cultura Popular, do Movimento de Educao de Base, da Campanha de P no Cho Tambm se Aprende a Ler, da Experincia de 40 horas de Angicos, das Ligas Camponesas, bem como a polarizao da Guerra Fria. Nesse sentido, compreendemos os movimentos sociais como projetos mobilizadores identificados pela luta contra o analfabetismo e por melhores condies de vida. Essa luta insere-se naquilo que Wright (1981) denomina de interesses imediatos de classe, ou conjunturais, segundo Gramsci (1978). Assim, os Movimentos socioeducacionais de 1960 elegem a educao e a cultura como partes substanciais de suas propostas, promovendo aes de conscientizao e emancipao. Escolhemos a Dcada de 1960, por apresentar um contexto de polarizao e inaugurar este perodo com a formao dos movimentos sociais uma concepo emancipadora, que busca transformar a ordem social e o prprio sistema educacional. O referencial tericonfundamenta-se na Histria Cultural, que permite identificar, em lugares distintos como uma realidade social pensada e construda (CHARTIER, 1990), sendo possvel estudar as representaes e prticas educacionais luz da concepo da representao. Valorizamos com Wright Mills, a importncia da dimenso artesanal de uma investigao e o reconhecimento das implicaes de quem pesquisa. Consideramos que o carter seletivo da Histria, a impossibilita de reconstruir o ado em sua totalidade, cabendo a esta rea Organizar o ado em funo do presente (LE GOFF, 1994, p. 438) e de acordo com Thompson (1981, p.45) a explicao histrica no revela como a histria deveria ser processada, mas porque se processou dessa maneira e no de outra. Acerca dos resultados, o contexto local reflete e mobiliza parte da juventude que lutava por transformao social e liberdade. Alguns indcios confirmam a ajuda dos Estados Unidos ao Estado antes do golpe e como o governo orienta a Polcia Poltica a investigar as atividades desenvolvidas pelos movimentos sociais a partir de 1964.
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ST - Sesso 4 - 19/07/2019 das 14:00 s 18:00 3p493x
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Carlos Eduardo Pinto de Pinto (UERJ)
TV e ditadura: a Rede Globo e a construo de sua imagem em Os dias eram assim (2017)
Resumo:A proposta do trabalho refletir sobre a constru...
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Resumo:A proposta do trabalho refletir sobre a construo da imagem da Rede Globo mediada pela prpria empresa, abordando especificamente alguns aspectos em torno da memria das relaes da emissora com a ditadura civil-militar (1964-1985). flagrante a distncia entre a imagem de uma corporao comprometida com a democracia, criada e divulgada pela emissora, e a memria coletiva, que a representa como colaboradora do regime de exceo. A supersrie Os dias eram assim, produzida e exibida pela Globo em 2017, com texto de ngela Chaves e Alessandra Poggi e direo geral de Carlos Arajo, apresenta-se como um produto que acena para o esforo da empresa em se auto representar como defensora da democracia. O enredo, desenvolvido entre 1970 e 1984, acompanha a ditadura dos Anos de Chumbo s Diretas J, enfocando o impacto do regime de exceo na intimidade de alguns brasileiros. Por sua vez, os cenrios enfatizam a centralidade dos aparelhos de TV nas salas de estar dos personagens, quase todos de classe mdia ou alta (os pobres, tambm representados, so empregados domsticos que moram com os patres). A partir dessa constatao, as perguntas a que o trabalho busca responder so: em que intensidade e em quais ocasies os programas da Rede Globo foram assistidos por esses personagens? Qual o teor dos programas e como eles colaboram para a preservao da imagem da emissora como defensora da democracia?
Quando a histria comea a ser narrada, em 1970, ainda se vivia um momento marcado por alta dose de represso, alcunhado de Anos de Chumbo. Neste perodo, raras vezes os aparelhos de TV esto ligados. Quando isto ocorre, no h qualquer meno ao canal que exibe os programas por exemplo, as imagens da final da Copa de 70 so exibidas, mas sem a logo da Rede Globo. Aps o salto cronolgico para 1978, em plena Abertura poltica, j possvel a identificao da emissora, mas ainda de modo tmido. A apresentao explcita de trechos relativamente longos de seus programas s a a ocorrer em 1984, na cobertura da campanha pelas Diretas J. O resultado obtido com essa gradao ascendente da presena da Rede Globo na representao da ditadura, indo de uma quase ausncia durante os anos de maior represso at uma presena explicita e intensa na Redemocratizao, a consolidao da imagem de empresa comprometida com a democracia. Ainda mais quando se leva em conta que um dos pontos frgeis da emissora est justamente na ausncia de cobertura dos primeiros dias da campanha pelas Diretas J, em So Paulo (as imagens veiculadas na srie so mais tardias, cobrindo o movimento no Rio).
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Diego Freitas Leite de Almeida (UEFS)
OPONDO-SE AO CHICOTE DO PADRE: A Resistncia de militantes polticos Ditadura Civil-Militar Em Feira de Santana-Ba (1964-1962)
Resumo:O presente trabalho tem como escopo compreender o ...
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Resumo:O presente trabalho tem como escopo compreender o papel de resistncia represso imposta pela implementao da Ditadura Civil-militar em Feira de Santana. Empreendida por sujeitos e grupos, em sua maioria ligados a movimentos polticos, sindicais e estudantis, ora contrrios ao regime que se implantava, assim como os apoiadores do ento prefeito Francisco Pinto. Este, primando por uma gesto popular, tal qual o presidente Joo Goulart, foi taxado de comunista. Assim, tomamos como fonte primria os depoimentos contidos no relatrio da Comisso Estadual da Verdade, mais especificamente uma srie aproximada de dezesseis relatos, almejando perceber tais resistncias, sobretudo por parte dos sujeitos perseguidos na cidade pelo Capito-Capelo Militar da Bahia, Edmundo Juskevics. Utilizando-se de um chicote, que carregava consigo, o Padre - oficial da PM, foi o responsvel pelo policiamento ostensivo e repressivo nos dois primeiros anos da ditadura na cidade. Foi autor de diversas atrocidades, como constrangimentos, espancamentos, prises, e a prtica de tortura psicolgica a diversos militantes e em seus familiares. Merece destaque no contexto de resistncia o papel da AFES (Associao dos Estudantes Secundaristas de Feira de Santana), no cenrio poltico feirense. A AFES era a segunda organizao estudantil de maior prestgio no Estados da Bahia, nquele incio de dcada de 1960. Vrios de seus membros participaram ativamente da militncia poltica, filiados a partidos de esquerda e tambm por integrarem a gesto do ento prefeito Francisco Pinto. Dentre as justificativas da transferncia do oficial para a cidade, constam o combate "proliferao do comunismo" e, indiretamente, a um alinhamento ao que ficaria conhecido como "Operao Limpeza", oriunda do AI-1. importante destacar que, nesse contexto, devido a j mencionada atuao de movimentos sociais e polticos. Alie-se a este contexto o posicionamento geogrfico de grande entroncamento rodovirio de Feira, assim enquadrada no esquema de "Zona de Segurana Nacional". Graas a esse fator, se deve, inclusive, a priso de Pinto, feita por um destacamento do exrcito de Alagoas, para c enviado pelo General Castelo Branco, o que demonstra um envolvimento direto do governo federal com a poltica local, o que serve de justificativa transferncia do arbitrrio Juskevics para a cidade. Como resultado da represso, diversos militantes foram presos ou tiveram que se exilar em outros estados, e at em outros pases.
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Janailson Macdo Luiz (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Par)
Os negros e a luta armada no Brasil: seguindo os rastros da atuao do guerrilheiro Rosalindo Souza no Araguaia
Resumo:A atuao dos negros na resistncia ao Regime Mili...
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Resumo:A atuao dos negros na resistncia ao Regime Militar (1964-1985) ainda se constitui como um dos pontos que merece maior problematizao na histria recente do Brasil. Avanos tem sido realizados no que tange as pesquisas sobre as relaes raciais no perodo, onde se investigou, por exemplo, alm da reproduo e permanncia do prprio racismo, temas como a emergncia do movimento negro contemporneo, de grupos teatrais ou literrios, como o Quilombhoje, ou ainda da atuao individual de militantes perseguidos pelo regime, como Abdias do Nascimento. Todavia, ainda so poucos os estudos que se debruam negros que optaram pelos caminhos da luta armada. Ainda que os partidos e os movimentos a que eles estiveram vinculados no tivessem uma pauta voltada em especfico para as questes raciais, compreender melhor as suas formas de atuao pode ajudar a construir uma outra imagem sobre o perodo, rompendo, inclusive, uma imagem cristalizada sobre a resistncia armada ditadura, que coloca os guerrilheiros representados apenas pela imagem de homens brancos. Entre os personagens que merecem maior abordagem encontra-se o advogado baiano Rosalindo Cruz Souza (1940-1973), que durante sua presena na regio da guerrilha adotara o codinome Mundico. Poeta, Rosalindo fora autor de cordis que tinham como objetivo aproximar as Foras Guerrilheiras do Araguaia, formadas por militantes do Partido Comunista do Brasil, e a populao local. Populao essa constituda, por sua vez, por um grande nmero de negros, oriundos de frentes migratrias que chegavam ao Par em busca de terras, vindas de estados como o Maranho, Piau e Gois. Antes de compor cordis como o Romance da Libertao, ao qual apenas alguns trechos chegaram aos dias atuais, Rosalindo fora estudante de Direito na Universidade Federal da Bahia, no final dos anos sessenta, em Salvador-BA, onde chegara a presidir o Diretrio Acadmico, antes de ser impedido de se matricular pelo decreto federal 477/1969. Alguns anos depois, migrara para o Araguaia, onde seria morto no ano de 1973, sendo ainda hoje desconhecido o destino de seus restos mortais, assim como ocorrera com a maior parte dos seus companheiros de guerrilha. No artigo, que apresenta resultados parciais de uma pesquisa mais ampla voltada para participao dos negros na Guerrilha do Araguaia (1972-1974), so abordadas fontes (relatos orais, documentos do PCdoB e publicaes jornalsticas) que tratam da trajetria de Rosalindo, analisando o seu papel junto a populao local, bem como controvrsias sobre a sua morte no Araguaia, incluindo-se anlise sobre os rastros de sua atuao e de sua poesia que chegaram at os nossos dias; importantes por permitirem maior ampliao sobre a atuao de um guerrilheiro-advogado-poeta negro em tempos de ditadura.
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Jefferson Godoy Athaydes (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas)
Da luta pelas liberdades democrticas frente ampla contra a ditadura: a trajetria do Movimento Revolucionrio 8 de Outubro (1972-1985)
Resumo:O Movimento Revolucionrio 8 de Outubro (MR-8) pas...
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Resumo:O Movimento Revolucionrio 8 de Outubro (MR-8) ou por diferentes fases ao longo de sua histria. Em 1969 o grupo pegou em armas buscando derrubar a Ditadura Militar e, principalmente, realizar a revoluo socialista no Brasil. Em 1972, com o esgotamento da possibilidade da luta armada, o grupo abandona as armas e a a propor a luta pelas liberdades democrticas, tendo em vista a conquista de direitos polticos e a derrubada do regime, alm de abrir um novo caminho para a revoluo socialista. Nesse perodo o grupo a a participar mais ativamente de sindicatos, associaes de moradores e, principalmente, do partido oficial de oposio da ditadura, o Movimento Democrtico Brasileiro (MDB). Por fim, em 1982, cada vez mais imerso no MDB e conflitando com novos atores polticos emergentes nas esquerdas como o Partido dos Trabalhadores (PT), o MR-8 a a defender como ttica de luta contra a ditadura militar a formao de uma Frente Nacional Democrtica e Popular, composta pela classe trabalhadora, pelos polticos da oposio e, notavelmente, por setores da burguesia nacional. Uma proposta que traria muitas crticas internas e comparaes com os posicionamentos adotados pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) no perodo anterior ao golpe de 1964.
Tanto o momento da adoo da luta pelas liberdades democrticas quanto a proposio da frente ampla foram resultado de intensos debates no interior da organizao e que acabariam em duas cises que se tornaram alguns dos principais marcos da histria da organizao. Com isso, essa comunicao pretende introduzir o projeto de mestrado em andamento que busca analisar a trajetria da organizao e compreender as vises do MR-8 a respeito da revoluo brasileira na dcada de 1970 e incio dos anos 1980, ou seja, os meios e as possibilidades de um processo revolucionrio, e o papel que o MDB vai tomando para o grupo, indo alm de apenas uma plataforma para lanamento de candidatos ao legislativo. Para tanto, sero utilizadas nessa pesquisa documentos escritos pelo grupo, sejam aqueles de circulao interna, como cartas e informes, ou aqueles de circulao entre o pblico, como jornais e revistas. Alm disso, ser importante a anlise de entrevistas com membros e ex-membros da organizao para melhor compreendermos as vises da militncia quanto ao desenvolvimento do grupo e dos rumos que ele tomou nesse perodo de sua histria.
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Mrcio Goulart Coutinho (UFFRJ)
A Juventude Operria Catlica e os Grupos Revolucionrios em Volta Redonda (1962 -1971)
Resumo:Esse artigo tem como objetivo compreender as rela...
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Resumo:Esse artigo tem como objetivo compreender as relaes entre Juventude Operria Catlica (JOC) e as Organizaes Revolucionrias de Esquerda em Volta Redonda e suas formas de luta e resistncia ao Estado brasileiro entre os anos de 1962 a 1971. Para isso, necessrio compreender a histria da JOC, desde sua criao no municpio em 1962, o contexto de luta e perseguio durante a Ditadura Civil-Militar e a fase de represso e desarticulao do movimento a partir do final de dcada de 60.
A JOC em Volta Redonda foi criada com o objetivo de discutir os problemas relacionados ao trabalho, famlia e levar a religio catlica aos jovens operrios,. Utilizando do mtodo Ver, Agir e Julgar, buscavam discutir os problemas de seus militantes atravs da luz do evangelho. Alm disso, tambm se preocupavam com as questes sindicais, fazendo um trabalho de conscientizao com o objetivo de retomar o sindicato dos metalrgicos (SMVR), que na poca era controlado pelos militares.
Devido ao alto grau de conscientizao poltica de seus militantes, o movimento foi perseguido pelo militares aps o Golpe de 1964, levando a um enfraquecimento do grupo, que somente voltou a ser organizar a partir de 1966 com a chegada do Bispo D. Waldyr Calheiros na cidade. Inspirado nos ideias do Vaticano II, o bispo incentivou o envolvimento do grupo com questes polticas e sociais no municpio, fato que permitiu a aproximao de alguns grupos revolucionrios de esquerda (POLOP, VAR-Palmares, PCBR) que adotaram uma forma de luta mais radical na luta contra o regime autoritrio no municpio.
O objetivo dessas organizaes clandestinas no era uma ao foquista (luta armada), mas sim, uma luta no campo sindical e a construo de um partido socialista forte. Entretanto, essas ideias eram contrrias poltica do Estado Brasileiro, que os consideravam como subversivos. Fato que levou a uma grande represso por parte dos militares, acarretando na priso e torturas de vrios militantes desses dois grupos e na desarticulao da JOC na cidade.
Para compreender melhor esses acontecimentos, nesse trabalho ser utilizado da metodologia de Histria Oral para relacionar as questes voltadas memria e trajetrias dos militantes dessas organizaes, para dessa forma, reconhecer os mecanismos de
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Paulo Marcelo Medeiros de Albuquerque e Mello (chesf)
Ao Libertadora Nacional (ALN), em Pernambuco sob a perspectiva de Koselleck e Foucault - 1967 a 1973
Resumo:Dentre as organizaes que pregavam a luta armada ...
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Resumo:Dentre as organizaes que pregavam a luta armada no perodo da ditadura militar instaurada no Brasil em 1964, escolhemos como objeto de anlise a Ao Libertadora Nacional por dois fundamentos: por sua amplitude dentro dos movimentos das esquerdas revolucionrias sendo organizao que mais arregimentou participantes que se tornaram guerrilheiros, alm de ter sido a instituio de maior tempo de atuao na luta armada contra os militares (1967 a 1973) , assim, (...) afirma-se que foi a maior das organizaes da esquerda armada (SALES, 2008: 212). O segundo motivo pelo fato da organizao ter sido arquitetada por uma personagem que participou diretamente em importantes processos polticos nacionais do sculo XX. Segundo o socilogo Ridenti, Marighella encarnou como ningum o drama da histria contempornea do Brasil, de uma perspectiva dos vencidos (RIDENTI, 1999: 14). Carlos Marighella iniciou atuando como militante do Partido Comunista Brasileiro durante a ditadura de Getlio Vargas quando foi preso e torturado. Tornou-se Deputado Federal Constituinte em 1946. Participou ativamente da campanha O Petrleo Nosso no decnio de 1950 e foi lder da ALN aps o golpe civil-militar de 1964. Alm da carreira poltica, escreveu diversos livros, entre eles A Crise Brasileira (1966), Porque Resisti Priso (1964) e o Mine-manual do Guerrilheiro Urbano (1969). Concebeu poemas como Rond da Liberdade, Fernando de Noronha e Po de acar. Era uma figura pblica irada por vrios intelectuais e artistas como: Antnio Cndido, Jorge Amado, Glauber Rocha e Caetano Veloso.
A Ao Libertadora Nacional foi uma organizao de extrema esquerda fundada em 1967 por Carlos Marighella. Este havia rompido com o PCB por discordar dos caminhos de resistncia no armada que o Partido houvera tomado aps o golpe civil-militar de 1964. Apesar do comando geral da ALN ter sido em So Paulo, muitas clulas foram criadas e diversas aes foram realizadas em outros estados. Neste ponto, este trabalho tem o objetivo de analisar como algumas proposies tericas do filsofo s Michel Foucault e do historiador alemo Reinarht Koselleck podem ser utilizadas na elaborao de questionamentos sobre o funcionamento da Aliana Nacional Libertadora no estado de Pernambuco.
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Suzana Arakaki (UEMS)
Ditadura civil militar no Mato Grosso do Sul: resistncia e apoio
Resumo:Ditadura civil militar no Mato Grosso do Sul: resi...
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Resumo:Ditadura civil militar no Mato Grosso do Sul: resistncia e apoio
SUZANA ARAKAKI (UEMS/FUNDECT)
Este trabalho aborda as implicaes do golpe civil-militar de 64 no estado de Mato Grosso do Sul, precisamente a poro sul do antigo estado de Mato Grosso anterior diviso, ocorrida em 1979. A historiografia do golpe no estado escassa dando a impresso que a regio pouco sofreu, sobressaindo-se os grupos de apoio, estes na sua maioria, oriundos de abastados financeiramente e polticos do estado. Todavia, o golpe evidenciou logo de incio a diviso entre norte e sul, recaindo sobre o sul a existncia de forte adeso ao governo militar. A formao no sul do estado da Associao Democrtica Mato-grossense ADEMAT, em formato diferente dos demais grupos criados em todo pas, evidenciou prticas de apoio e adeso ao golpe. Aliados s bases militares sediadas na cidade de Campo Grande, atual capital do estado, as pessoas ligadas ADEMAT aram a perseguir opositores, principalmente trabalhadores, perseguindo pessoas e sindicatos. Lideranas sindicais foram presas e perseguidas e os sindicatos sofreram intervenes. Na esfera poltica, a pesquisa mostra que no s o combate aos comunistas foi empreendido, atingindo tambm detentores de cargos polticos de partidos aliados aos militares, mas que no mbito regional, contrariavam interesses de governadores. Assim, vereadores foram cassados em suas cidades aps ritos sumrios de cassao na Cmara de Vereadores, mas tambm houve cassao sumria de deputados federais, em atos emanados diretamente da Presidncia da Repblica. Assim se deu a cassao do deputado federal Wilson Barbosa Martins, mesmo tendo pertencido antiga UDN, alm de outros deputados contrrios aos interesses do governador Pedro Pedrossian, aliado aos militares.
As anlises realizadas evidenciam uma populao temerosa infiltrao comunista. Embora uma regio at ento inspita, mas que desde o incio do sculo XX vinha vivenciando acontecimentos negativos que, de alguma forma, eram atribudos ao comunismo. Assim foi a agem da Coluna Prestes pelo estado e, tambm, de uma suposta revoluo comunista nas terras controladas pela Companhia Mate Laranjeira.
Assim se formou na mentalidade fronteiria, uma rejeio ao comunismo e, tratando-se o golpe de 64, a materializao do discurso anticomunista, no foi difcil a adeso da populao ao governo militar.
Palavras-chave: Ditadura civil militar no Mato Grosso do Sul: resistncia e apoio
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Tsso Arajo Brito (UFC)
Justia de transio no ps ditadura militar-civil: questes para o tempo presente
Resumo:No ano 2016, o processo de impeachment da presiden...
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Resumo:No ano 2016, o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff representou para uma parcela significativa da intelectualidade brasileira, uma ruptura com o processo democrtico. Desde ento vrios projetos autoritrios ganharam formas e projetos de lei (PLs), como Escola Sem Partido. Condues coercitivas, criminalizao de movimentos sociais, e outras aes como o episdio de um deputado federal dedicando voto ao torturador Brilhante Ustra, assombram nossos horizontes de expectativas de construo de pas democrtico. Investigar a nossa histria recente pode se transformar em uma fonte de compreenso do momento em que vivemos. O Brasil signatrio de uma srie de acordos internacionais que estabelecem condies polticas, jurdicas e sociais que almejam restabelea a democracia aps um perodo ditatorial. Esse conjunto de medidas recebe o nome de Justia de Transio. Porm, o Brasil, at o momento, no cumpriu todas aes previstas nestes acordos internacionais. O presente artigo tem como objetivo estudar algumas tentativas, no mbito poltico-jurdico, de realizar ou impedir a efetivao da Justia de Transio entre os anos de 1995 2010, da elaborao da Lei dos Desaparecidos Polticos at a elaborao da lei que estabeleceu a Comisso Nacional da Verdade, perodo marcado pelas polticas de reparao financeiras como o principal elemento constitutivo da Justia de Transio. Desta forma, pretendemos analisar como na atual crise poltica existe um eco de nosso ado ditatorial, democraticamente escolhido para ser assim atravs de posicionamento de agentes polticos que compem as instituies democrticas, como a Cmara de Deputado e o poder judicirio. preciso entender como o ado agenciado, atualizado no e pelo presente, dessa forma tentarei entender essa relao entre presente e ado que se constitui em uma ferramenta de criao de futuros. Como ensina Walter Benjamin (1994): Articular historicamente o ado no significa conhec-lo como ele de fato foi. Significa apropriar-se de uma reminiscncia, tal como ela relampeja no momento de um perigo (p. 224). No se trata de reconstruir o ado tal qual ele poderia ter acontecido, mas entender que o ado se condensa no presente, modelando-o, mas principalmente sendo modelado.
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