ST - Sesso 1 - 16/07/2019 das 14:00 s 18:00 187213
-
Andr Barcelos Damasceno Daibert (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora)
Planejamento Urbano e Turismo na agem de Alfred Agache por Petrpolis (RJ) durante o Estado Novo (1937-1945)
Resumo:Alfred Hubert Donat Agache fora autor, consultor ...
Veja mais!
Resumo:Alfred Hubert Donat Agache fora autor, consultor ou colaborador de vrios planos e projetos de urbanizao em diferentes pases. Na Frana, ele foi responsvel por planos em cidades como Paris, Dunquerque, Tours, Dieppe, Orleans e Reims. Em outros pases elaborou planos para Camberra (Austrlia), Guayaquil (Equador), Lisboa (Portugal), Casablanca (Marrocos), Istambul e Ancara (Turquia). Ele foi professor titular no Collge Libre des Sciences Sociales em Paris, alm de fundador e secretrio geral da Sociedade sa de Urbanistas (SFU). No Brasil, Agache se notabilizou por coordenar a elaborao de um plano urbanstico para a ento capital federal Rio de Janeiro, que ficou conhecido como Plano Agache (AGACHE, 1930). Mas, um outro aspecto pouco conhecido da biografia do urbanista, que Agache teria retornado ao Brasil a partir do final da dcada de 1930 e estabeleceu residncia na cidade do Rio at o ano de sua morte em 1959. Afinal: o que Agache teria desenvolvido nessas duas dcadas no Brasil? Partindo dessa indagao, o presente artigo pretende elucidar a pouco estudada agem do urbanista Alfred Agache pelo interior fluminense no incio da dcada de 1940. Alm disso, este trabalho espera compreender como os temas Turismo e Planejamento Urbano se aproximam nesse perodo. Para tal, foram examinados os discursos proferidos pelo urbanista francs sobre o tema, atravs das proposies que ele e sua equipe elaboraram para a urbanizao da cidade de Petrpolis (RJ). Complementarmente, foram analisados documentos governamentais que assimilam tal temtica. Tal levantamento foi realizado atravs de pesquisa documental em fontes produzidas no perodo delimitado (1937-1945), tais como os planos em si, as legislaes e atos pblicos sobre o assunto, processos, mapas e imagens, assim como peridicos especializados, peridicos de variedades (jornais de grande circulao), livros e outras publicaes avulsas. Em investigao que realizamos em arquivos, bibliotecas pblicas e centros de pesquisas especializados entre os anos de 2013 e 2015 encontramos uma infinidade de documentos, catlogos, fotografias, imagens, reportagens e croquis que sugerem a confeco de um plano de urbanizao para Petrpolis. No entanto, o documento final que sistematizaria o plano no foi encontrado, o que inclusive confirmaria se o mesmo de fato existiu. Apesar disso possvel afirmar que principalmente entre os anos de 1941 e 1942 foi elaborado e publicizado um conjunto consolidado de diretrizes para a urbanizao de Petrpolis. Sistematizaremos tal perspectiva em duas partes: 1) apresentao cronolgica dos eventos e seus respectivos documentos; 2) apresentao e anlise das propostas elaboradas.
Ocultar
|
-
Andrea de Albuquerque Vianna (UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte)
Turismo e poltica no Brasil de Vargas
Resumo:Este artigo foi desenvolvido a partir da tese Tur...
Veja mais!
Resumo:Este artigo foi desenvolvido a partir da tese Turismo, propaganda e patrimnio no Brasil: um encontro luz de fragmentos da correspondncia poltica de Oswaldo Aranha durante a Era Vargas (1930-1945) (VIANNA, 2018), defendida no Programa de Ps-Graduao em Arquitetura e Urbanismo PPGAU, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. A pesquisa foi feita com base em fragmentos da correspondncia poltica de Oswaldo Aranha, figura atuante durante o governo Vargas (1930 a 1945), com o objetivo de confirmar a importncia da trade turismo-propaganda-patrimnio para alto escalo do Governo, e o uso destas atividades como ferramentas de sustentao poltica.
O trabalho aqui apresentado trata da relao estreita existente entre o desenvolvimento da atividade turstica no Brasil e os interesses polticos do Governo Vargas no perodo compreendido entre os anos de 1930 a 1945, focando nas questes referentes evoluo da aviao civil/comercial no Pas. O aperfeioamento do sistema de transportes no Brasil, assim como o estabelecimento de acordos comerciais com outros pases e a explorao do espao areo brasileiro foram o incentivo que faltava para a atividade turstica se estabelecer como atividade comercial de reconhecida importncia. Estas as aes retratam parte dos esforos empreendidos pelo presidente Getlio Vargas e seu companheiro de revoluo, o embaixador Oswaldo Aranha, para difundir uma boa imagem do Brasil e de seu governo junto a pases da Europa e, principalmente, aos Estados Unidos. Desta forma, turismo, propaganda e patrimnio se transformaram em ferramentas polticas de um governo que buscava despertar o interesse, principalmente de investidores estrangeiros, mas tambm conquistar a simpatia da populao destes pases e a confiana de seus governantes. Destacam-se, aqui, eventos relacionados aviao civil/comercial no Brasil e seu envolvimento com interesses polticos e ideolgicos vigentes naquele perodo. As cartas do engenheiro Carlos Sylla e de Otto-Meyer, fundados da VARIG, integrantes da correspondncia poltica de Oswaldo Aranha, apresentadas neste artigo, apontam e comprovam a proximidade e o entrelaamento existentes entre a atividade turstica, a aviao civil/comercial e os interesses polticos do Governo Vargas. Por intermdio delas possvel observar algumas das intrigas ocorridas nos bastidores do governo, evidenciando-se no apenas os aspectos econmicos destes conflitos, mas as questes polticas e ideolgicas. possvel tambm, entrever a existncia de traos de xenofobia, to comuns no momento pr-guerra, e que viriam a se acentuar consideravelmente com a aproximao do conflito blico.
Ocultar
|
-
Artemsia dos Santos Soares (Instituto Federal de Alagoas)
Da cana-de-acar ao turismo: o processo histrico da participao social no desenvolvimento do municpio de Maragogi/AL
Resumo:O municpio de Maragogi preteritamente foi territ...
Veja mais!
Resumo:O municpio de Maragogi preteritamente foi territrio socioeconmico e poltico quase exclusivo da cana-de-acar. As elites econmicas da cana-de-acar pouco utilizavam a regio litornea e, por isso, tornou-se lugar daqueles que estavam margem do sistema canavieiro. Esse contexto favoreceu a formao e a apropriao do territrio por parte de populaes tradicionais de pescadores at a dcada de 1980. Esta realidade iniciou sua mudana com o trmino da construo da rodovia AL-101 Norte, em 1979 e, em seguida, com as aes resultantes do PRODETUR. Esta transformao exige uma anlise de como as modernizaes decorrentes do uso do territrio pelo turismo tm implicado na adequao dos municpios nordestinos litorneos, como Maragogi, transformando-os em espaos seletivos. Todavia, para alm das foras exgenas ao lugar que exigem e implantam novas territorialidades, h os fatores endgenos construdos historicamente que singularizam a maneira como tais territorialidades se realizam ali. Em Maragogi, tais fatores esto ligados histrica explorao da cana-de-acar que, apesar de ter declinado em seu aspecto econmico, permanece impregnado no modo de vida do maragogiense em seu fazer social, cultural e, consequentemente, no econmico, incluindo-se a o turismo enquanto nova atividade econmica dominante no municpio. Desse modo, a atividade se reveste de modernizao e eficcia, mas em essncia reproduz mecanismos sociais e culturais historicamente construdos, isto , a mimetizao da Diviso Territorial do Trabalho que perpetua os papis de oprimido e opressor, negando s classes oprimidas, sua voz, a participao. Assim, como as relaes histricas de poder local determinam os limites e condicionam as aes vinculadas dinmica de participao social no turismo em Maragogi? Alagoas se desenvolveu economicamente a partir de dois modelos de colonizao: um baseado no pastoreio e na ausncia da escravido, o penedense; outro baseado na plantation aucareira, a presena da escravido negro-africana. Um, com traos democrticos em sua organizao social de fraca estruturao; outro, o porto-calvense, com forte e perversa estruturao social com ausncia de elementos democrticos (LINDOSO, 2000, p. 43). E nesse nterim, a partir do crescimento dos povoados, justificou-se a criao de novas freguesias, entre elas, Maragogi, criada em 1717. A cana-de-acar formou uma sociedade hierarquizada, de castas, escravista, senhorial, de traos feudais, que influencia nossas vidas at hoje (TENRIO; DANTAS, 2010, p. 10). Sob esta perspectiva, este estudo teve como objetivo problematizar historicamente o processo de formao socioespacial do municpio de Maragogi e seus reflexos no processo de participao social na prtica do turismo em Maragogi/AL.
Ocultar
|
-
Isabela Andrade de Lima Morais (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)
Prticas e Memrias das antecipaes do Turismo em Recife
Resumo:Este trabalho se baseia em uma pesquisa que est s...
Veja mais!
Resumo:Este trabalho se baseia em uma pesquisa que est sendo realizada no Departamento de Hotelaria e Turismo da UFPE, sobre a Histria do Turismo em Recife. A partir da dcada de 1930, a prtica do turismo foi institucionalizada em Recife com a criao da Diretoria de Estatstica, Propaganda e Turismo do Recife e do primeiro Bureau de Informaes Tursticas, localizado no Porto do Recife (ambos em 1939), porm, o discurso sobre a turistificao da cidade comeou a ser construdo bem antes disso. Quais as prticas, memrias, narrativas que foram construdas para antecipao da institucionalizao do Turismo em Recife? Como a cidade foi sendo pensada e construda para atrair os turistas? Foram estas as perguntas que nortearam a pesquisa. O que se constatou foi que o discurso da modernidade e do progresso do sculo XX, que valorizava o novo em contraposio ao antigo (LEFEBVRE, 1969), fez com que as antigas penses citadas por Gilberto Freyre (FREYRE, 1957), fossem dando lugar construo de uma Rede Hoteleira, onde o Grande Hotel de Recife, inaugurado em junho de 1938, era apresentado pela imprensa da poca como um novo marco para o progresso. Os jornais das dcadas de 1910-20 destacavam a presena dos navios que atracavam no Porto do Recife, trazendo os touristas que se espalhavam pelas ruas da cidade de automveis, de bondes ou a p, nesse mesmo contexto havia uma cobrana para as autoridades polticas cuidarem um pouco mais do Porto e das ruas do Bairro do Recife, j que era o primeiro ponto de o com a terra brasileira. Alm disso, constata-se uma preocupao em construir informaes tursticas sobre a cidade, os primeiros guias tursticos, que trouxessem dados histricos, mas que informassem sobre os preos e as categorias dos hotis, o horrio dos bonds com preos das agens e linhas, o servio de omnibus da cidade, o preo das viagens das sopas e dos trens, a tabella de cambio, os mercados pblicos e onde comprar as frutas da regio. O Restaurante Leite, o Graff Zepellin, o Mercado de So Jos e o Cais do Abacaxi so elementos destacados como atratividades para os turistas. Havia portanto uma valorizao dos patrimnios materiais, em detrimento dos patrimnios imateriais ou dos fratrimnios, ancorados pelo discurso da modernidade e do progresso. Foram essas as narrativas que marcaram as prticas e as memrias das antecipaes do turismo em Recife.
Ocultar
|
-
Luciana Arajo de Holanda (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)
Como o turismo em Recife-PE foi institucionalizado pelo poder pblico municipal? Uma reconstituio dos 80 anos de atividade oficial a partir de fragmentos histricos
Resumo:Visando responder a questo posta no ttulo, foram...
Veja mais!
Resumo:Visando responder a questo posta no ttulo, foram realizadas pesquisas bibliogrfica e documental, tendo sido coletados dados secundrios em acervos institucionais, arquivos pblicos e hemeroteca digital. Diante dos poucos registros das aes dos governos municipal e estadual no mbito turstico, buscou-se reconstituir o histrico do turismo em Recife alinhavando os fragmentos encontrados, por meio da anlise de contedo. Contatou-se que os primeiros movimentos oficiais do poder pblico municipal visando organizar o turismo datam de 1939 quando foi fundada a Diretoria de Estatstica, Propaganda e Turismo (DEPT) responsvel pela publicao de folhetos, fornecimento de informaes e divulgao das atraes culturais da cidade, repartio essa que foi transformada, posteriormente, na Diretoria de Documentao e Cultura (DDC), em 1944. Visando o planejamento turstico, foi criado o Conselho Municipal de Turismo, em 1955, que manteve-se ativo por apenas trs anos, tendo sido alvo de crticas por no solucionar os problemas tursticos da cidade. A atuao do poder pblico municipal na atividade turstica continuou restrita a publicaes informativas aos visitantes, receptivo de personalidades importantes e promoo de festividades. Na Secretaria de Educao e Cultura havia um Departamento de Recreao e Turismo que promovia atividades artsticas, educativas, culturais, recreativas e tursticas. Um marco da atuao do governo municipal deu-se em 1968, com a criao Empresa Metropolitana de Turismo da Cidade do Recife e um novo conselho municipal de turismo, responsveis pela poltica municipal de turismo. A EMETUR e o conselho foram extintos em 1979, ocasio na qual a Secretaria de Educao e Cultura volta a incorporar as atividades do turismo por meio da ento criada Fundao de Cultura da Cidade do Recife. Em 1986, foi institudo o Conselho de Turismo do Recife (CONTURE) que foi reestruturado em 1989, com a incluso de novos membros, quando da criao da Secretaria de Abastecimento, Indstria, Comrcio e Turismo. Pela primeira vez, o turismo foi includo na denominao de uma pasta e ou a ser tratado como atividade econmica. Com o status de secretaria municipal, o turismo transitou por diversas pastas, ora associado a economia, esportes, cultura e lazer. O conselho foi reativado em 2007, mantendo-se ativo at o presente, aps perodos de descontinuidade. A dificuldade de encontrar registros sobre a organizao do turismo em Recife denota o empirismo com que era tratado no incio da atividade. Ao longo dos 80 anos de histria oficial, desde a criao da primeira repartio municipal que tratou do turismo, a atividade turstica foi se consolidando e tendo sua importncia reconhecida pelo poder pblico municipal.
Ocultar
|
ST - Sesso 2 - 17/07/2019 das 14:00 s 18:00 1e5t6h
-
Airton Jos Cavenaghi (Anhembi Morumbi)
O Guia dos Caminhantes: um roteiro para os viajantes no Brasil colonial
Resumo:A ocupao do Brasil pelos portugueses a partir do...
Veja mais!
Resumo:A ocupao do Brasil pelos portugueses a partir do ano de 1500, apresentou parte das terras do Novo Mundo aos pases europeus. Portugal se apressava para conquistar um imenso territrio, aberto para inmeras possibilidades de explorao e de representao. Metais preciosos eram os elementos mais importantes a serem procurados e, na ausncia deles, a captura de mo-de-obra escrava indgena serviria aos propsitos iniciais da Coroa. Portugal ainda lucrava com o monoplio do comrcio e assim, de forma incipiente o territrio brasileiro s era ocupado em seu litoral. A partir da segunda metade do sculo XVII, os metais preciosos comearam a aparecer em abundncia, mas estavam no interior do pas em terras de Minas Gerais. Como chegar, permanecer e explorar? Por onde ir e que caminhos seguir? Como o Estado pode ampliar seu controle e retirar seus lucros? Essas questes, entre muitas outras, orientaram a produo cartogrfica brasileira desde de seu incio e a preocupao da Coroa Portuguesa com isso, levou a produo de milhares de objetos cartogrficos relacionados a representao do territrio brasileiro, entre os sculos XVII e XIX. No caso de Minas Gerais, o mapeamento inicial tinha sido feito pelos bandeirantes paulistas, mas seus desenhos eram toscos e infantis. Croquis mal desenhados e associados as representaes culturais indgenas, que se utilizavam de elementos da Natureza em suas orientaes pelo territrio. Raramente eram feitas representaes cartogrficas veis de serem utilizados por pessoas, alm daquelas que originalmente as idealizaram. Havia uma lacuna a ser preenchida urgentemente, pois o fluxo migratrio para o interior do pais estava crescendo. Viajantes estrangeiros desembarcavam no pas movidos por histrias de riquezas e ganhos fceis. Todos precisavam de orientaes dos caminhos j existentes e os recm-abertos. Nesse cenrio, no ano de 1816 j no final do ciclo de explorao aurfera, surge o Guia dos Caminhantes, que pode ser considerado o primeiro Guia de Viagem elaborado no Brasil. Diferentemente da cartografia de Estado produzida at ento, o Guia poderia ser consultado pelo viajante comum, ou seja: [...] os moos, que com a inclinao natural de saber o que a fora de sua terra, tem vivos desejos de ver o mundo[...]. A importncia desse Guia encontra-se em ser um dos elementos a representar a abertura social, poltica e econmica que o Brasil ava, as vsperas de sua Independncia no ano de 1822. Nessa comunicao procura-se apresentar o Guia dos Caminhantes, em suas particularidades histricas e culturais, como um dos elementos dos primrdios do turismo no Brasil.
Ocultar
|
-
Amanda Danelli Costa (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
Intelectuais, cidades e escrita de si: os guias de viagem de Gilberto Freyre e Jorge Amado
Resumo:A presente proposta de comunicao resultado de ...
Veja mais!
Resumo:A presente proposta de comunicao resultado de projeto de pesquisa de ps-doutoramento em curso neste ano de 2019. Nosso tema principal a produo de guias de viagem por intelectuais brasileiros na primeira metade do sculo XX e, para esta comunicao, observaremos em especial o Guia Prtico, Histrico e Sentimental da cidade do Recife (1934), de Gilberto Freyre; e Bahia de Todos os Santos guia de ruas e mistrios (1945), de Jorge Amado. Nosso objetivo analisar como esses livros podem ser lidos simultaneamente como guias de viagens e como obras comprometidas com uma escrita de si. Nossas hipteses mais amplas so: a) de que os literatos acima referenciados encontraram no gnero literrio do guia tanto uma condio panormica quanto uma vocao para a elaborao de subjetividades, que os permitia acercar-se sobre algumas cidades que j os inquietavam, tocando-as nas suas superfcies e simultaneamente mergulhando em sua cultura urbana, atravs de uma obra que se destinava aos visitantes, mas no se limitava a eles; e b) ao produzirem suas obras a partir das cidades, dedicando sua ateno s cidades e cultura, eles simultaneamente contriburam para uma elaborao do moderno e dos processos de modernizao enquanto a modernidade expressa nessas cidades e na cultura tambm os afetava. Produzidos em diferentes momentos e debruando-se sobre diferentes lugares, objetivamos realizar um cruzamento entre tais publicaes a fim de, comparativamente, observar aproximaes e distanciamentos no tocante s motivaes e incentivos para que tais produes se realizassem e analisar as diferentes perspectivas mobilizadas para apresentarem as cidades (tambm como destinos tursticos) aos seus leitores. Muito embora a confluncia de publicaes dessa espcie por intelectuais de renome no Brasil chame a ateno, observou-se que h escassa produo acadmica sobre o tema e nenhuma que tenha se proposto a realizar essa investigao sob uma mirada comparativa. Verifica-se ainda o interesse em aprofundar as interlocues com as questes levantadas pela Histria Intelectual na Amrica do Sul, em especial no tocante s representaes urbanas e as conexes entre cultura, cidades e literatos.
Ocultar
|
-
Carolina Figueira da Costa (Senac MG)
Uma histria contempornea do gosto como expresso de memria e patrimnio alimentar
Resumo:Refletir sobre a construo histrica do gosto ali...
Veja mais!
Resumo:Refletir sobre a construo histrica do gosto alimentar nos aponta importantes caminhos para pensar manifestaes culturais e sociais. Em pesquisa doutoral em desenvolvimento, abordamos a interpretao dos alimentos ao longo dos tempos e, especialmente, o gosto alimentar como expresso cultural. A pesquisa insere-se no recorte investigativo de uma histria cultural do social e uma anlise cultural do social ao mesmo tempo (CHARTIER, 1988). Nossa pesquisa dialoga especificamente com temticas j amplamente discutidas no campo da histria da alimentao. Para Massimo Montanari (2012) o gosto se coloca como um produto cultural e da sociedade, ambos sujeitos a uma escolha pessoal apreendida durante a vida. Entende-se que a definio de gosto faz parte do patrimnio cultural da sociedade humana, que mudam no espao e no tempo, nos quais se pode aprender e transmitir critrios de avaliao. Mas o gosto pensado tambm como saber uma avaliao sensorial do que bom ou ruim, o que expressa um juzo. E esta dimenso do gosto enquanto saber deve ser analisada historicamente. Experimentar o gosto de um alimento pode ser considerado um ato tanto cultural quanto natural, como sugere Steve Shapin (2013). O que chamado de natural neste caso o fator fisiolgico experimentado pelas papilas gustativas, enquanto o cultural so elementos externos que influenciam a percepo do sabor. A forma natural tende a ter grande estabilidade no curso do tempo. J a parte cultural tem forte relao com as expectativas e compreenses do sabor e sofrem grandes variabilidades temporais e culturais, ainda de acordo com Shapin. De tal forma, desenvolvemos uma reflexo sobre como os elementos culturais constroem o repertrio que valorizamos do ponto de vista alimentar, assim como nossas escolhas e preferncias. Utilizamos tambm Pierre Bourdieu para pensar a construo dessas expresses culturais do gosto como expresses de classe. Nossa investigao confere centralidade anlise do que uma expresso da crtica gastronmica contempornea aponta como prefervel e valorizvel. Utilizamos, at o momento, algumas obras de dois jornalistas contemporneos, a saber Carlo Pertini e Michael Pollan, enquanto pessoas pblicas centrais para se refletir sobre a histria da alimentao no ocidente no ado recente, em especial, em tempos de interconexo global cada vez mais intensa. Alm disso, utilizamos guias tursticos alimentares do final do sculo XX e incio do XXI, entre Brasil e Europa.
Apenas o referencial citado:
CHARTIER, Roger. A histria cultural entre prticas e representaes. Lisboa: Difuso Editora, 1988.
MONTANARI, Massimo. Il cibo come cultura. Roma-Bari: Laterza, 2012.
SHAPIN, Steven. A mudana nos gostos.. Novos estudos. So Paulo, n. 95, 2013
Ocultar
|
-
Celso Castro (FGV/DOC)
O Rio de Janeiro no South American Handbook, 1925-2000
Resumo:O guia de viagens britnico South American Handboo...
Veja mais!
Resumo:O guia de viagens britnico South American Handbook, publicado pela primeira vez em 1924, um dos mais importantes guias de viagem publicados no mundo. Uma de suas qualidades sua longa durao temporal, a maior para um guia de viagem em lngua inglesa. Outra o fato de ter sido aberto a contribuies de viajantes ou moradores locais, que escreviam para os editores sugerindo acrscimos ou correes ao texto, muitas vezes incorporadas em edies seguintes. Por ter sido publicado ininterruptamente por quase um sculo, a srie anual de guias publicados nos convida a um exerccio de investigao histrica: observar como, ao longo do tempo, cada destino turstico apresentado no guia.
A apresentao examinar a construo do Rio de Janeiro como destino turstico desde 1925 at 2000, destacando tanto as continuidades - a recorrncia de imagens e narrativas que permanecem praticamente idnticas desde o incio - quanto as mudanas e transformaes.
O trabalho visa a contribuir para o campo, ainda em desenvolvimento, da histria do turismo no Brasil. Partimos do pressuposto de que ao pesquisarmos a histria do turismo devemos levar em conta os cruzamentos entre diferentes processos histricos e culturais. Temos que considerar, por um lado, processos internacionais que atuam desde o momento em que o Brasil a a ser inserido ainda que de maneira perifrica no circuito turstico mundial. Por outro lado, temos processos nacionais e locais que interagem com o contexto internacional e levam configurao particular que sua natureza turstica assumiu.
A natureza turstica de um destino turstico entendida, nesse contexto, como uma construo histrica e cultural, no como um dado natural nem eterno. Esse processo envolve a criao de um sistema integrado de significados atravs dos quais a realidade turstica de um lugar estabelecida, mantida e negociada, e tem como resultado o estabelecimento de narrativas a respeito do interesse que a cidade tem como destinao turstica. Essas narrativas, que se modificam com o tempo, em alguma medida antecipam o tipo de experincia que o turista deve ter e necessariamente envolve selees: enquanto alguns elementos so iluminados, outros permanecem na sombra.
Ocultar
|
-
Denio Santos Azevedo (Universidade Federal de Sergipe)
O Turismo e a gastronomia sergipana como identidades-consumo.
Resumo:
Percebe-se que a construo da identidade sergip...
Veja mais!
Resumo:
Percebe-se que a construo da identidade sergipana tem um marco de origem datada da primeira metade do sculo XIX, quando a Provncia de Sergipe DEl Rey conquistou a sua autonomia poltica perante a Provncia da Bahia. Aes isoladas de intelectuais, artistas, msicos, literatos, a criao de instituies culturais, cientficas e artsticas, as aes governamentais, caracterizam esta tentativa de criar, ressignificar e demarcar os elementos representativos da sergipanidade e atribuir a Sergipe uma cara, uma marca ou uma feio caracterstica ao longo dos anos. bastante compreensvel que as primeiras tentativas desta complexa elaborao seguissem um vis de desconstruo da relao com a Bahia, a negao do ser baiano e a valorizao do ser sergipano deveriam ser absorvidas pelos habitantes da provncia independente. Tais construes identitrias produzem efeitos sobre a orientao dos valores, dos comportamentos e dos sentidos atribudos identidade grupal daqueles que a absorvem. Os atores sociais que planejam a atividade turstica percebem tais estratgias e procuram transformar as identidades em atrativos tursticos, ou seja, em possibilidades de consumo visual, sonoro, ttil ou degustativo, criando assim as identidades-consumo. Ao selecionar tais smbolos e divulgar, os planejadores tursticos tm a pretenso de revelar identidades culturais, singularidades que muitas vezes esto nos subterrneos da histria e colocar nas prateleiras do supermercado turstico, sendo que a gastronomia foi um desses elementos destacado como smbolo identitrio dos sergipanos. Diante do exposto, essa pesquisa tem como objetivo analisar a promoo turstica do Estado de Sergipe entre 1942 e 1992 para entender como as diferentes narrativas escritas e imagticas auxiliam na construo da gastronomia sergipana. Para tal, o estudo utilizou da anlise de contedo de diferentes fontes histricas (revistas especializadas, jornais, guias tursticos, postais, dentre outros) no recorte temporal aqui destacado. Percebe-se que os elementos identitrios representativos de uma chamada gastronomia sergipana no so reconhecidos como autnticos ou caractersticos pelos prprios residentes, mas servem para aguar o interesse dos visitantes que visam consumir o que vendido como smbolos identitrios dos sergipanos, ou seja, o tpico exemplo de identidades-consumo.
Ocultar
|
-
Fbia Trentin (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE)
Instrumentos da Poltica de Turismo no Brasil: da centralizao descentralizao
Resumo:O turismo no Brasil se organizou na istrao ...
Veja mais!
Resumo:O turismo no Brasil se organizou na istrao pblica federal a partir dos 1960, 1970 e 1980, em um cenrio de centralizao poltica e controle do poder central exercido pelo Governo Militar. A partir da dcada de 1960 a istrao pblica federal apresenta-se mais bem estruturada e refletindo vrios setores como o turismo. nessa dcada que foram criados um conjunto de instrumentos que permitiram coordenar aes para o desenvolvimento do turismo. Pela primeira vez, foram institudos instrumentos organizativos, programticos, normativos, de fomento e promoo que atuaram paralela ou sequencialmente como desdobramento do Decreto-Lei 55/66. Aps a segunda metade da dcada de 1980 ficou marcada pelos movimentos pro democracia, colocando fim ditadura militar em 1985. De 1985 a 1989, perodo de redemocratizao, at as primeiras eleies diretas em 1989. A democracia instituda pela Constituio Federal de 1988, reorganizou o turismo e seus instrumentos suscitando a necessidade de registrar e analisar as mudanas na gesto do turismo. Neste contexto, o objetivo do trabalho analisar e comparar os instrumentos da poltica relacionando-os aos desdobramentos que nortearam o desenvolvimento do turismo no Brasil no perodo da centralizao descentralizao poltica e istrativa. A metodologia utilizada foi a reviso sistemtica de literatura que permitiu problematizar, identificar as diferenas e similaridades dos estudos com a finalidade de ampliar as narrativas e interpretaes existentes. A releitura dos instrumentos da poltica de turismo no Brasil no perodo da centralizao militar e da descentralizao democrtica marcam o enfoque do turismo de acordo com o entendimento que se tinha naqueles contextos, e tambm expressam a orientao ideolgica que regiam os governos. No perodo estudado, houve a criao de instrumentos organizativos que existem at os dias atuais, embora tenham tido suas funes alteradas. Os instrumentos organizativos foram extintos e recriados dentro da concepo de participao e interao dos poder pblico com a sociedade. ou-se a ter instrumentos programticos com mais regularidade atendendo a dispositivos legais que regulam o planejamento e oramento pblicos. Os temas regulamentados pelos instrumentos normativos se atualizaram em funo de movimentos globais e tambm da tecnologia. Os instrumentos de fomento so aprimorados e diversificados, ampliando a possibilidade de insero de empreendedores no turismo, e os de promoo se pautam em releituras de aes adas mesclados com novas iniciativas.
Ocultar
|
-
Giovanna de Aquino Fonseca Arajo (Prefeitura Municipal de Campina Grande e de Poinhos)
Feiras contemporneas territrios de interesse turstico na salvaguarda de bens culturais
Resumo:Na contemporaneidade, quando as pessoas viajam e c...
Veja mais!
Resumo:Na contemporaneidade, quando as pessoas viajam e conhecem as feiras, por mais que identifiquem elementos da cultura global, dada a multiplicidade de caractersticas que se encontram imbricados diante da pluralidade e do intercmbio favorecido pela dinmica da globalizao, acabam por encontrar tambm determinadas particularidades inerentes a cada lugar. So estas particularidades que fazem parte do patrimnio imaterial em cada lugar. E, na medida em que am a ser conhecidas diante de suas dissidncias e aproximaes, tornam-se patrimnio de todos, j que se expandem e se universalizam no aprendizado. Tal atitude universalizar as prticas culturais por meio do aprendizado - no desvirtua, ao nosso entender, o patrimnio cultural do lugar. Pelo contrrio! Pela difuso prestigia-o, enaltece-o, valoriza-o. Entretanto, preciso que estejamos atentos aos valores envolvidos nesta difuso, sob pena de se tornarem um produto turstico com fins exclusivamente mercantis, inerentes indstria cultural, perdendo de vista os valores dos bens culturais, da memria social e da histria. Referimo-nos aos fatores negativos do turismo como, por exemplo, o turista propor ao arteso a modificao das formas de sua arte (alterar formatos e materiais) para atender aos seus desejos. possvel no entanto, estabelecer uma relao entre o turismo e o patrimnio cultural, favorecendo a preservao deste bem, diante das polticas de sustentabilidade empreendidas pelo mercado turstico . Ou seja, na medida em que o bem cultural e imaterial das feiras divulgado, tendo um mercado de turismo cultural com polticas de incentivo preservao e sustentabilidade, a tendncia deste bem ser salvaguardado. Somado a este aspecto, fundamental a tomada de conscincia e de responsabilidade dos moradores em manterem e preservarem o seu tesouro local. Um caso emblemtico que rene as caractersticas que do lugar ao Turismo Cultural, ao Turismo de Eventos e ao Patrimnio Cultural no Brasil, o Centro Luiz Gonzaga de Tradies Nordestinas, conhecido como Feira de So Cristvo no Rio de Janeiro. Embora este centro esteja localizado na regio sudeste, ele rene as caractersticas das feiras nordestinas, seja no som, com shows de artistas nordestinos nos sete palcos que possui, seja no paladar e olfato, dos restaurantes e barracas que comercializam a gastronomia tpica nordestina, alm do visual do que tpico nas feiras: colorido das frutas, verduras, e de todos os artigos l expostos. Esse e outros aspectos e exemplos do Turismo Cultural atrelado ao Patrimnio Cultural sero tratados neste trabalho, sob a tica dos autores: Risrio, Antnio e Funari, P. P. A, Pinsky, J. e Barretto, M.
Ocultar
|
-
Leonardo de Carvalho Augusto (PUC-RIO - Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro)
Bares tradicionais cariocas: entre a renovao urbana e a valorizao dos bens culturais
Resumo:Em 2011 a prefeitura do Rio de Janeiro divulgou de...
Veja mais!
Resumo:Em 2011 a prefeitura do Rio de Janeiro divulgou decreto que listava doze bares tradicionais da cidade como patrimnio cultural carioca (Lamas, Bar Lagoa, Armazm So Thiago, Armazm do Senado, Bar Jia, Bar e Restaurante Pastoria 28, Bar Luiz, Bar Brasil, Cosmopolita, Paladino, Nova Capela, Adega Flor de Coimbra), acrescido de mais catorze bares um ano depois (Adega da Velha, Adega Prola, Armazm Cardoso, Bar Adonis, Bar Bip Bip, Bar e Restaurante Cervantes, Caf e Bar Brotinho, Caf e Bar Lisbela, Caf e Bar Pavo Azul, Casa da Cachaa, Casa Vilarino, Restaurante Salete, Bar e Resuatarante Jobi e Bar Urca). A partir deste gesto, vimos observando aes que articulam produo narrativa de valorizao dos bens culturais, reformas urbanas, especulao imobiliria e renovada oferta de atrativos em um destino turstico que se ressignificava como cidade olmpica; de modo que so esses elementos articulados o nosso objeto de anlise na presente proposta de comunicao. Os locais onde se localizam a maior parte desses bares sofreu uma srie de intervenes urbansticas em razo dos megaeventos que aconteceram na cidade do Rio em 2014 (Copa do Mundo de Futebol) e 2016 (Jogos Olmpicos), alterando substancialmente as condies de sobrevivncia dos bares naqueles espaos regenerados, o que nos remete hiptese da retrica da perda de Jos Reginaldo Gonalves. Tanto a experincia catica das obras como a consequente valorizao dos bairros da zona sul e do centro da cidade ameaaram o antigo comrcio: primeiro porque era difcil transitar por vrios pontos da cidade e segundo porque tornou-se difcil manter os estabelecimentos abertos em seus antigos endereos. Este paradoxo que envolve renovao urbana e manuteno de seus bens culturais se expressou atravs de uma dinmica complexa material e simblica sem um justo equilbrio. Uma das motivaes verificadas para a salvaguarda e valorizao desses bens era que, salvo da morte, tais bares pudessem se converter efetivamente em atrativos culturais da cidade olmpica. Assim, esses estabelecimentos aram a frequentar mais comumente o material de divulgao turstica da cidade (revistas impressas da RIOTUR) convidando os visitantes a travarem contato com o esprito carioca atravs da ida aos bares, artfices do dilogo entre o rejuvenescido cosmopolitismo do centro reurbanizado e de alguns aspectos tradicionais da cultura urbana carioca, como, por exemplo, os traos de influncia ibrica presentes nesses estabelecimentos.
Ocultar
|
-
Vera Lucia Bogea Borges (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro)
Heranas do Imprio para o Turismo Ferrovirio na Contemporaneidade : um estudo sobre o Rio de Janeiro (RJ) e Minas Gerais (MG)
Resumo:As construes histricas e culturais relativas a ...
Veja mais!
Resumo:As construes histricas e culturais relativas a interface turismo e ferrovia, notadamente constituindo atraes e destinos que podem ser considerados como objetos do turismo ferrovirio ainda precisam de estudos. A escassez de oferta ferroviria de ageiros no Brasil na contemporaneidade coloca os trens tursticos em destaque quando o assunto ear de trem. Nesse sentido, temporalidades histricas e atributos cnicos tm aportado o desenvolvimento do turismo ferrovirio no pas. A primeira ferrovia no Brasil de 1854, nesse sentido as influncias do Imprio para o turismo ferrovirio, notadamente no Rio de Janeiro (RJ) e em Minas Gerais so o alvo desta pesquisa. Foram estudados quatro trens tursticos e culturais, a saber: (1) Maria Fumaa de Rio Acima, (2) Trem da Serra da Mantiqueira, (3) Trem das guas (em Minas Gerais) e (4) Trem do Corcovado (no Rio de Janeiro). O estudo exploratrio e descritivo, baseado em levantamento bibliogrfico e organizao de dados secundrios. Os temas abordados so a interface entre o turismo e a ferrovia sob duas perspectivas, a histrica e a nostlgica de um lado, e de outro, os atributos cnicos relativos natureza. A importncia da ferrovia (transporte de cargas e ageiros) para histria do Brasil se relaciona com a prpria noo de progresso. Nota-se que nas viagens de trem possvel compartilhar com os demais ageiros o percurso visitado tendo destaque, frequentemente, a valorizao dos elementos histricos numa tentativa de idealizao do ado que marcou a construo daquele trecho da ferrovia e, tambm, os elementos naturais e culturais, expressos como atrativos nicos que podem ser apreciados ao longo dos trajetos. A partir da anlise dos aspectos cnicos relativos natureza, bem como dos aspectos histricos e nostlgicos, observa-se que as heranas do perodo imperial se evidencia mais em trs casos (Trem da Serra, Trem das guas e Trem do Corcovado). Assim, observou-se que, no presente, as articulaes entre histria e turismo por intermdio dos trens histricos e culturais no deve se limitar as identificaes superficiais referente aos personagens e aos acontecimentos histricos sob pena do empobrecimento da experincia turstica vivenciada. Os historiadores tm a preocupao em situar os indivduos e os eventos num contexto histrico, uma vez que a histria dos eventos apesar de rica em interesse humano tambm a mais superficial. Logo, os resultados contribuem para o avano da temtica e como subsdio ao desenvolvimento do turismo ferrovirio no Brasil na atualidade, notadamente para as reas estudadas. Futuros estudos podem contemplar o restante do cenrio brasileiro.
Ocultar
|
ST - Sesso 3 - 19/07/2019 das 08:00 s 12:00 4c3kw
-
Dalila Mller (Universidade Federal de Pelotas)
Hotelaria no Rio Grande do Sul nas primeiras dcadas do sculo XX
Resumo:A partir da lista de hotis constantes no Almanak ...
Veja mais!
Resumo:A partir da lista de hotis constantes no Almanak Laemmert dos anos de 1910, 1921, 1930 e 1940, busca-se traar um panorama da hotelaria no Rio Grande do Sul (RS) nas dcadas iniciais do sculo XX. O Alamanak Laemmert, de circulao anual, foi fundado em 1844 no Rio de Janeiro por Eduardo Laemmert e seu irmo e publicado at 1942. At 1907 o almanaque publicava somente informaes da Corte e da Provncia do Rio de Janeiro, aps essa data a a trazer informaes dos estados brasileiros. Desse modo, consultou-se, na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional, os exemplares de 1910, 1921 (1920 no est disponvel), 1930 e 1940. A partir dos exemplares, elaborou-se um quadro com os hotis de diferentes cidades do RS em cada um dos anos pesquisados. importante destacar que no h uma uniformidade nas informaes, podendo ser apresentado somente o nome do hotel ou somente o proprietrio, ou o hotel e o endereo, ou o proprietrio e o endereo ou, ainda, o nome, o proprietrio e o endereo, situao menos encontrada. No ano de 1910, hotis de 60 cidades so listados, totalizando 215 hotis; em 1921, de 45 localidades, somando 192 hotis; em 1930, de 23 cidades, totalizando 146; e em 1940, de 13 cidades, com 173 hotis listados. Observa-se que o nmero de cidades citadas no Almanak diminuiu ao longo dos anos. Ressalta-se que a publicao era gratuita. Das cidades, apenas nove constam em todos os anos pesquisados. So elas: Porto Alegre, Bag, Cachoeira, Caxias, Pelotas, Rio Grande, Santa Maria, Santana do Livramento e Uruguaiana. Analisando as informaes, verificou-se que a grande maioria dos proprietrios dos hotis eram homens, totalizando 92,6% dos hotis. Apenas 17 hotis (4,2%) eram comandados por mulheres e estavam localizados em 11 cidades. A maioria dos hotis identificados possua a denominao do sobrenome dos proprietrios, como Hotel Jung, Hotel Bresolin, entre outros. Outros nomes comuns aos hotis foram Comrcio, Brasil, Familiar e Central. Analisando apenas as cidades que constam em todos os anos analisados, temos um total de 51 hotis em 1910; 65 em 1921, 94 em 1930 e 112 em 1940. Este aumento se deu principalmente pelas cidades de Santa Maria, Pelotas, Caxias e Santana do Livramento. Nas demais cidades o nmero de hotis diminuiu. Poucos hotis existentes em 1910 e 1920 se mantiveram em funcionamento at 1940. Destaca-se as cidades de Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande. Em 1940 tem-se 62 novos hotis de um total de 112, ou seja, 55% dos hotis identificados foram abertos ao longo da dcada de 30. As informaes demonstram que o nmero de hotis aumentou e que a hotelaria no Rio Grande do Sul se renovou ao longo das quatro primeiras dcadas do sculo XX, sendo composta, majoritariamente por hotis comandados por homens.
Ocultar
|
-
Dalila Rosa Hallal (UFPEL)
Anlise da Trajetria do Camping Municipal de Pelotas - RS
Resumo:Acampar uma modalidade turstica e de lazer que ...
Veja mais!
Resumo:Acampar uma modalidade turstica e de lazer que j foi mais praticada no Brasil. Essa atividade teve importncia no Brasil nas dcadas de 1970 e 1980, quando as famlias aproveitavam frias e tempo livre na natureza. Apesar de os campings j terem sido mais populares, o assunto voltou recentemente a ganhar destaque no noticirio com a realizao de grandes eventos no Brasil, entre eles a Copa do Mundo FIFA e a Jornada Mundial da Juventude, que marcou a visita do Papa Francisco ao Pas. Nesses trs acontecimentos tivemos multides que se instalaram em barracas e trailers nas cidades. Ainda que esses tipos de acampamento sejam diferentes da forma tradicional, que se prtica na natureza, eles revelam a existncia de setor turstico pouco explorado no Brasil e um objeto de estudo pouco analisado. O objetivo deste artigo , a partir da anlise da trajetria do Camping Municipal de Pelotas (CMP), colaborar para a produo de conhecimento sobre o movimento do campismo no Brasil, sobretudo no que diz respeito s possveis particularidades referentes a esta modalidade em cidades do interior. Para tanto, apresentar a trajetria do CMP e os seus desafios, de fundamental importncia que se conhea esse processo histrico vivenciado para que possam construir prticas politicas e aes, pautadas na reflexo. Este trabalho consiste num estudo na perspectiva histrica e basicamente descritivo. O mtodo utilizado foi baseado pesquisa em documentos histricos, principalmente no jornal Dirio Popular e entrevistas. Em Pelotas, na primeira metade do sculo XX, surge a partir de uma parcela privilegiada da sociedade pelotense, certa demanda pelas prticas de lazer junto praia do Laranjal. Com o tempo, essa pratica se expande a outras camadas da populao local. Nesse sentido, o Balnerio dos Prazeres foi aprovado em 1960, mais distante do centro da cidade, onde residem e veraneiam os segmentos sociais de menor poder aquisitivo da cidade. O camping foi inaugurado em 1981 e oferecia como atrativos principais a existncia de rede eltrica e hidrulica, incluindo tambm um bar, alm de 600 cabanas previstas para serem construdas, sendo 250 j construdas, e churrasqueiras coletivas. Nesse perodo a procura, tanto de pelotenses como de turistas, pelo camping era crescente, principalmente nos finais de semana e no perodo de veraneio. Nos aos de 1980, o Camping Municipal recebia inmeros turistas uruguaios e argentinos. Na dcada de 1990 o CMP entrou em um processo de decadncia que, at ento, no foi superado. O CMP, atualmente designado como EcoCamping Municipal, fechou definitivamente em dezembro de 2018, por deciso da Prefeitura de Pelotas, Paula Mascarenhas, que prope transformar a rea na primeira Unidade de Conservao do municpio.
Ocultar
|
-
Frederico Ferreira de Oliveira (CEFET/RJ - Centro Federal de Educao Tecnolgica Celso Suckow da Fonseca), Patrcia Ferreira de Souza Lima (CEFET/RJ - Centro Federal de Educao Tecnolgica Celso Suckow da Fonseca)
Co-memorar a imigrao alem danando em Petrpolis/RJ: patrimnio cultural da Bauernfest
Resumo:Quando se toma como ponto de partida de atrao tu...
Veja mais!
Resumo:Quando se toma como ponto de partida de atrao turstica aspectos inerentes da cultura humana de um dado local, sendo a sua histria social, seu cotidiano, seus saberes e fazer materializados em artesanato, gastronomia, danas ou msica, neste conjunto de aspectos que se localiza a dimenso do turismo cultural. Neste contexto, o turismo cultural em de Petrpolis/RJ manifesta-se, sobretudo ao valorizar a cultura imigrante germnica, em especial pela apresentao de grupos de dana folclrica ao longo de trs dcadas da festa do colono, a Bauernfest. Essa valorizao se faz a partir da histria social local, a qual se iniciou junto chegada das primeiras famlias germnicas vindas em meados do sculo XIX, que so recebidas para formar o ncleo urbano da colnia agrcola imperial, que se converteria na futura cidade de Pedro, cujas estatsticas iniciais indicavam expressivos 1921 alemes. Com eles, a cuca (Kuchen) e o po alemo (Deutches Brot) permanecem expresses culturais - embora o silncio imposto na II Guerra Mundial aos hbitos de imigrantes do Eixo -, ambos considerados bens culturais patrimoniais imateriais em pauta para serem registrados no Conselho de Cultura/Turismo. A estes elementos, somamos a prtica habitual da reunio em grupos em torno da dana folclrica, no desde o final do sculo XIX, mas nos quais ainda estudam os costumes germnicos. Esta identidade cultural e desenvolvimento turstico so dados pela continuidade do ado, ao valorizar as perspectivas da memria e da histria da imigrao local dados aos objetos materiais, mas tambm s sensaes imateriais, com visibilidade tangvel e intangvel dos bens, preservados e alimentados pelas reunies e ensaios regulares. Estes grupos interferem e impactam a cultura local, agregando no apenas descendentes: so criteriosos, embora mais democrticos, e revelam mudanas nas relaes de gnero nas famlias tradicionais ou diversidade de categorias alm da infantil. Nada alheia ao tradicional roteiro do centro histrico da Cidade Imperial, a Bauernfest reverbera a significativa sensibilizao dos moradores locais que se inserem nestes grupos de danas folclricas pela preservao dos costumes e para a disseminao destes, em eventos pblicos em todo o Brasil. Atualmente sob a Associao dos Grupos Folclricos Alemes de Petrpolis, dos 7 grupos remanescentes, alguns tentam manter a tradio, enquanto outros encontram necessidade de inovar nas danas, com intuito de agradar o pblico. Compreender esta articulao entre dana folclrica e Turismo Cultural e a trajetria destes grupos petropolitanos que se renem toda semana para preservar e valorizar a cultura da imigrao alem, faz parte dos objetivos desta apresentao.
Ocultar
|
-
Raphaela Maciel Correa (UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora)
O turismo na trajetria histrica das polticas de preservao do patrimnio (1960 - 1980)
Resumo:Expresso privilegiada do modo como as sociedades ...
Veja mais!
Resumo:Expresso privilegiada do modo como as sociedades assumem sua relao com a temporalidade e constroem sua memria e sua identidade, o patrimnio cultural vem recebendo distintos tratamentos e valores desde que comeou a ser entendido como tal e a motivar as primeiras iniciativas de preservao, no final do sculo XVIII, na Europa. A partir de ento, na sua trajetria pela sua valorizao e proteo, consolidou-se como testemunho histrico, smbolo de resistncia, objeto de culto, mensageiro ideolgico, recurso pedaggico, fonte de referncias para situar nosso lugar no mundo e compreender a diversidade para alm deste. Tamanha riqueza cultural, contudo, no garantia a sua sustentabilidade econmica, que segue sendo um desafio secular para evitar o abandono, a degradao e o esquecimento frente aos fluxos da modernidade e efemeridade da revoluo industrial, cenrio de onde emerge o turismo, que a a ser vislumbrado como uma potencial via sustentvel.
Logo, a partir da dcada de 1960, surgem diversas iniciativas polticas e articulaes internacionais para definir estratgias pblicas e governamentais de incentivo ao uso turstico do patrimnio e para definir as diretrizes do que se apresentava como Turismo Cultural. este momento histrico, que marca a insero e a participao da atividade turstica nas polticas de preservao patrimonial, o foco do estudo que apresentamos neste artigo. Partimos de uma contextualizao ocidental e aprofundamos na experincia brasileira at a dcada de setenta, com destaque para as misses empreendidas pela Unesco no pas e para o Programa de Reconstruo das Cidades Histricas do Nordeste para fins tursticos, mais conhecido por Programa de Cidades Histricas (PCH), implementado em 1973 pelo governo brasileiro em seu regime militar e considerado pioneiro como poltica patrimonial integrada, uma iniciativa do Ministrio do Planejamento em articulao com os estados e outros rgos federais, entre os quais destacamos o Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (Iphan), a Empresa Brasileira de Turismo (Embratur).
Para tanto, dialogamos com outros estudiosos do tema e analisamos documentos oficiais como relatrios, legislaes, cartas, acordos, entre outros documentos burocrtico-istrativos que tratam de receitas, alocao de recursos financeiros, investimentos e convnios entre Unio e estados para a realizao dos diversos projetos financiados. Buscamos, assim, identificar os reptos para a efetivao de polticas pblicas preservacionistas integradas ao turismo e, desta forma, contribuir para proposies e avanos, tanto nos debates acadmicos, quanto nas diversas esferas de gesto que operam sobre os conflitos intrnsecos s dinmicas cultural e turstica no limiar da histria.
Ocultar
|
-
Senia Regina Bastos (Universidade Anhembi Morumbi)
A constituio de distritos tursticos tnicos na cidade de So Paulo nos anos 1970
Resumo:A concentrao de imigrantes em determinado territ...
Veja mais!
Resumo:A concentrao de imigrantes em determinado territrio resulta na atribuio de sentidos e marcas na paisagem, em virtude de caratersticas arquitetnicas das edificaes, denominao de logradouros, presena de igrejas ou templos religiosos, manifestaes culturais, tais como a realizao de feiras e festas, bem como especificidades culturais: sonoridades, odores, saberes etc. A potencialidade econmica dessas localidades foi favorecida por programas de revitalizao em algumas cidades norte americanas nos anos 1960: promovidos como lugares interessantes para comer, fazer compras e se divertir, parte do atrativo turstico centra-se nas paisagens tnicas associadas aos grupos que em dado momento ocupou ou que ainda est presente no distrito. Essa celebrao da identidade tnica na promoo dos distritos centrais das cidades, ao associar a preservao ao turismo comporta efeitos negativos, quer ao reforar a associao de determinado esteretipo ao local, quer ao operacionalizar uma reconstruo seletiva do ado. A cidade de So Paulo apresenta programas de revitalizao de distritos tnicos para a atividade turstica desde a dcada de 1970, objeto de anlise ainda no devidamente explorada pela pesquisa em turismo. Apoiada nessa assertiva e na pesquisa de campo e documental, a proposta analisa a importncia do turismo nos programas de revitalizao e valorizao do tema tnico dos distritos paulistanos da rea central.
Os resultados apontam para a valorizao da arquitetura, da esttica e da vida urbana de distritos tnicos que sofreram operaes cosmticas com o objetivo de constituir elementos centrais na sua ambientao e diferenciao, com ajustes de representao para se adequar atividade turstica, operando uma generalizao e celebrao de uma identidade singular e romantizada da etnia. A vitalidade econmica associada s identidades tnicas tambm desencadeou a valorizao da propriedade, alta dos aluguis e dos preos, reduo da diversidade de empreendimentos, incremento da circulao de pessoas e dificuldades de permanncia da comunidade original na localidade, fatores a serem corrigidos para a conteno do processo de gentrificao em curso e a manuteno das caractersticas originais desses distritos.
Ocultar
|
ST - Sesso 4 - 19/07/2019 das 14:00 s 18:00 3p493x
-
Denise de Morais Bastos (Arquivo Nacional), Bernardo Lazary Cheibub (Universidade Federal Fluminense)
Dilogos entre turismo e cinema: pistas para uma histria do turismo no perodo da ditadura militar brasileira
Resumo:O artigo situa-se em um entrecruzamento dos campos...
Veja mais!
Resumo:O artigo situa-se em um entrecruzamento dos campos do Turismo, da Histria e do Cinema e objetiva examinar um cinejornal produzido pela Agncia Nacional em 1977, intitulado Cidades mineiras do barroco, com o intuito de compreender os discursos produzidos pela ditadura militar brasileira (1964-1985) sobre o patrimnio cultural do pas, um dos elementos fundamentais das prticas tursticas.
Foram utilizados os aportes tericos de Carlo Ginzburg sobre o mtodo indicirio e o de Francis Vanoye e Anne Goliot-Lt sobre a anlise flmica. Observao de enquadramentos e movimentos de cmera, assim como interpretao dos contedos da narrao foram os os metodolgicos utilizados.
Gravado em cidades de Minas Gerais, conhecidas pelo que ou a ser chamado de barroco brasileiro, o documentrio apresenta, na maioria esmagadora das imagens, o patrimnio edificado. O texto da narrao apologtico e reivindica uma marca de autenticidade resultante do processo de adaptao dos cnones do barroco s caractersticas locais, marca esta que se tornou uma das vertentes da construo da identidade nacional. possvel perceber no texto a inteno de estabelecer uma conexo entre a atividade artstica existente na Minas Gerais setecentista e a arte do mundo, garantindo um lugar de destaque ao Brasil junto s grandes naes.
Chama a ateno no enquadramento dos elementos a altura do ngulo escolhido para o patrimnio edificado: todas as construes so apresentadas em contra-plonge, o que faz engrandecer as formas arquitetnicas e dar a impresso de uma certa superioridade em relao ao espectador. O abuso de zoom-in e zoom-out nas tomadas, assim como de planos detalhe, enfatiza os pormenores arquitetnicos e ornamentais e, no caso das obras de estaturia religiosa, sublinha sua dramaticidade.
Um dos alvos prioritrios das polticas de preservao do patrimnio histrico e cultural, as chamadas cidades histricas brasileiras, especialmente as localizadas em Minas Gerais, tambm foram includas nas polticas pblicas de turismo durante a ditadura militar. possvel perceber uma convergncia de aes realizadas por diversos rgos do poder pblico federal no sentido de correlacionar determinados tipos de patrimnio cultural e as prticas tursticas, sendo plausvel imaginar que a Agncia Nacional, por meio de seus cinejornais, tambm fizesse parte desse esforo.
razovel supor que o documentrio Cidades mineiras do barroco tivesse primeiramente uma finalidade educativa, ao fornecer um conjunto de informaes sobre como o estilo barroco foi apropriado no pas e, em segundo lugar, uma finalidade disciplinante, ao orientar, pelos movimentos de cmera e pela narrao, a forma de olhar esse patrimnio, sempre reverente e respeitosa.
Ocultar
|
-
Eric Danzi Lemos (USP)
Cultura visual e turismo: anncios de viagens internacionais nos jornais brasileiros da primeira metade do sculo XX
Resumo:Pretende-se analisar anncios de viagens internaci...
Veja mais!
Resumo:Pretende-se analisar anncios de viagens internacionais nos jornais brasileiros da primeira metade do sculo XX. Sero comparadas as diferentes propostas adotadas na produo e circulao das propagandas, elaboradas para divulgar as ofertas de viagens internacionais para o pblico brasileiro. Por meio da identificao de atributos formais e determinados aspectos visuais das propagandas, ser possvel inferenciar elementos relacionados com a recepo dos anncios, entre quem podia concretizar a experincia turstica e quem apenas aspirava realizar uma viagem internacional. Tambm sero abordados aspectos relacionados induo da demanda por parte das agncias de viagem, uma vez que os turistas no costumam ir, necessariamente, aonde querem a partir de escolhas totalmente livres, mas frequentam destinos que tm o o facilitado de alguma forma.
Compreendendo o turismo como prtica social, percebe-se a convergncia de fatores que contriburam para o desenvolvimento da atividade no incio do sculo XX, tais como: o aprimoramento dos transportes, das comunicaes, da infraestrutura urbana e do nvel de vida dos que podiam realizar deslocamentos internacionais. O advento da imprensa ilustrada de massas, fez com que as propagandas pudessem alcanar, tanto quem tinha condies financeiras de realizar a viagem, quanto quem apenas consumia o jornal sem pretenso ou condio financeira de viajar a turismo para fora do pas.
Alm de atividade econmica, o turismo como movimento de massas, envolve o intercmbio de pessoas, ideias, objetos e suvenires, mas, ao mesmo tempo, quando escapa do controle de alguma forma, o turismo pode gerar estereotipaes e generalizaes, muitas vezes, no planejadas. Um dos fatores responsveis por tais implicaes, a criao de material propagandstico a partir das ofertas de viagens disponibilizadas pelas agncias tursticas. Neste circuito, so produzidos anncios que so mais do que representaes, pois criam realidades prontas para serem consumidas pelo pblico receptor. O acrscimo de fotografias nas propagandas, intensifica o potencial dos anncios, uma vez que a combinao entre texto e imagem proporciona novos sentidos aos materiais visuais produzidos.
Ocultar
|
-
Janaina Cardoso de Mello (Universidade Federal de Sergipe)
Do "no lugar" ao "lugar de fruio cultural": Memrias das Exposies de Shoppings como atrativo turstico.
Resumo:A relao entre Turismo e Shopping algo que prec...
Veja mais!
Resumo:A relao entre Turismo e Shopping algo que precisa ser melhor estudado, uma vez que como atrativos de consumo, alguns destes centros comerciais tm investido em espaos expositivos com fotografias, objetos, cenografia e curadoria servindo fruio cultural de quem encontra naquele "no lugar", um espao de convvio coletivo e trocas culturais da modernidade. Com essa premissa, a proposta desse trabalho consiste em apresentar a Histria da Memria das Exposies Culturais realizadas nos dois shoppings de Aracaju (Rio Mar e Jardins) como vetores de acolhimento do turista, principalmente estando ambos os locais nas proximidades da rede hoteleira. Ambos os shoppings encontram-se ainda em zonas privilegiadas da cidade, com edifcios de alto padro, habitantes que tm desembolsado aproximadamente quatro milhes em uma cobertura de condomnios identificados como "Manses". Nesse caminho h ainda a rota para a praia, nas orlas de Atalaia e da Coroa do Meio, onde a rede hoteleira se estende, bem como restaurantes e outros atrativos como o Oceanrio e os lagos artificiais com patos e pedalinhos. Para o lado do shopping Jardins, a rota do parque das Sementeiras, onde os residentes dos luxuosos condomnios fazem cooper, eiam com seus filhos, realizam feiras de livros. Busca-se trazer um levantamento das temticas de interesse, dos artistas e curadores envolvidos, das regras do estabelecimento comercial, bem como da procura turstica por essas exposies em shopping. Tambm busca-se discutir a relao entre musealizao, lazer e turismo, atravs do visual elaborado para uma galeria de lojas e no para um museu. Pensando-se ento nos critrios de iluminao, de expositores em espaos de movimento, de antes contnuos, alm do prprio valor negociado pelos es do shopping para o acondicionamento daquelas exposies. Valeria a pena? Sim, pois os shoppings congregam espaos de alimentao, cinema, lojas, ar condicionado, caixas bancrios e segurana, alm de estacionamentos. Paga-se pelo conforto e se esse bem estar vier acompanhado de uma experincia cultural com elementos da cidade ou estado visitados, agregam maior valor ao prprio centro comercial que deixa de ser um espao de futilidade e inocuidade para ser tambm um espao de conhecimento.
Ocultar
|
|
-
Tatielly Rocha
MEMRIA E MSICA:REFLEXES ACERCA DA SERESTA EM DIAMANTINA-MG
Resumo:Este presente trabalho esta em desenvolvimento no ...
Veja mais!
Resumo:Este presente trabalho esta em desenvolvimento no mestrado de Cincias Humanas pela Universidade Federal Dos Vales Do Jequitinhonha e Mucuri sobre a orientao da Professora Dr Maria Cludia Almeida Orlando Magnani. Tem como objetivo apresentar o projeto de pesquisa sobre Memria e Msica :reflexes acerca da seresta em Diamantina-MG surgiu com uma inquietude a respeito da representao da msica na cidade como forma de identidade principalmente dos grupos de seresta mais perifricos. Os primeiros contatos com os grupos de msicos da regio foi possvel durante a graduao a partir da prtica no projeto de extenso da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) Vale do Jequitinhonha patrimnio material e imaterial1 . Por meio deste projeto foi possvel adquirir experincia com histria oral e conhecer diversos tipos de ofcios, destacando dentre eles, os seresteiros. Com a finalizao do referido projeto, surgiu a possibilidade de trabalhar com grupos de seresteiros em Diamantina e, iniciou-se o levantamento bibliogrfico como a leitura a respeito da histria oral e a histria da seresta.Deste modo a pesquisa tem como base a metodologia da histria oral e a discusso em torno da msica seresteira sendo assim, sero realizadas em primeira instncia entrevistas com trs msicos pertences a grupos distintos de seresta. Tendo como nfase procedimentos tcnicos para a realizao das entrevistas, o roteiro de entrevistas, os recursos materiais utilizados. Em um segundo momento ser realizado uma proposta de anlise de msica popular, na utilizao da seresta como fonte histrica. Sero exploradas msicas do repertrio dos seresteiros utilizando como metodologia de anlise do conceito de performance do autor Marcos Napolitano. Este parte da compreenso do contexto histrico em que a msica foi produzida e as caractersticas gerais da cano, tais como a melodia e a intencionalidade da letra. Em terceira instncia ser feita uma discusso sobre memria atravs das bases terica. Considera-se a importncia desta pesquisa devido ao pouco conhecimento que se tem sobre a seresta, uma vez que ela uma das caractersticas da identidade do povo diamantinense. Atravs da histria oral ser possvel dar voz aos indivduos como sujeitos da histria. Por meio deste trabalho, ser possvel tomar conhecimento dos diversos olhares que os seresteiros tem acerca da seresta e da construo de suas memrias coletivas.
Ocultar
|
-
Valeria Lima Guimares (Universidade Federal Fluminense)
Quando a Histria e o Turismo se juntam na sala de aula: experincias e desafios
Resumo:O presente trabalho foi inspirado nas reflexes so...
Veja mais!
Resumo:O presente trabalho foi inspirado nas reflexes sobre a prtica cotidiana do ensino das disciplinas Histria e Turismo/ Turismo e Histria/ Histria do Turismo Contemporneo e da pesquisa tangenciando esses campos, nos cursos de graduao e mestrado de duas instituies pblicas do estado do Rio de Janeiro, a Universidade Federal Fluminense (UFF) e o Consrcio CEDERJ/Fundao CECIERJ, do qual a UFF membro.
No consrcio CEDERJ, h duas peculiaridades: o ensino se d na modalidade semipresencial e o curso de graduao em Turismo oferecido na forma de Licenciatura, enquanto que na Universidade Federal Fluminense o curso se estrutura na forma de bacharelado, no modelo presencial, e o mestrado, tambm oferecido pelo Programa de Ps-Graduao em Turismo da Faculdade de Turismo e Hotelaria da UFF, caracteriza-se como acadmico.
O objetivo da pesquisa apresentar algumas reflexes e experincias desenvolvidas com os discentes, levantando questes sobre a construo na prtica de pesquisa e de ensino de um saber ainda pouco difundido no pas e por vezes desprestigiado na comunidade acadmica, tanto na rea de Turismo quanto na de Histria. Tambm sero compartilhadas algumas dificuldades inerentes aplicao desse saber especializado frente s ideias perenes estabelecidas pelo senso comum acerca da histria e do turismo, visando a estimular um debate entre os profissionais que tambm atuam na interface entre o Turismo e a Histria, seja no mbito da pesquisa, seja no mbito do ensino, e a troca de experincias na rea.
Possibilidades de uso da Histria no ensino do Turismo, do Turismo no campo da Histria, utilizao de fontes e mtodos prprios do saber histrico na contextualizao dos objetos de pesquisa em Turismo e na elaborao de novas questes de pesquisa e de ensino tambm sero consideradas neste estudo.
O trabalho pretende ainda abordar outras dimenses da aplicao da Histria no Turismo nos cursos de graduao e ps-graduao, tais como: a sua importncia para a formao de pblicos para o turismo; dos conhecimentos histricos para o exerccio da tolerncia e o respeito s diversidades e minorias tnicas e culturais; os chamados legados do ado histrico para o desenvolvimento do turismo, sobretudo na conformao de atrativos do segmento histrico-cultural, incluindo a construo dos discursos tursticos sobre o ado; a elaborao e desenvolvimento de projetos e novos negcios tursticos inspirados na histria.
A pesquisa experimental e baseada nas observaes do cotidiano em sala de aula, nas visitas tcnicas, na elaborao de materiais didticos, na orientao e bancas de trabalhos de concluso de curso e dissertaes de mestrado e nas pesquisas de gabinete.
Ocultar
|