ST - Sesso 1 - 16/07/2019 das 14:00 s 18:00 187213
-
Andressa da Silva Gonalves
O Bandeirante nos currculos escolares
Resumo:Este trabalho prope-se a discutir a insero da t...
Veja mais!
Resumo:Este trabalho prope-se a discutir a insero da temtica das Entradas e Bandeiras nos currculos escolares e consequentemente nos livros didticos. A dcada de 1990 traz diversas mudanas para o mbito escolar. A primeira a publicao da Lei 9.394 de Diretrizes e Bases da educao nacional, tal dispositivo legal estabelece os agentes histricos que a histria escolar deve incluir nos currculos. Outra importante inflexo no mesmo ano foi a insero no Programa Nacional de Livros Didticos (PNLD) de uma avaliao gerida por especialistas dos livros didticos com a finalidade de filtrar obras que estivessem fora das regulamentaes estabelecidas pelo Ministrio da Educao. Tal medida significativa, j que a partir daquele ano, o estado no apenas compra e distribui, mas tambm regulamenta e avalia a produo de livros didticos detendo um controle dos saberes veiculados na educao bsica. Partindo desses marcos, pretendemos investigar como o tema bandeirante se inseriu nos discursos oficiais e posteriormente nos currculos escolares e livros didticos. Desde a Proclamao da Repblica a narrativa sertanista ganha relevncia no cenrio nacional, resultado do empenho da elite paulista na construo de uma memria mistificada dos bandeirantes, estes aclamados como fundadores da ptria e anteados ilustres dos contemporneos paulistas.
Ao longo do sculo XX a figura sertanista foi includa nos discursos oficiais em momentos histricos importantes, como; a Revoluo Constitucionalista, a marcha para o oeste e a construo de Braslia. O sertanista nessas declaraes representava a predisposio desbravadora nacional que tais empreendimentos buscavam resgatar. Acreditamos que em consonncia com tais objetivos, os currculos escolares e os livros didticos tambm aderiram e consolidaram a temtica bandeirante na educao escolar. O estudo de momentos importantes para a consolidao dessa memria escolar importante para entender a conjuntura atual, em que os currculos e principalmente livros didticos ainda incluem e elegem o bandeirante como desbravador e fundador da nao. Sugerimos que o bandeirantismo se encaixa nessas narrativas para explicar a expanso do territrio e a formao da nacionalidade atravs do protagonismo paulista.
Ocultar
|
-
Cicero Anderson de Almeida Bezerra (PREFEITURA MUNICIPAL DE VRZEA ALEGRE)
Memria, Histria e manipulao miditica
Resumo:A memria fruto de um processo de construo soc...
Veja mais!
Resumo:A memria fruto de um processo de construo social e tem sido objeto de disputa ao longo do tempo, sendo utilizada como um instrumento de poder por parte de determinados grupos, que se apropriam de narrativas e discursos e recriam verses histricas, na constante tentativa de impor suas vises de mundo. Ela sempre uma representao simblica, carregada de aspectos temporais e percepes individuais e/ou coletivas, de modo que cada sociedade, em seu respectivo momento, se utiliza das tecnologias disponveis para difundir informaes e compartilhar os registros de suas aes. Os estudos realizados ao longo de sculos sobre memria, apontam para um interesse frequente de determinados grupos em manipular os fatos e acontecimentos histricos de cada poca, de maneira intencional ou inconsciente. Desde a antiguidade, j se reconheciam a importncia da memria e da histria. Para os gregos, por exemplo, esquecer significava deixar de contar histrias. No lembrar era o mesmo que deixar de ser humano. Descuidando-se do ado, do presente e do futuro, se tornariam um animal qualquer, desprovido de conscincia. Seja na Grcia antiga, na Roma medieval ou na atualidade, os esforos em construir narrativas, muitas vezes tendenciosas so perceptveis. No sculo XXI, a televiso e a internet tem se utilizado da imagem como uma ferramenta de manipulao da memria e da histria, influenciando na elaborao/reelaborao, construo/desconstruo dos processos sociais, polticos e culturais, impactando e determinando comportamentos, discursos e posturas em escala global. A mdia tem se utilizado de vrios mecanismos com o objetivo de criar um senso comum e acrtico em relao s origens dos problemas sociais e fazer a populao agir conforme os interesses de uma ideologia dominante. Utiliza-se de recursos como a distrao para desviar a ateno dos problemas e mudanas importantes, explora aspectos psicolgicos das pessoas e joga com seus sentimentos no intuito de vender seus produtos e idias. A manipulao miditica tem interferido e influenciado na tomada de decises do cotidiano, das simples as mais importantes. A mdia cria situaes prevendo reaes das pessoas e depois oferece solues, aplicando de modo gradual medidas que seriam inaceitveis. Ela faz a memria natural parecer sem importncia diante das possibilidades de se arquivar memrias artificialmente. No se trata de negar o papel social das mdias, encarando-a como algo completamente nocivo. Apesar de possuir mltiplas facetas, inegvel a sua contribuio no que se refere ao seu carter educativo, denunciador e informativo. Trata-se,portanto, de refletir conscientemente sobre os seus usos, suas tendncias e os impactos provocados na memria coletiva, na histria e no ensino de Histria.
Ocultar
|
-
Karina Elizabeth Serrazes (CLARETIANO - CENTRO UNIVERSITRIO)
O currculo oficial para o ensino de Histria no estado de So Paulo (2008-2017)
Resumo:Este trabalho resultou de uma investigao sobre o...
Veja mais!
Resumo:Este trabalho resultou de uma investigao sobre os caminhos das polticas e dos discursos curriculares na disciplina escolar Histria, tendo como foco a histria do Brasil no currculo do ensino mdio da rede estadual paulista vigente entre os anos de 2008 a 2017. Utilizou-se como lentes de pesquisa os procedimentos de anlise do discurso de Foucault, aliados aos princpios da pesquisa documental. Foram analisados os seguintes documentos, os Cadernos do Gestor, os Cadernos do Professor e os Cadernos dos Alunos, que eram os materiais instrucionais e pedaggicos utilizados na rede estadual de ensino at o ano ado com o objetivo de identificar e descrever as formas de discurso construdas pelos sujeitos, seu lugar institucional e as prticas reguladoras e de instruo que definiram os contedos de histria do Brasil do currculo do ensino mdio de So Paulo. Os documentos analisados foram concebidos como uma materialidade dos discursos do currculo escolar de Histria e, a partir deles, discutiu-se os processos de interdio, nfases e silenciamentos que delimitaram os contedos de histria do Brasil para o ensino mdio paulista e suas implicaes no processo de escolarizao e de construo do conhecimento histrico escolar. A pesquisa documental evidenciou que no processo de elaborao do currculo de Histria de So Paulo, houve um distanciamento entre aqueles que pensaram o currculo, daqueles que iriam coloc-lo em prtica, alm de um direcionamento marcado por escolhas tericas dos membros da equipe responsvel e tcnicas dos demais contextos de produo, que recontextualizaram os discursos dos PCNEM, que eram os referenciais curriculares vigentes e das reformas curriculares como um todo. Constatou-se, tambm, que o currculo de Histria de So Paulo perpetuava uma organizao de contedos tradicionais, lineares e cronolgicos, que enfatizavam, em vrios momentos, as questes econmicas e polticas de cada perodo, restringindo as temticas, os sujeitos sociais e as diferentes temporalidades. Os contedos da histria do Brasil eram apresentados no currculo de So Paulo com uma importncia menor que os da histria geral, e alguns perodos histricos como o Perodo Colonial e o Estado Novo se destacavam, enquanto outros eram silenciados, como o Primeiro Reinado, o que implicava em uma atribuio de sentidos que legitimava apenas alguns saberes, limitando a compreenso dos processos histricos e, consequentemente, afetando a formao de uma conscincia histrica.
Ocultar
|
-
Leonardo Castro Novo (Secretaria de Estado de Educao do Estado do Par (SEDUC/PA))
Ensino escolar de Histria do Par no Oitocentos: histria regional ensinada e discurso narrativo.
Resumo:Neste trabalho, busco compreender como o ensino de...
Veja mais!
Resumo:Neste trabalho, busco compreender como o ensino de histria regional do Par se estabeleceu inicialmente na Educao Bsica paraense no sculo XIX, que concepo se tinha sobre o ensino escolar de Histria na poca, qual era o seu discurso narrativo e o que era valorizado enquanto contedos no currculo escolar. Este trabalho fruto de pesquisa recente sobre ensino escolar de histria no Estado do Par para o curso de Mestrado em Histria Social da Amaznia, do Programa de Ps-Graduao em Histria da Universidade Federal do Par.
Nesta pesquisa analiso enquanto documentao alguns relatrios governamentais, jornais e programa de ensino publicados no Estado do Par no Oitocentos. No sculo XIX, os Relatrios e Falas governamentais so documentos muito valorosos, pois me possibilitam analisar a grade curricular a partir da seo de Instruo Pblica que publicava as leis e os regulamentos educacionais. Jornais da poca tambm publicaram a partir da segunda metade do sculo XIX as leis e regulamentos educacionais do Par. A partir do final da segunda metade do sculo XIX, tambm temos a publicao de programas de ensino, que permitem compreender o que era de fato cobrado para ministrar nas aulas de histria no Par.
No Par, ser somente na segunda metade do Oitocentos que ensino de Histria do Par includo efetivamente na educao paraense, inicialmente nos estudos da Escola Normal criada em 1871. A Lei Provincial n. 669 estabeleceu o Regulamento da Instruo Pblica no Par, que determinaria que o curso da Escola Normal teria a durao de trs anos e contaria com estudos de Historia do Brasil, principalmente do Par (artigo 108).
Aps a Proclamao da Repblica, durante a gesto de Justo Chermont, em julho de 1890, a Direo Geral da Instruo Pblica do Par publicou para o ensino primrio o Regulamento Escolar, com os Programmas dos estudos que deveriam ser ministrados e as instrues pedaggicas para serem seguidos pelas escolas pblicas do Estado. Em relao ao ensino de Histria no primrio, o programa determina que fosse valorizado Histria do Brasil e o estudo particular do nosso Estado, indicando os contedos de Histria do Par que deveriam ser lecionados.
Desta forma, no sculo XIX, os estudos regionais de Histria do Par estiveram presentes no currculo escolar da regio a partir da dcada de 1870, ingressando inicialmente na Escola Normal para a formao de professores e depois inserido na instruo primria. Assim, neste trabalho pretendo apresentar uma anlise do ingresso do ensino escolar de Histria do Par e da concepo que se tinha sobre o ensino escolar de Histria, dos contedos valorizados e o discurso narrativo presente no Programa de Histria do Regulamento Escolar paraense de 1890.
Ocultar
|
-
Marlia Aguiar Faanha (Seduc ce)
E se te contessem outra Histria? Gnero e feminismo no ensino de Histria
Resumo:No cotidiano da escola notria a percepo de di...
Veja mais!
Resumo:No cotidiano da escola notria a percepo de diversas formas de desrespeito e de violncias, porm, o que mais incomoda que no existe preocupao em buscar as causas dessas violncias, simplesmente pune-se at que outro caso ocorra, e assim, vai levando sem parar para problematizar e ouvir as queixas, principalmente dos estudantes afetados por tais violncias.Observa-se, tambm, as legislaes educacionais atuais referentes aos avanos para a equidade de gnero que ainda no foi alcanada desde as primeiras conquistas como o direito educao, ao voto, ao trabalho, e tambm os retrocessos advindos de polticas e, principalmente polticos conservadores no contexto nacional. Como tentativa de enfrentamento e resistncia a estes retrocessos que insistimos em acreditar que o ensino de Histria pode ser um instrumento valioso para essa luta, por meio da busca por outro olhar, outra Histria, que se realize pela perspectiva do gnero, dos estudos feministas, para a formao de uma conscincia histrica que possibilite participao, crtica, e trabalho para as transformaes que necessitamos no pas. algo preocupante, pois alm desses projetos que esto atingindo nossos alunos atravs das redes sociais, sites, etc., as ideias propostas chegaram aos debates dos planos de educao nacional e de alguns estados, onde foram ferrenhas as discusses acerca da retirada do termo gnero dos planos, isso demonstra o quanto se faz necessrio partirmos para o embate e impedirmos todas essas vitrias dos setores conservadores da nossa sociedade. Nesse contexto, os objetivos deste trabalho esto inseridos na busca por dirimir as violncias de gnero na escola e atuar para um maior desenvolvimento nos estudos sobre gnero para o ensino de Histria e para a formao cidad, atravs da formao de um ncleo de estudos de gnero na Escola Professor Edmilson Pinheiro- NUGEP. Para essa realizao, a pesquisa foi se constituindo atravs de metodologias da etnografia, foi possvel nos aproximar das concepes dos estudantes do ensino mdio de uma escola da rede pblica do estado do Cear, acerca das questes relativas a gnero, e construirmos uma forma de interveno no meio escolar.
Ocultar
|
-
Miriam Bianca Amaral Ribeiro (UFG)
Histria ensinada, usos pblicos da histria: a inveno do heri
Resumo:Nesse trabalho, trouxemos a discusso sobre a prod...
Veja mais!
Resumo:Nesse trabalho, trouxemos a discusso sobre a produo e ensino de uma histria estabelecida como oficial sobre a construo e transferncia da capital de Gois, aliada inveno imagem do heri moderno e fundador de Goinia, materializada na pessoa de Pedro Ludovico Teixeira. A investigao est levantando os registros na memria coletiva, nos livros didticos e paradidticos, nos veculos de comunicao de massa que tratem desta produo, sua reproduo e seu ensino. Esse trabalho compe os resultados parciais da pesquisa intitulada Cultura Histrica e Histria Ensinada Gois (1934-2005), em andamento em andamento sob nossa coordenao. Neste texto, apresentamos a discusso da inveno dos heris na histria escrita e no escrita sobre Gois, focando, mais diretamente, a produo de Pedro Ludovico como um desses heris produzidos e reproduzidos dentro e fora das salas de aula.
Tendo como referncia o conceito de cultura histrica e a noo de usos pblicos da histria, estamos trabalhando a articulao entre Histria do Brasil e de Gois, Histria da Educao e a Histria da Histria Ensinada. Isso possvel a partir da considerao da existncia de uma histria ensinada dentro e fora da sala de aula, o que leva ao exame da escola existente em Gois e da histria nela ensinada, em todos os nveis de escolaridade, assim como a histria ensinada a quem jamais adentrou um recinto dessa natureza, mas percorre as ruas da cidade, assiste ou participa de desfiles, eventos e celebraes, ouve salvas de tiros ou badaladas comemorativas dos sinos, observa monumentos, leu ou ouviu notcias de jornal e seus comentrios, ou descansou em feriados por datas histricas comemorativas. Interessa discutir as relaes entre histria ensinada, escrita da histria, o uso pblico da histria e a constituio e afirmao de projetos de regio e nao. Nessa perspectiva, podemos incluir distintas manifestaes culturais como o teatro, a imprensa, as comemoraes, as deferncias aos mortos considerados inesquecveis pela sua interveno na histria da nao, os programas escolares, os feriados oficiais, entre tantas outras formas de se referir ao ado que podem ser encontradas no cotidiano.
Assim, o que dizemos, comemoramos, o que rememoramos e ensinamos dentro e fora da escola, das aulas de histria, o que escrevemos e lemos nos jornais, o que transformamos em monumento, o nome que damos s ruas, o que selecionamos para lembrar ou esquecer, como e por que lembrar ou esquecer, tudo isso elabora, dissemina e institui uma cultura histrica, um pensar coletivo sobre o ado, que, voltamos a afirmar, compe campo de disputa que inclui o uso pblico da histria.
Ocultar
|
-
Nadia Gaiofatto Gonalves (UFPR)
Currculos para o ensino de Histria: trajetria do tema em peridicos acadmicos brasileiros (1970-2018)
Resumo:A histria de uma disciplina escolar pode ser abor...
Veja mais!
Resumo:A histria de uma disciplina escolar pode ser abordada sob diferentes prismas e fontes. O objetivo deste trabalho analisar como se desenvolveu a discusso acerca do currculo para o ensino de Histria na escola, a partir de artigos publicados em peridicos acadmicos brasileiros, no perodo de 1970 a 2018. Assume-se que a discusso acadmica, ao mesmo tempo em que contribui para a formao de novos professores e pesquisadores, tambm capta demandas, dilemas e experincias do mbito escolar em diversos contextos, sendo uma fonte que pode contribuir para a compreenso de como os sentidos do ensino de Histria foram sendo percebidos, propostos e defendidos nesta produo. O recorte inicial justifica-se, pois um momento em que as ps-graduaes e associaes de reas de conhecimento comeam a ser expandidas e consolidadas, o que leva a um aumento gradativo do nmero de peridicos acadmicos, simultaneamente crescente orientao para publicaes neste veculo de difuso do conhecimento. Muitos autores afirmam que os anos de 1980 so significativos para a pesquisa sobre ensino de Histria, e pretende-se em uma pesquisa mais ampla, captar esse movimento, ao longo do tempo, averiguando como temticas recorrentes so abordadas, suas recorrncias, mudanas, entre outros. Como principais referenciais tericos, destacam-se Pierre Bourdieu a partir do conceito de campo (acadmico); Roger Chartier, com as lutas de representaes; e Ivor Goodson, com a disciplina escolar. Para a realizao da pesquisa, do tipo estado da arte, foram selecionados peridicos a partir do Qualis-CAPES 2013, que estivessem com no mnimo classificao B3 em pelo menos duas, dentre as trs reas: Educao, Histria Ensino. Este critrio resultou em 101 peridicos selecionados, que foram pesquisados dentro do perodo de 1970 a 2018, ou a partir de sua criao, resultando at o momento, em mais de 1.200 artigos identificados, com objeto ensino de Histria. Aqui sero abordados os que se voltam discusso do currculo para o ensino de Histria, em especial quanto s problematizaes trazidas pelos autores, os referenciais utilizados, bem como suas proposies. Como principais resultados, destacam-se as nfases presentes nos artigos em dilogo com cada contexto, ando pela Lei 5692/71 e os Estudos Sociais; pela redemocratizao e o retorno da Histria e suas especificidades no currculo; pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional e a proposta dos Parmetros Curriculares Nacionais; e ainda, no tempo presente, pelos questionamentos e desafios postos pela reforma do Ensino Mdio, pela Base Nacional Comum Curricular, e pelo movimento Escola Sem Partido.
Ocultar
|
-
Rafael da Silva Saldanha (Secretaria Municipal de Educao de Belm)
Adequao da BNCC s demandas da diversidade e da diferena no currculo de Histria do ensino fundamental
Resumo:Uma das questes que mais tem suscitado discusses...
Veja mais!
Resumo:Uma das questes que mais tem suscitado discusses entre aqueles diretamente envolvidos com o ensino de Histria professores dos ensinos Fundamental e Mdio e professores dos cursos de Licenciatura diz respeito construo de um currculo adequado e que faa sentido para os atuais pblicos escolares. A publicao da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) a mais recente poltica pblica educacional relacionada a essas discusses. A organizao curricular por ela proposta, entretanto, no constitui um gatilho para mudanas significativas nas prticas pedaggicas. Pelo contrrio. Verifica-se, sim, a manuteno de uma estrutura marcadamente eurocntrica, referenciada quase exclusivamente no saber histrico acadmico e alinhada tanto ao currculo a ensinar sistematizado nas atuais literaturas didticas quanto ao currculo avaliado presente na matriz de referncia do Exame Nacional do Ensino Mdio (ENEM).
As posturas assumidas diante dessa configurao so variadas, indo desde a crtica aberta e relutncia em incorporar as indicaes legais at a total indiferena em relao s mesmas, ando pelos mais variados graus de fingimento, pelos quais se consegue parecer, diante do olhar burocrtico, que se est fazendo o que determinado, quando efetivamente se est a fazer o que se entende como correto . A meu ver, isso pouco ou nada acrescenta ao nvel de profissionalidade da docncia. Tais posturas negam a legitimidade das indicaes legais e, ao faz-lo, acabam por justificar todo tipo de voluntarismo e individualismo, os quais so desprovidos de qualquer sentido realmente objetivo. A resistncia, contudo, pode ser constituda sem que isso signifique o desrespeito ao Direito materializado nos documentos legais.
Com base no conceito de saber histrico escolar, cujos princpios j se encontram presentes no conjunto da Legislao educacional desde a dcada de 1990, argumenta-se, possvel conceber possibilidades legtimas de incorporao das demandas da diversidade e da diferena oriundas da configurao dos atuais pblicos escolares, subvertendo, assim, os aspectos negativos da estrutura curricular conformada pela BNCC. Este trabalho descreve algumas possibilidades de adequao da BNCC aos pblicos escolares em uma escola da rede municipal (SEMEC) da periferia de Belm/PA, no incio de 2019, dentro das aes pedaggicas realizadas nessa escola pelo Programa de Iniciao Docncia (PIBID/UFPA).
Ocultar
|
-
Renilson Rosa Ribeiro (Universidade Federal de Mato Grosso)
A construo do Estado-nao como destino manifesto nos livros didticos de Histria
Resumo:Nas ltimas dcadas tem sido crescente o nmero de...
Veja mais!
Resumo:Nas ltimas dcadas tem sido crescente o nmero de pesquisas sobre a produo e os usos dos livros didticos e suas relaes com a histria do ensino de Histria no Brasil. Essa produo, permeada por diferentes tonalidades tericas, metodolgicas e ideolgicas, pode ser traduzida pela proliferao de artigos em revistas especializadas, captulos de coletneas, comunicaes em eventos, livros, monografias, dissertaes e teses.
Neste universo de mltiplos olhares, encontram-se educadores, historiadores, linguistas, semilogos, entre outros profissionais, preocupados em investigar questes ligadas sua gnese, sua continuidade e suas transformaes, aos seus usos e prticas na produo e reproduo de conhecimento, aos valores e ideologias, aos esteretipos e preconceitos presentes em seus contedos (GASPARELLO, 1999, p. 276-284).
H estudos que abordam questes ligadas sua fabricao o livro como objeto, mercadoria que sofre as influncias de contingncias sociais, econmicas, tcnicas, polticas e culturais como qualquer outra e que percorre os caminhos da produo, distribuio e consumo. Outros enveredam para a histria dos autores dos livros didticos, vasculhando o cotidiano daqueles que escrevem suas pginas. Enfim, existem diferentes leituras e peregrinaes pelo universo dos livros didticos.
Embora seja objeto de avaliaes contraditrias dentro e fora do espao escolar e acadmico, o livro didtico, todavia, constitui-se, na opinio de autores como Circe Bittencourt (2004, p. 299), no material de apoio referencial bsico de professores, pais e estudantes. Esse pblico o enxerga como instrumento privilegiado para o estudo; e em todo incio de ano letivo, nos ltimos tempos, as editoras colocam no mercado uma infinidade de obras, diferenciadas em tamanho, cores e qualidade. Segundo a autora, os livros didticos, os mais usados objetos de trabalho integrantes da tradio escolar de professores e alunos, fazem parte do cotidiano escolar h pelo menos dois sculos.
Diante do exposto, a partir das questes postas pelos tericos Stuart Hall e Edward Said, o presente trabalho discorre sobre o processo de naturalizao da ideia de Estado-nao no ensino de Histria no Brasil, posto como um destino manifesto na formulao cronolgica e temtica dos livros didticos voltados para os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental. Nesse sentido, procurar evidenciar em que medida as polticas pblicas como o Programa Nacional do Livro Didtico (PNLD) tem avanado e superado esse debate no processo de avaliao e seleo das colees propostas para a rea de Histria, destacando a transio da percepo do Estado-nao como verdade para o Estado-nao como construo discursiva.
Ocultar
|
ST - Sesso 2 - 17/07/2019 das 14:00 s 18:00 1e5t6h
-
Cristal Guerra Donatti (Universidade Federal de So Paulo)
A disputa de memria e histria nas representaes cinematogrficas no tempo presente e o ensino de histria
Resumo:Nos ltimos anos tem se visto no Brasil uma amplia...
Veja mais!
Resumo:Nos ltimos anos tem se visto no Brasil uma ampliao no debate sobre a Ditadura Civil Militar brasileira, visto que, em uma srie de manifestaes o pensamento autoritrio ganha espao e propagado entre os jovens. H uma intensificao da disputa entre histria e memria, em virtude de existir interesses de grupos divergentes de fazerem usos do ado para a legitimao de aes polticas no presente. Podemos dizer que no Brasil vivenciamos um ado que no ou, uma feriada em aberto como diz Beatriz Sarlo (2007), dentro dessa problemtica o ensino de histria fundamental para criar conceitos e estabelecer consenso sobre a narrativa histrica a ser construda.
nesse contexto que esse trabalho se insere, sendo parte de uma pesquisa em andamento de ps graduao de mestrado em Ensino de Histria (ProfHistria), com o tema a ditadura civil militar no Brasil no tempo presente, suas memrias abordadas no cinema e o filme como fonte de ensino de histria. Pretendo discutir as questes poltico sociais que envolvam os jovens por meio da linguagem cinematogrfica. J que o cinema espao de memria na qual as representaes sobre contexto histricos esto postas e so construdas por meio de manipulao e vises ideolgicas. O debate nesse campo tem como referencial terico NAPOLITANO (2008) e MORETTIN (2011). Assim como essa linguagem frequentemente utilizada pelos professores em sala de aula as possibilidade e formas de trabalho vo de acordo com a cultura escolar proposto por VINO (2007).
Tendo em vista isso a pesquisa tem o objetivo de identificar como os alunos se apropriam de discursos inseridos nesses filmes e como a memria da ditadura civil militar (NAPOLITANO, 2018) debatida no ensino de histria diante de uma nova gerao, que est a todo momento conectada aos meios de comunicao como na perspectiva de PEREIRA (2010)
O filme um meio de divulgao da cultura histrica e esses filmes servem de fonte histrica aos professores, quando apresentados para os jovens, eles acabam se apropriando das narrativas que esto nos filmes como verdade absoluta, isso pode gerar uma serie de conflitos e perturbaes em relao ao papel da histria.
Tendo como base os filmes que trazem a ditadura militar como fundamentao esto carregados de intencionalidade e subjetividade, a pesquisa vai tentar analisar o comportamento dos alunos diante dessas representao, seus questionamentos e refletir sobre qual o papel do ensino de histria no debate sobre a memria da ditadura numa sociedade em retrocesso poltico.
Ocultar
|
-
Edilza Joana Oliveira Fontes (UFPA)
O Desfile da Mangueira, o Ensino de Histria e a Histria Pblica
Resumo:O desfile da Mangueira no carnaval de 2019, ocorri...
Veja mais!
Resumo:O desfile da Mangueira no carnaval de 2019, ocorrido no Rio de Janeiro, foi impactante e mexeu com o mundo acadmico. J pelo nome, "Histria pra Ninar Gente Grande!, prope uma discusso sobre o ensino de histria, os monumentos histricos, os livros de histria, os heris consagrados e emoldurados, os sujeitos esquecidos, as vozes silenciadas, os marcos temporais e a relao com a produo de uma memria nacional centrada na viso de mundo de uma elite europeia que conseguiu impor ao Brasil uma dada histria do ado.
O desfile se prope a contar outras histrias e visibilizar e abrir alas para os 'heris de barraco". A crtica feita histria oficial construda a partir de uma narrativa que inclui outros sujeitos. O enredo contestador se prope a contar outras histrias para um Brasil "meu nego... meu dengo", ou seja,para um Brasil que ainda pode apreender e rever sua histria, construir outra memria social. A Mangueira traz um novo olhar sobre o nosso ado e critica uma histria do vencedor que se estabeleceu como histria oficial do pas.
O trabalho debate a crtica narrativa da histria presente no ensino de histria, nos monumentos e na memria coletiva construda e ensinada como uma histria do Brasil. Uma histria do Brasil excludente, discriminatria e produtora de heris. O desfile questiona uma narrativa histrica oficial e prope uma outra histria, "o avesso do mesmo lugar"; tambm questiona os sujeitos escolhidos como protagonistas propondo, assim, outros sujeitos, principalmente mulheres, negros e ndios que foram silenciados em narrativas histricas. O trabalho pretende debater as questes tericas e metodolgicas presentes no desfile indicando um dilogo com a histria do tempo presente, a histria pblica e o ensino de histria.
O desfile comea com uma comisso de frente que resume o enredo, em que o central uma alegoria com quadros emoldurados com personagens da histria do Brasil. em determinado momento, os heris emoldurados saem dos quadros e vem para a frente da comisso com postura de heris do Brasil. Neste momento, ndios e negros tomam a frente, enfrentam os heris emoldurados e tomam seus lugares nas molduras.
O desfile apresenta uma narrativa pontuada por uma histria indgena, uma histria das etnias, dos escravizados, de mulheres esquecidas, e estabelece um vnculo com sujeitos que lutaram, "na luta que a gente se encontra", contra a escravido, contra a opresso, "que foi de ao nos anos de chumbo", fazendo um nexo com a histria do Brasil dos tempos da colnia, do Imprio e da Repblica com a histria do tempo presente, vnculo que possibilita denunciar o assassinato de Mariele Franco como uma das mulheres heronas desta outra histria a contra pelo.
Ocultar
|
-
Grazyelle Reis dos Santos (Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia da Bahia)
O ensino de histria em tempos de batalhas de narrativas
Resumo:Em uma sala de aula, as histrias individuais e co...
Veja mais!
Resumo:Em uma sala de aula, as histrias individuais e coletivas de estudantes, que embasam suas vises de mundo sobre o ado e o presente, so significativas para os processos de reflexo dos temas em estudo. Na atualidade, narrativas histricas consolidadas e validadas por pesquisadores da rea de histria tm sido desabonadas por discursos que, de variados lugares da sociedade brasileira, nos quais os estudantes tambm constroem suas experincias, (famlias, igrejas, movimentos sociais, partidos polticos, etc.), se instituem como verses verdadeiras sobre o ado e objetivam ser hegemnicos. E mais: se opem quelas narrativas, deixando o estudo da histria e a professora, o professor sob suspeita. Tais discursos empreendidos pela ala conservadora da sociedade tm dado nfase nos ltimos anos percepo de que a professora, o professor doutrinam e ideologizam o ensino, estimulam uma desacreditao da atividade profissional docente e do conhecimento constitudo por historiadoras, historiadores ao longo do tempo e transpostos para os materiais didticos onde a histria se apresenta como disciplina escolar. O ensino de histria que em seu bojo visa fomentar reflexes crticas sobre eventos ados cotejando-os com as realidades contemporneas, vive, nesse contexto, o desafio de fazer enfrentamento s tentativas de sua desvalorizao. Para refletir sobre essas questes, esta comunicao aborda experincias de ensino-aprendizagem de histria realizadas no Instituto Federal da Bahia, campus Juazeiro, no ano letivo de 2018, com o projeto interdisciplinar Travessias democrticas: olhares sobre a Tropiclia. Com esse projeto, buscou-se estimular a pesquisa e construir com as, os estudantes a compreenso dos significados do conceito de democracia no mundo atual, considerando a relevncia que o exerccio de um pensar e agir orientado para relaes humanas mais justas, solidrias e igualitrias, requer para o presente contexto sociocultural, econmico e poltico brasileiro. A experincia da Tropiclia foi tomada para investigao da ditadura militar no Brasil e da resistncia ao regime. A culminncia do projeto foi a produo de debates e musicais, em que os estudantes puderam expressar por meio de diferentes ngulos interpretaes sobre a ltima ditadura brasileira, lanando olhares tambm sobre a atualidade e construindo conhecimentos com autonomia.
Ocultar
|
-
Gustavo Henrique Barbosa (Instituto Federal do Par)
Memrias sobre a Ditadura em disputa:a Histria Oral na sala de aula e a natureza do conhecimento histrico
Resumo:Apresentamos, a partir de um relato de experincia...
Veja mais!
Resumo:Apresentamos, a partir de um relato de experincia em sala de aula, uma discusso sobre os desafios postos hoje ao professor de Histria a partir do crescente protagonismo da Histria Pblica sobretudo seus embates em torno de uma Memria Nacional hegemnica sobre a Ditadura Civil-Militar brasileira. Alunos do terceiro ano do Ensino Mdio Integrado em Informtica, oriundos do Instituto Federal do Par - Campus Belm foram convidados a, a partir da elaborao de um projeto, discutir os conceitos de Memria e Histria, assim como os procedimentos metodolgicos da Histria Oral para, por conta prpria, investigarem o que pensam militares, egressos de movimentos de resistncia ditadura, amigos e familiares sobre esse perodo da Histria do Brasil. A problematizao partiu da constatao pelos alunos de que h hoje, no pas, grupos organizados que defendem "Interveno militar" como soluo para os graves problemas sociais, econmicos e polticos do pas, a partir de uma certa memria sobre os governos militares que diferente daquela abordada na escola por intermdio da Histria oficial. Por outro lado h grupos e membros de movimentos sociais que denunciam a prtica da tortura e a ausncia de direitos fundamentais como caractersticas marcantes do perodo e denunciam o direito memria daqueles que sofreram perseguies. Dessa maneira os alunos constataram haver uma "disputa" pela memria desse perodo. Assim quem falaria a verdade? Na pesquisa foram utilizados os acervos orais digitais do DOC/FGV assim como do projeto "Anos de Chumbo" do Departamento de Histria da Universidade Federal do Par disponibilizados na web. Tambm foram realizadas entrevistas diretamente coordenadas pelos alunos junto amigos, familiares e ex-alunos do Instituto. Ao final, foi possvel aproximar os estudantes de aspectos tericos e metodolgicos sobre o conhecimento do ado, seja por intermdio da Memria e seus meandros, seja pela Histria enquanto disciplina escolar. Foi possvel discutir a Histria e a Memria enquanto elementos polticos e de poder assim como relativizar a busca simplista por uma verdade nica sobre o ado. O trabalho com acervos digitais aproximou a turma de novas possibilidade de o informao pblica de qualidade.
Ocultar
|
-
Janaina Rodrigues Pitas (SEDUC-MT)
Escrevivncias de Carolina Maria de Jesus: o enlace entre o conhecimento histrico e a Literatura Afro-brasileira
Resumo:Este trabalho busca analisar atravs da literatura...
Veja mais!
Resumo:Este trabalho busca analisar atravs da literatura Afro-brasileira algumas obras de Carolina Maria de Jesus, como documento histrico, no intuito de refletirmos criticamente sobre aspectos da condio humana: de homem, mulher, pobre, rico, negro, branco, marcas da fome, etc. Identificamos nas narrativas de Carolina Maria de Jesus denncias contra as desigualdades raciais, sociais e a violncia contra a mulher. Nesse sentido buscamos dialogar a importncia da literatura Afro-brasileira em algumas instituies de ensino pblico (escolas estaduais, escolas municipais e IFMT/Primavera do Leste), como fonte para o conhecimento histrico. Iniciamos com provocaes que pudessem gerar o incmodo sobre a invisibilidade da literatura Afro-brasileira em nossa sociedade e promover o seu uso enquanto instrumento para a valorizao da Histria e Cultura Afro-brasileira. Encontramos algumas obras de Carolina Maria de Jesus autobiogrficas, que evidenciam a conscientizao social e poltica da autora negra, nos proporcionando a possibilidade de uma anlise do contexto histrico na dcada de 1960 na favela do Canind/So Paulo, a partir das vivncias da escritora. Compreendemos que realizar tais dilogos para profissionais da Educao Bsica e estudantes pera pela tentativa de desconstruirmos o currculo eurocntrico e trazer a representatividade da Cultura e Histria Afro-brasileira para o cotidiano escolar, que evidencie o protagonismo negro/a.
Analisamos que o interesse pela literatura Afro-brasileira ampliou-se a partir do movimento negro no final dos anos de 1970 e que a produo na perspectiva Afro-brasileira tornou-se uma aliada na construo de uma identidade negra, pois traz representatividade, conscientizao sobre o ser negro, numa sociedade que no valoriza(va) a produo literria escrita por autores/as negros/as como deveria.
Contudo, visualizamos que o nosso grande desafio est na falta de visibilidade, ampliao e aprofundamento da literatura Afro-brasileira como atitude compromissada, nos bancos escolares, no Ensino Bsico, nas Universidades, etc., para que possamos desconstruir a viso estereotipada do/a negro/a em nossa sociedade, em que propomos negros/as como protagonistas na literatura de um pas de maioria negra.
Nesse sentido, procuramos analisar e dar visibilidade a literatura Afro-brasileira e compreender historicamente as mudanas, as permanncias, a sociedade dentro da subjetividade/experincias de autores/as negros/as, e quem sabe assim poder colaborar a educao para as relaes tnico-raciais, no combate s injustias raciais e sociais que oprimem, excluem, violentam e matam nossa populao negra nos dias atuais.
Ocultar
|
-
Karla Andrezza Vieira Vargas (Governo do Estado de Santa Catarina)
A Lei n 10.639/03 e a prtica de ensino de Histria em escolas da rede pblica estadual de Florianpolis (2003-2018)
Resumo: Prticas racistas ainda ecoam no ensino de His...
Veja mais!
Resumo: Prticas racistas ainda ecoam no ensino de Histria e no espao escolar, como um ado que insiste em no ar. Tal constatao impulsionou a elaborao da pesquisa A Lei n 10.639/03 e a prtica de ensino de Histria em escolas da rede pblica estadual de Florianpolis (2003-2018). Quais as tenses e os conflitos existentes entre o conservadorismo senhorial/escravocrata e as demandas progressistas tingidas pelos marcos legais para o ensino da temtica africana e afro-brasileira nas aulas de Histria? Coloca-se como a questo mobilizadora do trabalho, aquela que no presente me bate porta. O estudo est emoldurado pelas apreenses, abordagens e prticas pedaggicas desenvolvidas por professores e professoras de Histria. So sujeitos da pesquisa, os/as docentes egressos/as de cursos de graduao em Histria, atuantes em escolas da rede estadual de Santa Catarina do municpio de Florianpolis. O recorte temporal compreende os anos 20032018. O espao analisado, a aula de Histria.
Os documentos normativos federais e estaduais acerca do Ensino de Histria e da Cultura Africana e Afro-brasileira - a Lei n. 10.639/03, as Diretrizes Curriculares (2004), a Proposta Curricular do Estado de Santa Catarina - entrevistas com docentes em Histria, planos de ensino dos/as depoentes e os registros das prticas pedaggicas arroladas nas aulas de Histria, so as fontes inventariadas no trabalho.
A investida requer uma posio diante da escrita da Histria e do ensino de Histria. Uma escrita que esteja comprometida com o fazer cientfico, com percursos metodolgicos marcados, com os saberes escolares, com a formao de professores e professoras de Histria, coadunando s polticas fundamentadas em uma sociedade diversa e plural interessa-me. Desse modo, a pesquisa encontra-se filiada ao campo de pesquisa reconhecido como Histria do Tempo Presente, no apenas pelo perodo estudado, mas por incorporar novos temas e problemas de investigao, impulsionados pela emergncia das demandas sociais. A Lei n 10.639/03, que institui a obrigatoriedade do Ensino de Histria e da Cultura Africana e Afro-brasileira na educao bsica encontra-se nessa esteira. Posicionar o campo do ensino de Histria em um perodo de urgncias e contingncias pode produzir novas experimentaes histricas. E sobre essa filiao que desejo me debruar terica e metodologicamente no texto a ser apresentado no 30 Simpsio Nacional de Histria.
Ocultar
|
-
Mauro Cezar Coelho (Universidade Federal do Par), Wilma de Nazar Baa Coelho (UFPA)
Narrativa da formao do Brasil nos processos de formao de professores de Histria limites da formao para a Diversidade
Resumo:O trabalho aborda a narrativa subjacente aos proce...
Veja mais!
Resumo:O trabalho aborda a narrativa subjacente aos processos de formao do professor de Histria, nos ltimos quinze anos, considerando a legislao que reformula a perspectiva de Histria do Brasil nos currculos da Educao Bsica. As diretrizes nacionais para a educao para as relaes tnico-raciais, acarretam mudanas nos percursos de formao. Diante disso, analisa-se o impacto de tais alteraes, a partir dos trajetos curriculares de cursos oferecidos por universidades federais. Pretende-se, assim, ponderar sobre o espao destinado s narrativas que compreendem as temticas tnico-raciais e do trato com a diferena. Argumentamos que as lacunas existentes em relao implementao da lei so devedoras do modo pelo qual a formao de professores concebida e assumida nos percursos curriculares estudados, especialmente em funo da narrativa preponderante nos cursos de formao.
O trabalho analisa como os percursos de formao de professores de Histria em dez universidades federais incorporam os princpios estabelecidos pelas Leis n. 10.639/03 e 11.645/08. Nossa inteno dimensionar a medida pela qual aqueles cursos abordam os pressupostos daquela legislao e, em particular, as Diretrizes para a Educao para as Relaes tnico-Raciais. Argumentamos que as lacunas existentes em relao implementao da lei so devedoras do modo pelo qual a narrativa estruturada e a formao de professores concebida e assumida nos percursos curriculares estudados.
Os percursos curriculares indicam uniformidade na formao de historiadores. Em todos os cursos h um conjunto de disciplinas de natureza historiogrfica, voltado para a compreenso dos perodos histricos, ordenados segundo a periodizao quadripartite constituda no sculo XIX e acrescida de estudos voltados para a compreenso da trajetria histrica do Brasil, da Amrica e da regio. A uniformidade dos desenhos curriculares remete para uma compreenso comum do que significa formar professores de histria. Em primeiro lugar, um conhecimento aprofundado do saber de referncia da Histria de como ele produzido e acumulado. Isso o que sugere a considerao da distribuio de carga horria somada dos diferentes percursos curriculares. Em segundo lugar, a despeito das referncias crticas adoo de perspectivas unilaterais e a ateno legislao que pauta a incorporao de outras histrias, os currculos permanecem fiis a uma tradio que v a Histria como uma prerrogativa europeia. Em terceiro lugar, a considerar os recortes que acionamos, os cursos de formao de professores de Histria mantm-se fiis posio segundo a qual a formao docente constitui aspecto secundrio ou rio nos percursos curriculares.
Ocultar
|
-
Radanes Aurlio Lima Vale (UFPA - Universidade Federal do Par)
(In) Visibilidade dos Povos Indgenas nas Escolas Bsica Frente Lei n 11.645/2008.
Resumo:Considerando a incluso da temtica indgena no cu...
Veja mais!
Resumo:Considerando a incluso da temtica indgena no currculo oficial em decorrncia da Lei n 11.645/2008, os currculos escolares devem efetivar atividades que concorram com esta Lei. Contudo as configuraes atuais das escolas brasileiras, levando em considerao os materiais didticos, a estrutura escolar, a permanncia do racismo e o preconceito racial em nossa sociedade, apontam incoerncias em relao aos dispositivos legais no que tange as relaes tnico-raciais na Educao Bsica. Dito isto, a problemtica que norteia a construo desta dissertao consiste em refletir sobre a forma que as escolas esto tratando, em seus currculos, a temtica indgena frente Lei n 11.645/2008.
Deste modo, esse trabalho, como parte da construo da dissertao de mestrado intitulado a (in) visibilidade dos Povos Indgenas Nas Escolas Bsica Frente Lei N 11645/2008, tem como objetivo analisar a representao dos povos indgenas atravs das prticas pedaggicas dos agentes escolares das escolas da rede estadual de ensino, da cidade de Belm e Ananindeua, Para isso utilizou-se a pesquisa do tipo etnogrfico em educao com aporte terico em Marli Andr (2011) Para tentar entender as operaes e os mecanismos de dominao e de resistncia, de opresso e de contestao ao mesmo tempo em que so veiculados e reelaborados conhecimentos, atitudes, valores, crena, modos de ver e de sentir a realidade e o mundo (Andr, 2011 p. 41). Para o trato com o conceito de representao ser utilizado a concepo de Henri Lefebvre (1983). Para este, a representao se forma entre o concebido, composto pela idealizao e o discurso sobre determinado conhecimento a ser criado e reproduzido, e o vivido, formado pela vivncia particular de cada sujeito e pela vivncia coletiva e suas prticas num determinado contexto.
Portanto, observou-se que os currculos concretizados em ambas as escolas, no que tange a temtica indgena, seguem fluxos distintos aos previstos no currculo oficial, o que me permite concluir que a escola, como um espao emprico de pesquisa, revela diferentes dinmicas de resistncia e reinterpretao das orientaes do Estado ou mesmo de produo para alm da assimilao dos marcos centralizados. (Casemiro, 2006, p.31). Esses currculos ocorrem em funo das experincias, militncias, processo formativo, e identidades que os agentes escolares adquiriram consubstanciados em prticas que moldam o currculo prescrito para a Educao Bsica.
Ocultar
|
-
Taissa Cordeiro Bichara
Lies de respeito e tolerncia: a funo da Histria na Educao Bsica
Resumo:Questionamento recorrente entre os historiadores, ...
Veja mais!
Resumo:Questionamento recorrente entre os historiadores, nos mais diversos contextos, envolve o porqu de se estudar Histria. Tal inquirio mostra-se pertinente tambm nos manuais didticos, nitidamente nas sees introdutrias destas produes. Ambos, saber acadmico e escolar apresentam a tendncia de explicar a importncia do conhecimento histrico pelo seu vis pragmtico: a Histria possibilita amplo entendimento sobre o funcionamento da sociedade no tempo presente. Assim, o Brasil, pas marcado pela diversidade tnica e racial, apresenta verses do seu ado que buscam dar conta tanto da explicao do tempo presente como de valores ticos e morais necessrios formao para cidadania nos livros didticos de histria. Neste sentido, o trabalho compe discusso sobre a relao entre a formao para cidadania e as representaes do ndio brasileiro nos livros didticos de histria voltados para os anos finais do Ensino Fundamental, publicados entre 1999 e 2017 e distribudos na cidade de Belm. Mais especificamente, busca a compreenso dos discursos envolvidos na produo dessas obras atravs dos conceitos de Discurso (Mikhail Bakhtin) e Representao (Roger Chartier). Para tanto, o objetivo central a anlise das orientaes oficiais para o ensino de histria no Brasil: os editais do Programa Nacional do Livro Didtico (1999-2017), os parmetros curriculares nacionais (1998) e as diretrizes curriculares nacionais (2013), pois expressam concepes de histria e cidadania que devem estar presentes nos livros didticos, caso contrrio, correm o risco da reprovao pelo sistema de avaliao do Programa Nacional do Livro Didtico iniciado em 1996. Argumenta-se que os princpios norteadores da cidadania na referida documentao configuram um paradoxo, uma vez que, a nfase no respeito e a tolerncia sobre a diversidade tnica e racial ocasiona e legitima narrativas eurocntricas e ocidentais que inviabilizam a participao ativa de diversos sujeitos nos eventos histricos, como o ndio brasileiro.
O caminho eleito e percorrido para investigao e entendimento do imbrglio supracitado envolve trs etapas: Inicialmente, a discusso sobre o conceito de eurocentrismo e suas implicaes para o conhecimento acadmico e o saber histrico escolar. Por conseguinte, a apreenso dos debates, confrontos ou conflitos do ensino de histria em torno de quais narrativas devem ser privilegiadas nos currculos escolares, de modo que a formao para cidadania emerge como funo primordial da histria na Educao Bsica. Enfim, a apreciao das fontes, nas quais investigou-se os sentidos de histria e cidadania que influenciam a produo das narrativas literrias didticas e as representaes sobre o ndio brasileiro nelas (re)produzidas.
Ocultar
|
ST - Sesso 3 - 19/07/2019 das 08:00 s 12:00 4c3kw
-
Cristiano Nicolini (UFSM)
Narrativas sobre a regionalidade no Vale do Taquari (RS) na perspectiva da Educao Histrica
Resumo:As grandes narrativas, que enaltecem os grandes n...
Veja mais!
Resumo:As grandes narrativas, que enaltecem os grandes nomes da histria, esto presentes em diversos espaos da sociedade. Porm, estes lugares apresentam, para alm disso, evidncias de um ado mais prximo aos sujeitos que neles interagem, registrando nomes, fatos e outras marcas da regionalidade. Estas evidncias, apesar de se referirem dimenso local ou regional, no deixam de se relacionar com o contexto mais amplo, seja ele estadual ou nacional. Tal configurao dinmica, apesar das iniciativas para fortalecer a identidade regional. Justamente neste processo de mudana constante que os sujeitos buscaro definir os traos identitrios que distinguem o seu lugar em meio aos outros espaos. O ado, neste sentido, uma das referncias que o regionalismo empregar para responder s necessidades do presente. Os critrios que definem esta delimitao so mltiplos, e atendem aos interesses das pessoas no tempo. Na regio do Vale do Taquari (RS) tambm se reproduz esta tendncia, sendo que em alguns casos ainda se identifica a proposta de ensino a partir dos crculos concntricos, em que a criana inicia a compreenso da realidade a partir de si mesma e vai ampliando para os espaos em que ela se insere famlia, escola, bairro, municpio, regio, estado, pas, e assim por diante at chegar dimenso global. J outras propostas buscam introduzir uma concepo de histria local ou do lugar evidenciando as conexes entre o mais prximo (vivido pelo aluno) e o nacional, regional, geral ou mundial, concomitantemente (BITTENCOURT, 2008). Na perspectiva da Educao Histrica, o ensino de Histria Regional provoca novas reflexes sobre este tipo de abordagem. Neste sentido, ela deixa de ser somente uma metodologia ou recorte espao-temporal, ando a compreender as relaes entre as narrativas locais ou regionais e a conscincia histrica. Assim, as relaes de aprendizagem devem basear-se na epistemologia da Histria, compreendendo os usos e as ideias que integram o cotidiano das pessoas e, mais especificamente, dos alunos no contexto escolar. A proposta desta investigao situar estas narrativas e suas possibilidades para a formao do pensamento histrico. Se elas possuem a especificidade de abordar temas mais prximos ao cotidiano dos alunos, questionamos como o professor pode transformar esta oportunidade em situao de aprendizagem significativa, auxiliando na compreenso dos conceitos histricos e, a partir destas narrativas regionais, desenvolver a conscincia histrica para compreender contextos mais amplos. Nesta perspectiva, privilegiamos uma abordagem intercultural e humanista da histria, na medida em que o regional possibilita a compreenso do global.
Ocultar
|
-
Gerson Luiz Buczenko (Colgio e Faculdade CNEC - Campo Largo/PR.)
Imagens e memria do Contestado em sala de aula
Resumo:O presente trabalho tem como objetivo geral aborda...
Veja mais!
Resumo:O presente trabalho tem como objetivo geral abordar a memria sobre o Contestado, presente em Alunos do 1 Ano do Ensino Mdio, pertencentes a um Colgio privado em municpio da Regio Metropolitana de Curitiba, no incio do ano de 2019. Os objetivos especficos foram definidos da seguinte forma: analisar o conceito de memria e seu valor para Histria; avaliar o processo de aprendizagem histrica sob o qual os Alunos esto submetidos; buscar aproximaes do conceito de significncia histrica e a forma como os Alunos do 1 Ano do Ensino Mdio detm em suas lembranas o Contestado. Como indagao de pesquisa definiu-se: os alunos do 1 Ano do Ensino Mdio detm uma memria significativa dos estudos sobre o Contestado? A metodologia utilizada foi o uso de imagens iniciais ligadas ao Contestado, porm sem identificao e posteriormente de imagens com identificao, ao final da exposio de cada imagem aos Alunos escreveram uma frase ou palavra que para eles era significativa em relao imagem. Ao final, com as imagens identificadas, foi explicitado a eles de forma breve o Contestado, contedo normalmente abordado no 9 ano - Ensino Fundamental II, durante a conhecida Repblica Velha. Com as imagens apresentadas e as palavras e frases dos Alunos, buscou-se avaliar a presena da memria histrica do Contestado para os Alunos e o quanto este estudo foi significativo para os mesmos. Segundo Le Goff (2003, p. 469), a memria um elemento essencial do que se costuma chamar de identidade, individual ou coletiva, cuja busca uma das atividades fundamentais dos indivduos e das sociedades de hoje, na febre e na angstia. Percebe-se que nos ensinamentos do autor, que a memria est ligada diretamente identidade, portanto, se no h memria do episdio do Contestado, tambm no ocorre o processo de identidade com o momento histrico vivido no ado. Mais adiante o autor tambm traz a lume a ideia de que a memria coletiva no somente um objeto de conquista, consolida-se tambm como um instrumento e objeto de poder, nesse sentido a identidade com episdios histricos que mostram de forma clara a rebeldia ordem hegemnica, como caso do Contestado, no so necessariamente explicitados aos estudos das futuras geraes, como caso, por exemplo, do debate suscitado sobre o ensino da ditadura militar na atualidade, no ensino de Histria no Brasil. Em relao aprendizagem histrica segundo Schmidt e Cainelli (2009, p.66) um dos principais significados apontados para a aprendizagem histrica transformar informao em conhecimentos, apropriando-se das ideias histricas de forma cada vez mais complexa, no sentido da construo de uma literacia histrica, ou seja, de seu prprio processo de alfabetizao histrica significativa.
Ocultar
|
-
Helena Rosa Moitinho (UESB - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia), Maria Cristina Dantas Pina (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia)
A Histria Local e o desenvolvimento do pensamento histrico nos jovens do Ensino Mdio
Resumo:A presente pesquisa discute o ensino de Histria n...
Veja mais!
Resumo:A presente pesquisa discute o ensino de Histria no Ensino Mdio, tomando como ponto de partida a histria local e a importncia do ensino de histria para a formao social dos jovens. Objetiva analisar como os alunos, ao trabalhar com histria local, constroem sentido, produzem relaes histricas, ou seja: exercitam o pensar historicamente. Procura compreender como se d o desenvolvimento do pensamento histrico nos jovens, problematizando a seguinte questo: Em que medida o ensino da Histria, partindo da histria local, contribui para a construo do pensamento histrico dos alunos do Ensino Mdio? E como desdobramento, quer saber: Qual a relao desses alunos com a histria local? O que eles pensam sobre o que sabem dessa histria? Apresenta o estudo da histria local como uma estratgia para aproximar o conhecimento histrico da vida dos jovens, contribuindo assim para a construo do pensamento histrico e da valorizao da disciplina de Histria no ensino mdio. Fundamenta-se nos estudos da Educao Histrica, uma perspectiva que valoriza as experincias dos estudantes e suas interaes com a aprendizagem de Histria, tomando como referncias principais os estudos de Isabel Barca, Peter Lee e Marlene Cainelli. Usa uma metodologia de vocao qualitativa numa abordagem crtica, partindo de princpios do Mtodo Histrico, que conforme Rsen, permite a construo de conhecimentos, a partir de dados empricos do ado numa anlise lgica constituda de sentido plausvel aquele composto pela experincia, pela explicao, pelo significado e pelo sentido. A aula oficina foi um instrumento de coleta de dados. A leitura e anlise dos dados foram feitos a partir da anlise de contedos na perspectiva Laurence Bardin. Nos resultados observamos que os jovens possuem uma boa relao com o estudo de histria (46%) e que o que sabem sobre a histria local fruto da cultura histrica elaborada pela comunidade, (40,7%). Notamos que uma parcela considervel dos jovens (13,3%), consegue demonstrar um pensamento histrico relativamente complexo, fazendo uma relao coerente entre ado presente e futuro. Constamos ainda que esses jovens reagem positivamente quando so provocados a problematizar os contedos histricos, e que nesse embate dialgico promovido pela anlise de fontes histricas variadas que se desenvolve o pensamento histrico. Confirmamos o que a proposta da Educao Histrica traz como contributo para o ensino de histria: os estudantes aprendem mais quando so desfiados a isso, quando se sentem participantes da construo e reconstruo do conhecimento e so levados a questionarem as narrativas que ouvem de forma crtica, evitando a ividade ante qualquer contedo substantivo que lhes for apresentado.
Ocultar
|
-
Izis Pollyanna Teixeira Dias de Freitas (Colgio Estadual Lus Prisco Viana), Edinalva Padre Aguiar (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia)
Didtica da histria e suas implicaes para a aprendizagem das ideias de segunda ordem
Resumo:Este trabalho apresenta parte da discusso terica...
Veja mais!
Resumo:Este trabalho apresenta parte da discusso terica realizada na pesquisa de mestrado intitulada Educao Histrica: concepo de ado de alunos do Ensino Mdio, em andamento junto ao Programa de Ps-Graduao em Educao (PPGED), da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).
Aqui, buscamos refletir sobre a didtica da histria e suas implicaes para a aprendizagem das ideias de segunda ordem, bem como para o desenvolvimento da aprendizagem histrica em sala de aula. Em tempos de acirrada disputa pelos usos pblicos da histria e pela memria histrica, entendemos como crucial problematizar as formas de apresentao e apropriao do conhecimento histrico em mbito escolar, tendo a didtica da histria como mediadora desse processo.
No decorrer do texto, nossas discusses contemplam a didtica da histria, situando-a em um entrelugares, j que ela tem sofrido os efeitos da pedagogizao e aqui defendemos ser ela, sem sair do campo educacional, ancora seu processo de ensino-aprendizagem na epistemologia da cincia histrica.
Visando entender a constituio da didtica da histria como disciplina, traamos um breve histrico das reflexes ocorridas na Alemanha nos anos de 1970, motivadas pela crise de legitimidade da educao histrica e do conhecimento histrico, notadamente como fator de orientao para a vida prtica (SADDI, 2014). Partindo do contexto alemo, amos a discutir os desafios da didtica da histria no Brasil, lembrando que aqui as pesquisas ligadas temtica se intensificaram a partir da dcada de 1980 e, desde ento, houve um crescimento expressivo na quantidade de pesquisas abordando enfoques variados (SCHMIDT; URBAN, 2016).
Procuramos argumentar ainda que, baseado no caso alemo, no Brasil a didtica da histria sofreu uma mudana paradigmtica e que, posicionada na teoria da histria, se ocupa com o fenmeno da aprendizagem histrica e a circulao do conhecimento histrico no contexto social (SADDI, 2014; CERRI, 2010).
Finalizamos com uma discusso que envolve a aprendizagem histrica no mbito da didtica da histria. Para tanto, nos valemos das ideias de Jrn Rsen, que a entende como uma teoria da aprendizagem histrica, cuja funo primordial o desenvolvimento da conscincia histrica que se encontra em constante processo de (re)elaborao (RSEN, 2001). Por sua capacidade de contribuir para a compreenso e elaborao de interpretaes consistentes sobre a experincia histrica frente s demandas do tempo presente, o ensino de histria tornar-se ainda mais significativo.
Esperando contribuir com o debate, conclumos com algumas consideraes acerca dessa disciplina e uma de suas funes, atinentes ao processo de educao histrica e seus sentidos para a vida.
Ocultar
|
-
Juliana Alves de Andrade (Universidade Federal Rural de Pernambuco)
O ATO DE AVALIAR NAS AULAS DE HISTRIA DO ENSINO FUNDAMENTAL E OS DESDOBRAMENTOS NA AO DE APRENDER: reflexes sobre os usos da memria no cotidiano de crianas e adolescentes
Resumo:O presente trabalho visa apresentar reflexes inic...
Veja mais!
Resumo:O presente trabalho visa apresentar reflexes iniciais sobre o processo de avaliao da aprendizagem realizado pelos (as) professores (as) de Histrias nos anos finais do Ensino Fundamental e o impacto causado na forma como as crianas e jovens aprendem a pensar historicamente. Para tal, iremos analisar as estratgias utilizadas pelos (as) professores(as) das escolas municipais e estaduais da cidade do Recife, buscando identificar como so trabalhadas as narrativas dos estudantes que utilizam em seus argumentos apenas a memria e no o conhecimento histrico. Essas discusses so fruto do projeto de investigao intitulado (com)prova tem inteno de apresentar os conceitos, os fundamentos tericos e as prticas pedaggicas que norteiam os processos de avaliao de aprendizagem na educao bsica na rea de histria, preocupo em estudar o lugar social da avaliao da aprendizagem no processo de construo do saber histrico escolar. Ao mesmo tempo em que, busca verificar os instrumentos utilizados pelos professores e instituies no ato de acompanhar o processo de aprendizagem, se lana no debate sobre a funo pedaggica do ato de avaliar, por isso, a expresso (com)prova para ns representa tanto as prticas avaliativas e seus instrumentos de verificaes (provas), quanto a funo (comprovar o que aprendeu).O nosso trabalho de pesquisa, busca no s identificar os mtodos, procedimentos e instrumentos utilizados pela rea de histria na educao bsica para medir ou classificar a aprendizagem das crianas e dos adolescentes, mas mapear experincias didtico-pedaggica e reflexes terico-metodolgico que deem e para acompanhar a aprendizagem histrica, que envolve o ensinar e o aprender a ser crtico, autnomo e participativo. Para Saul, devemos pensar um processo de avaliao que supera os muros da medio e classificao, erguidos em mtodos, procedimentos e instrumentos, e se compreende como um processo interligado com a prtica docente e que faz. Nesse sentido, o presente projeto busca entender e problematizar os conceitos de Avaliao da Experincia (VIANA, 2014); Avaliao Mediadora, Avaliao das Competncias, Avaliao Classificatria, buscando construir uma matriz de referncia de avaliao da aprendizagem para se repensar o currculo e o planejamento de ensino na rea de histria.
Ocultar
|
-
Jlio Csar de Souza (Instituto Federal de Minas Gerais)
Uma anlise sobre o ensino de Histria no contexto de criao e expanso do IFMG
Resumo:Pretende-se, com a realizao da pesquisa, que est...
Veja mais!
Resumo:Pretende-se, com a realizao da pesquisa, que est na fase inicial de desenvolvimento, investigar o sentido e o lugar que a disciplina de Histria ocupa nos cursos de Ensino Mdio Integrado Educao Profissional, entre os anos de 2008 e 2018, no Instituto Federal de Minas Gerais IFMG campus Ouro Preto, em um contexto de expanso da rede federal de educao profissional e tecnolgica. Para isso, ser necessria a realizao de uma reviso bibliogrfica sobre as temticas: ensino de histria, expanso da rede federal de educao profissional, educao e trabalho e ensino mdio integrado. Ao mesmo tempo em que as documentaes locais (planos de cursos, ementrios, relatrios de gesto, atas de reunies, entre outros) sero analisadas, os sujeitos envolvidos nesse processo (docentes de Histria, coordenadores de reas, coordenadores de cursos, diretores de ensino e equipe pedaggica) iro ser entrevistados, por meio de questionrios semiestruturados e encontros presenciais gravados. As legislaes que disponibilizaram alteraes na Educao Profissional de nvel mdio no pas, a partir de 1996, sero tambm objeto de anlise, visto que so fundamentais para compreenso dos processos de escolarizao nessa modalidade de ensino. As pesquisas sobre as possibilidades e potencialidades do ensino de Histria na educao profissional integrada ao Ensino Mdio ainda so escassas nas universidades brasileiras e este estudo pretende contribuir para o aumento qualitativo desse campo de pesquisas. A investigao busca, ainda, analisar os impactos na disciplina de Histria durante o processo de constituio e expanso do IFMG; identificar e analisar os desafios dos docentes no ensino de Histria na Instituio; e apontar e propor um dilogo com a produo acadmica sobre ensino de histria na rede federal de educao profissional e tecnolgica brasileira. Desse modo, a investigao tentar perceber as nuances e contradies entre a documentao pblica e a prtica docente no ensino de Histria no grande desafio da educao profissional integrada, no desejo de contribuir para o crescimento e atualizao dos profissionais da rea a respeito das potencialidades e da importncia de ensinar Histria hoje. Diante do exposto, pesquisar o ensino de histria em uma unidade j consolidada da rede, em um contexto de expanso da rede federal de educao profissional e tecnolgica, poder permitir o levantamento de dados importantes sobre o lugar e o sentido da disciplina Histria nos cursos tcnicos integrados ao Ensino Mdio do Campus Ouro Preto.
Ocultar
|
-
Norma Lcia Silva (Universidade Federal do Tringulo Mineiro)
Apontamentos sobre a conscincia histrica de jovens tocantinenses
Resumo:A construo da conscincia histrica no indivduo...
Veja mais!
Resumo:A construo da conscincia histrica no indivduo est diretamente relacionada com o ensino de Histria, como antecedente, condicionante e at mesmo continente. Trata-se de um aspecto da prpria construo da identidade, movimentando no apenas a comunidade na qual o indivduo pertence, mas tambm a sua experincia pessoal. Disso decorre que as nossas aes so carregadas no somente de memria, mas da influncia das experincias que nos rodeiam o tempo todo. Todos esses elementos do vazo para a formao do pensamento histrico, que est intrnseco temporalidade, orientao do ser no mundo. O estabelecimento do sentido da experincia no tempo, obra de indivduos e coletividades integrados, a operao mental que constitui e constituda pela conscincia histrica em um processo dinmico (CERRI, 2011, p.30).
Utilizamos neste trabalho os resultados dos questionrios do projeto Jovens e a Histria aplicados no Centro de Ensino Mdio Dr. Jos Alusio da Silva Luz localizado no Setor Coimbra em Araguana, regio perifrica da cidade. O grupo que participou da pesquisa em Araguana composto de 27 estudantes do sexo masculino e 26 do sexo feminino, com faixa etria mdia de 16 anos.
O questionrio no se resume em respostas de carter simples. Os alunos necessitam refletir e interpretar o ado/presente/futuro, alm dos prprios conhecimentos histricos para marcar a resposta que mais lhe convm. neste detalhe que podemos, a partir desta pesquisa, desvelar e estudar sobre a conscincia histrica respondendo os principais objetivos da mesma: Como os jovens estudantes e professores de Ensino Mdio apreendem as categorias do conhecimento histrico? Qual a sua concepo histrica?
No caso analisado neste trabalho, a grande maioria da amostra de estudantes de Ensino Mdio de Araguana, conseguiu exprimir aspectos do pensar historicamente e enxergar a temporalidade para se orientarem no tempo/espao. Entretanto, tiveram dificuldades em se desvincular do presente para analisar o ado. Acreditamos, por exemplo, que as noes de ser e dever esto relacionados de forma coerente, quando estes alunos respondem que daqui a 40 anos eles tero liberdade poltica e individual, projetando assim a perspectiva do futuro sempre a partir do presente. A operao da conscincia histrica possibilita que estes jovens relacionem os valores e as tradies, mas que tambm enxerguem progressivamente alm, de forma crtica e abrangente, na medida dos investimentos de qualidade nas prticas de ensino e aprendizagem de histria.
Ocultar
|
ST - Sesso 4 - 19/07/2019 das 14:00 s 18:00 3p493x
-
Alessandra Rufino Santos (UFRR - Universidade Federal de Roraima)
Formao de professores na Educao do Campo de Roraima: reflexes a partir do ensino de Histria
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a...
Veja mais!
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a trajetria formativa do estudante de Educao do Campo na disciplina Metodologia para o ensino de Histria, ofertada no primeiro semestre de 2019 pelo curso de Licenciatura em Educao do Campo de Roraima (LEDUCARR) da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Para desenvolver o estudo, foram realizadas a produo escrita e oral com estudantes matriculados na disciplina j citada. Dessa forma, foram evidenciadas no processo de formao as experincias educativas nas diferentes possibilidades de olhar a realidade e de pensar a si mesmo como protagonista de suas histrias individuais e coletivas. Sendo assim, as concluses parciais dessa investigao com 21 (vinte e um) estudantes indicam que a disciplina Metodologia para o ensino de Histria problematiza a realidade do campo e o ensino de Histria, organizando as inmeras possibilidades de pensamento crtico. Trata-se, portanto, de uma reflexo sobre o papel do curso de Licenciatura em Educao do Campo no processo de formao de profissionais para atuarem no ensino de Histria das escolas do campo. Nessa tica, a produo do conhecimento histrico no curso de Licenciatura em Educao do Campo de Roraima (LEDUCARR) requer reconhecer que a formao docente no se resume a uma etapa da vida acadmica, mas se processa ao longo da vida profissional dos sujeitos que se articulam para superar, entre outras coisas, a opresso e a falta de projetos emancipadores para com o homem e a mulher do campo. Essa formao poltica, historicamente contextualizada, pode contribuir para a reconstruo do ado e produz uma histria crtica e contra-hegemnica. Nessa conjuntura, tornar-se professor de Histria em uma escola do campo exercitar a luta por suas histrias, valores e reconhecimento, bem como enfrentar as diferenas sociais, econmicas e culturais no cotidiano articulado com as Diretrizes Operacionais por uma Educao do Campo. Alm dos aspectos j mencionados, o presente trabalho classifica a Educao do Campo, como fenmeno oriundo dos movimentos sociais, e que preocupa-se com a valorizao e a autoestima de educadores e educandos. Na compreenso desses princpios, importante reconhecer que uma das preocupaes presentes na Educao do Campo o desafio da formao poltica. No enfrentamento desses desafios, um dos pressupostos bsicos o reconhecimento de que os movimentos sociais do campo consideram a realidade como tudo que pode ser conhecido e transformado. Em outras palavras, as relaes sociais estabelecidas pelos movimentos sociais proporcionaram o contnuo movimento para a melhoria das condies de vida do homem e da mulher do campo, atravs da Educao do Campo.
Ocultar
|
-
Arnaldo Martin Szlachta Junior (Universdade Estadual de Maring)
O Tempo Histrico no Ensino de Histria: Um estudo de caso no Ensino Fundamental.
Resumo:A chamada conscincia histrica vem se tornando, u...
Veja mais!
Resumo:A chamada conscincia histrica vem se tornando, um importante elo entre as questes em debate na academia, bem como o cotidiano escolar. So vrias as pesquisas na ltima dcada que destacam a ao desse professor/pesquisador atuante em sala. Sendo assim, a partir do conceito de conscincia histrica, que vem sendo construdo por diversos pesquisadores da Educao Histrica e de outras reas do Ensino de Histria, tem possibilitado uma grande reflexo sobre as prticas em sala e aula, e como ocorre o aprendizado histrico no ambiente escolar. O "aprender histria" tem sido um tema recorrente nas pesquisas de Ps-graduao em Educao, na Histria e atualmente vem ganhando muita notoriedade com o programa de Mestrado profissional ProfHistria.
Nossa pesquisa se orientou atravs da anlise de uma fonte material pelos alunos do sexto ano do ensino fundamental, um disquete na ocasio, e de que maneira os alunos reagiriam a esse objeto e qual funcionalidades atribuiriam para ele, na sequncia houve um debate sobre as mudanas e permanncias na Histria.
Nesse sentido, buscamos trazer uma pesquisa que promovesse a articulao entre a discusso acadmica e a praxis em sala de aula, sobre a delimitao do tema, procuramos dar ouvidos aos anseios dos professores, entender quais seriam as principais dificuldades que os docentes enfrentam cotidianamente ao ensinar histria, e quais debates e abordagens tericas poderamos usar na reflexo sobre os obstculos para o trabalho docente.
Um dos grandes destaques, sem sombra de dvida, foi a dificuldade de trabalhar conceitos de tempo e temporalidade com os alunos do sexto ano do ensino fundamental, por conta de uma abordagem cronolgica que a grande maioria dos materiais didticos acaba adotando, tais conceitos acabam para serem trabalhados nessa fase escolar. Mesmo outros assuntos, que utilizam de tais noes de tempo e temporalidade como estudo sobre as civilizaes antigas orientais e ocidentais acabam sendo trabalhadas nessas sries.
Para esse artigo, buscamos articular uma linha de raciocnio que articulasse conceitos de temporalidade da historiografia, e como poderamos levar tal debate, de uma eficiente quanto ao aprendizado levando em conta as dinmicas que fazem parte da Cultural Escolar (FORQUIN, 1993).
Dessa forma nosso trabalho foi focado na prxis no Ensino Fundamental e as possibilidades partir da anlise da fonte material dentro da cultura escolar.
Ocultar
|
-
Felipe Pedro Leite de Arago (UFPE (ProfHistria))
As experincias do cotidiano campesino no semirido nordestino e o ensino de Histria
Resumo:O presente trabalho faz parte da pesquisa, ainda e...
Veja mais!
Resumo:O presente trabalho faz parte da pesquisa, ainda em andamento, desenvolvida no programa de Mestrado Profissional em Ensino de Histria - ProfHistria, e traduz as inquietaes surgidas em dezenove anos de atuao em escola do campo. O trabalho tem por centralidade o universo campesino - constitudo historicamente por relaes sociais, econmicas e com o conhecimento - e a sua relao com a escola enquanto instituio oficial que promove um ensino de Histria pautado, muitas vezes, numa concepo pedaggica sustentada em prticas estanques, sem dilogo com as experincias, os fazeres e os saberes das populaes do campo. Temos por inteno perceber concepes no ensino de Histria que dialoguem com as experincias cotidianas, com as relaes de trabalho, conhecimento e com as relaes sociais existentes nos mltiplos contextos campesinos, com especial ateno ao semirido nordestino. Lembramos Paulo Freire ao orientar no sentido de ensinarmos o que os estudantes no sabem a partir do que sabem, numa redefinio de espaos e intencionalidades polticas, no sentido de uma valorao efetiva das construes sociais, polticas e econmicas dos povos do campo. Mario Carretero debate os sentidos do ensino de histria na atualidade, este sendo ancorado numa prtica distanciada das experincias dos estudantes, desembocando numa viso negativa da Histria entre estes que, na maioria das vezes, no veem sentido no proposto em sala de aula. Aponta como sada possvel dar voz aos silenciados historicamente, sendo a escola o espao onde as histrias no contempladas nos manuais e livros didticos podem ter seu espao de fala garantido. Acreditamos em um ensino de histria que dialogue com a realidade do campo, contribuindo para que os envolvidos no processo reforcem a sua identidade e ampliem os horizontes de anlise crtica da realidade que os cerca, de modo a instrumentalizarem-se para os embates polticos necessrios na busca de alternativas positivas s demandas sociais, polticas e econmicas existentes nestes contextos sociais. Para darmos conta do trabalho, faremos o estudo histrico da normatizao do ensino voltado s populaes do campo ao longo da histria republicana brasileira, tendo como recorte principal o ps-constituio de 1988; propomos ainda um estudo que trate das experincias do cotidiano campesino e a sua relao com os contedos histricos presentes no currculo oficial; a construo e/ou anlise de uma proposta curricular que parta das experincias dos sujeitos campesinos e apontem para o redirecionamento da relao estudante do campo e ensino de Histria.
Ocultar
|
-
Jocyleia Santana dos Santos (UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS)
O ensino de Histria e suas memrias
Resumo:A pesquisa relata as atividades desenvolvidas no P...
Veja mais!
Resumo:A pesquisa relata as atividades desenvolvidas no Plano Nacional de Formao de Professores da Educao Bsica (Parfor), do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Cmpus de Palmas, especificamente nas disciplinas pedaggicas relacionadas histria da educao (Histria Geral da Educao, Histria da Educao Brasileira e Metodologia do Ensino de Histria). O objetivo foi investigar a formao do aluno de Pedagogia ao ingressar no Parfor, no perodo de 2010 a 2014 e explicitar os saberes adquiridos no processo ensino- aprendizagem estabelecendo uma conexo desse conhecimento com a prtica pedaggica de histria na educao bsica.
O PAFOR tem como objetivo induzir e fomentar a oferta de educao superior para professores em exerccio na rede pblica de educao bsica, para que esses profissionais possam obter a formao exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional LDBEN e contribuam para a melhoria da qualidade da educao bsica no pas (BRASIL, 2013, p.01).Com a inteno de atender ao compromisso de profissionalizao docente, visando melhoria da qualidade da educao bsica no pas, em 2010, a UFT aderiu ao Parfor, ofertando 570 vagas, em 19 cursos, nos sete campus da instituio. Em Palmas, foram ofertados os cursos de Artes, Informtica, Matemtica e Pedagogia.
As atividades foram desenvolvidas com metodologias de ensino, como possibilidades de discusso, com narrao de suas histrias locais, com investigao, pesquisas relacionadas histria com a inteno de contribuir para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem das disciplinas de histria, histria da educao e metodologia de histria na educao bsica (SANTOS, 2014).
As entrevistas foram circunscritas ao desempenho profissional das educadoras no espao acadmico e no contexto escolar. Roteiro: Professor (a), voc consegue fazer uma avaliao do seu desempenho profissional ao ingressar e ao finalizar o curso de Pedagogia, na disciplina Histria Geral da Educao, ofertada pelo PARFOR? Qual a influncia e o impacto da disciplina Histria Geral da Educao sobre o contexto de sala de aula? Como foi o processo de construo metodolgica nas disciplinas Histria Geral da Educao, Histria da Educao Brasileira e Metodologia do Ensino de Histria? Como se d a utilizao dos materiais ofertados pelo Parfor no contexto da educao bsica?
Ocultar
|
-
Juliana Teixeira Souza (UFRN), Margarida Maria Dias De Oliveira (UFRN)
Ensinar Histria como se faz Histria: experincias formativas e produo de materiais didticos
Resumo:Esse trabalho resultado final de um projeto que ...
Veja mais!
Resumo:Esse trabalho resultado final de um projeto que propunha experimentar estratgias de formao docente diferenciadas, e buscava aproximar conhecimento terico e atividades prticas utilizando a metodologia da pesquisa histrica como referncia, viabilizando a articulao entre conhecimentos escolares e prticas sociais na formulao de problemticas de ensino-aprendizagem. Interessava-nos desenvolver estratgias didticas referenciadas pela metodologia da pesquisa histrica, colocando em debate o papel atribudo rea do conhecimento na licenciatura, superando a falsa dicotomia entre ensinar e produzir conhecimento, de modo a evidenciar a possibilidade de ensinar Histria como se faz Histria, seguindo o princpio que rege a produo metodizada da pesquisa histrica e orientando as problemticas de ensino-aprendizagem na perspectiva do tempo presente, em consonncia com a experincia local dos alunos. O desafio era que os licenciandos percorressem o caminho que forma o pesquisador - selecionando as fontes, formulando problemas, analisando dados e elaborando interpretaes sobre o ado - e fossem alm, dialogando com o pblico a quem se destina a Educao Bsica, assegurando que este apreendesse as informaes histricas para alargamento da experincia temporal, criando condies para comparaes e tomada de posicionamentos, viabilizando o pensar historicamente. O resultado dessa experincia foi a utilizao de processos criminais na produo de materiais didticos que privilegiam a histria local e promovem o debate de princpios e prticas de incluso social, considerando especialmente a situao da populao afrodescendente, grupo historicamente excludo da escrita da histria do Rio Grande do Norte. No processo de produo dos materiais didticos, os licenciandos foram habilitados a construir uma histria a partir de baixo e promover educao com qualidade social, experincia pautada em outro paradigma formativo, em que as metodologias, estratgias e conhecimentos consolidados pela Histria do ensino de Histria foram pontos de partida a serem superados em situao didtica, considerando-se o espao formal da escola como organizador de nossas atividades. Ao valorizar a produo metodizada da pesquisa histrica e as prticas de ensino, visando a conformao da formao acadmica s novas demandas da Educao Bsica, articulamos teoria e prtica, ensino e pesquisa, a universidade e a escola. O trabalho que ora apresentamos pretende, portanto, no apenas problematizar os paradigmas consolidados nos cursos de licenciatura em Histria, como tambm contribuir para a construo de novos modelos de formao inicial docente.
Ocultar
|
-
Luciano de Azambuja (IFSC - Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Santa Catarina)
Narrativa escolar, acadmica e profissional: perfil identitrio de professores-estudantes de uma terceira turma do Mestrado Profissional em Ensino de Histria da UFSC (2019)
Resumo: O objeto da pesquisa consiste na interpretao hi...
Veja mais!
Resumo: O objeto da pesquisa consiste na interpretao histrica do perfil identitrio de uma terceira turma de professores-estudantes do Mestrado Profissional em Ensino de Histria da Universidade Federal de Santa Catarina no primeiro semestre de 2019. Operacionalizada no mbito da disciplina Teoria da Histria, tambm ministrada pelo professor-pesquisador, os estudantes-professores foram convidados a participarem da investigao, encaminhou-se um Termo de Consentimento Livre Esclarecido e, por fim, um instrumento de investigao que solicitou que eles escrevessem a sua prpria narrativa escolar, acadmica e profissional a partir da seguinte sugesto de roteiro: ttulo original; nome completo, data e local de nascimento; nome completo, idade, ascendncia tnica, escolarizao e profisso dos pais; vida escolar: escola pblica ou escola privada; vida acadmica: escola pblica ou escola privada; vida profissional: escola pblica ou escola privada; fatos marcantes; por que e para que fazer o Mestrado Profissional em Ensino de Histria da UFSC; o que gosta de fazer; projetos futuros. A metodologia da pesquisa emprica procurou distinguir, articular e sintetizar os mtodos da pesquisa histrica (RSEN, 2007b), da didtica da histria, entendida como cincia do ensino e aprendizagem histrica (RSEN, 2012), e da pesquisa qualitativa de natureza narrativstica, descritiva e etnogrfica fundamentada nos pressupostos da Grounded Theory (FLICK, 2004). Quem so esses professores da educao bsica selecionados pelo PROFHISTRIA da UFSC? Quais as condies scio-econmicas objetivas das suas vidas prticas escolar, acadmica e profissional? Como subjetivam tais condies objetivas? Que significados e sentidos atribuem s experincias de suas vidas prticas escolar, acadmica e profissional? Na tripla perspectiva do campo da Educao Histrica, da experincia da cognio histrica situada (SCHMIDT; BARCA, 2009) e da categoria histrica epistemolgica narrativa de vida (AZAMBUJA, 2013), a hiptese do trabalho fundamenta-se terica, metodolgica e empiricamente no pressuposto de que a escritura de narrativas autobiogrficas dialgicas constitui fonte histrica relevante para a interpretao do perfil identitrio das amostras dos sujeitos da pesquisa, mobiliza os processos de ensino e aprendizagem histrica e a subjacente formao da conscincia histrica e da identidade histrica de professores-estudantes de um mestrado profissional em ensino de histria.
Ocultar
|
-
Mrcia Elisa Tet Ramos (Universidade Estadual de Maring)
Profhistria: possibilidade de articulao entre cincia, ensino e histria pblica
Resumo:Pretende-se tratar do projeto de implementao do ...
Veja mais!
Resumo:Pretende-se tratar do projeto de implementao do Mestrado Profissional em Ensino de Histria (Profhistria) como diferenciado/importante no sentido de propor a articulao entre a pesquisa cientfica, ensino e aprendizagem histrica e o chamado produto final como influenciador e multiplicador de aes didtico-pedaggicas fundamentadas/qualificadas, considerando tanto a esfera terica como metodolgica. Analisa-se a proposta, as linhas de pesquisa, presentes no Regimento Geral do Profhistria, considerando esta articulao entre a Histria escrita, ensinada e divulgada. As disciplinas Didtica da Histria: trajetria, desafios e perspectivas e Histria e Histria Pblica so destacadas para dimensionar a fundamentao do Profhistria, que enfatiza este ltimo campo, inclusive em seu Regimento. Considera-se ainda, que ao privilegiar a Histria Pblica, a fundamentao do Profhistria condiz com as pedagogias culturais, mesmo no citando esta categoria de explicao. Afirma-se a necessidade de se pensar o uso que se faz do ado, tambm na Histria Pblica, devido ao fato de que, nos ltimos 8-10 anos se tem circulado noes histricas que corroboram o conservadorismo e preconceito. Entende-se que a funo social do profissional da Histria a sua atuao como Pesquisador, Professor e Influenciador social, diante desta situao que mostra, no apenas em nvel nacional, a depreciao ou mesmo a negao da cincia conforme julgamentos superficiais e problemticos do ponto de vista da histria especializada e tambm, de uma sociedade que se pretende democrtica, portanto, igualitria, justa e solidria. Por fim, toma-se como exemplo, doze dissertaes defendidas no ano de 2018 no Profhistria no mbito da Universidade Estadual de Maring para mostrar a capacidade dos recm mestres em relacionar ensino, pesquisa e divulgao nas mesmas, mobilizando diversos saberes - segundo Tardif, 2002, saberes profissionais, disciplinares, curriculares e experienciais -, importantes para o profissional da educao, no caso, de histria (professor, pesquisador e influenciador), por meio de diferentes/originais temas, fundamentaes terico-metodolgicas e tipos de produto final.
Ocultar
|
-
Mnica Martins da Silva (UFSC)
A Pesquisa em Ensino de Histria no Contexto da Formao de Professores: Reflexes a partir das Experincias do Profhistria.
Resumo:O Profhistria um Programa de formao docente s...
Veja mais!
Resumo:O Profhistria um Programa de formao docente stricto sensu, organizado por meio de uma rede nacional, atualmente composta por 27 instituies, da qual a Universidade Federal de Santa Catarina faz parte, desde 2014. Constitudo com a finalidade de oferecer formao continuada para professores de Histria da rede bsica de Ensino, o curso tem oferecido inmeras possibilidades de desenvolvimento de pesquisas que promovem a reflexo sobre os saberes docentes, por meio da reflexo acerca de diferentes dimenses do trabalho docente, compreendendo-o como parte de um processo de construo de saberes que se entrelaam e se intercambiam no interior das escolas e das salas de aula, produzindo o que a historiografia do ensino de histria reconhece como o saber histrico escolar (MONTEIRO, 2007). Esse conceito tem possibilitado alargar a compreenso das prticas docentes compreendendo-as como processos de reconfigurao e mediao de saberes que agenciam as especificidades das culturas escolares na interface com as culturas mais amplas, com as demandas das polticas educacionais e curriculares e tambm com os saberes histricos delineados pela historiografia, por meio da pesquisa histrica acadmica. Os objetos de pesquisa que tem emergido no mbito do Profhistria apontam para um universo bastante amplo de metodologias de pesquisa em Ensino de Histria que vo desde o desenvolvimento de modalidades de pesquisas aplicadas como grupos focais e pesquisa-ao, a trabalhos que promovem a reflexo dos professores sobre a sua prpria prtica docente ou de outros professores, por meio de trabalhos de observao e entrevistas. No entanto, tem ganhado destaque os trabalhos que desenvolvem produtos educacionais destinados a professores ou alunos da educao bsica, como guias, roteiros, exposies, jogos, sites, livros, dentre outros, apontando para modalidades de investigao que dialogam com as demandas da sala de aula de histria e amplificam discusses sobre temas e metodologias que emergem no cotidiano escolar. Como professora e coordenadora do Profhistria/UFSC, por dois mandatos consecutivos, tambm atuando em diferentes momentos na disciplina Seminrio de Pesquisa, acumulei percepes sobre as linhas e modalidades de pesquisa que so pertinentes ao curso, sobretudo ao que que compreendido como a dimenso propositiva da pesquisa e sobre a qual pretendo refletir nesse texto, a partir da anlise dos 10 trabalhos defendidos pela primeira turma da UFSC, delineando as escolhas temticas, tericas e metodolgicas dos trabalhos desenvolvidos na instituio, tambm tecendo algumas reflexes sobre os limites e as possibilidades para a pesquisa em Ensino de Histria nos mestrados profissionais.
Ocultar
|
-
Sueli de Ftima Dias (UEL - Universidade Estadual de Londrina)
ENSINO DE HISTRIA E EDUCAO HISTRICA: Relaes da formao continuada no Estado do Paran
Resumo:O ensino de Histria consolida-se como objeto de e...
Veja mais!
Resumo:O ensino de Histria consolida-se como objeto de estudos a partir de fins do sculo XX contemplando discusses acerca de metodologias, mudanas curriculares e diferentes pressupostos terico-metodolgicos, dentre os quais, a Educao Histrica, embasada em fundamentos tericos e filosficos da cincia da Histria e apoiada em concepes propostas por pesquisadores como Jorn Rsen defendendo a ressignificao da aprendizagem da disciplina e o desenvolvimento da cognio histrica (SCHMITD, 2018). Nesse artigo prope-se analisar o processo de apropriao das ideias da Educao Histrica entre os professores da rede pblica estadual de ensino no Estado do Paran e as relaes que estabelecem entre esse aporte terico-metodolgico e suas prticas pedaggicas. Trata-se de uma investigao qualitativa, de carter exploratrio descritivo, integrada pesquisa de doutoramento em desenvolvimento no Programa de Ps-Graduao em Educao, na Universidade Estadual de Londrina (UEL), que analisa abordagens do ensino de Histria na formao continuada dos professores vinculados Secretaria de Estado da Educao no Estado do Paran (SEED-PR). A interlocuo e a coleta de dados foram realizadas com questionrios e entrevistas de questes estruturadas e semiestruturadas. O espao representativo da pesquisa o Ncleo Regional de Ensino de Apucarana que se constitui como uma das 32 unidades que representa a SEED-PR, reunindo 16 municpios da regio norte do Estado, com aproximadamente 150 professores efetivos na docncia da disciplina de Histria e, portanto, sujeitos do estudo e participantes dos processos de formao continuada oferecidos por essa rede. Nos resultados dessa anlise apresentam-se concepes de professores a respeito da Educao Histrica e consideraes relacionadas aos princpios que a constituem e esto presentes no processo ensino e aprendizagem. Observa-se que professores relacionam esse aporte terico-metodolgico formao continuada e o desenvolvimento de prticas pedaggicas em aulas de Histria destacando as Diretrizes Curriculares Estaduais de Histria, eventos promovidos pela SEED-PR e parcerias de formao com Instituies de Ensino Superior (IES) que mantm ncleos de estudos nessa temtica. Considera que professores associam Educao Histrica a metodologias no ensino de Histria ou reconhecem elementos que a compem possibilitando anlises da complexificao destas relaes (BARCA, 2012) e da organizao de aes educacionais que orientam o processo de ensinar e aprender.
Ocultar
|