ST - Sesso 1 - 16/07/2019 das 14:00 s 18:00 187213
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Cindy Lorena Pinilla Rueda (UFC - Universidade Federal do Cear)
Semanrio Voz Proletria: Opinio comunista na crise de representao poltica da Frente Nacional Colombiana. 1969-1971.
Resumo:O objetivo desta pesquisa determinar quais opini...
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Resumo:O objetivo desta pesquisa determinar quais opinies tinha o Semanrio Voz Proletria e de que forma refletiu sobre a campanha eleitoral de 1969 e as eleies presidenciais e legislativas de 1970, distinguindo o lugar do Partido Comunista Colombiano na substancial apertura da participao poltica no sistema poltico da Frente Nacional durante a crise de representao dos anos 1969-1971. importante, ento, lembrar que as ltimas eleies da Frente Nacional representaram uma briga pela apertura da participao poltica alm dos dois partidos polticos tradicionais. Essa briga, que se recrudesce a partir de 1970, gera uma movimentao interessante na militncia do partido comunista e que foi protagonista no semanrio Voz Proletria.
Para alcanar este objetivo se colocaram trs perguntas para orientar este debate: Primeira, foi a reforma constitucional de 1968 uma verdadeira garantia de participao poltica de todos os setores no sistema bipartidrio da Frente Nacional?; segunda, qual a opinio e como mostrou as campanhas eleitorais regionais e nacionais de 1969 e comeos de 1970?; e a terceira, de que forma reagiu ao resultado da eleio presidencial e como interpretou a crise representativa dos espaos legislativos em 1970 e 1971?. Assim, neste artigo se buscar entender tambm o conceito de crise no discurso poltico do Semanrio Voz Proletria ao refletir sobre a situao da Frente Nacional nas suas ltimas eleies presidenciais do ano de 1970, pois particularmente interessante que na historiografia sobre o Frente Nacional s se pensa na sua crise desde o ano de 1974, quando acaba o Frente Nacional formalmente. Nesse sentido, se ver o tema da oposio do Partido Comunista Colombiano ao sistema bipartidrio desde o jornal, visto que a Frente Nacional se baseou na participao igualitria, que s era para dois partidos polticos: O Partido Liberal e o Partido Conservador. Nesse estudo da oposio se far a anlise das dinmicas internas do partido comunista com a sua militncia, e as diretrizes ideolgicas e de pratica poltica nesses anos de crise. Finalmente, o presente estudo se entende necessrio no contexto poltico e social atual dum pais como a Colmbia que a por um processo de paz depois de mais de meio sculo de conflito armado interno e que atingiu sociedade colombiana toda. Essa necessidade nasce da oportunidade, ainda difcil, que est tendo o pais de conhecer e se aproximar a verdade e as circunstancias daquele conflito. No estudo preliminar da literatura sobre o tema, pode se ver que o analise do comunismo colombiano durante a Frente Nacional tem estudos disponveis; porm a reflexo sobre o comunismo desde o seu aparelho de comunicao, ou seja o Semanrio Voz Proletria, no muito estendida.
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Davi Monteiro Abreu (SEMED)
Representaes anticomunistas na imprensa amazonense (1935-1937)
Resumo:No Amazonas entre 1935 a 1937 foram constante as a...
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Resumo:No Amazonas entre 1935 a 1937 foram constante as aes contra o credo russo. Muito dessas batalhas contra o comunismo se deram posterior aos levantes de novembro de 1935, no entanto, antes desse perodo j era possvel identificar manifestaes anticomunistas. Eram comuns nas revistas e jornais que circulavam no Amazonas discursos anticomunistas, como, relatos sobre a Rssia ps-revoluo, aes de Josef Stalin, notcias que chegavam pelas agncias que comunicavam sobre expurgos, morte e toda a espcie de calamidades ocorridas na Unio das Repblicas Soviticas Socialistas (URSS). O comunismo tratado neste captulo refere-se ao marxismo-leninismo, bolchevismo ou modelo russo do comunismo, que se apresentou ao palco da histria em outubro de 1917, durante a Revoluo Russa. Por sua vez, o anticomunismo refere-se as lutas encampadas por grupos que se opunham ao comunismo sovitico.
No Amazonas, durante o perodo estudado, observamos que as primeiras notcias anticomunistas se deram com o surgimento da ANL, posteriormente, percebemos uma querela facciosa envolvendo o governador do Amazonas, lvaro Maia (PPA), com o senador Tavares de Cunha Mello (PSA) tambm regida com teor anticomunista e essa querela est relacionado a chegada a caravana da ANL no Amazonas. J em novembro de 1935, aps a apreenso das quatro bombas de dinamites e o descobrimento dos planos para depor o governador do Amazonas e os levantes de Natal, Recife e Rio de Janeiro, a imprensa explorou com mais afinco esse discurso.
Aps a Intentona Comunista o medo ao comunismo, que j existia, tomou grandes propores. Dessa forma, j que existia um grupo organizado que visava realizar a revoluo mundial e, consequentemente, dominar o Brasil, se levantaram tambm indivduos e grupos que tinham como objetivo combater os comunistas e frustrar seus sonhos.
Neste nterim, observando as fontes, percebemos que os grupos mais articulados e organizados para combater o comunismo eram os catlicos, em especial os intelectuais que compunham a Ao Catlica e o Centro Dom Vital, e os membros da Ao Integralista Brasileira. Logicamente, possvel perceber outras instituies e indivduos que tambm se levantaram contra o credo vermelho, como, por exemplo, polticos, intelectuais, acadmicos, entre outros, mas, a presena dos discursos dos membros da Ao Catlica e dos integralistas se vazia com maior intensidade.
Dessa forma, nesta comunicao temos como objetivo abordar o anticomunismo no estado do Amazonas, dando destaque para personagens e eventos que deram coro para a propagao desse discurso, assim como, as representaes (aes e imaginrios) que cercaram a sociedade amazonense entre 1935 a 1937.
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Marlise Regina Meyer (PUCRS - Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul)
Comunismo e anticomunismo: o discurso de Life en Espaol para a Amrica Latina ( 1953-1959)
Resumo:Em 1953 foi criada nos Estados Unidos a United Sta...
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Resumo:Em 1953 foi criada nos Estados Unidos a United States Information Agency USIA -, agncia destinada a fortalecer as aes diplomticas dos Estados Unidos no contexto da Guerra Fria. A agncia no era um rgo isolado, mas estava ligada a uma rede de outras instituies que vinham sendo criadas no ps Segunda Guerra, a fim de consolidar a hegemonia norte americana no mundo. A agncia contou com uma rede de colaboradores, entre os quais alguns setores da imprensa internacional. A produo da agncia tinha suas aes nos diferentes campos da cultura como rdio, cinema, produo cientfica, literria, filosfica, entre outros. Essas aes eram elaboradas pela Agncia Central de Informaes dos Estados Unidos (CIA), que atuou fortemente na fabricao industrial do consenso baseado na propaganda encoberta, na guerra psicolgica e na organizao de frentes culturais. Nesse contexto, tambm em 1953, a revista norte-americana Life, do grupo Time-Life, lanou uma verso em lngua espanhola que ou a circular quinzenalmente e era distribuda em alguns estados dos Estados Unidos (Nova York, Flrida e Califrnia), na Espanha e pases da Amrica Latina. Seu objetivo era aproximar-se mais do pblico-latino americano, difundir o american way, combater o anti-americanismo, promover o anticomunismo e combater os nacionalismos no sub-continente. O perodo marcado por uma srie de tratados e organizaes que visavam regular as relaes interamericanas, sob a hegemonia dos Estados Unidos. Na contramo desse processo, na Amrica Latina, muitos pases adotavam uma poltica nacionalista num clima de crescente oposio a poltica imperialista norte-americana. O objetivo do estudo , de um lado, identificar e compreender as relaes da publicao em lngua espanhola com o projeto imperialista do estado norte-americano e, de outro, atravs da anlise de textos e imagens publicadas no peridico, analisar de que forma a hegemonia cultural, sobretudo no que se refere ao anti-comunismo, foi construda especialmente na sua dimenso cultural e miditica. O entendimento que a revista Life en Espaol, dirigida por Henry Luce, integrou a ampla rede de colaboradores que ajudaram a efetivar esse projeto poltico-cultural dos Estados Unidos. Nesse sentido, a partir da perspectiva terica de Soft Power de Joseph Nye, o artigo discute a relao da publicao em lngua espanhola com os objetivos estratgicos norte-americanos no campo cultural.
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Matheus Felipe Almeida da Silva (UNEB - Universidade do Estado da Bahia)
Anticomunismo no Recncavo da Bahia: perseguio ao governo de Joo Goulart pelos peridicos de Cachoeira e So Flix.
Resumo:O objetivo desse trabalho apresentar os posicion...
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Resumo:O objetivo desse trabalho apresentar os posicionamentos dos jornais A Cachoeira e Correio de So Flix sobre o golpe civil-militar de 1964. O golpe civil-militar no Brasil em 1964 contou com uma grande participao popular contra o presidente Joo Goulart, que foi visto como um comunista frente ao poder presidencial do pas. notvel que o anticomunismo no Brasil no comeou na dcada de 60, apenas fortaleceu-se com a possvel ameaa vermelha das aes do presidente vista pela burguesia e polticos de direita como uma transformao para um novo pas comunista. Os meios de comunicao em geral foram essenciais para a propagao dessa viso repulsiva aos ideais vindos da Rssia. Os jornais da poca, alm de informar os acontecimentos do pas, influenciavam uma grande massa com inmeras matrias alertando o leitor sobre a desordem e os problemas econmicos que seriam promovidos com implementao de um poder comunista no pas. Alm dos jornais mais conhecidos das capitais brasileiras, muitos jornais eram produzidos nas cidades do interior e que tambm foram importantes para circular o esprito coletivo, ampliando uma cultura poltica que englobasse a maior parte de seguidores contra o comunismo.
Dentre todos os meios de comunicao patrocinados pela burguesia e grupos de direita (inclusive grupos femininos da Igreja catlica nas marchas contra o governo) que foram utilizados como difusor de ideais que eram contra o governo de Joo Goulart, o artigo prende-se na tentativa de entender os posicionamentos da imprensa interiorana na poca. Mais precisamente nos jornais que agiam nas cidades de Cachoeira e So Flix, locais de grandiosos acontecimentos histricos para a histria nacional, que fazem parte do Recncavo da Bahia e que expressaram o receio pelo governo de Jango, apoiando e influenciando os leitores sobre a necessidade do golpe civil-militar. Curiosamente, visto que os posicionamentos anticomunistas encontrado nos jornais pesquisados so realizados num perodo de tempo muito prximo do golpe militar, diferenciando de outros jornais que j faziam crticas desde a entrada de Jango no poder. Portanto, quais foram os possveis motivos para esses jornais se apresentarem contra o governo, sendo que tal deciso foi relativamente tardia em comparao a outros peridicos do Brasil?
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Raimundo Nonato Pereira Moreira (Universidade do Estado da Bahia (UNEB))
"No altar da Internacional": anticomunismo e antissemitismo em dois psteres do Exrcito "branco" durante a Guerra Civil Russa (1918-1921)
Resumo:O presente trabalho discute, a partir da anlise d...
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Resumo:O presente trabalho discute, a partir da anlise de dois psteres do Exrcito "branco", utilizados durante a Guerra Civil Russa (1918-1921), as noes de comunismo e anticomunismo. Em consonncia com a proposta do Simpsio Temtico, segundo a qual comunismo e anticomunismo so culturas polticas mobilizadoras que desempenharam um papel fundamental em inmeras conjunturas ao longo do sculo XX, nos cenrios nacional e internacional, e partindo da premissa segundo a qual a Revoluo Russa tambm foi travada no terreno das "lutas de representao" (Cf. CHARTIER, 1990, p. 13-28), a comunicao coloca em debate as relaes entre anticomunismo e antissemitismo no contexto da "Era da catstrofe" (HOBSBAWM, 1995, p. 15). Portanto, a apresentao reitera que, na Rssia, ao tempo em que os exrcitos "vermelho" e "branco" se enfrentavam em uma sangrenta guerra civil, revolucionrios e contrarrevolucionrios travavam outra peleja: aquela que ocorreu no campo das representaes. Como estratgia de exposio, o autor optou por abordar aspectos referentes a dois psteres de propaganda anti-bolchevique, veiculados pelos brancos - "Sacrifcio para a Internacional (c. 1919) e "Paz e Liberdade em Sovpedia" (c. 1919). Uma hiptese de trabalho que orientou a escolha a de que as ferramentas tericas e metodolgicas da Histria Cultural e dos estudos acerca do imaginrio poltico podem contribuir para a anlise da Revoluo Russa e de alguns dos seus desdobramentos ao longo do sculo XX. Finalmente, o trabalho aborda alguns dos desdobramentos das representaes anticomunistas no Brasil ao longo do sculo XX. Sobre o ponto em anlise, Sobre o ponto em anlise, Motta (2002, p. 18-21, 47-52, 69, 91-92) assinalou que a associao entre o comunismo e o demnio foi um tema estruturante do imaginrio anticomunista (especialmente no que concerne matriz religiosa do fenmeno). Conforme os adversrios do bolchevismo, as ideias defendidas pelos adeptos de Lnin opunham-se aos postulados centrais do Cristianismo: negavam a existncia de Deus e professavam o materialismo ateu; propunham a luta de classes violenta, em oposio ao amor e caridade crists; pretendiam substituir a moral crist e destruir a famlia; e levariam ao desaparecimento da Religio. O comunismo foi identificado por seus antagonistas como a imagem do Mal, causador do sofrimento, do pecado e da morte. E mais: a ao dos comunistas traria diversas formas de sofrimento: fome, misria, tortura e escravido. Conforme os detratores, se os comunistas eram responsveis por um cortejo to grande de desgraas, por que no os relacionar ao Prncipe das Trevas, fonte suprema de todo o mal? luz da interpretao aludida, a Rssia bolchevique no ava de um Inferno Terrestre.
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ST - Sesso 2 - 17/07/2019 das 14:00 s 18:00 1e5t6h
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Elisangela Alves Almeida
"A famlia crist rende graas a Deus e s gloriosas Foras Armadas: a Marcha da Famlia e a adeso ao golpe civil militar em Alagoinhas, Bahia
Resumo:O presente trabalho investiga a Marcha da Famlia,...
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Resumo:O presente trabalho investiga a Marcha da Famlia, com Deus, pela Democracia, realizada no municpio de Alagoinhas, Bahia, em 1 de maio de 1964. O conceito de "imaginrio", discutido em dilogo com Laplantine e Trindade (2003), d conta da complexidade das representaes negativas construdas sobre o comunismo no prenncio do golpe de 1964. Motta (2002) destaca o anticomunismo como pea fundamental de um longo processo, provavelmente iniciado aps a Revoluo Russa, mas vel de ressignificaes a cada novo evento mundial, a exemplo da Segunda Guerra Mundial. Pensando o cenrio brasileiro da dcada de 1960, marcado por presses sociais e polticas, tais representaes resultavam do temor dos setores conservadores ao suposto perigo bolchevista, que rondava a soberania nacional. Dessa maneira, a anlise do corpus bibliogrfico especfico e das fontes jornalsticas, orais e documentais sobre a difuso das Marchas da Famlia, com recorte em Alagoinhas, possibilita avanar o estudo das representaes e oposies ao iderio comunista. Sabe-se que o conceito de anticomunismo foi concebido na viso dos conservadores contrrios ao governo Goulart, visualizando no ideal nacional-reformista uma terrvel ameaa famlia, Igreja e nao brasileira. O interesse pela problemtica remonta ao estudo defendido em 2017, que se intitula "A Marcha da Famlia, com Deus, pela Democracia: Histria, Memria e Esquecimento". No trabalho em questo, realizamos o mapeamento dos acontecimentos antecedentes e precedentes Marcha alagoinhense, baseado no recorte temporal dos anos de 1960-65. Agora, com projeto aprovado pelo Programa de Ps-Graduao em Histria, Cultura e Prticas Sociais (PPGHS), financiado pela CAPES, expandimos o perodo para o ano de 1968, apostando numa investigao coerente, de modo a superar os desafios que no foram possveis explorar nos limites do estudo anterior. O amadurecimento do debate possibilita traar o perfil e o papel dos grupos sociais envolvidos na Marcha ocorrida em Alagoinhas e a repercusso do golpe civil militar em regies afastadas dos grandes centros urbanos. Como se pode interpretar, nosso estudo resgata as potencialidades desses eventos para a histria local. A Marcha alagoinhense implica em alguns questionamentos acerca das entrevistas realizadas com expoentes da ala esquerdista em evidente silncio acerca do evento. Assim, as reflexes no se esgotam nas que foram trazidas nesse texto, uma vez que contemplamos em Alagoinhas um cenrio propcio a novas investigaes, diante da permanncia do discurso de resistncia, que relega a Marcha e a participao civil no golpe o status de fatos convenientemente desconhecidos.
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Everaldo de Jesus
Anticomunismo e comunismo na trajetria de Dom Timteo
Resumo: Dom Timteo nasceu em Minas Gerais, em 1910. Foi ...
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Resumo: Dom Timteo nasceu em Minas Gerais, em 1910. Foi seminarista na adolescncia, mas desistiu da vida religiosa e Iniciou um curso de Direito em Minas Gerais. Finalizou sua diplomao no Rio de Janeiro, no comeo da dcada de
1930. No Rio, casou-se com Jenny Hungria, em 1935, que veio a falecer em 1938. Decidido a no mais se casar, ele entrou para o Mosteiro de So Bento Do Rio de Janeiro, em 1940. Em 1965 foi eleito abade ddo Mosteiro da Bahia, onde ganhou notoriedade na defesa de estudantes e movimentos sociais durante o perodo da ditadura civil-militar (1964-1985). Faleceu em Salvador, em agosto de 1994.
. Dom Timteo revelou que at 1964 era anticomunista e at torceu pela
Revoluo. No entanto, declarou em uma de suas entrevistas que o convvio com Dom Helder Cmara j Havia feito enxergar os conflitos entre opositores e o regime militar com
outros olhos.
Essa mudana de postura diante do recrudescimento das condies sociais e polticas suficiente para justificar o abandono de uma ideologia antimarxista? Entre os religiosos isto parecia assentada em dogmas e preceitos solidificados em dcadas de formao, e em Dom Timteo no foi diferente. Nas dcadas de 1930 e 1940 foi articulista da revista conservadora "A Ordem", que tinha como eixo editorial combater o comunismo entre os jovens e operrios e o 'positivismo' enptre os intelectuais e as classes privilegiadas.Embora a imagem pblica de Dom Timteo seja de um defensor das liberdades e inimigo da ditadura militar, isso uma contradio ao seu anticomunismo manifesto? A essa questo, soma-se outra assertiva: entre os religiosos, a distino entre conservadores e progressista coloca estes alinhados e apoiadores dos comunistas? Em Dom Timteo, como isto opera?
O objetivo da comunicao trazer ao debate uma reflexo sobre dois plos que s vezes se confundem como um s: comunismo x anticomunismo, conservadorismo x progressismo.
As fontes documentais ligadas a Dom Timteo, cujo arquivo pessoal foi aberto recentemente, fornecem materiais de pesquisa interessante para aprofundar essa discusso, entre eles destacamos um "curso de marxismo", datado de 1962, onde Dom Timteo compara comunismo e naturalismo e os v como pensamento anticristo.
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Luciane Silva de Almeida (IFMG - Sabar)
Adoradores do demnio, inimigos de deus: representaes batistas sobre o comunismo de 1917 a 1970
Resumo:O anticomunismo brasileiro sem dvida um dos fen...
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Resumo:O anticomunismo brasileiro sem dvida um dos fenmenos/imaginrios polticos que mais influenciou momentos decisivos na histria do Brasil republicano. Ao longo das ltimas dcadas, vrios pesquisadores vm dedicando-se a comprovar essa importncia e caracteriz-lo. O artigo proposto pretende seguir esta linha trazendo os protestantes, como um novo sujeito produtor e difusor deste imaginrio ao tempo em que avalia a importncia e o impacto deste na sociedade brasileira.
Neste sentido, apresentaremos um estudo das manifestaes e ideologias anticomunistas construdas e difundidas pelos evanglicos brasileiros, em especial pelos batistas, no perodo que vai de 1917, ano que marca a ecloso da Revoluo Russa e que, segundo os pesquisadores do tema, marca tambm o advento do anticomunismo no Brasil; at os anos finais da dcada de 1960, quando a consolidao dos militares no poder levou ao entendimento de que a ameaa de comunizao do pas estaria extinta.
Recentemente, o anticomunismo ganhou uma atualidade notvel dentro do cenrio poltico brasileiro, verificado desde o ano de 2013, nos eventos que levaram ao processo de impeachment da ento presidente Dilma Roussef, at 2018, quando ocupou papel de protagonista no processo eleitoral presidencial. A exemplo do que aconteceu ao longo de toda a histria do anticomunismo brasileiro, nas manifestaes atuais, os sentimentos de paixo e ira so motores deste imaginrio.
Dentro deste contexto, a atuao dos polticos evanglicos vem se destacando de forma surpreendente. Considerando o espantoso aumento no nmero de protestantes na poltica institucional, em especial neopentecostais, verificado nas ltimas dcadas, no h como deixar de lado a contribuio deste grupo na construo do imaginrio anticomunista atual, bem como na imposio do seu modelo tico dentro de um Estado brasileiro, constitucionalmente laico.
Entendendo os protestantes como um importante setor da sociedade brasileira, e considerando os batistas como um dos maiores e mais coesos grupos dentro deste meio, o artigo prope mostrar como este grupo elaborou vises de mundo que determinaram suas formas de sociabilidade, ao e demarcao de espao, tanto no campo religioso, quanto em suas relaes com a poltica e a sociedade brasileira.
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Micarla Natana Lopes Rebouas (Secretria de Educao e Cultura do Estado do Rio Grande do Norte)
A tempestade ou, graas a Deus!: o jornal A Ordem e as ressonncias dos Levantes Comunistas de 1935
Resumo:Explorando o conjunto imagtico/discursivo lanado...
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Resumo:Explorando o conjunto imagtico/discursivo lanado pelo jornal A Ordem na ocasio dos levantes comunistas de 1935, o presente artigo tem como objetivo analisar a produo do discurso anticomunista e sua relao com os projetos em torno recatolizao empreendido pela Igreja Catlica, no Rio Grande do Norte, em meio ao recrudescimento das batalhas anticomunistas. A cidade de Natal, de aproximadamente 40 mil habitantes, assistiu, na noite de 23 de novembro de 1935, a concretizao de um dos maiores temores catlicos: uma experincia comunista em terras brasileiras. O som dos disparos que saa do 21 Batalho de Caadores, naquela noite, quebrara a normalidade do sbado, embora somente na manh seguinte seus habitantes e as prprias autoridade locais viriam a saber o que de fato havia ocorrido e as suas reais propores. O to temido golpe extremista havia sido dado, e a cidade amanhecia como palco do primeiro ato da tragdia (COSTA, 1995). Enunciada como uma tempestade, a chamada Intentona Comunista abriu um terreno valioso para que se referendasse todo o conjunto imagtico constitudo ao redor da ameaa sovitica, urdido cuidadosamente pelo veculo catlico desde suas primeiras edies. Para o A Ordem, os acontecimentos de novembro no poderiam ser encarados como uma simples quartelada, mas sim, como puro comunismo. Interessava, pois, naquele momento, caracterizar o movimento como essencialmente comunista, fruto da ao subversiva da ANL sob a coordenao da Terceira Internacional, uma conspirao cuidadosamente orquestrada e organizada pelos extremistas sobre a qual haveria o jornal premunido os leitores. Potencializam-se os mecanismos de produo do medo que fizeram com que o discurso preventivo dos primeiros meses de 1935, desse lugar ao discurso prescritivo que marca as investidas anticomunistas ps-levantes, amparado, sobretudo, nas propostas em torno da chamada profilaxia social. Os impactos da tempestade e o cenrio de desordem por ela deixados, portanto, foram providenciais para a consolidao do imaginrio anticomunista nas pginas do A Ordem, mas mais do que isso abriram espao para que a Igreja demarcasse seu lugar nas disputas polticos-ideolgicas. a partir desse panorama de montagem das frentes de combate ao comunismo ps-levantes, que este artigo se debrua /sobre os impactos da chamada Intentona Comunista na composio do imaginrio anticomunista, perscrutando como a imprensa catlica, mais especificamente o jornal A Ordem, explorou as ressonncias do Levante, em Natal, como importante elemento de coeso das foras catlicas em torno do inimigo, tornando indissociveis o recrudescimento das batalhas anticomunistas e a defesa do projeto recatolizador da sociedade.
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Railton Souza Santos (SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO DE SERGIPE)
DE ILUSTRE A SACERDOTE DO DIABO: a reao da imprensa sergipana diante da agem do padre Alpio de Freitas por Sergipe (1963-1964)
Resumo:A imprensa age no campo poltico-ideolgico, de mo...
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Resumo:A imprensa age no campo poltico-ideolgico, de modo que todo jornal escolhe os acontecimentos e hierarquiza as informaes, as notcias e opinies que estaro em suas pginas, segundo seus critrios. Logo, preciso considerar o agir da imprensa como prtica constituinte da realidade social, o que implica articular sua anlise ao campo de lutas em torno de projetos polticos. Reconhecendo a importncia dos peridicos para o enriquecimento historiogrfico, a presente comunicao tem por objetivo analisar como a presena do padre Alpio de Freitas, que esteve em Sergipe, pregando a favor das reformas de bases e da mobilizao dos trabalhadores, repercutiu em rgos da imprensa sergipana, s vsperas do golpe civil-militar de 1964. Na poca, pessoas que defendessem reforma agrria, explorao, imperialismo, ou de alguma forma trouxessem a bandeira da libertao econmica e social dos menos favorecidos, eram atreladas ao comunismo, ficando suscetveis s crticas dos anticomunistas.
Portugus de nascimento e radicado no Brasil, o padre Alpio de Freitas foi jornalista, promotor e incentivador de diversos movimentos sociais e associaes cvicas, com destacada atuao no Nordeste brasileiro. Sua agem por terras sergipanas foi registrada pelos jornais locais Flha Popular, Flha Trabalhista e Flha de Lagarto. Nesse ltimo, publicada, em 1963, uma nota do presidente da Associao Sergipana de Imprensa, na qual o referido padre figura como sendo o Sacerdote do Diabo, pesando sobre ele a acusao de ser subversivo e perigoso comunista. Nesse sentido, esta pesquisa tambm pretende reconstituir parte das estratgias polticas das esquerdas, populares e nacionalistas, que no governo de Joo Goulart, em processo de radicalizao crescente, participaram intensamente das lutas e dos conflitos polticos do perodo, principalmente no sentido de pressionar o presidente para apressar as reformas prometidas, em especial a agrria. possvel afirmar que a presena de Alpio de Freitas, figura associada ao comunismo pela prpria ala conservadora da Igreja Catlica provocou diversas manifestaes de apoio por parte dos grupos polticos trabalhistas e comunistas, mas atraiu a ira e o temor daqueles ligados s foras conservadoras e latifundirias de Sergipe.
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ST - Sesso 3 - 19/07/2019 das 08:00 s 12:00 4c3kw
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Alejandra Luisa Magalhes Estevez (Departamento Multidisciplinar da Universidade Federal Fluminense)
ividade da classe ou silenciamento da memria? a trajetria do PCB durante a ditadura no sul fluminense
Resumo:A memria e os estudos sobre os trabalhadores e o ...
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Resumo:A memria e os estudos sobre os trabalhadores e o movimento sindical durante a ditadura civil-militar brasileira deu nfase s experincias associadas ao movimento do Novo Sindicalismo e tratou o perodo anterior, do golpe at o contexto de redemocratizao (1964-1978), como de ividade da classe e de predomnio dos setores ditos "pelegos" no movimento sindical. Mais recentemente, a partir das investigaes da Comisso Nacional da Verdade e das comisses da verdade em mbito estadual, municipal e, mesmo, em universidades e sindicatos, esta interpretao vem sendo revista. Apesar das inmeras medidas repressivas voltadas contra a classe trabalhadora e seu movimento, uma srie de outras experincias, em diversas partes do pas, vem demonstrando que o movimento operrio buscou dar respostas ao autoritarismo emanado do Estado e das empresas.
Este trabalho pretende revisitar este perodo histrico, a partir da experincia operria na regio Sul Fluminense (RJ), especialmente na cidade de Volta Redonda, sede da Companhia Siderrgica Nacional, iluminando a trajetria de trs lideranas comunistas, no interior dos sindicatos e no espao urbano e poltico das cidades de Volta Redonda, Barra Mansa, Barra do Pira e Pira. Os setores comunistas, juntamente com os movimentos catlicos e suas dissidncias e os setores armados estabeleceram relaes importantes na oposio poltica ao regime e partilham memrias de perseguio poltica e ao coletiva. No imediato ps-Golpe, os primeiros inquritos policiais militares (IPM) instaurados na regio envolveram o prprio Partido ou militantes comunistas. No meio sindical, no dia 1 de abril de 1964, o Sindicato dos Metalrgicos, maior sindicato da regio, teve sua sede invadida e seus diretores tiveram o mandato cassado. Um cenrio pleno de violaes emergiu da nova conjuntura, no entanto, seus militantes lanaram mo de velhos e novos repertrios de ao para enfrentar as foras militares, empresariais e o poder poltico local.
Nossa inteno , atravs destas trajetrias de vida e experincias de luta, refletir sobre as relaes estabelecidas entre o PCB central e as clulas estabelecias no sul fluminense, bem como os mecanismos de controle e represso que se abateram sobre o movimento operrio, especialmente os militantes do PCB na regio, considerando na anlise as relaes de poder e as estruturas sociais vigentes.
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David Ricardo Sousa Ribeiro (Escola Mbile)
O PCB e a Revoluo Democrtico Burguesa no processo de constituio da Repblica de 46
Resumo:No incio da dcada de 1970, com a publicao do a...
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Resumo:No incio da dcada de 1970, com a publicao do artigo Origens do Sindicalismo Populista: a conjuntura do aps guerra de Francisco Weffort, surgiu um intenso debate sobre a conduta do Partido Comunista do Brasil durante a formao da democracia que vigorou na Repblica de 46. Em meio ao consenso historiogrfico quanto existncia de apenas dois projetos / foras polticas (Vargas vs. Liberais) em disputa durante a democratizao, despontaram interpretaes divergentes a respeito da maneira como o PCB se portou frente elas. Enquanto alguns autores afirmam que os comunistas se submeteram ao controle exercido por Getlio Vargas, outros entendem que havia uma convergncia de interesses entre eles, sendo a formao de uma aliana com o ditador o nico meio que o partido tinha naquela conjuntura para garantir a sua sobrevivncia.
Atrelado a esse debate, analisarei o Projeto de Nao defendido pelos comunistas durante a formao do regime democrtico a fim de comprovar que as foras polticas envolvidas nos conflitos vigentes durante esse processo no se restringiram ao ditador e aos liberais agrupados em torno da UDN. Trabalho com a hiptese de que a existncia de um projeto prprio de nao indica, assim como outros fatores, uma condio autnoma do PCB ao longo da democratizao. Pretendo, assim, analisar a atuao do PCB para alm das questes atreladas a organizao do movimento sindical - recorte utilizado na maioria dos estudos sobre essa temtica o que permitir a identificao de outros fatores responsveis pelo carter conflituoso que marcou a democratizao.
Nesse sentido, abordarei o carter reformista das propostas que compunham o Projeto de Nao pecebista, as influncias externas que incidiram na sua formulao, a maneira como ele se associava ideia de Revoluo Democrtica Burguesa, a leitura de Brasil e do seu povo sobre a qual se estrutura o documento, a concepo de democracia presente no seu contedo e os traos de permanncia que ele possua em relao ao programa traado pela ANL em 1935. Tambm estabelecerei uma comparao entre os Projetos de Nao pecebista e varguista, novamente com o intuito de comprovar a autonomia do partido e tambm para explicar o que motivou sua aproximao em relao ao ditador.
Por fim, vale destacar que essa breve reflexo fruto da tese de doutorado que venho desenvolvendo sobre a maneira como a mobilizao poltica articulada pelo PCB influenciou o processo de formao do regime democrtico que vigorou durante a Repblica de 46.
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Ede Ricardo de Assis Soares (UFBA)
Os primeiros contatos e interveno da III Internacional para a fundao do PCB (1921-1922)
Resumo:Neste trabalho apresentaremos os resultados parcia...
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Resumo:Neste trabalho apresentaremos os resultados parciais da pesquisa sobre o PCB e a Internacional Comunista, na dcada de 1920. O nosso objetivo principal identificar a influncia da Internacional sobre o processo de fundao do Partido Comunista.
Nossa investigao se debrua sobre documentos que constituem o Опись 29. Коммунистическая партия Бразилии (Inventrio 29. Partido Comunista Brasileiro), vel na base de dados Документы советской эпохи (Documentos da era sovitica), do Arquivo Estatal Russo de Histria Scio-Poltica, RGASPI. Essa coleo constituda por cartas, informes, boletins, resolues, atas e relatrios. Documentos constituintes da rotina istrativa entre a IC e o PCB. A partir dessas fontes, apresentaremos nossas anlises sobre os seguintes aspectos da relao entre ambos: a atuao da Internacional junto aos comunistas brasileiros durante o perodo que antecedeu o I Congresso, em 1921, em seguida, a interveno direta da IC para a fundao do PCB, em 1922.
A Internacional Comunista foi criada em 1919, por uma proposta dos comunistas russos, liderados por Lnin, para dirigir a revoluo mundial. A IC era composta de sees nacionais, os partidos comunistas. Estes partidos, segundo a Internacional, deveriam ser formados por militantes revolucionrios, disciplinados e organizados, tal qual o Partido Bolchevique. Afinal, a IC havia sido pensada para ser o estado-maior da revoluo mundial e para isso exigia das sees nacionais a aceitao integral de vinte uma exigncias para filiao. Essas exigncias visavam tornar a IC uma organizao centralizada e hierarquizada, mas que com o ar do tempo acabou monopolizada pela fora e pelo prestgio dos soviticos, responsveis pela Revoluo Russa e pela fundao da primeira repblica socialista, a Repblica Socialista Federativa Sovitica da Rssia.
O PCB aceitou todas exigncias da III Internacional, at porque a IC j mantinha contato com militantes e simpatizantes ao comunismo de algumas partes do Brasil desde 1921. No ano seguinte, a IC decidiu fomentar a criao da seo brasileira da Internacional e com este objetivo contatou Ablio Nequete, a quem designou a tarefa de organizar um congresso para fundar o PCB. No por acaso, Ablio Nequete foi eleito Secretrio Geral naquele conclave.
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Jos Damiro de Moraes (UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO / UNIRIO)
Autores e obras recomendadas em Peridicos Anarquista no Rio de Janeiro nos anos 1900-1920: tendncias literrias e tericas na formao do ativista libertrio
Resumo:Essa comunicao esto vinculada ao projeto A cir...
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Resumo:Essa comunicao esto vinculada ao projeto A circulao de ideias anarquistas no Brasil Republicano: a formao terica de ativistas libertrios, suas reflexes e prticas no campo educacional em que busco estudar elementos que possam indicar a circulao e formao dos militantes anarquistas no Brasil, e no recorte apresentado, no Rio de Janeiro. Nos peridicos estudados encontramos diversos autores e obras classificadas como de cunho social e que so indicadas para a leitura nos peridicos anarquistas, com o objetivo de formar os leitores e ativistas. Importante assinalar que a educao sempre foi entendida como um dos elementos fundamentais para a construo de uma nova sociedade, esse ponto defendido por diversas correntes do anarquismo. Esse movimento, que podemos chamar de educacionista, criou e construiu Centros de Cultura, Ateneus e Escolas, alm de outros espao educacional. O objetivo dessa comunicao apresentar um estudo, ainda em processo de anlise, das obras indicadas bem como dos leitores que teceram algum tipo de comentrio sobre esta literatura. Ao propor esse mapeamento pretendemos analisar as obras e autores indicados como bases de uma biblioteca social que era recomendadas em peridicos do perodo de 1900-1920 no Rio de Janeiro. Essa lista encontrada nos jornais e revistas com a indicao de autores e suas obras que podem revelar como era a circulao de textos e livros no Brasil bem como quais eram os mais recomendados. Esses dados ajudam a discutir e apontar as tendncias de leituras e a entrada de novos autores/obras oferecido e comercializado durante o recorte temporal de 1900-1920, entendo que com isso podemos apontar tendncias do pensamento anarquista. A metodologia de estudos foi a anlise de fontes primrias - jornais e peridicos anarquistas produzidos entre 1900-1920 no Rio de Janeiro, procurando selecionar as obras e autores divulgados e recomendados. Tambm no apoiamos em fontes secundrias que no auxiliam a compor um quadro desse anarquismo e suas tendncias. Assim, essa comunicao tem como objetivo apresentar as tendncias de leitura de um perodo histrico do anarquismo no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro, buscando contribuir no entendimento do anarquismo e sua relao com educao.
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Rodrigo Freire de Carvalho e Silva (UFPB - Universidade Federal da Paraba)
O PCB em Joo Pessoa: cultura poltica, represso e dispora no golpe civil-militar de 1964
Resumo:No incio da dcada de 1960, a Paraba experimenta...
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Resumo:No incio da dcada de 1960, a Paraba experimentava um perodo de efervescncia dos movimentos sociais, engajados na perspectiva de democratizao da sociedade brasileira expressa pela proposta de reformas de base
No campo, a Paraba era um dos principais locus das Ligas Camponesas que, partindo do brejo paraibano, se expandiu pelo estado, despertando a violncia do latifndio, cuja expresso maior foi o assassinato de Joo Pedro Teixeira, o cabra marcado para morrer. Nas cidades, estavam o movimento estudantil e o sindicalismo, particularmente vinculado ao setor de servios o que correspondia s caractersticas econmicas do estado - mas expressivo nas pequenas cidades industriais, como Rio Tinto e Santa Rita. Tambm vicejava a intelectualidade progressista, inspirada pela cultura poltica nacional-popular oriunda dos anos 1950, que na Paraba encontrava ressonncia no teatro, no cinema e na ento nascente experincia de educao popular que resultou na criao da CEPLAR (Campanha de Educao Popular). Este campo de esquerda era hegemonizado por dois grupos: os catlicos progressistas, liderados por padres inspirados pelo solidarismo cristo de Joo XXIII, e os comunistas do PCB. Na Paraba daquele perodo, estes dois grupos, sem abrir mo das suas particularidades identitrias, atuavam mais de forma colaborativa do que concorrente.
Este trabalho sobre a atuao do PCB em Joo Pessoa entre o incio da dcada de 1960 - perodo que este partido experimenta uma renovao, com a realizao e a sucessiva implementao das resolues do seu V Congresso (1961) - e o golpe civil-militar de 1964, que desarticula-o e resulta na priso ou fuga dos seus principais dirigentes. Para tanto, trabalhar com documentos e depoimentos tornados pblicos nos ltimos anos, com a digitalizao de arquivos dos rgos de informao da ditadura militar (Arquivo Nacional), do acervo do projeto Brasil Nunca Mais e tambm de documentos oriundos de arquivos soviticos, disponibilizados na internet. Tambm sero trabalhados depoimentos de militantes comunistas do perodo pr-1964 em Joo Pessoa, e de seus familiares. Coletados pela Comisso Municipal da Verdade de Joo Pessoa, estes documentos e depoimentos abriram novas possibilidades no apenas para a construo da memria e da verdade sobre a represso poltica em Joo Pessoa durante a ditadura militar, mas tambm para a reconstruo da histria local dos comunistas do PCB. Este trabalho dialogar com a j estabelecida historiografia sobre o PCB, apoiando-se na categoria de cultura poltica comunista (Motta, 2013), dando enfoque especial ao impacto do golpe sobre a vida de alguns comunistas paraibanos pouco citados pela historiografia, como Leonardo Leal, Jos Ansio Maia, Isaas Trajano e Antnio Augusto Almeida.
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ST - Sesso 4 - 19/07/2019 das 14:00 s 18:00 3p493x
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Adlene Silva Arantes (Universidade de Pernambuco- UPE)
Discursos e prticas higinicas em grupos escolares (Pernambuco, dcadas de 1920 e 1930)
Resumo:Buscamos compreender os discursos de intelectuais ...
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Resumo:Buscamos compreender os discursos de intelectuais responsveis pela educao no estado e as prticas implementadas pelas reformas idealizadas por esses sujeitos nos grupos escolares pernambucanos. Analisamos discursos de Ulysses Pernambucano (1923), Carneiro Leo (1928) e Anbal Bruno (1931). Nos baseamos terica e metodologicamente na histria Cultural, e em estudos relacionados histria da educao no Brasil e ao pensamento racial brasileiro. Utilizamos como fontes, documentos da instruo, relatrios e jornais de grupos escolares, legislao educacional, peridicos da educao e teses de medicina sobre higiene que circulavam em Pernambuco no perodo estudado. As referidas fontes foram localizadas nos acervos do Arquivo Pblico Jordo Emerenciano-APEJE, da Biblioteca Presidente Castelo Branco-BPE, e do Laboratrio de Pesquisa e Ensino de Histria LAPEH, vinculado ao Departamento de Histria da UFPE. Percebemos que o grupo escolar representou um novo modelo de organizao escolar, caracterizado pela seriao com a diviso de alunos por classes, considerando-se a idade e os nveis de conhecimentos homogneos. Nesse sentido, um dos fatores que interferiram na forma de organizao dessas instituies foram as teorias higienistas difundidas por mdicos h algum tempo, mas que ganharam nfase no mesmo perodo de implantao dos grupos escolares. Os mdicos defendiam que fossem respeitados os preceitos de higiene na construo e manuteno dos edifcios escolares, desde as instalaes fsicas, mobilirio, organizao e seleo de mtodos de ensino e material pedaggico, at a preservao da sade do aluno e da comunidade escolar. Em Pernambuco, algumas prticas se efetivaram para que fossem estabelecidas as condies fsicas e mentais dos alunos e de sua educao. Como parte desses processos, destacamos a realizao de testes de medidas antropomtricas como: o ndice ponderal, o ndice de robustez, a capacidade vital e o permetro torcico, etc. A relevncia da temtica enfocada se justifica pela necessidade de estudos que se debrucem sobre grupos escolares na realidade pernambucana e, sobretudo, sobre as prticas higinicas presentes nesses espaos considerados de excelncia para a educao republicana.
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Luciana de Ftima Marinho Evangelista (UEM)
Arte Sacra, Arte Social: Pinturas murais de Eugnio Sigaud em Jacarezinho-PR. (1954-1957).
Resumo:Ser a decorao mural a nica possibilidade do a...
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Resumo:Ser a decorao mural a nica possibilidade do artista ter a sua obra vista e irada por multides. assim que, nos anos 1950, o pintor e arquiteto fluminense Eugnio de Proena Sigaud (1899-1979), em correspondncia ao amigo e crtico de arte Quirino Campofiorito argumenta sua transferncia do Rio de Janeiro para o interior do Paran e noticia sua empolgao em decorar uma Catedral Diocesana situada na cidade de Jacarezinho. Conhecido como o pintor dos operrios, Sigaud reafirma essa alcunha, nos murais dessa igreja paranaense, ao se inspirar nos trabalhadores da cidade, como pedreiros e cafeicultores, para representar as narrativas religiosas encomendadas por seu irmo Dom Geraldo de Proena Sigaud, ento bispo na diocese de Jacarezinho. Na poca, diocese que abrangia todo o Norte do Paran e, portanto, uma diocese que se afortunava com as divisas do caf convertidas em dzimos pagos por fiis da localidade, mas tambm da regio de Londrina e Maring. O artista permaneceu na cidade de 1954 at 1957, e produziu 600 m de pinturas murais dispostas pelo templo em forma de painis emoldurados e barrados em arabesco.
Defensor da popularizao da arte e da arte como um fazer poltico, Sigaud dizia ser sua pintura uma homenagem a "sua raa mestia". Comunista e ateu, pintou Karl Marx na catedral de Jacarezinho, assim como diversos moradores da cidade.
Dada essas caractersticas, era de se espera a criao de um mito em torno do artista, no local. Ainda mais que seu irmo Dom Geraldo de Proena Sigaud era um bispo representante da ala conservadora da Igreja Catlica, co-fundador da TFP nacional e anticomunista.
Na arte sacra de Sigaud, os marginalizados so os grandes protagonistas, embora pelos preceitos bblicos, em tudo condiz o protagonismo dos marginalizados em uma arte religiosa crist, a recepo dos murais, de maneira geral, no seguiu essa lgica entre os citadinos. E um princpio importante para comearmos a entender essa desconfiana que paira at hoje em torno dessas pinturas de Sigaud est no dar evidncia a essa realidade desigual, pois subvertia o motivo da construo de uma nova Catedral (a 3 desde a criao da diocese), ou seja, o de simbolizar a riqueza da diocese exultante pelo desenvolvimento econmico de sua regio.
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Marcos Antonio Heliodoro do Nascimento (Tribunal de Justia de Pernambuco)
Educao e Resistncia: A atuao da associao dos professores do ensino pblico do Estado de Pernambuco na primeira greve da categoria, em pleno regime ditatorial civil-militar (1979).
Resumo:No perodo da Ditadura civil-militar um novo arcab...
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Resumo:No perodo da Ditadura civil-militar um novo arcabouo foi montado, o que viria at mesmo dimensionar a prpria histria da educao brasileira. A sociedade como um todo sofria os efeitos da crise econmica, isso atrelada luta pela redemocratizao, o fim do exlio e o assassinato de centenas de opositores pelo aparelho repressor do estado brasileiro. Dessa forma, no centro do movimento sindical ou mesmo associativista, apesar de todo aparato de represso uma nova postura comeava a ganhar expresso a partir do final da dcada de 1970, quando trabalhadores lutaram por melhores condies salariais e dentre muitos daqueles profissionais envolvidos, vrios eram docentes. Essa ao mais participativa gradativamente desconstrua o iderio conformista ou que imobilizava milhares de trabalhadores da educao e at mesmo fazia parte de um discurso oficial quem arcara at aquela poca, o cotidiano de vida de muitos professores. No primeiro semestre de 1979, um grupo de professores da rede estadual fizeram oposio direo da Associao dos Professores do Ensino Oficial de Pernambuco e assumiu, atravs de votao esmagadora, a direo da APENOPE e, por consequncia, a liderana da primeira greve da categoria no Estado de Pernambuco. Entre as reivindicaes dos docentes, no estavam apenas melhorias salariais, mas tambm na condies de trabalho; eleio de diretor de escola, bem como a luta pela eleio direta para Presidente da Repblica. As bandeiras de luta foram alm dos interesses especficos, ganharam respaldo na sociedade e atingiram um patamar mais amplo. A mobilizao era pela redemocratizao do pas, o que significava a derrubada do regime militar. O presente trabalho tem como objetivo analisar a postura adotada pelas lideranas, como tambm, identificar as estratgias do governo para controlar as mobilizaes dos docentes e assim manter uma ordem junto sociedade no perodo que correspondeu ao mbito da Ditadura civil-militar. Neste sentido, compreender as transformaes polticas e sociais que influenciaram significativamente na historicidade dos professores da rede de ensino pblico do Estado de Pernambuco mesmo muito estimulante. O Estado, os docentes e a prpria APENOPE se fizeram muitas vezes mltiplos; por vezes nicos. Assim, cada um buscou seu papel de representao num perodo em que o discurso, no sentido figurado, ganhava fora como poucas vezes, e o cotidiano de vida dos profissionais do ensino permaneciam como que envolvido por umacortina de fumaa (Orlandi, 2005; Le Goff, 1991).
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Philipi Emmanuel Lustosa Bandeira (UFPE - Universidade Federal de Pernambuco)
Arqueologias do documentrio:
mitologia humanitria, aparelho de estado e vanguarda do real
Resumo:A despeito da rpida difuso do cinema nos primrd...
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Resumo:A despeito da rpida difuso do cinema nos primrdios, a agem do documento ao documentrio do documentaire ao documentary no foi natural, evolutiva, como sustentam ainda certos autores tradicionais. As normas ainda no estavam definidas, e alguns reguladores precisaram intervir duramente para disciplinar a linguagem. E, antes de propor uma enunciao nova, ou reconfigurar, em processos de criao, discursos simples em complexos, no sentido de Bakhtin (2016), houve a interveno de uma funo disciplinar, a normatizao de um gnero moderno e sua devida aplicao ao aparelhamento de Estado.
Com a distncia e a atualizao histrica sobre o documentrio, torna-se hoje mais clara sua origem heterognea e sua genealogia genuinamente hbrida, em formas que variam tanto quanto os regimes estticos e polticos que lhe do e. Para uma historiografia do gnero documentrio, entretanto, ficam as perguntas: o que , de onde vem, o que significa essa palavra? Por que, mesmo apresentando uma ampla diversidade de formas, a frmula etno-melodramtica de Flaherty em Nanook e Moana e o modelo sociolgico (Bernadet, 2003) de Grierson ainda so privilegiados? E, se estes o so por sua influncia, como sugere Jacobs (1979), no que consiste esse poder?
Este ensaio traduz e busca trazer para o debate brasileiro as contribuies de alguns autores atuais de lngua inglesa que problematizam a historiografia do documentrio, fazendo uma reviso crtica do papel dos pioneiros do gnero e colocando luz na relao esttica-poltica, desvendando, em particular, a importncia (obliterada) das vanguardas modernistas na configurao de gnero. Este reenquadramento de perspectiva coloca o documentrio como um gnero discursivo moderno que dispe de distintas pedagogias das massas, advindas originalmente da ideologia intervencionista das mitologias humanitrias do documentrio colonial francs (Bloom, 2008), mas que viriam ento a ar, na dcada de 1920, por serem adaptadas em estratgias flmicas de aparelhamento ideolgico do Estado moderno. Formulado sobretudo pela retrica de John Grierson no contexto do New Deal americano - e da Europa (Tagg, 2005) - um certo modelo sinttico, conservador e moralista de documentrio vinha a contrapor-se s vanguardas modernistas do cinema, representadas por Dziga Vertov e Joris Ivens (Nichols 2001). Ao incorporar os recursos tcnicos e estticos das avant-garde, mas buscando cuidadosamente isolar sua dimenso poltica, experimental e mesmo existencial, o modelo griersoniano - anglfilo ou mesmo ocidental - de documentrio, contudo, provocou uma relao de dialtica disjuntiva que moldou o gnero discursivo do moderno documentrio flmico.
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Vincius Juberte (USP - Universidade de So Paulo)
A construo de um mundo novo e a luta por uma vida feliz: Jorge Amado e a Coleo Romances do Povo
Resumo:Vincius Juberte - Doutorando do Programa de Ps-G...
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Resumo:Vincius Juberte - Doutorando do Programa de Ps-Graduao em Histria Econmica da FFLCH/USP.
A comunicao aqui proposta baseia-se na tese de doutorado que vem sendo desenvolvida pelo autor, intitulada A Editorial Vitria e as edies comunistas no Brasil: da legalidade ao golpe (1944-1964). O PCB (Partido Comunista Brasileiro), aps mais de uma dcada de ilegalidade, reforada pela represso da ditadura do Estado Novo de Getlio Vargas, consegue se reestruturar a partir de 1942, com a entrada do Brasil na guerra e sua participao na Frente Ampla antifascista, que uniu a URSS (Unio Sovitica) s democracias capitalistas (Inglaterra, Frana e EUA). nesse perodo que o partido pela primeira vez estrutura as suas editoras, que am a ter um papel fundamental no trabalho de agitprop (Agitao e Propaganda). Dentre essas editoras, a maior e mais importante ser a Editorial Vitria, fundada no perodo de reorganizao e posterior legalidade do Partido nos anos 1940 e fechada pelo golpe civil-militar de 1964. A comunicao pretende, em um primeiro momento, demonstrar como a linha editorial da Vitria se relacionava com a linha poltica do PCB, apresentando em linhas gerais algumas obras que foram de fundamental importncia para a editora e o Partido. Em um segundo momento, ser apresentada a coleo Romances do Povo, lanada pela Vitria em 1953, e dirigida pelo escritor, intelectual e militante comunista, Jorge Amado. Essa coleo procurava potencializar no Brasil a chamada literatura proletria, promovendo por meio dela o fortalecimento de uma universalidade comunista, divulgando obras de romancistas soviticos, das Democracias Populares e os escritores de vanguarda do mundo capitalista. So destaque, por exemplo, autores como Gorki, Ilya Ehremburg, Anna Seghers, Howard Fast, e a brasileira Alina Paim. Pretende-se apresentar, em linhas gerais, as principais obras publicadas, seu contedo e edies, posteriormente analisando at que ponto esses livros estavam alinhados com o chamado Realismo Socialista, poltica cultural em voga na Unio Sovitica desde os anos 1930, mas que teve o seu auge nos anos 1950 sob a doutrina jdanovista, idealizada por Andrei Jdanov.
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