ST - Sesso 1 - 16/07/2019 das 14:00 s 18:00 187213
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Daniel Rei Coronato (Universidade Catlica de Santos)
A poltica externa brasileira e o espao provincial rio-grandense (1828-1852)
Resumo:O objetivo dessa iniciativa apresentar um debate...
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Resumo:O objetivo dessa iniciativa apresentar um debate acerca da importncia do espao provincial como elemento determinante da poltica externa brasileira na primeira metade do sculo XIX, com ateno especial experincia da Provncia de So Pedro do Rio Grande do Sul entre os anos 1828-1852. Nesse intervalo se operaram grandes transformaes em todo o territrio platino, em especial as diversas tentativas de formao nacional que determinaram os destinos da regio. O espao provincial rio-grandense foi fundamental naquele contexto, tanto pela sua posio geogrfica, como pela sua interconexo com os vizinhos, dividindo entre eles um sistema de produo comum, fronteiras indefinidas e redes de camaradagem e compadrio que condicionavam seus interesses e o raio de ao de suas iniciativas. Para o governo brasileiro essa era uma questo estratgica, j que sua incapacidade em construir mecanismos de capital e coero dificultavam o controle da poro meridional. Essa conjuntura permitiu por um lado aos oligarcas rio-grandenses agirem em um ambiente singular, culminando em uma diplomacia cruzada para com os governos e lderes platinos, especialmente durante a Guerra Civil Rio-Grandense (1835-1845), de outro a construrem redes de presso com vistas a garantir junto ao Imprio seus interesses e proteo.
Essa proposta se relacionava com as tentativas de lanar novos olhares acerca da construo da diplomacia brasileira. A histria da poltica externa brasileira, entendida tanto como campo e objeto de anlise, tem buscado de maneira geral interpretar as causas e condies que participaram nas determinaes da insero internacional do pas ao longo do tempo. Apesar da multiplicidade de abordagens e perspectivas epistemolgicas, parte fundamental das pesquisas se concentram no entendimento de como as dimenses sistmicas e domsticas correlacionadas influram no conjunto de aes e reaes produzidas pelo governo brasileiro nos mais diversos contextos histricos e geogrficos. Privilegia-se ento um olhar para as questes estatais, nas mais diversas esferas, alm da investigao da ao realizada por diversos grupos sociais que participam direta e indiretamente na formulao da poltica externa. Essa abordagem se tornou especialmente relevante para investigaes que objetivam entender o papel das esferas subnacionais, especialmente estados e municpios, no conjunto da insero internacional do pas. Apresentaremos ento uma discusso dentro dessa perspectiva, debatendo o papel do espao provincial rio-grandense na primeira metade do sculo XIX, perodo histrico ainda pouco privilegiado pelas anlises subnacionais, em especial os grupos de presso que atuaram naquele contexto como agentes determinantes da insero internacional na regio platina.
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Fernando da Silva Camargo (UFPel)
A Guerra dos Farrapos no Foreign Office
Resumo:
O olhar observador dos servios de inteligncia ...
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Resumo:
O olhar observador dos servios de inteligncia e de negcios exteriores britnicos, na primeira metade sculo XIX, sobre a poltica planetria sem par entre as demais naes europeias. Os ses, que rivalizaro com a Inglaterra a partir da segunda metade do mesmo sculo, ainda estavam tentando reconstituir a expresso e as redes arruinadas com a as guerras napolenicas. Com essa considerao, pode-se perceber o quo significativo estudar a perspectiva daquelas agncias, mesmo acerca de fenmenos polticos mais pontuais e isolados.
No caso, a Guerra dos Farrapos um exemplo disso: atividade poltico-militar regional, no contexto de um Estado perifrico e recm tornado independente. Apesar de o conflito ter durado cerca de dez anos, o seu impacto no excedeu s entidades polticas dos seu entorno, no caso o Imprio do Brasil, a Repblica do Uruguai e as provncias argentinas. Existe um exagero perceptvel nas narrativas tradicionais sobre o conflito, ampliando o suposto impacto diplomtico do mesmo no mundo.
Com essas consideraes, as indicaes que possam ser obtidas em diferentes arquivos diplomticos ajuda, substancialmente, a dimensionar o conflito, suas implicaes e seu impacto.
O presente estudo se deu a partir do material do Foreign Office britnico para o perodo, localizado nos TNA (The National Archives), em Londres. Foi coberto o perodo de 1834 a 1846. Essas fontes revelam, ao mesmo tempo, o carter marginal e pontual do fenmeno farrapo no Sul do Brasil, bem como o quase desdm por parte dos agentes e informantes ingleses sobre seu desfecho. Nada indica preocupao com a revolta ou que a mesma pudesse obter sucesso.
Maior preocupao, entretanto, reside na forma como os estados vizinho se comportam com relao ao conflito e como a rede de agentes internacionais estaria circulando e que pequenos negociaes pudessem estar em andamento. A partir da metade do conflito, outra preocupao importante deu-se em torno das concesses de cartas de corso por parte da autointitulada Repblica Riograndense e as possveis consequncias delas para a navegao das guas atlnticas do Sudeste da Amrica do Sul, do rio da Prata e da lagoa dos Patos.
Existe um conjunto de informaes rias nas fontes, alusivas aos recursos humanos e materiais envolvidos no episdio e, se adequadamente comparadas com as fontes j disponveis, pode indicar uma reviso nos dados disponveis at o momento.
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Gustavo Ferreira de Oliveira (Secretaria da Educao do Estado de So Paulo)
Romntica Sublimidade: Franois-Auguste Biard e a construo da paisagem no Brasil Oitocentista
Resumo:O presente trabalho busca analisar de maneira conc...
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Resumo:O presente trabalho busca analisar de maneira concisa, algumas das obras do pintor e viajante francs Franois-Auguste Biard, luz da tese central da obra Breve tratado del Paisaje (2007), do filsofo francs Alain Roger. Para Roger, a paisagem erigida pela cultura, ou seja, atravs da arte que construmos uma ideia de paisagem natural, isto , a arte que constri o pitoresco, por assim dizer, e no o contrrio.
O que este trabalho pretende ento, mensurar algumas das obras de Biard, com algumas obras de outros artistas anteriores e contemporneos a ele, na tentativa de evidenciar, no apenas a herana da influncia artstica que Biard logrou, contudo, tambm buscar, atravs dessas obras, exemplificar melhor a problemtica de Roger.
Franois-Auguste Biard chegou ao Brasil no ano de 1858, permanecendo at o final de 1859. As experincias de Biard no Brasil, resultaram em um livro em forma de dirio intitulado: Deux annes au Brsil, publicado em 1862 em Paris pela editora Hachete, com ilustraes de douard Riou. Nesta obra, Biard deixa entrever mais sobre sua personalidade e viso de mundo do que um relato franco de suas vivncias experimentadas durante a viagem, construindo assim, uma narrativa imbuda de sarcasmo e cenas cmicas. No sabemos ao certo as reais motivaes de Biard quando o mesmo resolveu empreender uma viagem ao Imprio Brasileiro, o que ele evidencia em seus relatos, sua grande vontade de conhecer os ndios brasileiros que ainda no haviam tido contato com a civilizao herana do pensamento do bom selvagem rousseauniano.
Tanto a produo escrita, quanto visual de Biard, apresentam vrios esteretipos caractersticos da produo de viajantes estrangeiros que visitaram o Brasil desde o sculo XVI at o XIX. Esses esteretipos oscilam a todo momento no imaginrio da literatura e iconografia de viagem, algumas vezes o territrio brasileiro e seus habitantes so tidos como inferiores e atrasados em relao Europa, outras tantas, so smbolos de uma sociedade perfeita e utpica.
A problemtica central deste trabalho, consiste em elucidar as ideias de Alain Roger atravs das obras de Franois-Auguste Biard, ou seja, queremos demonstrar que Biard, quando empreendeu sua viagem pelo Brasil, j tinha uma ideia preestabelecida do que era uma paisagem natural americana ou pelo menos, o que ele poderia esperar que fosse por ter sido influenciado por obras de outros artistas europeus no sculo XIX.
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Luan Mendes de Medeiros Siqueira (UFRJ)
Arautos da diplomacia imperial: As misses diplomticas de Gaspar Jos Lisboa e Duarte da Ponte Ribeiro no Rio da Prata (1835-1843)
Resumo:O presente trabalho tem como objetivo central disc...
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Resumo:O presente trabalho tem como objetivo central discutir as distintas interpretaes e orientaes de poltica externa de Gaspar Jos Lisboa e Duarte da Ponte Ribeiro acerca da atuao do Imprio do Brasil na regio platina. Esses dois representantes diplomticos atuaram como encarregado das relaes exteriores do Imprio na cidade de Buenos Aires e durante a maior parte do perodo do conflito farroupilha. Sabendo que o campo diplomtico marcado por constantes disputas polticas e pela legitimidade de um determinado discurso poltico, tais indivduos no eram simples representantes de Estado. Em muitos casos, conforme visto nos ofcios e correspondncias, divergiam com seus chefes do ministrio das relaes exteriores a respeito da poltica a ser seguida pelo governo brasileiro nos mais variados e delicados momentos nas questes platinas. Problematizaremos alguns trechos das correspondncias diplomticas entre esses ministros e a maneira como estes entendiam a poltica externa dos outros governos platinos. Entre as ideias de neutralidade e interveno, esses ministros repensavam a todo momento quais tipos de argumentos diplomticos poderiam utilizar frente s aes dos caudilhos platinos. Como eles se comportaram, por exemplo, diante das pretenses expansionistas de Juan Manoel de Rosas sobre a regio platina bem como o Estado Oriental? Os direitos de navegao nos rios e portos do Prata? a ecloso dos conflitos polticos internos no Uruguai e nas Provncias da Confederao? os tratados de limites? Pensar a diplomacia nesse perodo fundamental a fim de compreendermos tambm como a pauta das relaes internacionais esteve fortemente presente como um elemento para a formao do Estado Imperial ao longo do perodo oitocentista. medida que a diplomacia brasileira iria se burocratizando institucionalmente, novas diretrizes de poltica externa tornavam-se necessrias, buscando legitimar os interesses brasileiros no Prata e, de uma maneira geral, na Amrica do Sul. O campo diplomtico caracterizado sobretudo por estratgias de coalizo e interesses que vo alm das formalidades e negociaes que se dizem definitivas ou preliminares. Analisar essas nuances torna-se fundamental a fim de entendermos, de maneira geral, os reais objetivos de uma poltica externa.
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Paula de Carvalho Bastone (Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra)
As Fronteiras Norte-Sul durante O Governo de D.Joo Vi No Brasil (1808-1820)
Resumo:A chegada da Corte Portuguesa ao Brasil em 1808 de...
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Resumo:A chegada da Corte Portuguesa ao Brasil em 1808 desde o incio representou uma ruptura na diplomacia, pois pela primeira vez, um soberano europeu e toda a sua corte fugia de uma invaso para uma colnia no trpico, do outro lado do Atlntico. Sua estadia na colnia trouxe vrias modificaes e inovaes tanto para o Imprio Portugus quanto para a regio. Pois, foi durante o governo de D.Joo VI no Brasil (1808-1820) que ocorrerem profundas mudanas na estrutura poltica do pas. Desde o fim do monoplio colonial com a abertura dos portos, a elevao do Brasil a reino com a criao do reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves em 1815 e sua coroao como Rei. Este perodo tambm vai ser marcado pela guerra com seus vizinhos, tanto ao norte com o Estado Francs, quanto ao sul com as intervenes na regio. Estabelecido o governo portugus no Brasil, declara guerra ao Estado Francs como represaria a ocupao de Portugal por tropas sas, permanecendo no local at 1815. J nas fronteiras ao sul, o Estado luso fez duas intervenes militares na denominada Banda Oriental, atual Uruguai. O artigo visa trabalhar, de forma comparativa, pois o compreende como uma ferramenta analtica de comparao tanto espacial e/ou temporal. O mtodo pode evidenciar concordncia, diferenas ou variaes concomitantes entre os fatos histricos analisados. Pois, a utilizao do mtodo escolhido visa comparar a poltica de D. Joo VI para suas fronteiras tendo em vista no somente a geopoltica local, mas tambm, global. Buscando traar linhas de congruncias e discrepncias entre as estratgias deste perodo para o Imprio em questo. A poltica externa de D.Joo VI possui vrias peculiaridades que permitem inferir a sua especificidade, j que ele era o governante de um Imprio cuja a sede de poder deste estava ocupada por foras estrangeiras, e o cerne da geopoltica mundial estava em colapso revolucionrio com a expanso napolenica. Ao mesmo tempo, seu governo evidencia um perodo de crise tambm do sistema que fomentava o Imprio, estando em terras americanas quando estas iniciam o seu processo de emancipao em relao a metrpole, mas paradoxalmente, evidenciando a fora da colonizao ao adotarem formas estatais espelhadas na metrpole. Constituindo um dos primeiros os para a formao internacional de sociedade de Estados soberanos. Desta forma, a anlise da poltica externa do governo D.Joo VI para suas fronteiras tanto ao norte quanto ao sul busca encontrar traos deste perodo to conturbado tanto para a geopoltica mundial quanto regional.
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Virglio Caixeta Arraes (UnB)
Estados Unidos e Brasil: 'Doutrina Monroe' e primeiras relaes diplomticas
Resumo:O presente trabalho relaciona-se com a identifica...
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Resumo:O presente trabalho relaciona-se com a identificao dos fatores iniciais de aproximao e de distanciamento entre Brasil e Estados Unidos no primeiro quartel do sculo dezenove e, desta maneira, com a posterior anlise dos esforos diplomticos do imprio do Brasil em obter o reconhecimento de sua independncia por parte de potncias do arco norte-atlntico, entre as quais a novel repblica dos Estados Unidos, bastante desconfiada da implementao de um regime monrquico detentor de vasto territrio na parte sul da regio. Enquanto o Brasil desejava a eventual formao de aliana militar, ainda que de carter defensivo e ad hoc contra antigas metrpoles, e, por sua vez, a instituio de laos comerciais de feitio duradouro, os Estados Unidos optavam somente pelos vnculos mercantis, em decorrncia da subscrio do pragmatismo de sua poltica exterior. A despeito das desconfianas com a futura postura do Brasil, por ser monarquia, os Estados Unidos preferiram aproximar-se do pas, por recear que seu afastamento estimulasse, mesmo indiretamente, o estreitamento de vnculos do Brasil com reinos europeus como Frana e Gr-Bretanha. Apesar disso, havia bices temporrios para o estabelecimento de relacionamento mais incisivo: a prpria diferena de regime poltico e a apreenso de que o Brasil tivesse dificuldade para superar sua instabilidade interna, caracterizada, por exemplo, no Nordeste em 1824 pelo movimento conhecido como Confederao do Equador, sucedneo da Revoluo Pernambucana de 1817, e pela relao custosa entre o imperador, de carter absolutista, e o parlamento local no cotidiano. Favorecia, por outro lado, ao Brasil tambm a comunicao de dezembro de 1823 da Casa Branca ao Congresso, mais tarde alcunhada de Doutrina Monroe. Por ela, aspirava o governo norte-americano ao afastamento definitivo dos assuntos polticos internos do continente dos pases europeus, a despeito de no possuir ainda os meios efetivos para aplicar o contedo disso - foras armadas bem estruturadas, em especial marinha de guerra. De toda maneira, com a divulgao de tal posicionamento, os norte-americanos granjearam a simpatia dos governos sul-americanos - e por que no das prprias populaes - que buscariam aproximar-se mais. No caso do Brasil, a fixao das relaes diplomticas chegaria em 1825.
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ST - Sesso 2 - 17/07/2019 das 14:00 s 18:00 1e5t6h
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Albene Miriam Menezes Klemi (Universidade de Braslia)
Imprensa em ano eleitoral: o caso da vinda do ex-Kaiser Guilherme II para o Brasil e seu aporte brasileiro (1922)
Resumo: Esta comunicao discorre, a partir de uma p...
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Resumo: Esta comunicao discorre, a partir de uma perspectiva da Histria das Relaes Internacionais, sobre um episdio nas relaes germano-brasileiras no ano de 1922 envolvendo uma possvel viagem do antigo imperador alemo Guilherme II ao Brasil, ento vivendo no exlio na Holanda. Vrios jornais do Rio de Janeiro, a exemplo de O Paiz (sic), A Ptria, Vanguarda, e A Notcia, peridicos favorveis ao candidato da situao na eleio presidencial daquele ano, Artur Bernardes, veicularam, nos messes de janeiro e fevereiro daquele ano, pouco antes do aludido sufrgio marcado para primeiro de maro, uma srie de notcias nas quais conjecturavam sobre possveis planos do antigo-Kaiser de, eventualmente, se estabelecer em Mato Grosso. Para demostrar verossimilhana ao que era narrado, foi publicado, inclusive, um fac-smiles de um presumido aporte brasileiro em nome do ex-imperador que teria sido emitido pelo cnsul brasileiro em Amsterdam na Holanda. O teor das mensagens sensacionalistas veiculadas em parte da imprensa carioca, tecia intrigas suaves contra o candidato da coligao de oposio Reao Republicana, Nilo Peanha. A expectativa da vinda do antigo imperador ao Brasil era discutida favoravelmente em crculos militares. A Legao Diplomtica da Repblica de Weimar no Rio de Janeiro mostrou-se atenta com a possibilidade da aludida viagem e mantinha Berlim informada sobre a situao. Naquele ano, a Alemanha via-se em pleno perodo de confronto com os percalos da Ordem de Versalhes e tendo que enfrentar, alm do pagamento das reparaes de guerra, srias restries da parte das potncias vencedoras, como, por exemplo, o boicote a lngua alem e a sua cincia no plano internacional. Por conseguinte, pautava-se de forma cautelosa para evitar um acirramento ainda maior do ambiente pendente aplicao de penalidades. A figura do ex-Kaiser, tida como a personagem que conduziu o pas Primeira Guerra Mundial, representava um pomo vulnervel na situao de crise da Alemanha, na qual inseriam-se intenes da parte das potncias vencedoras de minar o prestigio internacional alemo. Em contato com um membro do Itamaraty, o representante diplomtico alemo foi inteirado que o contedo das notcias em epigrafe no tinha procedncia e era uma inveno no levada a srio entre autoridades. Nossa hiptese que este caso mais uma das aes da teia de manipulaes de fatos na acirrada campanha eleitoral presidncia da Repblica no ano em tela - com utilizao da imprensa. Dessa feita, urdindo maquinao a envolver uma dimenso internacional. Embasa a abordagem do tema documentao do Archiv des Auswrtigen Amtes/Berlin e fontes bibliogrfica e de imprensa.
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Aline Luiza Fernandes Gomes
Representaes da primeira guerra mundial na imprensa paraense; os primeiros meses de conflito (1914)
Resumo:a primeira guerra mundial (1914-1918) (hobsbawn, 1...
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Resumo:a primeira guerra mundial (1914-1918) (hobsbawn, 1995; silva, 2015) se desenvolveu na europa por uma srie de fatores que ocasionaram disputas imperialistas entre as mais poderosas naes do sculo xx. foi um conflito essencialmente europeu, mas acabou por envolver vrios pases do mundo, como por exemplo o Brasil, e at mesmo o espao alvo deste trabalho, a cidade de Belm, no estado do Par. Esta cidade amaznica mesmo sendo to distante da Europa, acabou sentindo reflexos desse conflito, para tanto procuro investigar as relaes existentes entre a primeira guerra mundial e a cidade de Belm do Par. objetiva-se demonstrar de que forma a guerra foi representada nas pginas de jornais paraenses, nos primeiros meses do conflito (1914), buscando-se entender os significados dados inicialmente a este evento, neste espao e neste contexto. a principal fonte utilizada na pesquisa so os jornais estado do par e folha do norte. ainda que sendo reproduzido sob o influxo de interesses, compromissos e paixes, (luca, 2006) os jornais so fundamentais para que possamos entender os sentidos dados I guerra em belm do par. tem-se desse modo as notcias no como a verdade sobre a guerra mas como representaes desse evento (chartier, 1990). a temtica do trabalho, se vincula s repercusses e representaes causadas pela primeira guerra mundial na cidade de belm, ligando-se assim esse espao uma histria mundial e nacional. desse modo, possvel entender como uma cidade como belm, que fica na amaznia, to distante da europa, sofreu influncias da primeira guerra mundial, assim como analisar o que chegava, de notcias, e o que se pensava em belm sobre esta guerra, ou seja, quais significados eram dados I guerra, e de que modo, por meio dos jornais tal conflito era representado. e por outro lado, pode-se entender como a guerra afetava as vivncias urbanas e o cotidiano da cidade, que tambm vivia uma crise; a crise da borracha (Weinstein, 1993). desse modo, as seguintes questes foram investigadas; propagandas, o abastecimento da cidade, bem como o cotidiano dos moradores, e igualmente a prpria I guerra. trata-se de uma reflexo sobre como era viver em belm durante a primeira guerra mundial, e quais as impresses que se tinha desse conflito no contexto da cidade.
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Fernando Comiran (FURG - Universidade Federal do Rio Grande)
Autonomia e interesse nacional: a atuao diplomtica do Conde de Palmela no Congresso de Viena
Resumo:Aps as guerras napolenicas, reunidos em Viena, c...
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Resumo:Aps as guerras napolenicas, reunidos em Viena, coube aos principais atores estatais do sistema internacional europeu, reorganizar o cenrio poltico europeu e equilibrar as balanas de poder, alteradas aps anos de erupo poltica e militar no continente. Inglaterra e ustria, atravs de seus representantes, Castlereagh e Metternich, respectivamente, conduziram os principais e mais candentes assuntos do Congresso e, juntos, contornaram os possveis arroubos expansionistas russos, representando na pessoa do prprio Czar Alexandre. Estes trs estados, ao lado da Prssia e da Frana formaram a chamada Pentarquia, grupo de pases que lideraram a reconstruo do sistema internacional a partir do referido Congresso. No entanto, apesar da proeminncia dos assuntos relativos as agendas das grandes potncias, atores menores e relegados a posies de menor destaque nas negociaes de Viena tambm levaram mesa de negociao suas demandas. Um destes pases foi Portugal, fragilizado econmica e politicamente aps a virada do sculo XVIII para o XIX. Distante do papel de destaque no cenrio internacional, mesmo como coadjuvante no Congresso levou suas demandas atravs das mos de trs plenipotencirios, liderado por Pedro de Souza Holstein, o Conde de Palmela. Na expectativa de reaver algum espao no tabuleiro das grandes naes, a corte portuguesa, ento sediada no Rio de Janeiro, definiu as questes da Guiana, do trfico de escravos e da praa de Olivena como as agendas a serem defendidas por seus representantes no Congresso. No entanto, o mundo diplomtico idealizado na corte estava muito distante daquele encontrado por Palmela nos sales de Viena. A corte, do outro lado do Atlntico, teve sua comunicao com seus enviados ainda mais prejudicada e retardada. As tomadas de deciso de Holstein exigiram maior rapidez e fluidez. Isso permitiu um acentuado grau de autonomia do negociador lusitano frente ao gabinete real. A partir desse cenrio e utilizando a documentao concernente as negociaes de Palmela em torno das demandas portuguesas, este estudo procura observar, luz do conceito de Homem de Estado e de Interesse Nacional, apresentadas por P. Renouvin e J.B. Durossele, na obra Introduo Histria das Relaes Internacionais, a trajetria e conduo diplomtica do Conde de Palmela durante o Congresso de Viena.
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Guilherme Gonzaga Bento (UFU - Universidade Federal de Uberlndia)
Poltica Externa Independente e Imprensa: possibilidade de pesquisa
Resumo:As representaes nos possibilitam dar sentido ao ...
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Resumo:As representaes nos possibilitam dar sentido ao mundo e explicar o real. Os jornais impressos e outros meios de difuso da imprensa, so no sentido apontado por Chartier, produtos forjados a partir de representaes contextualizadas da realidade, exprimindo assim verossimilhanas, e revelando formas simblicas das lutas de representao, resultando assim na memria ou imaginrio de determinado grupo social ou poltico. O uso das fontes de mdia impressa permite compreender prticas e representaes que extrapolam as fontes oficias, tornando-se um registro privilegiado da histria contempornea. Por isso, os jornais so fontes essenciais para a investigao histrica, pois, a partir deles possvel explicitar o papel da imprensa na construo das representaes, no nosso caso, da Poltica Externa Independente de Jnio Quadros, alm de contribuir para a compreenso dos conflitos, interesses e disputas ocorridas naquele momento, uma vez que traz a viso diria dos fatos ocorridos. A Poltica Externa de Jnio Quadros foi teorizada ainda nos anos 1960 como uma Poltica Externa Independente - PEI, trazendo em seu escopo o cumprimento de princpios como: a autodeterminao dos povos; a no interveno; a defesa da paz; a neutralidade do pas frente ao conflito da Guerra Fria e a bipolaridade mundial estabelecida; mundializao das relaes internacionais do Brasil sem preconceito poltico-ideolgico, entre outras diretrizes. A poltica externa at ento no era tema recorrente, dado ao tratamento da imprensa. Entretanto, dado o contexto de bipolaridade mundial e a constante disputa e tenso ideolgica, tendo de um lado o bloco capitalista-ocidental, representado pelos EUA e de outro o bloco socialista, chancelado pela URSS, e as diretrizes lanadas pela nova poltica externa de Jnio, temos uma inverso da lgica de tratamento da imprensa para os assuntos de poltica externa, que am a ter uma preocupao central dos meios de comunicao, chegando a ocupar 70% dos questionamentos feitos nas entrevistas coletivas do Palcio do Planalto, segundo o embaixador Carlos Alberto Leite Barbosa. Nesse sentido, o presente trabalho pretende apontar as possibilidades de pesquisa da poltica externa inaugurada pelo Governo Jnio Quadros e sua relao com a imprensa do 'interior', especificamente o Jornal Lavoura e Comrcio de Uberaba-MG.
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Marcus Vinicius Correia Biaggi (Doutorando - PPGHS-USP)
Gustavo de Vianna Kelsch (1878-1944), diplomata do Brasil na Rssia de 1917
Resumo:A comunicao tem como objetivo dar publicidade a ...
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Resumo:A comunicao tem como objetivo dar publicidade a pesquisa sobre a trajetria de Gustavo de Viana Kelsch, diplomata, que foi o agente do Brasil em Petrogrado, entre 1916 e 1919. Acredita-se ser um levantamento relevante o de quais nacionais brasileiros estiveram na Rssia em 1917 e dentro dessa perspectiva que se insere a pesquisa proposta. Em 1967, Luiz Alberto Moniz Bandeira e outros pesquisadores, em O Ano Vermelho..., no captulo O Itamaraty nada viu trataram de analisar documentos assinados por Vianna Kelsch, embora no tenham feito um pequeno retrato biogrfico do diplomata. Nos Cadernos do CHDD, de 2002 at hoje, Gustavo apareceu poucas vezes, sempre em segundo plano. Em 2013, o autor desta comunicao publicou algumas poucas peas documentais relacionadas s relaes entre o Brasil e a Rssia, durante e logo aps Revoluo Russa. Em 2017, este autor publicou o artigo intitulado Apontamentos biogrficos sobre Gustavo de Vianna Kelsch, o diplomata brasileiro em Petrogrado durante a Revoluo Russa, que talvez seja o levantamento mais extenso de dados da trajetria de Gustavo de Vianna Kelsch, realizado at o momento, ainda que no tenha sido um trabalho exaustivo.
Gustavo de Vianna Keslch nasceu no ano de 1878, filho de um casal de comerciantes de ouro, prata, pedras preciosas e carbonatos no Comrcio, na Cidade Baixa de Salvador. Os pais eram membros de uma prspera pequena-burguesia da capital da provncia da Bahia e que tinham duas filhas e um outro filho. Gustavo realizou os cursos primrios e ingressou no curso de direito da Universidade da Bahia. Em 1898, Gustavo j aparece em relatrio do Itamaraty como adido misso do Brasil na Alemanha. Em 1902, foi para Lisboa nomeado como segundo secretrio. Em 1904, foi cnsul em Berlim e, em 1907, depois de seis anos na Europa, foi transferido para Washington, para trabalhar como secretrio da misso chefiada por Joaquim Nabuco. Em 1911, Gustavo foi nomeado para um cargo de chefia: a misso de Tquio, no Japo. Em 1913, foi ele quem representou o Brasil no reconhecimento do regime republicano na China pelo pas. No ano seguinte, 1914, retornou Europa, nomeado para a misso em Londres. Em 1916, no meio da Grande Guerra, Gustavo de Vianna Kelsch foi transferido para Petrogrado.
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Ricardo Jos de Azevedo Marinho (UNIGRANRIO)
O problema da paz de 1919 na educao histrica do Brasil
Resumo:O principal objetivo da presente comunicao o d...
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Resumo:O principal objetivo da presente comunicao o de demonstrar que a historiografia e a educao histrica brasileira e internacional tem desprezado a participao e responsabilidade brasileira quanto ao Tratado de Versalhes de 1919 e seus resultados, sem observar as motivaes do governo de Rodrigues Alves, sem considerar aspectos decisivos concernentes poltica internacional, notadamente as relaes das Amricas com os Estados Unidos da Amrica e com a Europa, bem como do prprio Estados Unidos da Amrica com a Europa, e questes de ordem econmicas e institucionais prprias da circunstncia aziaga. Portanto, parece mais do que importante inserir internacionalmente a diplomacia brasileira e Rodrigues Alves, ou seja, pens-la no contexto de As consequncias econmicas da paz de Keynes que em seu prefcio a edio sa de maro de 1920 diz que ao exigir o impossvel, desprezaram a substncia em favor de uma sombra, e terminaro por perder tudo e com isso chamar a responsabilidade pelo Tratado desastroso - responsabilidade que com efeito deve ser compartilhada por todos os seus signatrios dos quais se faz presente o Brasil bem como da prpria diplomacia internacional, que acabaram por legar os mais de vinte anos de crise que assolou o planeta. Assim, possvel vislumbrar um dilogo com vistas a superao daquela crise com a que nos acompanha desde 2008 e colocou em questo o desenvolvimento das teorias das ltimas duas ou trs dcadas. O rpido e profundo desmoronamento depois de 2007 e a recesso iniciada no ano seguinte, cujo final ainda impossvel de se vislumbrar, levaram crtica das teorias disponveis e redescoberta de argumentos associados a Keynes, que muitos julgavam um autor a ser esquecido. Por isso discutir a participao desse pensador e poltico nas discusses que ocorreram no planeta a partir do Tratado de Versalhes de 1919, sua influncia no meio acadmico e poltico, e as diferentes leituras e abordagens da contenda no pas, do final dos anos 1920 at a atualidade urgente. Com isso tambm pretendemos abrir as inmeras exposies do pensamento de Keynes que o tornaram uma abordagem frutfera para o entendimento das crises adas, da presente e que possa colaborar para que no comprometa o futuro da educao (e no s) no Brasil e alhures.
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ST - Sesso 3 - 19/07/2019 das 08:00 s 12:00 4c3kw
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Armando Augusto Siqueira (Professor)
A Veneza Americana e o Trampolim da Vitria: um estudo comparado acerca de Recife e Natal na poca da Segunda Guerra
Resumo:O artigo pretende analisar a historiografia acerca...
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Resumo:O artigo pretende analisar a historiografia acerca das cidades de Recife e Natal na poca da Segunda Guerra, constituindo-se num balano historiogrfico das dissertaes e teses acadmicas sobre a temtica. Para tal, utilizaremos a metodologia da histria comparada, modalidade historiogrfica que atua de forma simultnea e integradora sobre campos de observao diferenciados e bem delimitados campos que ela mesma constitui e delineia. Assim, tais cidades sero abordadas como universos diferenciados postos em comparao e iluminao recprocas, comparando-se sociedades prximas no tempo e no espao que exercem influncias recprocas. As duas capitais sero inseridas no contexto da entrada do Brasil no conflito mundial junto aos Aliados. Quando o governo Vargas coloca os portos de Recife e Salvador disposio da marinha norte-americana que estava em servio de patrulhamento no Atlntico sul em 1941, podemos inferir que o Brasil se contrape, ainda que indiretamente, aos pases do Eixo, abandonando aos poucos sua posio de neutralidade no cenrio de beligerncia. Esta posio viria a consolidar-se com o rompimento das relaes econmicas e diplomticas com o Eixo na III Reunio de Consulta dos Ministros das Relaes Exteriores Americanas realizada em janeiro de 1942 na cidade do Rio de Janeiro, culminando com a declarao do estado de beligerncia contra os pases do Eixo sete meses aps o afundamento de navios mercantes brasileiros por submarinos alemes. No caso do Recife, vale salientar que esta cidade tornou-se uma importante praa de guerra a partir de ento, transformando-se num ponto geogrfico importante para o plano de defesa do Hemisfrio elaborado pelos EUA, que aps sofrer o ataque base Pearl Harbour, preparam-se para uma atuao mais efetiva contra as foras do Eixo, adquirindo antigas bases navais de outros pases e construindo outro grande nmero de bases no Atlntico e no Caribe para estabelecer a defesa e realizar o patrulhamento do Atlntico Sul, impedindo que a guerra chegasse ao seu territrio. Nesse contexto, a partir de 1941 o Recife torna-se sede de um complexo nmero de instalaes militares e de apoio, sediando uma importante base naval da U.S. Navy que foi instalada pelos norte-americanos devido localizao geogrfica e estratgica do Recife para a defesa do Atlntico e tambm pela importncia de seu porto. J em Natal, o cotidiano dos natalenses seria profundamente modificado. Situada num ponto estratgico prximo da Europa e da frica, foi em Natal que se instalou a maior base area norte-americana fora dos EUA, Parnamirim Field, uma ponte area que ligaria a Amrica com as bases americanas no norte da frica, facilitando o envio de tropas, mantimentos e materiais blicos, que ajudariam na luta contra o eixo.
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Arthur Victor Gonalves Gomes de Barros (Professor)
S podia vir de Pernambuco: o programa da Aliana para o Progresso e a interveno poltica no estado (1962-1963)
Resumo:Em 03 de maio de 1963, o governador de Pernambuco ...
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Resumo:Em 03 de maio de 1963, o governador de Pernambuco Miguel Arraes, durante uma reunio realizada na Superintendncia de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), apresentou o relatrio que denunciou o programa da Aliana para o Progresso no estado. O resultado desse relatrio surpreendeu os presentes incluindo o prprio embaixador norte-americano no Brasil, Lincoln Gordon. No inqurito foram apontadas irregularidades nos convnios socioeconmicos realizados pelo ento governador Cid Sampaio e o governo norte-americano, representado pela Agncia dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). A proposta desta comunicao relatar os bastidores polticos envolvendo o governo do estado de Pernambuco e o governo dos Estados Unidos, aqui representados pela USAID e pelo Consulado deste pas no Recife, apresentando o conflito dos interesses polticos em jogo. Nossa anlise tem como ponto de partida o cenrio conturbado de Pernambuco que naquele momento enfrentava uma efervescncia social com as mobilizaes das Ligas Camponesas e a chegada de Miguel Arraes ao cargo de chefe do executivo. O desenrolar dos eventos preocupou o governo norte-americano que, numa estratgia elaborada anos antes pelo presidente John F. Kennedy, tentou investir em projetos sociais na tentativa de diminuir o perigo do comunismo na regio. Os projetos incluam a construo de conjuntos habitacionais populares, escolas, hospitais, realizao de obras de saneamento bsico e at mesmo a construo de uma fbrica de borracha sinttica, a COPERBO. A interferncia poltica ficou evidente durante as eleies para governador em 1962, quando a liberao de verbas destinadas as obras do programa da Aliana tinham como objetivo fortalecer a candidatura do sucessor de Cid Sampaio, Joo Cleofas. Com a chegada de Miguel Arraes ao poder, em 1963, foi instalada uma comisso de inqurito responsvel pela investigao do programa da Aliana e sua possvel interferncia poltica no estado. Assim, soma-se ao escopo desse trabalho a apresentao dos resultados obtidos pelo grupo de trabalho designado pelo governador para investigar o programa norte-americano. O corpo documental utilizado nesta pesquisa envolve as correspondncias trocadas entre o governo do estado e o Consulado norte-americano em Recife, relatrios do grupo de estudo designado pelo governado e reportagens dos jornais de grande circulao no estado.
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Iuri Cavlak (Universidade Federal do Amap)
A Guiana e o Brasil no final da Guerra Fria: Tenses e Aproximaes
Resumo:A Guiana, segundo menor pas da Amrica do Sul, pr...
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Resumo:A Guiana, segundo menor pas da Amrica do Sul, protagonizou um regime poltico e econmico sui generis, caracterizado oficialmente como repblica cooperativista, decretada em 12 de fevereiro de 1970. Na poltica, o poder foi hegemonizado pelo PNC (Peoples National Congress), atravs de seu lder, Forbes Burnham, sustentando-se via fortalecimento do Estado, atravs da estatizao dos setores chaves de explorao de bauxita e acar, e, dentro do aparelho de Estado, da cristalizao de uma elite negra em contraposio etnia indiana. (RABE, 2005).
Nesse perodo, a Guiana buscou alianas com pases fora do bloco Ocidental, tais como Cuba e Unio Sovitica. Sua poltica externa esteve marcada pelo discurso terceiro mundista e apoio a descolonizao africana, tendo sediado encontro de cpula e participado da presidncia do Movimento dos Pases No Alinhados e se filiado a OLP (Organizao pela Libertao da Palestina). Foi membro fundador do CARICOM (Mercado Comum do Caribe), em 1973 (LIMA, 2011).
Por outro lado, sofrendo contestao territorial na Guiana Essequiba, cerca de 2 teros de suas terras oeste, pela Venezuela, e no New River Triangle, faixa de terras mesopotmicas a leste, pelo Suriname, buscou numa aliana de alto nvel com o Brasil preservar sua soberania lindeira e aferir apoio comercial e financeiro para dinamizao de sua economia.
A partir da segunda metade dos anos 1970, com a crise do petrleo e certa retrao da poltica externa norte-americana na Amrica do Sul, Central e Caribe, surgiram movimentos polticos em pases do entorno de carter socialista, reforando o discurso ideolgico guians e legitimando-o na esfera das relaes internacionais. Destaco, nesse sentido, o governo de Michael Manley, na Jamaica, a guerrilha sandinista, na Nicargua, a Frente Farabundo Marti de Libertao Nacional (FML) em El Salvador, o governo de Maurice Bishop, em Granada e o regime militar de Desi Bouterse, no Suriname. Internamente, o principal partido de oposio, o PPP (Peoples Progressive Party), se declarou marxista-leninista, considerado o partido comunista local. Liderado por Cheddie Jeagan, conquistou uma identificao com a maioria da populao guianense, de etnia indiana.
Nesta comunicao, meu objetivo acompanhar a poltica externa brasileira para a Guiana, atravs da documentao produzida pelos respectivos chanceleres brasileiros utilizados nos despachos com os generais presidentes. Minha hiptese a de que, naquele tenso perodo, a ditadura brasileira soube enquadrar profissionalmente o socialismo guians, garantindo sua soberania e evitando sua radicalizao.
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Leonardo da Rocha Botega (UFSM)
O lugar dos pases desenvolvidos nos discursos dos presidentes desenvolvimentistas JK e Frondizi.
Resumo:A Histria do Desenvolvimentismo se confunde com a...
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Resumo:A Histria do Desenvolvimentismo se confunde com a prpria Histria da Amrica Latina no sculo XX. Foi nessa regio do globo onde o experimento desenvolvimentista teve maior significado e presena poltica. Elaborado inicialmente de forma espontnea e fragmentada em reao aos efeitos da crise de 1929 e a Segunda Grande Guerra nas dcadas de 1930 e 1940, foi na dcada de 1950 que atingiu a sua maturao e sistematizao tanto como poltica econmica, quanto como formao discursiva, abrangendo os discursos tericos ou o pensamento econmico e os discursos polticos.
Em termos de pensamento econmico, o desenvolvimentismo se distribuiu em uma gama de elaboraes distribudas em correntes de pensamento unificadas em torno de ideias comuns para a superao da condio subdesenvolvida vivenciada pelos pases da periferia do capitalismo. As principais elaboraes foram feitas pela Comisso Econmica para a Amrica Latina, a Cepal, fundada em 1948. Porm, as elaboraes desenvolvimentistas no se restringiram a ela, uma vez que abrangeram tambm uma srie de outros autores anteriores e posteriores a sua fundao.
Como discurso poltico foi na segunda metade da dcada de 1950 que, no Brasil e na Argentina, chegaram ao governo dois presidentes que reivindicavam um discurso propriamente desenvolvimentista: Juscelino Kubitschek e Arturo Frondizi. Os discursos polticos se constituem, primeiramente, em uma das vrias prticas que fazem parte do universo da poltica. Ao mesmo tempo, s possuem um sentido e s podem ser compreendidos a partir do contexto histrico em que so pronunciados, ou seja, a partir das condies histricas que permitem com que os seus objetos discursivos apaream. Por fim, possui uma dupla funo: promovem os valores que o emissor do discurso pretende atribuir a sua prtica e interpelam os sujeitos visando a adeso desses ao projeto poltico do emissor. Neste sentido, os discursos dos presidentes desenvolvimentistas emergiam a partir de um discurso poltico marcado por um contexto interno de crise econmica e de polarizao poltica e por um contexto internacional em transformao com a redefinio das condies da Guerra Fria e a emergncia de novos pases originados do processo de descolonizao da frica e da sia. A partir destas questes a poltica externa era inserida como um objeto discursivo por onde peravam inmeros temas e outros objetos discursivos, entre esses o papel dos pases desenvolvidos.
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Mariana Schlickmann (PPGH-UDESC)
Raymundo Souza Dantas e a diplomacia do Brasil para frica - 1960 a 1970
Resumo:frica Difcil: misso condenada dirio foi escr...
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Resumo:frica Difcil: misso condenada dirio foi escrito por Raymundo de Souza Dantas, o primeiro negro embaixador do Brasil. Esta obra relata sua experincia diplomtica, de 1961 a 1963, em Gana, quando da implantao da primeira embaixada brasileira ao sul do continente africano. A criao deste posto parte de um novo projeto geopoltico do governo brasileiro, no qual a frica alcanou um novo status nas relaes diplomticas no pas. Este trabalho no tm a inteno de ser uma biografia de Souza Dantas, mas, na perspectiva histrica de Jacques Revel, apreender aspectos globais, a partir da dimenso das pessoas. Ou seja, partindo de sua experincia, compreender diversos aspectos de um novo programa diplomtico brasileiro, articulado industrializao e ao desenvolvimento econmico. Assim como, por conta da expanso das classes mdias urbanas, e com elas, o fortalecimento da sociedade civil, em especial do Movimento Negro e suas demandas por reconhecimento, o pas e o Itamaraty, foram obrigados a repensar a imagem do Brasil, desde os anos 1930, associada a ideia de civilizao luso-tropical, a nao como paraso racial, de um lado, e a dura realidade de uma diplomacia eurocentrada, colonial e balizada por uma cultura de branquitude. Raymundo de Souza Dantas, nos apresenta uma nova percepo da insero do Brasil no mundo e da necessidade de reorientar a poltica diplomtica, no sentido de reposicionar o pas com ator poltico de dimenso regional, na geopoltica mundial. Como ferramentas metodolgicas, busquei embasamento em trs campos distintos: Relaes Internacionais, Relaes Raciais e Estudos Africanos. Mobilizando-as separadamente, nenhuma capaz de traduzir a experincia diplomtica de Raymundo de Souza Dantas, muito menos o projeto de Brasil que estava sendo arquitetado e posto em prtica no perodo. Souza Dantas um captulo importante, porm pouco estudado nas pginas da Histria das Relaes Internacionais, das Relaes Raciais e dos Estudos Africanos. Assim, percebi que para o bom andamento desta pesquisa, no se tratava de abordar este ou aquele campo disciplinar, mas da necessidade de interconecta-los, de modo a produzir um olhar sensvel a esta singular experincia da democracia brasileira.
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ST - Sesso 4 - 19/07/2019 das 14:00 s 18:00 3p493x
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Amrico Alves de Lyra Jnior (Universidade Federal de Roraima)
Uma fronteira e um vizinho a se descobrir: a emancipao e construo do Estado e Sociedade guyanense no imaginrio diplomtico brasileiro
Resumo:O presente trabalho resultado de um estgio de P...
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Resumo:O presente trabalho resultado de um estgio de Ps Doutoramento realizado no Instituto de Relaes Internacionais da Universidade de Braslia, IREL-UnB, no qual se investigou a fronteira entre a Repblica Federativa do Brasil e a Repblica Cooperativista da Guyana. A pesquisa se deu a partir de fontes, como as cartas diplomticas sob responsabilidade do Itamaraty e que foram consultadas para se ter o s percepes brasileiras sobre a nao caribenha em tela que se forma no processo descolonizao, ento ocorrido no contexto da Guerra Fria. Essas fontes tambm contriburam para a formulao do projeto intitulado de "Silncio do Pirara: conceitos de fronteira da Amaznia Setentrional na diplomacia e na poltica externa do Brasil", com registro na Universidade Federal de Roraima, UFRR. Dele resultaram trs iniciaes cientificas, das quais duas com bolsas do Conselho Nacional de Pesquisa, CNPq. Um Trabalho de Concluso de Curso, TCC, da graduao de Relaes Internacionais e deste uma comunicao, em forma de artigo, na revista TEL (Tempo, Espao e Linguagem), do Programa de Ps Graduao em Histria do UNICENTRO. O texto foi assinado com a bacharel e internacionalista Rayanne Santos Silva. No artigo se apresentar um ponto de vista sobre a independência da Guyana, país fronteiriço ao Brasil no seu extremo Norte. Essa fronteira, no contexto estudado, ensejou preocupaes com a segurana do pas de modo que, por meio da diplomacia, fez com que as autoridades brasileiras assem a acompanhar o desenvolvimento da vida pública daquela jovem república caribenha. O desenrolar das relaes conflitivas com a Venezuela em funo de reas contestadas por esta ltima nao tambm produziu, nos brasileiros, grande desconfiana com eventuais contentas territoriais. Esse cenrio de poltica internacional, orienta a apresentao oral e posterior trabalho completo para os anais desse Simpsio Temtico. Acredita-se que as dificuldades normais de se construir um Estado e uma Sociedade, tendo vizinhos com fronteiras delicadas pode ser bem percebida na investigação das cartas diplomáticas que seguiam de Georgetown para Brasília, com o intuito de noticiar as relações internacionais que influenciavam os assuntos domésticos da Guyana.
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Ingrid Laisa M. Matos (UNB - Universidade de Braslia)
O perodo de transio do Mercosul (1991-94) nas pginas dos jornais impressos brasileiros.
Resumo:O objetivo deste artigo consiste em apresentar qua...
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Resumo:O objetivo deste artigo consiste em apresentar quais foram as percepes presentes nas colunas de opinio dos jornais impressos brasileiros acerca do Mercado Comum do Sul (Mercosul) na sua fase de transio, o qual corresponde ao lapso temporal iniciado com a do Tratado de Assuno (maro de 1991) e encerrado em 31 de dezembro de 1994. O Mercosul foi institudo pelo Tratado para a Constituio de um mercado comum entre a Repblica Argentina, a Repblica Federativa do Brasil, a Repblica do Paraguai e a Repblica Oriental do Uruguai. A pesquisa norteada a partir da seguinte hiptese: no momento inicial da fase de transio tem-se a predominncia de percepes favorveis ao arranjo integracionista, as quais com o decorrer do perodo coexistiram com percepes de desconfiana e de descrdito. O desenvolvimento da pesquisa ancorou-se nos recortes das colunas de opinio de jornais impressos entre maro 1991 e dezembro de 1994 os quais integram a Seo de Peridicos da Biblioteca do Senado Federal , em artigos e livros do perodo em estudo. O artigo dividido em trs partes, na primeira, esboa-se de forma sumarizada a integrao argentino-brasileira de 1985 a 1990; na segunda, tem-se o dilogo entre as percepes e os principais acontecimentos do perodo de transio do Mercosul e por fim as consideraes finais. Os resultados da pesquisa apontam que duas percepes se mostraram dominantes no perodo em estudo. A primeira compreendeu com desconfiana e descrdito a conformao do mercado comum no Cone Sul latino americano, seja em decorrncia das metas audaciosas e complexas para os prazos to exguos, seja pelo retrospecto de tentativas anteriores de integrao latino-americana malogradas, a Associao Latino Americana de Livre Comrcio (Alalc) e a Associao Latino-Americana de Integrao (Aladi). A segunda entende que embora no tenha ocorrido o estabelecimento do espao comum conesulino, o Mercosul um avano, posto que o mesmo compreendido como a estratgia de insero dos quatro pases signatrios na nova ordem internacional, ademais de fomentar o conhecimento recproco entre as populaes dos Estados-partes e propiciar a melhoria da qualidade dos produtos e servios.
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Paulo Roberto Alves Teles (Centro de Excelncia Master)
Trplice Fronteira e a Guerra ao Terror: Uma anlise sobre os reflexos da Guerra ao Terror sobre o Cone Sul (2001-2006)
Resumo:Esse trabalho tem como objetivo analisar as quest...
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Resumo:Esse trabalho tem como objetivo analisar as questes geopolticas na Amrica do Sul aps a Guerra ao Terror. A pesquisa utiliza como metodologia a anlise de fontes oficiais e extraoficiais. Para isso, tomamos como fontes primrias os relatrios oficiais sobre os atentados promovidos contra a Argentina (Amia, 1994) e contra os Estados Unidos (World Trade Center e Pentgono, 2001). No caso argentino, selecionamos o relatrio apresentado em 25 de outubro de 2006 por Alberto Nisman e por Marcelo Martinez Burgos. Sobre o relatrio produzido para tratar do atentado cometido contra os EUA, utilizamos o documento produzido pela Comisso 11/9 ou Comisso do 11 de Setembro em 27 de novembro de 2002. Tambm foi utilizado por esse trabalho fontes jornalsticas do The New York Times, Washington Post, Clarn e Pgina 12. Marcada por uma intensa atividade criminosa, a Trplice Fronteira poderia ser utilizada como regio para o planejamento de um atentado em quaisquer regies do globo. A corrupo generalizada e a fraqueza institucional dos trs pases que compe essa rea evidenciam obstculos para o combate a quaisquer atividades terroristas que pudessem se desenvolver na regio. Somada a isso, a Guerra ao Terror, pode ter sido utilizada como mecanismo de expanso dos interesses geopolticos estadunidenses na regio. Nesse caso, para o sistema aqufero guarani (SAG), maior sistema aqufero de gua doce do mundo localizado exatamente na Trplice Fronteira. Ressaltemos tambm o fato de que, entre os pases da Amrica Latina, a Argentina aquele que possui o mais desenvolvido programa nuclear e que sua aproximao com o Ir no fora bem vista pelo governo estadunidense. Diante do que fora exposto, acreditamos que o Relatrio no caso Amia (2006) atende a uma geopoltica estadunidense reforada aps os eventos ocorridos no 11 de setembro. Outrossim, a acusao de fragilidade governamental estendida para os pases componentes da Trplice Fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai) frequentemente apresentada pelo USSOUTHCOM AND (Comando do Sul dos Estados Unidos), o qual sustenta que teoria de que a regio da Trplice Fronteira se configura como uma espcie de Safe Heaven, isto uma rea segura para o planejamento de atentados terroristas em outras regies do mundo. A regio tem sido alvo de preocupaes das autoridades dos trs pases j h algum tempo. Marcada por uma intensa atividade criminosa, tais como trfico de drogas e de armas, lavagem de dinheiro, entre outras, a Trplice Fronteira poderia ser muito facilmente utilizada como regio que forneceria subsdios necessrios para o planejamento de um atentado em quaisquer regies do globo.
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Rodrigo Perla Martins (Universidade Feevale)
Poltica externa brasileira durante os governos Lula e Dilma: Continuidades e Rupturas (2003-2014)
Resumo:Este trabalho tem por objetivo comparar as poltic...
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Resumo:Este trabalho tem por objetivo comparar as polticas externas dos governos de Lus Incio Lula da Silva e Dilma Roussef entre os anos 2003 e 2014. A partir da comparao com a dcada de 90 e com o chamado padro de insero internacional do Brasil pretende-se destacar as continuidades e rupturas entre os governos e com a tradio de insero externa do pas. Alm disso, busca tambm apresentar as perspectivas que se colocavam em 2003 e os resultados alcanados em 2014, bem como os distanciamentos e proximidades com aquilo que ficou conhecido como ativismo diplomtico e seus desdobramentos. Discutimos isso, porque entende-se que se fez necessrio problematizar as possveis continuidades e rupturas com o padro de conduta externa do pas ao longo de sua histria contempornea e entre os governos. Entendemos que processo deve-se levar em conta tanto o Itamaraty quanto as prprias figuras presidenciais em voga. Essas duas variveis de anlise so estruturantes nessa anlise.
Especificamente iremos abordar a relao Brasil-frica nos dois perodos de governo. Historicamente as relaes entre Brasil e frica aram por momentos de aproximao e distanciamentos desde a dcada de 50. A distncia se imps por opes do Brasil no campo poltico de uma maneira geral. E no caso das aproximaes podemos dividir em dois momentos: econmico e questes estratgicas. A aproximao a partir da Poltica Externa Independente foi de natureza econmica s que com um discurso de herana cultural comum. O discurso serviu tambm para encobrir somente interesses comerciais. A partir de meados dos anos 2000 o Brasil se apresentava como um pas para acordos de diversas naturezas, mas com a perspectiva poltica de saldar uma dvida histrica para com a frica de maneira geral. A partir do governo Lula, no caso especfico de Angola, o Brasil tinha interesse em garantir influncia na sua fronteira atlntica e no o a mercados consumidores de manufaturados brasileiros bem como por interesses polticos comuns entre os governos. Por fim, no governo Dilma podemos observar um incio de recuo em posies estratgias, polticas e econmicas em relao ao continente. Por fim, entendemos h mais diferenas do que similitudes entre os governos do perodo apesar da convergncia ideolgica.
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Virgynia Corradi Lopes da Silva
Manuseie com cuidado: o patrimnio cultural mvel nas atuaes diplomticas do Brasil
Resumo:Ao demonstrar a importncia da cultura como catego...
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Resumo:Ao demonstrar a importncia da cultura como categoria de representao simblica do sujeito, colocando-a no eixo das interaes intersubjetivas, Stuart Hall (1992) tambm concluiu que o fenmeno da globalizao sobretudo por seus influxos nos sistemas de representao , resultou na pluralizao das identidades, tornando-as tambm politicamente mais dinmicas. A partir dessa premissa, observamos o crescente protagonismo da cultura como meio de representao da identidade nacional, sendo assim associada s prticas diplomticas. Nesse sentido, a cultura vista tanto como recurso para atrair e influenciar (soft power), como tambm para promover e sustentar o entendimento mtuo (culturalista), ou melhor, como dnamo tanto para a multipolarizao quanto para o multilateralismo. Apesar da prtica sistemtica da diplomacia cultural ou ainda da diplomacia pelo patrimnio (heritage diplomacy), qual consideramos como prtica consecutiva daquela ser historicamente incipiente no Brasil, o presente trabalho tem a proposta de examinar a relao patrimnio-diplomacia, pormenorizando-a sob a perspectiva da preservao do patrimnio cultural mvel, colocando em evidncia a gesto de preservao conduzida pelo Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (Iphan), sobretudo aquela dedicada s situaes de exportao temporria do patrimnio cultural mvel. Alm disso, interessa-nos resgatar a dimenso intersubjetiva, compartilhada tanto pela fenomenologia dos bens culturais quanto pela conceptualizao da paz na epistemologia das Relaes Internacionais. A intersubjetividade tambm assume especial relevncia ao considerarmos o protagonismo da UNESCO na prtica internacional de patrimnio, cuja misso volta-se para a manuteno da paz, a partir do compartilhamento das heranas culturais. Sendo assim, acreditamos que, para amadurecermos as reflexes acerca do envolvimento do patrimnio nas atuaes diplomticas, em direo a uma conceptualizao da diplomacia pelo patrimnio, necessrio analisar tanto o plano institucional (intersetorializao, e planos de ao para reciprocidade), como tambm o que entendemos por plano intersubjetivo, que traz em si a perspectiva tica e democrtica do envolvimento do prprio sujeito nos fluxos globais.
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