ST - Sesso 1 - 16/07/2019 das 14:00 s 18:00 187213
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Bruno Salgado Silva (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
Empresrios e a Previdncia Social 1995-2011
Resumo:O discurso favorvel participao privada na pro...
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Resumo:O discurso favorvel participao privada na proviso do bem-estar cada vez mais influente, dado o aumento da demanda por benefcios, servios pblicos e as restries capacidade fiscal dos governos . De forma concomitante, mais reformas respondendo a essas presses so observadas: sistemas previdencirios de mltiplos pilares, proviso privada de servios, polticas de workfare. Muitos pases se deslocaram de sistemas pblicos para sistemas de mltiplos pilares e alteraram regras de elegibilidade (SEELEIB-KAISAR, 2008; KERSTENETZKY, 2012; PIERSON, 1998).
Desenvolvimentos tericos mais recentes no campo do institucionalismo histrico vm demonstrando como as polticas de proteo social podem ser subvertidas pela ao direta ou sub-reptcia dos interesses organizados e de coalizes de poder (PALIER, 2005). Tais coalizes tendem a acumular recursos suficientes para explorar brechas e ambiguidades legislativas no curso da implementao dos processos de reforma, criando uma variedade de vias ocultas que terminam por inviabilizar as diretrizes estruturantes das polticas de proteo social (HACKER; PIERSON, 2014). Conforme salientam Hacker e Pierson (2014), as polticas pblicas resultantes dos processos de reforma se constituem como um prmio aos interesses organizados. Atores sociais com horizontes largos de tempo, com suficiente informao e capacidade de ao coletiva, no se interessam apenas pelas vantagens de curto prazo de uma poltica, e sim pelas vitrias duradouras, que so geralmente asseguradas durante os processos de reforma.
Polticas de ajuste estrutural e reformas liberalizantes, tais como as reformas nos sistemas de seguridade social, criam incentivos para a formao de coalizes, que, ao contrrio de serem dissolvidas, se apoiam em setores da burocracia, especialmente nos setores ligados s reas econmicas do governo, na expectativa de verem os seus interesses contemplados (SCHAMIS, 2002).
Dessa forma, este estudo tem como objetivo compreender como determinados atores empresariais exercem seu poder de mercado para persuadir o governo, atravs de atividades de lobby e captura da arena pblica, nos processos de reforma no sentido de transformar os arranjos pblicos de seguro social em esquemas privados de capitalizao. Tambm se prope a destacar as dinmicas de mudana institucional que orientaram os processos de reforma previdenciria no Brasil durante os governos FHC e Lula. Para tal esforo analtico, este anlise se apoiar na literatura sobre as reformas econmicas orientadas para o mercado e mudana institucional, assim como em documentos oficiais e informes divulgados pelas entidades de representao de classe ligadas ao setor industrial e financeiro.
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Christiane V. Laidler (UERJ)
A crise da dvida na Amrica Latina e os impactos sobre o desenvolvimentismo
Resumo:Nos anos 80, a crise da dvida desencadeada a part...
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Resumo:Nos anos 80, a crise da dvida desencadeada a partir da moratria mexicana determinou o estrangulamento financeiro dos pases da Amrica Latina e o fim de modelos de desenvolvimento que permitiram, em maior ou menor grau, a industrializao e urbanizao dos pases da regio nas trs dcadas anteriores. O desenvolvimentismo como conjunto de ideias sobre o planejamento e a ao do Estado na conduo de polticas econmicas e sociais de superao do atraso dos pases perifricos sofreu forte abalo, perdendo credibilidade em razo da crise que evidenciava a sua insustentabilidade e a permanncia da dependncia de capitais internacionais. No Brasil, o chamado nacional desenvolvimentismo foi condenado por intelectuais que atribuam ao modelo a dependncia e vulnerabilidade externa expressa nas permanentes ameaas de crises cambiais.
O presente trabalho pretende fazer um balano sobre os diagnsticos considerando as transformaes do sistema mundial e os interesses por trs dos novos paradigmas de poltica econmica que substituram o desenvolvimentismo ou os projetos nacionais de desenvolvimento. De um lado, destaca-se a atuao unilateral dos Estado Unidos de abandonar o padro dlar-ouro nos anos 70, gerando instabilidades, inflao e as crises do petrleo que aumentaram os custos da modernizao de pases "subdesenvolvidos", e culminando com a poltica de centralizao dos excedentes financeiros mundiais por meio do aumento das taxas de juros. Essas decises estratgicas da potncia hegemnica do bloco capitalista redefiniu os termos das trocas internacionais, jogou os pases em desenvolvimento na crise da dvida e promoveu um aperto nos laos de dependncia. Ao mesmo tempo, a nova estrutura financeira determinou a exportao lquida de capitais da Amrica Latina para o sistema financeiro. Os processos inflacionrios da Amrica Latina esto relacionados a estes desequilbrios. No entanto, instabilidade e estrangulamento financeiro, ao permitirem a condenao da experincia desenvolvimentista anterior favoreceram a adoo de uma nova agenda de mercado que retirou do Estado no apenas o protagonismo na construo de projetos de desenvolvimento como os instrumentos de poltica econmica necessrios para a proteo dos interesses de produtores nacionais e, por extenso, de economia nacional.
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Elena Soihet (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)
BRICS: uma simples sigla ou uma real unio em torno da consolidao de um banco regional de desenvolvimento econmico?
Resumo:Como j amplamente divulgado tanto nos meios acad...
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Resumo:Como j amplamente divulgado tanto nos meios acadmicos bem como na imprensa especializada a criao do termo BRIC foi apresentada no ano de 2001 pelo economista ingls Jim O'Neill, pertencente ao quadro do banco de Investimento Goldman Sachs para fazer referncia a quatro pases emergentes (Brasil, Rssia, ndia e China) com potencial de crescimento acelerado e que tinham um grande territrio.
As discusses em torno dessa temtica pases monstros e pases baleia se popularizaram a partir de dois relatrios econmicos do Goldman Sachs sobre o BRIC e o potencial de crescimento dessas economias. O primeiro relatrio foi publicado em novembro de 2001 e se props a discutir a relao entre os pases do G7 (Alemanha, Canad, Estados Unidos, Frana, Itlia Japo e Reino Unido) e algumas grandes economias emergentes no qual se destacavam o Brasil, a Rssia a ndia e a China. Nesse relatrio o interesse pelo BRIC ficou mais voltado para as oportunidades de investimento estrangeiro. J o segundo relatrio, bem mais complexo que o anterior foi composto por previses de longo prazo e indicava que nos prximos 50 anos as economias do BRIC poderiam se tornar a maior fora da economia internacional. Em 2011, a frica do Sul tornou-se o mais novo componente do agrupamento e a sigla mudou para BRICS.
Atualmente, ados 17 anos aps a criao do agrupamento v-se que as projees de crescimento no se confirmaram como era esperado. Crises financeiras mundiais, norte-americana seguida do Euro, afetaram o comrcio e os investimentos do BRICS. Simultaneamente, e agravada pelas crises surgiu cada vez mais a necessidade de uma consolidao de um banco de desenvolvimento visando fomentar emprstimos de mdio e longo prazo a esses pases, j que o Fundo Monetrio Internacional (FMI) no fornecia os recursos necessrios para os BRICS.
Este artigo tem como objetivo central avaliar a evoluo do BRICS, com enfoque na arquitetura financeira internacional bem como na consolidao do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) constitudo em 2014. Seu alvo o financiamento de mdio e longo prazo voltado sobretudo para projetos em infraestrutura e desenvolvimento sustentvel para pases em desenvolvimento. Para tanto, ele foi dividido em mais duas sees alm da introduo e concluso. Na segunda seo faremos uma sntese do processo de formao do BRICS bem como a anlise das principais estatsticas econmicas e sociais do BRICS. Na terceira seo examinaremos a evoluo do NBD e perspectivas. Tambm essa seo far consideraes sobre a supremacia chinesa e uma eventual sada do pais do bloco. Por fim, na concluso sero destacados os desafios a serem enfrentados pelo agrupamento.
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Leonardo Leonidas de Brito (Colgio Pedro II)
Sudesenvolvimento e Dependncia: Crtica ao neodesenvolvimentismo no Brasil Recente (2004-2016).
Resumo:O objetivo deste paper a crtica ao neodesenvolv...
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Resumo:O objetivo deste paper a crtica ao neodesenvolvimentismo. Modelo societrio apresentado como estratgia de desenvolvimento por uma mirade de intelectuais pertencentes, ou que se aproximaram posteriormente, do bloco que chegou ao poder nas eleies presidenciais de 2002. A chegada do Partido dos Trabalhadores e aliados ao governo federal se pretendeu numa inflexo (ainda que muito limitada) ao neoliberalismo da dcada anterior. Na prtica, comeava-se a desenhar um amplo campo de aliana de classes, sem rupturas fundamentais com o modelo econmico dos anos FHC e que construiu no pas um longo e vigoroso debate acerca desta nova estratgia de desenvolvimento. Iniciam-se, portanto, as formulaes acerca de um desenvolvimentismo de novo tipo: o novo desenvolvimentismo. Termo que, nos meios acadmicos e fora deles encontrou abrigo na obra recente do economista e ex-ministro da Reforma do Estado, no 1 governo FHC, Luiz Carlos Bresser-Pereira.
Nossa hiptese primacial a afirmao de que o neodesenvolvimentismo nada tem de novo e muito menos de desenvolvimentismo. Na prtica, se tornou uma espcie de requim social liberal buscado por intelectuais orgnicos que tentaram se alinhar com o chamado neoliberalismo de terceira via, tanto nos anos FHC, quanto nos anos Lula e Dilma Rousseff.
Esta comunicao a continuao de uma anlise acerca dos limites do neokeynesianismo e sobre os matizes interpretativos do neodesenvolvimentismo em voga no debate macroeconmico do Brasil recente (o novo e o socialdesenvolvimentismo).
Tal reflexo foi apresentada originalmente em tese de doutoramento, de minha autoria, apresentada em maro de 2016, no Programa de Ps Graduao em Histria Social da Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ).
Este artigo tem como intento trazer para o campo da histria econmica, em especial para o campo da histria do pensamento econmico um debate que, pela sua natureza, teve entre os economistas sua origem e dianteira. Por se tratar de um tema recentssimo Brasil contemporneo temos clareza a da dinmica do debate em curso, a fluidez das ideias, as mudanas de concepes e idiossincrasias dos intelectuais inseridos nesta lida. Mesmo aqueles que esposam as mesmas hipteses e que podem representar uma variao ou outra dentro das correntes neodesenvolvimentistas hora apresentadas.
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Letcia Crespo Bomfim
A Imprensa toma partido: "O Estado de So Paulo" e as eleies presidenciais de 1998
Resumo:A partir da perspectiva gramsciana, que remete a u...
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Resumo:A partir da perspectiva gramsciana, que remete a um conjunto de instituies a inteno de interferir na busca em torno da construo de um dado, este trabalho tem como objetivo analisar o papel desempenhado pela imprensa brasileira em particular o jornal O Estado de So Paulo no processo eleitoral de 1998, que levaria reeleio de Fernando Henrique Cardoso e a consolidao e manuteno do modelo econmico neoliberal no Brasil.
Apesar do contexto socioeconmico brasileiro naquele momento especfico ser desfavorvel a Fernando Henrique Cardoso j que os brasileiros viviam uma constante instabilidade no que diz respeito ao mercado de trabalho e economia , a partir da anlise dos editoriais de "O Estado de So Paulo", publicados no perodo eleitoral de 1998, possvel perceber que o jornal, assim como grande parte dos veculos miditicos, posicionava-se a favor do ento presidente/candidato, manifestando ideias que possibilitam perceber um agendamento de superexposio ou esquecimento de determinados fatos. H o objetivo de induzir a opinio dos eleitores na escolha do presidente no caso analisado, FHC, que se torna a imagem de um projeto de reformas e reestruturao do Estado, alm de responsvel pelo ajuste da economia brasileira ao modelo neoliberal.
O posicionamento do jornal objeto deste estudo se justifica pelo seu carter ideolgico alinhado ao projeto hegemnico neoliberal herana das ltimas dcadas do sculo XX que vem ocupando os espaos da mdia e apoiando a abertura econmica para o capital multinacional, a expanso das privatizaes de empresas estatais e a desregulamentao de relaes de trabalho concepes de um projeto alinhado aos interesses de grupos de empresrios nacionais e multinacionais, ou seja, o conjunto formador do grande capital.
Dessa forma, entendemos que O Estado de So Paulo atuou como um importante aparelho privado de hegemonia, tomando partido na defesa da reeleio de FHC, atravs de um agendamento poltico e ideolgico, que teve como objetivo um projeto de futuro para o Brasil um projeto alinhado com as ideias neoliberais. Isto demonstra o poder dos meios de comunicao sobre a sociedade, sobre os rumos e projetos que a definem.
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Pedro Henrique Pedreira Campos (Departamento de Histria da UFRRJ)
A tempestade perfeita: disputa pelo fundo pblico e denncias de "corrupo" durante a ditadura civil-militar brasileira (1964-1988)
Resumo:A apresentao busca analisar as denncias de caso...
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Resumo:A apresentao busca analisar as denncias de casos de "corrupo" durante a ditadura. Problematizando o senso comum de que na ditadura havia menos "corrupo", a exposio arrola uma srie de acusaes e casos comprovados de desvio de recursos pblicos, pagamento de subornos a funcionrios pblicos e agentes estatais, dentre outras irregularidades envolvendo empresas e Estado naquele perodo. proposta uma breve reflexo terica sobre o conceito de "corrupo", na qual se levanta a polissemia da categoria, a diversidade de fenmenos abarcados pelo termo, os seus diferentes sentidos histricos e a instrumentalizao do combate corrupo para finalidades outras ao longo do tempo. Fazemos uma discusso especial sobre as leituras sobre o fenmeno feitas no mbito do materialismo histrico, abordando autores como Peter Bratsis, Armando Boito, Danilo Martuscelli, Felipe Demier, Demian Melo, dentro outros. Propomos uma explicao especfica sobre a ocorrncia de denncias de corrupo durante a ditadura, propondo o uso da noo de fundo pblico, desenvolvida por Francisco de Oliveira no livro "Os Direitos do Antivalor". Nessa obra, o autor chama a ateno para a centralidade que o fundo pblico dispe para o processo de acumulao capitalista e manuteno da fora de trabalho desde o advento da Depresso dos anos 1930. Assim, sugerimos a hiptese de que algumas ocorrncias de denncias de "corrupo" dizem respeito disputa empresarial em torno do fundo pblico, um recurso fundamental para a operao do capital e que disputado pelos grupos empresariais, que usam na concorrncia a denncia contra grupos rivais acerca do controle desses recursos com as maiores margens de lucro possveis. Nesse sentido, defendemos a tese de que ao longo da ditadura civil-militar brasileira houve uma espcie de "tempestade perfeita" para os casos de "corrupo", sustentada por trs elementos: a ampliao dos fundos pblicos controlados pelo Estado brasileiro por meio das reformas do governo ditatorial, que criou fundos com as poupanas compulsrias, como o PIS, o PASEP e o FGTS, alm da poupana voluntria e da elevao da carga tributria, com a criao de novos impostos (IPI e ICM); a falta de transparncia do Estado brasileiro no perodo por conta da censura imprensa, a perseguio poltica, a imposio do bipartidarismo, as cassaes de mandatos e direitos polticos, o amordaamento dos movimentos sociais e da oposio, alm do cerceamento aos mecanismos de fiscalizao sobre a dinmica do Estado, em particular nos anos de maior autoritarismo e exceo, ps AI-5; e a escalada dos interesses e quadros empresariais sobre o Estado brasileiro, com o aparelhamento de agncias pblicas por agentes privados oriundos de empresas e rgos como o Ipes e a Consultec.
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Rafael Vaz da Motta Brando (UERJ/FFP)
A reforma trabalhista do governo Temer: uma demanda empresarial
Resumo:Uma das principais justificativas apresentadas par...
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Resumo:Uma das principais justificativas apresentadas para a aprovao da Reforma Trabalhista, sancionada sem vetos em 13 de julho de 2017 pelo ento presidente Michel Temer era a necessidade de modernizao das relaes de trabalho vigentes no pas. O pressuposto que sustentava a argumentao era de que, depois de 74 anos, a Consolidao das Leis do Trabalho CLT, instituda pelo Decreto-Lei n 5.452, de 1 de maio de 1943 e unificando toda a legislao trabalhista existente no Brasil at aquele momento, estaria obsoleta e superada. Ao mesmo tempo, a reforma trabalhista era um demanda do empresariado frente crise econmica atual.
Nesse sentido, buscaremos analisar a participao do empresariado nacional, particularmente da Confederao Nacional da Indstria CNI, na formulao de propostas voltadas reforma trabalhista. Para isso, faremos uma comparao entre as principais medidas da reforma e o documento 101 Propostas para Modernizao Trabalhista, publicado pela entidade empresarial ainda em 2012, procurando mostrar como as medidas propostas por aquela entidade empresarial serviu como base para a reforma trabalhista de 2017.
Inserida em uma agenda de retrocessos sociais, cujo marco pode ser tomado como o golpe de 2016, a reforma trabalhista parte de um conjunto de medidas liberalizantes em marcha, como o congelamento do gasto pblico por 20 anos, a reforma da previdncia, a retomada das privatizaes, a redefinio do marco regulatrio do Pr-sal entre outras.
Nessa perspectiva, um conjunto de medidas estruturais adotado com o objetivo de criar um ambiente favorvel ao grande capital e ao rentismo, assegurando a possibilidade de reduzir custos por meio da reforma trabalhista e da ampliao da terceirizao, e garantindo a rentabilidade via reduo dos gastos pblicos e da reforma da previdncia.
Portanto, a atual poltica de desmonte de direitos uma forma de desestruturar a vida social. Com isso, a classe trabalhadora estar submetida s diversas inseguranas do mercado e precarizao do trabalho. Alm disso, a reforma inibe as perspectivas de futuro de boa parte da classe trabalhadora, que ter poucas perspectivas de se aposentar e de desenvolver uma trajetria profissional.
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ST - Sesso 2 - 17/07/2019 das 14:00 s 18:00 1e5t6h
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Daiane Estevam Azeredo (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)
Modernizao e limpeza urbana: as relaes socioeconmicas fabris nas freguesias centrais do Rio de Janeiro entre 1830 e 1860
Resumo:O objetivo desta comunicao analisar as relae...
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Resumo:O objetivo desta comunicao analisar as relaes sociais e econmicas que permearam as oficinas, fbricas e manufaturas no centro da provncia do Rio de Janeiro entre 1830 e 1860, verificando especificamente os vnculos estabelecidos com a localidade em que elas se firmaram. A partir do final da dcada de 1830, o nmero de estabelecimentos considerados fabris cresceu substancialmente na praa carioca, principalmente no meio urbano. Consoante a esse processo, a populao das freguesias centrais praticamente dobrou quando comparados os dados do censo populacional de fins do sculo XVIII com aqueles referentes s primeiras dcadas do sculo XIX. Diante disso, questionamos quais foram as relaes estabelecidas por essas organizaes com os moradores e autoridades locais diante do crescimento social e econmico da cidade. Investigamos essa questo nas freguesias de Santana, Sacramento, Candelria, Santa Rita, So Jos, Engenho Velho, Lagoa e Gloria. Para tratar essa temtica, discutimos as transformaes urbanas pelas quais ou a urbe carioca, alm de nos debruarmos sobre a questo do desenvolvimento do pensamento higienista entre os estadistas. Em seguida, verificamos as posturas e editais municipais que se direcionaram aos estabelecimentos fabris, bem como os pedidos de licena enviados Cmara Municipal. A partir da anlise dessa documentao e de obras de referncia sobre essa temtica, percebemos que movidos por uma preocupao com a higiene pblica nas freguesias centrais em virtude do acelerado desenvolvimento da cidade, teria se iniciado uma tentativa de retirada de oficinas, fbricas e manufaturas da rea urbana para o interior da provncia. No entanto, essa iniciativa teria sido carregada de conflitos e no teve tanta aplicabilidade, principalmente diante dos segmentos fabris mais fortes em termos de negociao junto cmara municipal e que necessitavam do porto para escoar sua produo. Isso se explicaria pelo fato dessa regio ser um local em que se conseguiria ter maior o a mo de obra escrava para insero nesses estabelecimentos e por facilitar a circulao de mercadorias, por isso a resistncia em permanecer na rea central da provncia.
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Gerluce Madureira Silva Uzda
O comrcio da farinha de mandioca no Baixo sul da Bahia e os embates entre o governo, comerciantes, as cmaras locais e a populao para o livre comrcio.
Resumo:As vilas do baixo sul da Bahia: Camamu, Cairu e Bo...
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Resumo:As vilas do baixo sul da Bahia: Camamu, Cairu e Boipeba desempenharam durante os sculos XVI a XIX importante funo no abastecimento de Salvador e seu entorno. Fizeram parte de uma complexa rede desde o plantio da mandioca, na produo da farinha, no comrcio entre a provncia e as vilas com a finalidade de abastecer este produto em Salvador. Quando ocorria qualquer falha neste processo a provncia era acometida de diversas crises de escassez do produto e por consequncia a falta do gnero no comrcio baiano.
Chegando ao sculo XVIII, a situao sobre o abastecimento se torna um problema para o governo local e dentro de aes efetivas para solucionar esta questo foi a instalao do Celeiro Pblico em 1785 pelo ento governador D. Rodrigo Jos de Menezes com o objetivo de sanar as diversas crises de escassez dos produtos, principalmente a farinha de mandioca, que abalavam constantemente a populao de Salvador e seu entorno. Todas as embarcaes que sassem das zonas produtoras de gneros alimentcios eram obrigadas a ar pelo celeiro, pagar a quantia de 20 rs/saca de alqueire do produto e seguir viagem ao seu destino final. A princpio istrado por homens de negcios, em 1822 foi istrado pelo governo provincial e por fim pela Cmara Municipal de 1856 at o seu fechamento em 1866.
Os debates e discusses para liberar o comrcio da farinha no mercado tem incio com o fim do celeiro. As discusses entre os polticos contrrios e os favorveis ao controle dos preos. A Associao Comercial, a Assembleia Legislativa e a Presidncia da Provncia defendiam a liberdade do mercado, enquanto que a Cmara Municipal e os seus vereadores acreditavam que a ideia de liberdade comercial iria provocar a ao e o monoplio dos aambarcadores. Este liberalismo comea a ganhar fora no final do sculo XVIII, quando muita gente comea a questionar a lgica dessas protees. As convices nasciam influenciadas pelos princpios iluministas e na necessidade de libertar os indivduos da ao coercitiva do Estado. Uma destas aes e embates entre os poderes pblicos e a associao comercial para o livre comrcio em 1858, acarreta o motim popular em meio s tenses chamado de carne sem osso e farinha sem caroo.
Portanto, a proposta desta comunicao mostrar parte de uma pesquisa de mestrado em desenvolvimento em que pretende analisar a ao de diversos personagens e instituies que questionavam esse livre comrcio e sua efetiva ao nas vilas do baixo sul da Bahia.
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Pedro Henrique de Mello Rabelo (UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto)
No modo que se regulou no Tratado de Portugal feyto com Inglaterra: a neutralidade, o comrcio e os sditos estrangeiros em Portugal
Resumo:A diplomacia da Restaurao iniciou as primeiras c...
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Resumo:A diplomacia da Restaurao iniciou as primeiras conexes externas da Casa de Bragana. Com Tratados bilaterais firmados com Sucia, Frana, Inglaterra, Pases Baixos e Espanha, a Coroa portuguesa constituiu um amplo quadro de concesses aos sditos estrangeiros; entre elas, liberdades mercantis e de conscincia, disposies jurisdicionais e princpios jusnaturalistas, conjunto importante ao Direito Natural e das Gentes.
O destaque que as concesses se ampliaram com o enfraquecimento das ofensivas habsburgas s vsperas da Paz luso-espanhola de 1668. Isso por que durante os anos mais violentos da Restaurao, a Inglaterra pareceu como a melhor aliada estrangeira aos fins da nova dinastia lusa, o que assegurou o firmamento de acordos de auxlio e confederao militar, mas tambm ligados a liberdades mercantis. Anos depois, com as sucessivas vitrias sobre a Espanha, os Bragana firmaram mais Tratados bilaterais, expandindo a outros estrangeiros as condies de comrcio e navegao asseguradas aos ingleses. Exemplo foi o Tratado luso-francs de 1667, que ao contar com a estipulao de estabelecer liberdades no modo que se regulou no Tratado de Portugal feyto com Inglaterra, fez parte da constituio da imagem neutral pretendida pelos Bragana depois do reconhecimento de sua independncia. Em outras palavras, a neutralidade bragantina se forjou a partir da distenso dos acordos anglo-lusos a outras relaes bilaterais, o que modificou completamente o estatuto jurdico-mercantil dos estrangeiros em Portugal.
Gestada dessa forma, a neutralidade portuguesa foi sucessivamente posta prova por dois elementos principais: um externo, marcado por dilemas de segurana poltico-militar com desfecho em novas aproximaes Inglaterra; e um interno, identificado por graves hostilidades de grupos mercantis portugueses frente ao crescimento da participao mercantil de estrangeiros em domnios portugueses. Esses elementos so fundamentais compreenso da formao do Direito Mercantil brasileiro no sculo XIX, que promovido no perodo posterior reaproximao anglo-lusa de 1810, contou com a participao poltica de vrios grupos mercantis do espao luso-brasileiro. Nesse aspecto, novidade importante singularizou-se na crtica poltica externa bragantina por parte de grupos pertencentes a ramos menos proeminentes do comrcio, como o dos varejistas, que impetraram diversas representaes legais em oposio entrada de ingleses no Brasil.
Ao longo das duas primeiras dcadas do Brasil independente, algumas dessas representaes tiveram fora poltica suficiente para compor o processo poltico-jurdico que extinguiu a poltica de firmamento de Tratados bilaterais, cujos acordos, em geral, substituram-se pelas determinaes do Cdigo de Comrcio de 1850.
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Rafaela Carvalho Pinheiro (USP - Universidade de So Paulo)
As mulheres querem poupar: aes, contas correntes e o Banco do Sul de Minas
Resumo:A participao das mulheres na vida pblica foi li...
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Resumo:A participao das mulheres na vida pblica foi limitada desde os primrdios da colonizao brasileira. A mulher, claramente vista como inferior ao homem, por isso a ele obediente, era transferida da autoridade do pai para a do marido, e libertada deste apenas em caso de ausncia ou falecimento do cnjuge. Ao mesmo tempo, a Igreja Catlica regulamentava o modo de vida dos indivduos, atribuindo mulher o papel de me e esposa, defendendo que o marido a cabea da mulher, e os membros devem acomodar-se com o mal da cabea, se o h. Dessa forma, a imagem da mulher direita, recatada e de bons costumes ava necessariamente pela devoo e recluso dela ao lar, educada desde menina para submeter-se ao marido e Igreja. Assim, o preceito da segregao sexual no Brasil ainda colnia, legado da tradio ibrica e legitimado pela Igreja, constituiu a identidade feminina, fazendo da mulher um ser sedentrio, submisso, religioso, de restrita participao cultural. Portanto, nada mais natural que a tradio, criada pelos costumes e leis, ausncia de vida social e falta de instruo, encerrasse a mulher no crcere da vida domstica e do lar. Contudo, a estrutura social que imperou no sculo XIX estava em transformao, e com ela o modo de organizao dos municpios. Vrias cidades expandiram seus centros urbanos e no apenas as capitais, mas tambm algumas localidades como o Sul de Minas, conseguiram se modernizar. Ao o dessa modernizao, desde a segunda metade do sculo XIX, o crdito ou a assumir importante papel no desenvolvimento econmico nacional, proporcionado pela abolio do trfico negreiro em 1850. A partir de ento, houve um movimento de realocao dos capitais empregados nesse empreendimento, aumentando as transaes financeiras e monetrias como aquisies de aes de companhias e ttulos da dvida pblica. Tal processo imprimiu uma desvantagem condio feminina: a tradicional subvalorizao das capacidades das mulheres causou uma progressiva marginalizao delas a despeito das funes produtivas. De fato, o Cdigo Civil Brasileiro de 1916 determinava que, enquanto subsistir a sociedade conjugal, as mulheres casadas, so incapazes, relativamente a certos atos, ou maneira de o exercer, revogada somente em 1962. Em 1940, apenas 19% da populao feminina era economicamente ativa, contra 81% dos homens. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo demonstrar a situao das mulheres no que respeita vida financeira na dcada de 1930, de acordo com a posse feminina de aes e contas correntes no Banco do Sul de Minas, com sede na cidade de Varginha. Para tanto, nos utilizamos da documentao de falncia do referido banco, disponvel, na poca da coleta de dados, no Arquivo do Frum Municipal de Varginha.
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Rodrigo Marins Marretto
Escrituras de compra e venda de escravos: os ltimos anos do comrcio interno na banda Oriental do Vale do Paraba - Cantagalo e Nova Friburgo - 1860-1887
Resumo:A importncia desse estudo est em compreender o i...
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Resumo:A importncia desse estudo est em compreender o impacto do trfico interno de escravos nas fases de auge e grandeza da lavoura cafeeira cantagalense, buscando investigar a permanncia da escravido na rea oriental do Vale do Paraba. O presente trabalho uma primeira anlise a respeito de uma fonte indita para o conhecimento do trfico interno de escravos. Estamos nos referindo s escrituras de compra e venda de escravos registradas entre os anos 1860 e 1887, que permitem uma compreenso dos fluxos de escravos na regio que englobava as vilas de Cantagalo, Nova Friburgo e So Fidelis. Esta primeira abordagem recai sobre as caractersticas bsicas da documentao e sobre os primeiros resultados da construo e anlise de um banco de dados com os registros das negociaes. Assim, os primeiros resultados da anlise do banco de dados objetivam perceber qual a participao do trfico interno na expanso da escravido nos anos finais do sistema escravista brasileiro, tomando por base a principal vila da regio, So Pedro de Cantagalo. Nesses anos das dcadas de 1860 a 1880, a referida vila manteve o crescimento de sua populao escrava. Um dos nossos principais objetivos compreender como o trfico interno de escravos contribuiu para o incremento de mo de obra escrava na regio at os anos finais do regime escravista. Nos preocupamos tambm em identificar as principais vilas de destino e os principais comerciantes de escravos, assim como os principais compradores. Outro aspecto fundamental identificar a origem dos cativos comercializados neste tipo de trfico, suas idades, o gnero e, principalmente, o seu valor de mercado. Tais elementos permitem um mapeamento completo das caractersticas socioeconmicas do comrcio escravista. O mapeamento realizado prev um cruzamento com os inventrios post-mortem, na tentativa de indicar as caractersticas das escravarias de onde eram subtrados os escravos que estavam sendo comercializados e, ao mesmo tempo, compreender os aspectos dos planteis de escravos que recebiam cativos oriundos do trfico interno. Outro cruzamento importante, baseado na metodologia nominativa, ser realizada com o Almanack Laemmert, com o objetivo de conhecer as caractersticas socias dos personagens envolvidos no comrcio interno. Assim, analisar de forma massiva e reiterativa os documentos citados permite compreender o papel do trfico interno de escravos no Imprio do Brasil.
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Vitor Augusto Rocha Pompermayer
Consideraes crticas Teoria Econmica da Escravido
Resumo:O objetivo deste trabalho apresentar a chamada T...
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Resumo:O objetivo deste trabalho apresentar a chamada Teoria Econmica da Escravido desenvolvida por autores brasileiros, a fim de determinar seu carter a-histrico e como ela abstraiu elementos fundamentais para a compreenso da escravido negra no Brasil. Para tanto, o artigo se divide em duas sees principais. Depois de feita uma introduo ao tema, na segunda seo a Teoria Econmica da Escravido examinada, explicitando seus fundamentos e suas principais inferncias. Ser mostrado que a anlise dos autores dessa tendncia no se baseou na relao sistmica da escravido com um modo de produo, relaes polticas e o contexto global, mas sim a partir da anlise de indivduos atuando isoladamente. Em outras palavras, a atuao dos proprietrios de escravos que agiam racionalmente determinou a escravido: a soma desses indivduos determinou o contexto social e econmico. Na seo seguinte, so realizadas consideraes crticas Teoria Econmica da Escravido, utilizando-se como principais referncias os trabalhos de Caio Prado Jr., Jacob Gorender e Dale Tomich acerca do tema. A partir da viso de tais autores, ser mostrado que a racionalidade estava sim presente nas aes dos proprietrios, mas no como uma caracterstica natural deles, mas sim determinada pelas prprias condies histricas do perodo. Alm disso, a anlise desses autores mostra que compreenso da sociedade e economia escravistas requer uma teorizao acerca de seu elemento fundamental: o escravo. Entender o escravo como mera propriedade jurdica utilizada para fins de maximizao de ganhos dificulta a apreenso do funcionamento da sociedade e da economia brasileira nos tempos de escravido, uma vez que o escravo, do ponto de vista econmico e social, era mais que mera propriedade do senhor. O escravo, ao mesmo tempo em que era agente da produo, conferia contedo poltico e social sociedade brasileira em formao, em consequncia de sua relao com os proprietrios e com a parcela livre daquela sociedade. Por fim, so tecidas consideraes finais sobre o tema abordado, reforando o carter a-histrico e, portanto, inadequado para a explicao tanto da escravido negra no Brasil quanto da prpria realidade contempornea, da Teoria Econmica da Escravido, argumentando-se que naturalizar o sistema capitalista a partir da universalizao do homem racional faz com que as pessoas pensem a atual forma de reproduo das suas condies de vida (o clculo do custo-benefcio das suas relaes, sejam materiais, pessoais ou subjetivas) como natural e, por conseguinte, eterno, sem vislumbrarem um novo estado das coisas para o futuro.
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Wederson de Souza Gomes (Universidade Federal de Ouro Preto)
Inconfidentes em conflito: a atuao da famlia Resende Costa na sedio mineira (1788-1803).
Resumo:As inconfidncias luso-brasileiras ocorridas no l...
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Resumo:As inconfidncias luso-brasileiras ocorridas no ltimo quartel do sculo XIX tm importante relevncia para refletir acerca das transformaes que ocorreram no mundo ibrico com a crise do Antigo Regime, bem como da crise que acometeu o sistema colonial. Conceituadas como sedies a partir dos trabalhos realizados por Istvn Jancs, esses acontecimentos so representativos para o contexto porque representam a eroso nas bases estruturais do sistema colonial e incidia sobre as formas de organizao do poder. Nesse sentido, a Inconfidncia Mineira, assim como a Baiana, representativa para discutir as mutaes nas formas de sociabilidade e organizao do mundo luso-brasileiro. Apesar da existncia de uma substancial historiografia acerca do tema, a anlise das trajetrias de seus partcipes e os intentos desses homens em torno da sedio merece uma anlise pormenorizada, pois permite entender a pluralidade de interesses e o carter multifacetado da sedio.
A presente comunicao tem por objetivo explicitar alguns aspectos sobre a atuao da famlia Resende Costa na Inconfidncia Mineira. Importante membro da elite mineira, o capito Jos de Resende Costa, o pai, salientou durante as inquiries realizadas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro que sua participao no movimento se deveu ao fato de faltar-lhe recursos para enviar seu filho para a Universidade de Coimbra. Uma vez que o movimento fosse bem sucedido, o envio de Jos de Resende Costa, o filho, a Portugal, deixava de ser necessrio porque seria construda uma Universidade nos moldes de Coimbra em Vila Rica. Nossas pesquisas buscaram analisar novas nuanas acerca de sua atuao, visto que o argumento do capito de enviar seu filho para Coimbra parecia ter carter retrico, cujo objetivo era obscurecer seus problemas financeiros junto a Real Fazenda. Jos de Resende Costa, o pai, tinha acumulado dvidas desde o ano de 1765 e essas dvidas eram maiores que seus crditos, o que produzia certo receio inclusive em torno de suas posses. Ademais, no Termo de So Joo del Rey, assim como em outras partes das Minas de Ouro, havia uma crena de que a derrama poderia recair sobre todos os habitantes.
Nessa perspectiva, nossas pesquisas pretendem contribuir para uma percepo mais minuciosa acerca da atuao do pai e filho, bem como explicitar os elementos e conflitos presentes em suas inquiries que constituem nosso arcabouo argumentativo. Igualmente, abordaremos outros elementos da trajetria de Resende Costa, o filho, durante o perodo em que esteve exilado na Ilha de Santiago, Cabo Verde, na frica e desempenhou funes burocrticas no Real Errio daquela poro do imprio.
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ST - Sesso 3 - 19/07/2019 das 08:00 s 12:00 4c3kw
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Almir Pita Freitas Filho (Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ)
Primrdios da Indstria Farmacutica do Rio de Janeiro no sculo XX: estrutura, dinmica e ao de um segmento empresarial privado da Sade
Resumo:A comunicao trata dos primrdios da indstria fa...
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Resumo:A comunicao trata dos primrdios da indstria farmacutica do Rio de Janeiro, na primeira metade do sculo XX, com foco na apresentao da estrutura inicial do segmento, ou seja, as formas dos estabelecimentos, nmero de trabalhadores, tipologia da produo, assim como por um expressivo crescimento e diversificao, espacial e na linha de produtos, ocorrido ao longo do perodo. Outro destaque ser dado s histrias de alguns laboratrios privados de origem local, a exemplo dos Laboratrios Raul Leite; Goulart Machado e Cia. Ltda, chamando a ateno para as linhas de produo e comercializao, assim como suas relaes com o setor pblico no mbito da sade. Esse ramo da indstria do Rio de Janeiro sobressaa ainda pela variedade de produtos comercializados e popularizados atravs de ampla propaganda. Muitos desses medicamentos eram tpicos de uma produo oriunda do conhecimento ou saber popular, de fabricao domstica ou artesanal, a exemplo de chs, xaropes, elixires, calmantes, fortificantes, reguladores, cosmticos (para uso capilar; limpeza facial e higinica). A divulgao de suas propriedades, feita atravs de anncios em revistas e/ou peridicos, criando e eternizando slogans, dava visibilidade ou certificados de qualidade para alguns produtos e/ou empresas (o exemplo da alem Bayer, cujo slogan Se Bayer bom, criado pelo jornalista Bastos Tigre) era uma forma de consolidar esses fabricantes e seus respectivos laboratrios, ampliando o alcance, por meios modernas, para os centros urbanos em crescimento de muitos desses costumes. Trata-se de uma pesquisa em andamento, cujas principais fontes utilizadas tm sido os dados e informaes presentes nos censos industriais, desde 1907 at 1950, assim como em publicaes oriundas dos rgos de classe do ramo farmacutico, particularmente a partir da dcada de 1930. Tanto em termos de sua organizao, caractersticas dos produtos, formas de comercializao e dinmica de crescimento, o segmento apresentava algumas peculiaridades, tais como: origem e nacionalidade de seus capitais; formao e dependncia de conhecimento e assistncia tcnica; as fontes de matrias primas empregadas, internas ou importadas; assim como os impactos das conjunturas internacionais sobre a mesma, a exemplo das duas grandes guerras. O exame e considerao desses fatores certamente auxiliaro na compreenso das diferentes dinmicas do processo de desenvolvimento da produo e vendas de produtos farmacuticos, tanto no Rio de Janeiro quanto no Brasil, nesse perodo capitaneado por uma industrializao substitutiva de importaes (ISI).
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Camila Scacchetti
Do Pacto Federao - Caminhos e Percalos
Resumo:Por intermdio do levantamento das Constituies e...
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Resumo:Por intermdio do levantamento das Constituies e Leis promulgadas, entre 1824 a 1934, o trabalho busca reconstruir o processo histrico vivenciado pelo Brasil que ocasionou no Pacto Federativo positivado.
Encontra-se em pauta no Congresso uma proposta de Reforma Tributria brasileira. O anseio do modelo que se discuti simplificar o to catico sistema de tributao da base de incidncia Bens e Servios. O que se pretende com a Reforma do Modelo Brasileiro de Tributao de Bens e Servios a unificao dos cinco tributos existentes em um, denominado IBS Imposto Sobre Bens e Servios. Dentre os ditames da reformulao do sistema tributrio de consumo brasileiro est elencada a centralizao da arrecadao do IBS pelo Governo Federal, devendo as verbas arrecadadas serem divididas entre a Unio e os Estados. O recurso financeiro pertencente ao Estado chegar ao seu cofre por meio do sistema de rees.
Desta maneira, a atual proposta acarretar, do ponto de vista das finanas pblicas, em duas implicaes de ordem maior, sendo:
A) Os estados terem de abrir mo de uma parcela de sua principal fonte de arrecadao tributria, o ICMS. Atualmente, no Estado de So Paulo, por exemplo, o ICMS representa aproximadamente 85% de sua receita proveniente de tributos. Ademais, este Estado responsvel pela gerao de 30% de todo o ICMS nacional. Por ltimo, mas no menos importante, isoladamente o ICMS a principal fonte de recursos tributrios do Brasil, contribuindo com pouco mais de 20% do montante arrecadado em nvel nacional;
B) A subordinao dos cofres Estaduais e Municipais ao sistema de rees financeiros proveniente do Governo Federal. certo que a atual proposta atende ao seu objetivo final: simplificar a tributao sobre o consumo. No entanto, os instrumentais sugeridos seriam os mais adequados?
Diante das implicaes que a atual proposta de Reforma Tributria acarreta, cabem algumas reflexes e questionamentos sobre a viabilidade deste projeto: Os Estados estariam dispostos a abrir mo de parte de sua principal fonte de recursos? O sistema de rees no implicaria em perda de autonomia financeira por parte dos Estados e Municpios e sua consequente perda de autonomia poltica e istrativa?
Retomar a construo histrica do federalismo brasileiro, bem como o entendimento dos conflitos vivenciados a cada nova deciso adotada, oferece oportunidade mpar para que os estudiosos da temtica possuam maior riqueza de detalhes e maior clareza sobre o alcance que as decises atuais podem adquirir.
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Emanoel Silva de Azevedo
A Unio da Poltica Estratgica com a Poltica Econmica nos anos de 1970, fora uma Construo Hegemnica Nacional
Resumo:Neste trabalho buscamos atravs de vrios autores ...
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Resumo:Neste trabalho buscamos atravs de vrios autores compreender as estratgias adotadas pelos governos militares do Brasil na dcada de 1970, para impulsionar a economia, desenvolver a industria, ampliar e modernizar a infraestrutura, multiplicar a produo energtica do pas. tudo baseado em um trip; Indstria, Energia e Infraestrutura. A estratgia era dotar o pas das novas tecnologias para avanar no desenvolvimento industrial que capacitaria as outras reas e suas demandas por equipamentos e sistemas, onde a energia e a infraestrutura com isso, pudessem evoluir e modernizar-se. Buscava-se com isso, uma hegemonia industrial produtiva e energtica, onde tornaria-se o pas autossuficiente em energia, que por sua vez, atenderia as necessidades da Indstria nascente, e consequentemente o pas atingiria uma hegemonia poltica regional na Amrica do Sul, mas para tudo isso se concretizar, o pas necessitava de uma Fora Armada moderna e pujante, para isso necessitava de uma indstria blica que atende-se a demanda das Foras Armadas nacionais. este nicho industrial em especifico, e o que nos propomos a analisar diante das mltiplas facetas da economia brasileira nos ltimos quase 50 anos. Este setor da economia, a industria blica nacional hoje apenas uma sombra do que j foi, de acordo com a ABIMDE, o setor chegou a exportar na dcada de 1980, mais de US$ 2 bilhes e hoje no a de 10% disso. A desindustrializao que paulatinamente tem se imposto a indstria brasileira, no setor da indstria blica e mais contundente, obrigando o Brasil a importar quase tudo que as Foras Armadas necessitam. Analisamos tambm as novas tecnologias instaladas nos setores de servios e na produo de commodities no Brasil, onde sim existe alta tecnologia, que chega ao nvel dos pases mais desenvolvidos, mas um engano pensar que este crdito de nossas empresas, onde tais tecnologias instaladas em bancos, aeroportos, portos, na agricultura, na explorao petrolfera, na explorao mineral, muitas das tecnologias; sofwares, radwares, robtica, internet, TI, Iot, so em sua grande maioria tecnologias importadas, atravs de multinacionais, ou mesmo de nacionais que as produzem sob licena. Em suma, buscamos compreender porque a politica desenvolvimentista adotada na dcada de 1970, no teve continuidade nas dcadas seguintes, e com isso buscamos intender a situao econmica em que se encontra o Brasil na atualidade.
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Fernando Henrique Lopes Honorato (Defensoria Pblica do DF)
O autoritarismo invisvel um estudo da relao entre direito privado e ditadura a partir do Decreto-Lei n. 911/69
Resumo:A presente pesquisa pretende investigar uma rela...
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Resumo:A presente pesquisa pretende investigar uma relao entre direito privado e a ditadura a partir do Decreto-lei 911/69, procurando desvelar as invisibilidades autoritrias que levaram sua edio em plena vigncia do Ato Institucional n 5. O referido diploma legal constituiu-se em uma norma extremamente benfica aos interesses dos grandes banqueiros e da indstria automobilstica, tendo sido um importante instrumento da poltica econmica adotada por Antnio Delfim Netto.
O Decreto-lei 911/69 disciplinou a alienao fiduciria em garantia. Atravs deste instituto, so estabelecidas duas relaes contratuais. Um contrato principal de emprstimo bancrio para aquisio de um bem de consumo durvel e outro contrato rio para garantia do pagamento do emprstimo. O consumidor transfere ao banco o domnio resolvel e a posse indireta do bem adquirido, em garantia do pagamento do emprstimo bancrio contrado. Em caso de inadimplemento da obrigao garantida, a propriedade plena se consolidaria nas mos da instituio financeira, que poderia vender a coisa a terceiros e aplicar o preo da venda no pagamento do crdito. O devedor, por sua vez, continuaria pessoalmente obrigado pelo eventual dbito remanescente, sujeito, inclusive, priso civil na qualidade de depositrio infiel do bem que estava sob a sua posse direta.
O Decreto-lei 911/69 possibilitou a expanso do crdito direto ao consumidor por meio do CDC e o consequente aumento da demanda de bens de consumo durveis, beneficiando, em particular, a indstria automobilstica. A partir de 1968 iniciou-se um ciclo de crescimento do setor industrial a taxas aproximadas de 14% ao ano, com a indstria automobilstica apresentando recordes sucessivos de produo (mais de 270 mil unidades produzidas em 1968, contra pouco mais de 200 mil em 1967) . Em 1974, a fbrica da Volkswagen, em So Bernardo, produziu 400.000 veculos e empregou mais de 30.000 pessoas. Em 1978, a indstria automobilstica produziu mais de um milho de veculos .
Algumas perguntas iro conduzir a presente investigao, como problema de pesquisa: como o Decreto-lei 911/69 foi construdo, debatido e aplicado? Em que medida o DL 911/69 representou um instrumento de fundamental importncia para a poltica econmica delfiniana no contexto do milagre econmico? Como o DL 911/69 funcionou como elo entre os setores bancrio e a indstria automobilstica? Como os empresrios destes setores foram beneficiados? Qual o papel do direito e do Decreto-Lei 911/69 para a construo e consolidao de uma ditadura empresarial-militar?
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Gabriel Kenzo Rodrigues (Universidade de So Paulo)
A transnacionalizao de frmacos o Estado brasileiro e o capital farmacutico internacional no ps-segunda guerra (1945-1961)
Resumo:O perodo da Segunda Guerra Mundial foi um momento...
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Resumo:O perodo da Segunda Guerra Mundial foi um momento de intenso desenvolvimento da indstria farmacutica, sobretudo nos Estados Unidos. Os chamados frmacos de terceira gerao - vitaminas, corticoides, hormnios sexuais, sulfonamidas, anti-histamnicos e antibiticos aram a ser dominados comercialmente pelas suas indstrias.
Neste sentido, a poltica industrial americana selou a aliana entre o esforo estatal atravs do Comittee for Medical Research, uma subdiviso do rgo responsvel pelo projeto Manhattan e as empresas privadas; notadamente Pfizer, Lederle, Merck e Squibb. Ocasionando a formao de um conglomerado comercial que ou a ocupar fatias de mercado antes pertencentes s empresas europeias. Com a nova aliana as empresas farmacuticas aumentam suas vendas a nvel global, o que retroalimenta os investimentos em pesquisa e registro de patentes.
Consequentemente, esta expanso teve repercusses importantes no Brasil. At o final da segunda guerra o pas vinha desenvolvendo uma indstria qumico-farmacutica com expressivo renome, considervel desenvolvimento tcnico e produo significativa de insumos para abastecimento nacional. Na dcada de 1930, os chamados laboratrios-farmcia ampliam o seu capital e alteram sua configurao produtiva, ao mesmo tempo em que h um desenvolvimento no nvel de pesquisa e registro de patentes.
A partir do ps-guerra ocorre um processo de desnacionalizao do parque produtivo em que grande parte das empresas nacionais so fundidas ou compradas pelas empresas americanas. Muitos fatores contribuem para que a transnacionalizao ocorra. Primeiramente, um descomo entre setor brasileiro e americano, em termos de investimento em inovao e pesquisa, o que resulta em uma defasagem tecnolgico-cientfica.
Tambm uma poltica de Estado visando atrair investimentos estrangeiros, sobretudo atravs das instrues 70 e 113 da SUMOC, que tornam a competitividade impossvel. Tendo em vista as facilidades cambiais criadas para as empresas estrangeiras, as dificuldades de importao de matrias-primas e bens de produo pelas empresas nacionais, e a falta de amparo estatal, seja atravs de crdito ou de uma poltica industrial propriamente dita para o setor.
O trabalho, portanto, apresentar uma anlise sobre a correlao entre desenvolvimento cientfico-farmacutico, poltica industrial e transnacionalizao. A pesquisa est ancorada em uma base documental que engloba peridicos dos sindicatos dos farmacuticos e dos proprietrios de empresas farmacuticas nacionais, assim como, sries histricas de dados produzidos pelos principais institutos de pesquisa do perodo.
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Maria Eloiza Lopes Pinto
Estratgias de gerao de renda dos tropeiros contemporneos na Serra da Mantiqueira: um estudo sobre desenvolvimento e cultura
Resumo:Prope-se um estudo sobre a prtica tropeira conte...
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Resumo:Prope-se um estudo sobre a prtica tropeira contemporneo na Serra da Mantiqueira dentro do campo de conhecimento denominado Desenvolvimento e Cultura. Esta pesquisa se insere na linha de pesquisa Desenvolvimento e Sociedade do Programa de Ps-Graduao (PPG) em Desenvolvimento Tecnologias e Sociedade (DTecS) da Universidade Federal de Itajub. Para isso, partiu-se da perspectiva dos processos de gerao de renda que envolvem a prtica tropeira na regio e seus impactos sobre o desenvolvimento de base local. Pretendeu-se compreender de que maneira a prtica tropeira, associada aos processos de gerao de renda, trabalho e aos modos de ser, viver e fazer, pode contribuir para o desenvolvimento de base local nos bairros rurais Fragria e Serra Negra, no municpio de Itamonte, Minas Gerais. O conceito de desenvolvimento tradicionalmente elaborado por meio de uma perspectiva histrica e tradicional que contempla os aspectos exclusivamente econmicos. No entanto, os efeitos causados pelo avano da industrializao e globalizao levaram necessidade de se refletir sobre o processo e o significado de desenvolvimento de forma mais ampla, que supere o aspecto econmico. O tropeirismo um sistema de comrcio e transporte tradicional no Brasil desde a explorao aurfera, e que atingiu seu auge no ciclo do caf. Com o advento da urbanizao, se expandiram as ferrovias e as estradas de rodagem o que acarretou no declnio da a prtica tropeira. Apesar disso, a atividade tropeira ainda resiste em localidades afastadas dos centros urbanos, como nos bairros rurais de Itamonte, que tomaremos como recorte geogrfico desta pesquisa. O presente trabalho foi justificado pela necessidade de compreender as novas dimenses do mundo do trabalho e necessidade de compreenso de suas dimenses simblicas.Sugere-se que os saberes tradicionais tropeiros so narrativas que se deslocam do modelo hegemnico e se configuram em um outra configurao econmica, capaz de integrar a dimenso simblica, cultural dos saberes e fazeres. A metodologia dividiu-se em discusso bibliogrfica e a segundo com entrevista realizada com tropeiros e descendentes de tropeiros. Abordagem deste trabalho ite uma perspectiva epistemolgica interdisciplinar, ou seja, busca o dilogo entre as disciplinas no mbito de uma tentativa de integrar a complexidade e a contradio do sujeito da pesquisa.
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Pedro Giovannetti Moura (Colgio Pueri Domus)
Para alm da Lava-Jato: A Odebrecht e o desenvolvimento desde dentro
Resumo:Com a construo da Hidreltrica de Charcani V, no...
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Resumo:Com a construo da Hidreltrica de Charcani V, no Peru, e com as obras de desvio do Rio Mau Le para a Hidreltrica Colbn Machicura, no Chile, a partir de 1979, a Odebrecht Engenharia e Construo S.A. inicia um processo paulatino de consolidao de sua marca em territrio latino-americano, parte fundamental da estratgia de internacionalizao de sua marca, preconizada desde a primeira publicao do Sobreviver, crescer e perpetuar Tecnologia empresarial Obedrecht, de Norberto Odebrecht.
Com enorme projeo nacional - pelo menos a partir da dcada de 1960-70 e, com maior destaque, nos anos 2000, quando se tornou a maior empresa de Construo e engenharia brasileira - e externa, a partir de seu processo de internacionalizao, a empresa criada no ano de 1923 com o ttulo de Emlio Odebrecht & Cia foi importante motor econmico brasileiro no exterior, com significativa atuao enquanto parte da Poltica externa brasileira (compreendida aqui como atividade oficial formulada e implementada por agentes autorizados de um Estado soberano direcionado ao ambiente externo dos Estados), em especial no cone sul e com alguns pases africanos.
Tem por questo norteadora o estudo compreender qual o real papel desempenhado pela empresa na Poltica externa brasileira, a saber, se a empresa capaz de orientar em alguma medida a Poltica externa nacional atravs de seu lobby, ou se, por outro lado, sua prpria internacionalizao seria reflexo, em alguma medida, de uma orientao j anterior da promoo do desenvolvimento perifrico atravs da integrao regional que se acentua a partir dos anos 2000.
Tomamos por hiptese inicial a ideia de que, apesar de uma atuao por meio de lobby em prol de seus interesses, a internacionalizao da Odebrecht se insere em um mais amplo contexto de formulaes de correntes do pensamento econmico perifrico, com especial destaque para a CEPAL, que sero tambm responsveis pela adoo de polticas no pouco conflituosas de integrao regional que, por sua vez, em especial a partir dos anos 2000, ganharo impulsos de rgos estatais para se cristalizarem, ainda que de maneira insuficiente no que toca ao objetivo da integrao regional.
Para tanto, nas duas primeiras partes do artigo nos deteremos sobre uma bibliografia que verse sobre a problemtica do Desenvolvimento perifrico, com o enfoque voltado para os tericos da CEPAL, e da integrao regional, para, num terceiro momento, de forma ainda parcial, analisar atravs quantificao objetiva de determinados casos de atuao da Organizao Odebrecht postos em perspectiva histrica, os significados, motivos, aspiraes e crenas da empresa nesse processo de internacionalizao.
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Pedro Sousa da Silva (UFF - Universidade Federal Fluminense)
A Superintendncia de Urbanizao e Saneamento SURSAN do Rio de Janeiro; um estudo sobre sua formao e atuao (1957-1960)
Resumo:A nomeao do embaixador Francisco Negro de Lima ...
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Resumo:A nomeao do embaixador Francisco Negro de Lima para o cargo de prefeito do Rio de Janeiro, em maro de 1956, incentivou a retomada de grandes obras de infraestrutura na cidade no momento em que o governo de Juscelino Kubistchek construa a nova capital federal no Planalto Central. Atendendo a uma antiga pauta dos tcnicos da Secretaria Geral de Viao e Obras e dos empreiteiros locais, a gesto de Negro de Lima criou um rgo municipal dotado de autonomia financeira e encarregado de realizar uma srie de empreendimentos urbansticos que estavam paralisados ao longo da primeira metade dos anos 1950. Para justificar seu projeto, o Prefeito citou o aumento constante do trfego de automveis, a exausto das vias existentes e a necessidade de retomar as obras rodovirias do Plano Diretor. As verbas da Superintendncia de Urbanizao e Saneamento SURSAN tinham origem no imposto sobre vendas e consignaes que destinava 10% de sua arrecadao para o novo rgo. Alm disso, os trabalhos realizados pela SURSAN no necessitavam de aprovao no Tribunal de Contas o que levou a nova entidade a realizar um volume de obras muito superior ao executado pela Secretaria de Viao e Obras. Atravs da SURSAN as obras do Tnel Catumbi-Laranjeiras; da Avenida Perimetral; o desmonte do Morro de Santo Antnio e o aterramento da orla martima entre a Glria e o Flamengo foram retomadas. No turstico bairro de Copacabana a nova entidade iniciou um ambicioso projeto de reforma e construo de tneis. Para compensar o grande volume de obras nas reas mais ricas da cidade, o plano de obras da entidade tambm previa a urbanizao e saneamento de diversos rios do subrbio da cidade, como o Jacar, Timb e Faria, celebres pelas grandes enchentes que castigavam seus arredores a cada vero. Apesar da vasta produo historiogrfica sobre a urbanizao da cidade do Rio de Janeiro, os estudos sobre o planejamento urbano no analisam com profundidade a trajetria da SURSAN. Com base na anlise de relatrios e outros materiais produzidos pela entidade, nosso trabalho examinar a formao, estruturao e as diversas alteraes sofridas pelo plano de obras da SURSAN em seus primeiros anos de existncia.
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ST - Sesso 4 - 19/07/2019 das 14:00 s 18:00 3p493x
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Alexandre Black de Albuquerque
COREIA DO SUL NA DCADA DE 1950: Mudana Estrutural e Incio da Poltica Desenvolvimentista
Resumo:A dcada de 1940 e 1950 trouxeram mudanas importa...
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Resumo:A dcada de 1940 e 1950 trouxeram mudanas importantes para a Coreia com o fim da segunda guerra mundial e a consequente libertao do Japo que ocupava o pas desde 1910 , o norte da Coreia foi ocupado pela Unio Sovitica e o sul pelos EUA, sendo estabelecido o paralelo 38 como fronteira entre as duas novas naes. Em 25 de julho de 1950, no entanto, o Norte, com apoio sovitico e chins, invadiu o Sul, que contou com apoio norte-americano. A guerra se estendeu por 3 anos at o armistcio de 27 de julho de 1953 e deixou o sul devastado, mas territorialmente intacto e com certa convico que reformas econmicas e sociais eram necessrias. Na dcada de 1950 foram concludas e/ou iniciadas as reformas estruturais que permitiram a esse pequeno pas asitico se tornar um dos maiores produtores e exportadores de bens com alto contedo tecnolgico. Para tanto foi realizada a reforma agrria, a tecnocratizao do Estado, o desenvolvimento de instituies capazes de promover a industrializao e uma forte interveno do Estado na economia como forma de tentar superar o subdesenvolvimento. Sendo assim, e, apesar dos grandes progressos pelo qual ou a Coreia do Sul surtirem resultados apenas em dcadas posteriores, foi na dcada de 1950 em que as bases para o desenvolvimento foram lanadas. Para anlise do caso coreano utilizaremos como marco conceitual o estruturalismo econmico, sobretudo o de fundo cepalino, e uma derivativa, a teoria da complexidade econmica, essa afirma que o desenvolvimento de uma nao est intimamente ligado ao nvel de complexidade do que o pas produz e exporta, ou seja, faz diferena se um pas forte na produo de, por exemplo, caf, mas no de bens indstrias de alto valor agregado, como computadores, ou se ele forte exatamente na produo desses ltimos, neste caso, provavelmente ser um pas com maior renda per capita e melhor padro de vida. No caso da Coreia do Sul, houve durante dcadas, a partir dos anos de 1950, um forte esforo exportador aliado a um processo de mudana estrutural dessas exportaes a longo prazo, tentando reverter, e at certo ponto conseguindo, as fortes assimetrias do mercado internacional em prol das naes centrais. Para isso, no entanto, o pas asitico ou por fortes transformaes em suas estruturas socioeconmicas, como a reforma agrria e a reforma do Estado, contribuindo, assim, para diminuir as diferenas de renda entre as classes sociais e de produtividade entre os diversos setores da economia e transformando a Coreia do Sul numa potncia exportadora.
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Bruno Fernandes Mamede (Colgio Objetivo)
Breve Histrico do Pensamento Econmico Catlico: Ascenses e Declnios de uma Teoria Econmica Catlica
Resumo:O objetivo deste artigo , primeiramente, fazer um...
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Resumo:O objetivo deste artigo , primeiramente, fazer um levantamento historiogrfico do chamado pensamento econmico catlico, o qual possui razes na Idade Mdia e referncias variadas. A reflexo catlica sobre a economia est ancorada, originalmente, no pensamento escolstico, fortemente influenciado por Aristteles; aps um perodo de esterilidade entre a segunda metade do sculo XIV e o final do sculo XV, ou por uma fase de revitalizao e desenvolveu-se ao longo do sculo XVI, durante a chamada Segunda Escolstica, cujos tericos estavam ligados, em sua maioria, Escola de Salamanca. Nos sculos XVII e XVIII, com o desenvolvimento do pensamento liberal, a perspectiva catlica entrou, novamente, em decadncia. Porm, no sculo XIX, aps a restaurao da Companhia de Jesus (1814) e a reabertura da Universidade Catlica de Louvain (1834), o pensamento econmico catlico, agora j com esta denominao, ganhou novas energias com a contribuio de numerosos intelectuais, sobretudo de padres jesutas. Aps esse perodo, o Magistrio da Igreja ou a defender, abertamente, por meio de encclicas sociais e consultas diretas aos pensadores que promoviam uma reflexo catlica sobre a economia, um sistema poltico-econmico que ficou conhecimento como "corporativismo catlico", o qual se baseava, em grande parte, na experincia medieval das corporaes de ofcio, as quais funcionavam sob os olhos vigilantes do clero. Essa associao entre pensamento magisterial e pensamento econmico catlico fez surgir a chamada "doutrina social da Igreja", a qual no incio do sculo XX ou a ser confundida com o prprio pensamento econmico catlico.
Essa reflexo catlica sobre a economia, desenvolvida ao longo de quase oitocentos anos, tinha o objetivo de afastar os catlicos dos males advindos da dinmica comercial e urbana, renascidas no Ocidente a partir do sculo XI, e que acabariam por gerar o capitalismo comercial, seguido do capitalismo industrial, cujos problemas terminariam no socialismo marxista. A usura, o individualismo, o consumismo, o enriquecimento, a fuga da servido, entre outros elementos assustaram o clero catlico medieval e, desde o princpio, resultou na averso histrica do catolicismo pelo liberalismo. O socialismo tambm no foi bem vindo por razes bvias, logo a Igreja precisou dar apoio a uma soluo intermdia. Porm, aps a expanso do comunismo sovitico, sobretudo aps a Segunda Guerra Mundial, a Igreja decidiu adotar estratgias diferentes ao estabelecer sua postura poltico-econmica.
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Drcio Fernando Moraes Ferrari (IFPR - Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Paran)
O papel da OEA sobre a regulamentao do mercado de cannabis no Uruguai a partir das principais teorias de integrao
Resumo:O objetivo deste trabalho identificar a influnc...
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Resumo:O objetivo deste trabalho identificar a influncia da OEA sobre a poltica de drogas no Uruguai a partir de 2010 e realizar uma breve anlise das principais teorias de integrao. A Estratgia Hemisfrica sobre Drogas, publicada em 2010 pela CICAD, orientou aos Estados-membros da OEA que buscassem alternativas ao tradicional enfrentamento ao narcotrfico observado no continente. No referido documento, o ento presidente do Uruguai, Jos Mujica declarou que o Uruguai estava em um caminho para uma alternativa ao narcotrfico no pas. Em 2012, foi aprovada pelo Senado uruguaio a Lei n 19.172, que regulamentou todo o processo produtivo da Cannabis no pas, ando para o Estado a funo de comercializar e regular a venda de cannabis em farmcias e fiscalizar a formao dos clubes cannbicos, bem como a produo domstica. Assim, sob a tica das relaes internacionais, espera-se traar um panorama entre os processos sociais que levaram a esta conjuntura poltica e socioeconmica. Observa-se no cenrio ps-Segunda Guerra Mundial uma tendncia a integrao regional, seja ela atravs do vis econmico, via blocos econmicos, ou atravs de instituies supranacionais com objetivos vinculados a manuteno da paz, como o caso da ONU ou com o propsito de manuteno da democracia como o caso da OEA. Neste sentido, realizaremos aqui um breve histrico da OEA enquanto esta finalidade no continente e um levantamento conceitual de trs dentre as principais teorias que alimentam o debate acerca da integrao regional, sendo o funcionalismo, neofuncionalismo e construtivismo. Estas trs correntes emergem dentro das relaes internacionais na tentativa de analisar os diversos processos de integrao que surgem a partir da criao do Benelux (1943) e sua posterior ampliao at a criao oficial da Unio Europeia com o Tratado de Maastricht em 1992. O perodo que compreendido entre as duas organizaes acima descritas marcado por intensos debates sobre os processos de integrao e qual o papel destes ao longo do sculo XX. No entanto, aps o fim da Guerra Fria, com a ascenso da Nova Ordem mundial estes processos de integrao tornam-se mais recorrentes e ainda mais complexos, tendo um intenso crescimento na produo intelectual na teoria sobre a temtica.
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Din Schmidt (Uespi)
Entre Europa, frica e Amrica do Sul: o Imperialismo nos escritos do Cnsul Roger Casement (1884-1913)
Resumo:Este trabalho prope discutir as narrativas de via...
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Resumo:Este trabalho prope discutir as narrativas de viagem e os relatrios escritos pelo cnsul britnico Roger Casement (Irlanda\1864-Inglaterra\1916), durante seus trabalhos na frica (Moambique, Angola, Congo Francs e Estado Livre do Congo, entre 1884 e 1904) e na Amrica do Sul (Brasil e Peru, entre 1906 e 1913), buscando problematizar como construiu um entendimento crtico do projeto e das prticas imperialistas conduzidas por pases europeus nos continentes em que se encontrava.
No continente africano, sua primeira atuao (1884-1886) foi como funcionrio da Associao Internacional Africana, de Leopoldo II, posteriormente substituda pelo Estado Livre do Congo. Entre 1886 e 1891, Casement exerceu diferentes trabalhos no continente africano, dentre eles se destaca uma posio na Organizao Missionria Batista. Sua atuao dentro dessa j se dava como parte do processo de estranhamento em relao as prticas imperialistas em relao as populaes autctones. Em 1892, ou a ocupar seu primeiro cargo a servio do governo britnico no Oil Rivers Protectorate. Entre 1895 e 1901, ocupou diversos cargos consulares. Em 1903, foi responsvel pela investigao das denncias feitas pelo jornalista Edmund Dene Morel, e secundadas pela Anti-Slavery Society, de que os membros da Fora Pblica Belga utilizavam de violncia contra as populaes nativas exploradas na extrao da borracha no Estado Livre do Congo, dominado por Leopoldo II.
Na Amrica do Sul, assumiu o posto de Cnsul em trs diferentes regies do Brasil: So Paulo, Belm e Rio de Janeiro. Casement foi encarregado da expedio investigativa sobre o tratamento violento dado aos indgenas utilizados como mo de obra na explorao da borracha na regio amaznica entre Brasil e Peru. O dossi elaborado por Casement, que denunciou e documentou os maus tratos aos indgenas amaznicos pela Peruvian Amazon Compny, contribuiu para a derrocada da economia da borracha na Amaznia.
Considerando a atuao multifacetada de Casement em um amplo e variado espao do domnio imperialista europeu, assim como os muitos registros deixados por ele, dentre relatrios, dirios de viagem, fotografias e livros, possvel proceder uma anlise ampla que integra a dinmica intercontinental do Imperialismo, na transio do sculo XIX para o XX. Analisando, conjuntamente, como criticou as prticas violentas de agentes imperialistas locais contra populaes autctones, como questionou as diretrizes polticas e econmicas que guiavam essas prticas e a forma como descreveu os territrios e populaes locais, objetiva-se compreender como Casement construiu, a partir de suas experincias e narrativas como viajante e cnsul, sua compreenso e crtica do projeto imperialista europeu frente a frica e a Amrica do Sul.
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Mario Afonso Massiere y Correa de Moraes Lima (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Dos escombros a liderana: A reconstruo alem no ps-guerra e suas bases econmicas para as dcadas seguintes
Resumo:A Alemanha , e tem sido por dcadas, um dos princ...
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Resumo:A Alemanha , e tem sido por dcadas, um dos principais atores no sistema internacional. No entanto, ao longo do sculo XX, a Alemanha foi a grande responsvel por duas guerras que marcaram o continente europeu e o mundo, alterando de forma indiscutvel o equilbrio de poder global. Aps o final da II Guerra Mundial, a Alemanha se encontrava destruda, ocupada e com pesadas dvidas de reparao de guerra. Suas cidades eram pouco mais do que escombros e ainda assim, menos de 30 anos depois, esse mesmo pas era uma economia de ponta liderando o continente europeu. A ideia que guia esse artigo entender de que forma ocorreu a reconstruo do Estado alemo no imediato ps-guerra e algumas das consequncias do perodo de ocupao alemo por parte das foras aliadas. Como possvel entender de que forma a mistura entre a reconstruo de uma Alemanha marcada por um regime nazista, junto com a vontade de no permitir que se tornasse uma potncia capaz de gerar uma nova guerra mundial e um esprito punitivo por parte dos aliados, foi capaz de resultar em uma das economias mais avanadas do mundo com altssima rentabilidade em poucas dcadas. Quais os fatores polticos e econmicos que permitiram esse grande salto nas dcadas de 1940 e 1950? Seria somente por conta da destruio trazida pela guerra? Se sim, por que isso no ocorreu em 1920, se no, quais outros motivos estiveram por trs da reconstruo e do desenvolvimento alemo. Para melhor compreender o que foi a reconstruo alem, esse artigo busca abordar os seguintes temas: A Situao Alem No Imediato Ps-Guerra; Os Legados da Repblica de Weimar e do Regime Nazista; A Ocupao Aliada; Melhores Pessoas Atravs De Construes Melhores; e por fim o Modelo Alemo De Desenvolvimento adotado no perodo ps guerra. Atravs desse debate, buscamos entender as bases para o desenvolvimento alemo e sua subsequente liderana dentro do bloco europeu, se tornando um dos eixos fundamentais do processo de integrao europeu, focando em uma viso baseada na interdisciplinariedade da economia poltica internacional, se utilizando de conceitos e bases da economia e das relaes internacionais para entender como esse perodo foi moldado e como pode ser explicado por essa tica.
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Peterson Soares Pessoa (USP - Universidade de So Paulo)
Goskino (Sovkino), Mezhrabpom-RUS e a formao do cinema sovitico nos primeiros anos da NEP (1921-1924)
Resumo:No contexto da reconstruo da indstria cinematog...
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Resumo:No contexto da reconstruo da indstria cinematogrfica russa, o retorno do cinemasta Yakov Protazanov do exlio simbolizou um grande retrocesso face poltica de nacionalizao da indstria cinematogrfica lanada por Lenin, em 1919, em meio ao comunismo de guerra. Ainda que as atividades de produo e distribuio cinematogrficas estivessem concentradas no setor estatal (Goskino, posteriormente reorganizada como Sovkino, em 1924), a exibio de filmes foi reorganizada a partir de uma lgica competitiva de mercado e de uma concepo de gesto burocratizada. Na vigncia da NEP, rgos e entidades governamentais e empreendedores privados operavam teatros de variedades e salas de cinema sob o sistema de khozraschet (contabilidade de custos), que, por decreto, se disseminara em praticamente todos os setores da atividade econmica.
O cinema sovitico operou sob tal sistema durante praticamente toda a dcada de 1920, e o crescimento de todos os seus servios foi alavancado pelo seu desempenho no mercado. A poltica de impostos levada a cabo pelo Estado sovitico, nesse contexto, tornava a viabilidade comercial das salas de exibio e teatros de variedades uma tarefa complicada, fator que estimulava os proprietrios, agentes tanto estatais quanto privados, a exibir principalmente "hits" estrangeiros, populares entre as classes mdias urbanas que ressurgiram sob a NEP.
Por que [ento] o poder sovitico apostou no pequeno comerciante de Moscou para criar o novo cinema? Em meio a um contexto no qual ttulos estrangeiros (principalmente americanos) se constituam como a principal fonte de renda de salas de projeo (privadas e estatais) e o capital oriundo de investimentos internacionais e taxao aquecia o circuito cinematogrfico sovitico, Protazanov foi o especialista escolhido para revitalizar o setor.
Numa comparao quantitiva, entre os anos de 1924 e 1930, ele realizou dez filmes pela Mezhrabpom-Rus, enquanto os jovens cineastas experimentais (ou formalistas, segundo o jargo acusatrio que se disseminaria na dcada de 1930) como Sergei Eisenstein, Lev Kuleshov, Vsevolod Pudovkin, Dziga Vertov, dentre outros produziram apenas quatro longas-metragens. Outros diretores, de uma gerao mais jovem, que focaram em produes mais veis ao pblico em geral, como Boris Barnet e Fridrikh Ermler, realizaram seis e quatro filmes, respectivamente. Tais nmeros, longe de demonstrar uma suposta inexperincia dos/as jovens diretores/as politicamente engajados, comprovam, antes, a influncia do experiente e j conhecido Protazanov, que retornara justamente para capitalizar a indstria cinematogrfica sovitica e uma m vontade das autoridades do partido (que respondiam pela gesto do cinema) para com o cinema de vanguarda.
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Renata Bastos da Silva (IPPUR/UFRJ - Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil.)
O exame da psicologia da populao de Keynes para o Brasil
Resumo:O principal objetivo da presente comunicao dis...
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Resumo:O principal objetivo da presente comunicao discutir o tema da psicologia da populao que John Maynard Keynes apresenta em seu livro As consequncias econmicas da paz (1919). Como sabemos Keynes foi delegada do governo britnico na Conferncia de paz de Versailles que selou o fim formal da Primeira Guerra Mundial; no entanto, rompeu com a mesma, por discordar dos rumos do tratado. Assim, Keynes escreveu seu segundo livro, mencionado acima. Neste tratou dos efeitos da paz na organizao e distribuio da populao, na psicologia da sociedade e nas relaes internacionais, particularmente entre o Velho e o Novo mundo, no haviam tomado esse rumo, como pudemos notar, por exemplo com o malogro da Conferncia de Gnova. No entanto, essa escolha e seus efeitos haviam sido advertidos por Keynes. O pensamento de Keynes refletia sua condio de pensador e ator de sua poca, de cultura e de psicologia britnica que necessitava inserir confiana e injetar otimismo no esprito da sociedade ocidental. A soluo do economista ingls para a crise europeia consistia na regulamentao econmica da paz. Observamos que Keynes tambm distinguiu as ideias de Malthus ao analisar a psicologia da sociedade europeia do perodo anterior a Primeira Guerra Mundial. Em seus escritos tanto Keynes, entendemos que, estava preocupado em evidenciar que no basta reconhecer que a populao cresce numa proporo maior que a economia, o que importa compreender o mecanismo das bases da economia. Portanto, nesse momento em que Malthus desperta em algumas anlises, recorremos a Keynes para atravs de seu exame sobre a psicologia da populao sublinhar que h mais variveis que compem o Bem Comum da sociedade, inclusive na histria do Brasil. Pretendemos tambm, aproximar, a luz dos novos estudos, como do economista, prmio Nobel, um dos pais-fundadores da economia comportamental, Richard H. Thaler, a questo da psicologia da populao e a sociedade brasileira. Um exemplo que podemos aproximar a psicologia da economia, do ponto de vista comportamental, a aceitao da populao brasileira do Plano Real, que este ano completa 25 anos. Entendemos que naquele momento os instrumentais da economia comportamental estavam presentes, num contexto de Copa do Mundo, e propcio para que uma equipe diversificada de economistas brasileiros se unisse em torno do tema comum.
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Thiago Alves Dias (UFRN)
O Conde de Linhares e a economia poltica na Era das Revolues: Brasil, Portugal e Inglaterra, c. 1795-c. 1808
Resumo:D. Rodrigo de Sousa Coutinho, o Conde de Linhares,...
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Resumo:D. Rodrigo de Sousa Coutinho, o Conde de Linhares, foi uma personalidade de grande relevo poltico com alta representatividade nos planejamentos e estratgias econmicas de superao da crise vivida pela corte portuguesa no debate de ideias e aes convencionadas posteriormente pelo historiador Valentim Alexandre como a questo nacional e a questo colonial em Portugal, no final do sculo XVIII e incio do XIX. Homem das cincias, elaborou famosos planos de economia poltica no contexto da Era das Revolues, propondo inclusive uma via prpria para a crise monrquica portuguesa a partir do estabelecimento do grande Imprio Luso-Brasileiro, calcado naquilo que chamou de nexo-feliz, uma espcie de organicidade existente entre a metrpole e a colnia, retomando noutros termos os famosos planos outrora defendidos pelo Pe. Antnio Vieira e depois D. Lus da Cunha, notadamente. O Conde de Linhares foi um dos interlocutores da diplomacia portuguesa na Europa para o apoio e salvaguarda da famlia real quando do crucial momento em que se optou deixar Portugal, respeitando a integridade fsica e poltica da monarquia em detrimento aos ataques das tropas napolenica. Partimos do principio que a promessa do livre comrcio do algodo do Brasil teria sido a pedra de toque para manter a antiga aliana luso-inglesa frente Frana nesse contexto, o que se efetivou com a Abertura dos Portos e os tratados ps 1808. Essa comunicao visa divulgar os primeiros resultados de uma pesquisa financiada pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro em que analisamos os manuscritos e impressos contidos na Coleo Linhares sob a guarda da mesma instituio. Nosso objetivo com essa pesquisa compreender e analisar o lugar do Brasil nos pensamentos, aes e estratgias de D. Rodrigo de Souza Coutinho frente as questes econmicas e polticas que enlaavam Brasil, Portugal e Inglaterra do fim do sculo XVIII e incio do sculo XIX, a partir dos textos existentes nessa coleo. Nossa hiptese que o Conde, desde sua ascenso secretrio de estado de Portugal em 1795, elaborou e executou aes e estratgias que colocavam o Brasil no centro de suas expectativas e planos para manuteno da riqueza e soberania de Portugal. De acordo com suas estratgias, o principal produto do Brasil que era objeto de comrcio a partir de Portugal e de interesse para Inglaterra nesse perodo foi o algodo. Acompanhando as discusses tericas de Kenneth Pomeranz e Sven Beckert, o algodo a chave para entender o mundo moderno, inclusive as grandes desigualdades que o caracterizam, desde a longa histria da globalizao e a economia poltica do capitalismo sempre em mudana.
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