ST - Sesso 2 - 17/07/2019 das 14:00 s 18:00 1e5t6h
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Barbara Maria de Albuquerque Mitchell (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Construindo a Guerra Pobreza norte-americana: intelectuais e movimentos sociais
Resumo:Este trabalho tem como objetivo analisar o projeto...
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Resumo:Este trabalho tem como objetivo analisar o projeto da Guerra Pobreza nos Estados Unidos e as polticas pblicas desenvolvidas pelo governo, atravs do auxlio de intelectuais de diversas reas e influncia das demandas de parte do movimento pelos direitos civis, com o objetivo de solucionar os problemas da pobreza e da segregao racial na dcada de 1960. Criada durante o mandato de Lyndon B. Johnson (LBJ), a Guerra Pobreza tinha como propsito aliar esforos do governo federal, estadual, organizaes locais e grupos de base na criao de uma nova sustentao na luta antipobreza e pelos direitos civis, acabando por realar a crescente tenso racial e ideolgica nos mbitos polticos e sociais do pas . Alm disso, tornou ainda mais acirrada disputa por poder entre o governo federal e os poderes locais, tanto estaduais como municipais .J com o intuito de estruturar a luta contra a pobreza, LBJ lanou em 1964 a nova agncia federal Office of Economic Opportunity (OEO), responsvel por istrar os principais projetos criados dentro da Guerra Pobreza.
O OEO buscou o auxlio de inmeros intelectuais, especialmente socilogos e economistas, para o desenvolvimento das principais polticas pblicas a serem formuladas pelo governo. Ao mesmo tempo, representantes de movimentos sociais como CORE, NAA e SCLC foram tambm consultados no comeo do projeto.
Contudo, com o ar do tempo ,tanto as expectativas em relao ao programa como a pluralidade de ideias apresentadas por intelectuais e por representantes dos movimentos sociais geraram inmeros conflitos entre tais agentes e membros do governo Johnson, impactando diretamente tanto a formao da Guerra Pobreza como as alteraes que o projeto sofreu ao longo dos anos.
A ideia principal evidenciar que a Guerra Pobreza foi criada em um contexto de amplo debate acerca do problema da pobreza nos Estados Unidos. No campo intelectual, destaca-se o trabalho de Michael Harrington, "The Other America", que retoma crticas acerca da desigualdade social norte-americana e salienta a questo do impacto do racismo na formao dessa desigualdade. Por outro lado, parte do movimento pelos direitos civis, como Martin Luther King e Bayard Rustin, tambm chamavam ateno para o problema da pobreza e, especialmente, como essa pobreza afetava de maneira desproporcional os afro-americanos e latinos.
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Bruno Natan Lima (Universidade Estadual de Londrina)
Argentina, Brasil e Cultura Poltica: a democracia e a Venezuela sob a perspectiva dos governos Mauricio Macri e Michel Temer (2015-2018)
Resumo:No ano de 2012, a Repblica Bolivariana da Venezue...
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Resumo:No ano de 2012, a Repblica Bolivariana da Venezuela foi itida ao Mercosul aps a suspenso da Repblica do Paraguai, nico pas do bloco cujo parlamento se opunha sua adeso. O processo, motivado pelo impeachment do ento presidente Fernando Lugo, seguiu as diretrizes do Protocolo de Ushuaia Sobre Compromisso Democrtico no Mercosul, de 1998. Poucos anos depois, em agosto de 2017, a Venezuela foi formalmente suspensa atravs do mesmo protocolo. Este trabalho, embora no desconsidere as transformaes conjunturais pelas quais ou o pas andino nos ltimos anos, com a emergncia de acentuadas crises econmica e poltica, tem como principal objeto de estudo a perspectiva pela qual tais eventos so representados e se articulam com o conceito de democracia no mbito das culturas polticas argentina e brasileira. Na esteira da historiadora Maria Ligia Coelho Prado, que se coloca a favor da anlise de pases latino-americanos sob o prisma da Histria Comparada, examina-se as posies dos governos Mauricio Macri, presidente da Repblica Argentina desde 2015, e Michel Temer, presidente da Repblica Federativa do Brasil entre maio de 2016 - com o incio do processo de impeachment que destituiu a ento presidenta Dilma Rousseff em agosto do mesmo ano - e dezembro de 2018. Por meio deste recorte, almeja-se lanar luz sobre a Cultura Poltica de tais pases, contrastando os governos do peemedebista Michel Temer e de Maurico Macri, representando a Proposta Republicana, com os governos de Dilma Rousseff (Partido dos Trabalhadores), e Cristina Kirchner (Partido Justicialista), bem como seus ministros das relaes exteriores. Esta pesquisa se ampara fundamentalmente na anlise de fontes retiradas de rgos oficiais ligados instituies governamentais, como a Casa Rosada e o Ministerio de Relaciones Exteriores y Culto, no caso da Argentina, e o Itamaraty, no caso do Brasil. Encontra-se, nos sites dessas instituies, discursos, artigos e entrevistas ligados aos presidentes da repblica e seus ministros das relaes exteriores. O aumento das tenses e a mudana de discurso institucional com relao Venezuela podem ser observados logo aps Macri e Temer assumirem o exerccio da presidncia de seus pases, o que bem ilustrado, no caso do Brasil, pela discrepncia entre o artigo do ministro Mauro Vieira, em maro de 2016, e o de Jos Serra, apenas quatro meses depois: ambos escreveram sobre o aniversrio de 25 anos do Mercosul, mas enquanto o primeiro comemorou os ganhos democrticos do bloco, o segundo direcionou seu discurso s suas limitaes.
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Eduardo Scheidt (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
Golpes de Estado e democracia na Venezuela contempornea
Resumo:Nesta comunicao analisaremos golpes e tentativas...
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Resumo:Nesta comunicao analisaremos golpes e tentativas de golpes de Estado na Venezuela durante diferentes contextos de regimes democrticos. Abordaremos trs perodos da democracia venezuelana desde o regime de democracia representativa da poca do Pacto de Punto Fijo (1958-1999), ando pelo projeto de democracia participativa e protagnica durante os governos de Hugo Chvez (1999-2012) at a crise atual a partir da gesto de Nicols Maduro (2013-2019). Durante a vigncia do Pacto de Punto Fijo, vigorou no pas um regime de democracia formal controlado pelas classes dominantes e pelas cpulas dos dois partidos principais: a Ao Democrtica (AD), de perfil social-democrata, e o Comit de Organizao Poltica Eleitoral Independete (COPEI), democrata-cristo. No perodo de crise desse regime, ocorre a tentativa golpista em 1992, liderada por Hugo Chvez e com apoio de setores nacionalistas das FFAA. O golpe no teve xito, mas projetou Chvez como uma das principais lideranas do pas, vindo a vencer as eleies de 1998, iniciando um novo perodo democrtico no pas. Seu projeto de democracia participativa e protagnica foi um processo ambguo e contraditrio. Ambguo porque ao longo do tempo assumiu o projeto de construir Estado comunal, que superaria o modelo representativo substituindo por uma democracia direta, mas manteve as instituies da democracia representativa. Foi tambm contraditrio pois ao mesmo tempo em que se incentiva a construo de instncias de poder popular em que a populao exerceria o poder diretamente de forma autnoma, os governos e o partido oficialista buscaram controlar e intervir no processo de forma centralizadora. Neste perodo destacou-se o golpe de 2002, em que as elites do pas, apoiada em setores das FFAA destituram Chvez do poder. As reaes das camadas populares somadas a setores legalistas do exrcito repeliram o golpe e o poder foi restitudo a Chvez 48 horas depois. O governo de Maduro marcado por uma profunda crise econmica, que contribui para o acirramento da polarizao poltica e o incio de uma crise do prprio regime democrtico, com violaes constituio tanto por parte do governo como dos grupos opositores. Neste ltimo perodo, surgem, por parte de setores da oposio, tentativas de promover neogolpes, em sintonia com uma tendncia das direitas latino-americanas nos ltimos anos. Entre estas tentativas golpistas, analisaremos a chamada La salida em 2014, a tentativa de derrubada de Maduro em meio a onda de protestos de 2017 e atual neogolpe em curso desde janeiro de 2019, promovido pela Assembleia Nacional que, de forma suis geniris, instituiu um presidente autoproclamado, ganhando o apoio explcito dos EUA e diversos governos de direita da Amrica Latina e Europa.
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Natalia Pires Oliveira (UEL - Universidade Estadual de Londrina)
A implantao de polticas neoliberais no brasil nos anos 1990: as consequncias para as universidades e o movimento estudantil
Resumo:A proposta deste trabalho analisar o neoliberali...
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Resumo:A proposta deste trabalho analisar o neoliberalismo que vem se desenvolvendo no Brasil a partir da dcada de 1990 e que ainda perdura no pas. Tambm pretendemos analisar a sua relao com os movimentos sociais e com o movimento estudantil; como essas polticas adentraram nas instituies de ensino; e quais foram as suas consequncias para as universidades pblicas e privadas.
Desde o nascimento da repblica do Brasil podemos destacar o contraste social, e a poltica, excludente e hierarquizada que influencia e impulsiona a criao dos mais diversos movimentos sociais e mobilizaes que transformaram o pas ao longo dos anos na luta contra a nossa longa tradio autoritria de se fazer poltica.
O primeiro governo a implementar no Brasil polticas neoliberais, foi o de Collor de Mello que, na viso dele, visava a modernizao e a retomada do crescimento econmico do pas. Mas perodo como governante foi pouco, somente quando foi eleito Fernando Henrique Cardoso para a presidncia, que o modelo neoliberal se estabelece no pas. Para que fosse estabelecido esse plano, foram feitas diversas reformas para atrair o capital estrangeiro, como a estabilizao da moeda; houve a quebra do monoplio do petrleo, e telecomunicaes, por exemplo, a UNE se ops a esse modelo poltico e econmico pois entende que provocava um desmonte das universidades pblicas e do servio pblico.
Apesar dos esforos, no segundo mandato de FHC enfrentou uma crise econmica, o que acabou por abalar a popularidade do presidente, o que ajudou na eleio de Lula posteriormente.
Em 2003, havia uma expectativa por parte dos estudantes de maiores investimentos na educao, que o movimento estudantil tanto exigiu no governo anterior, porm, Lula, diferente do que se esperava, principalmente no que diz respeito a sua campanha e histrico de luta dentro do movimento operrio, no rompeu com esta poltica e a manteve durante seu governo, quando Dilma assume a presidncia o mesmo acontece, mas agora, diferente dos outros dois governos temos o adicional de um levante de defensores da direita poltica e de liberais no pas.
Recentemente renasceu no pas um sentimento de orgulho direitista; orgulho de ser brasileiro; orgulho de vestir verde-amarelo; orgulho de ser um pai de famlia. Sentimento esse que existia no perodo ditatorial, onde, naquele momento, colocou na ilegalidade a esquerda brasileira e exaltou militares e a poltica da direita.
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Rafael Pinheiro de Araujo (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
Revolues e o socialismo do sculo XXI: uma comparao dos projetos polticos das esquerdas sul-americanas entre 2004 e 2013
Resumo:O incio do sculo XXI na Amrica do Sul foi marca...
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Resumo:O incio do sculo XXI na Amrica do Sul foi marcado por um perodo de fortes contestaes as instituies republicanas, a democracia representativa e as polticas econmicas neoliberais, que se consolidaram na regio ao longo das dcadas de 1980 e 1990. Em consequncia desse cenrio, presenciamos um ciclo de governos de esquerda que possibilitou amplos debates polticos e acadmicos em razo de apresentarem distintos projetos de sociedade e uma retrica nacionalista que parecia esquecida na longa noite neoliberal das dcadas de 1980 e, principalmente, 1990.
Esses governos se sustentaram em novos paradigmas no agir e na prtica do poltico. A radicalizao da participao popular, por meio da democracia participativa, se tornou uma bandeira poltica central dos fenmenos polticos a serem analisados neste trabalho. O debacle ideolgico do ps Guerra Fria se esvaiu e presenciamos, igualmente, o protagonismo de grupos sociais historicamente subalternos e excludos da poltica sul-americana, como indgenas e camponeses, e lideranas defensoras do nacionalismo econmico e do intervencionismo estatal na economia.
Na Bolvia, sob a liderana de Evo Morales, no Equador, liderado por Rafael Corra e, sobretudo, na Venezuela, governada at 2013 por Hugo Chvez, presenciamos fenmenos polticos mais radicalizados, que acreditamos terem tido caractersticas revolucionrias, sobretudo, em termos polticos, conforme abordaremos neste trabalho.
Nestes trs casos, a via institucional foi reivindicada como o caminho mais plausvel para a gnese das revolues, que foram marcadas pela realizao das assembleias constituintes e pelo apoio participao popular, sob a gide da democracia participativa. Esses fenmenos foram marcados por consistentes transformaes polticas e sociais, sendo uma das principais inovaes para o debate acadmico e poltico regional a teorizao do socialismo do sculo XXI, difundido inicialmente na Venezuela a partir de 2004, em razo da radicalizao da revoluo bolivariana.
O novo socialismo foi de complexa definio. Nessa proposta, misturam-se variadas vertentes de pensamento e bandeiras polticas. Objetivamos nesse trabalho analisar as principais caractersticas constitutivas do socialismo do sculo XXI por meio da anlise de documentos governamentais e de discursos polticos proferidos por Evo Morales, Rafael Corra e Hugo Chvez entre 2004 e 2013.
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Ricardo Neves Streich
Notas sobre as dinmicas dos sistemas de governo de Brasil e Mxico nos anos 1990
Resumo:A presente comunicao parte de pesquisa de dout...
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Resumo:A presente comunicao parte de pesquisa de doutorado intitulada Entre a economia e a poltica: a histria das estratgias de desenvolvimento em Brasil e Mxico (2000-2013). Na virada dos anos 2000, os eleitores brasileiros e mexicanos elegeram os maiores partidos polticos da oposio dos anos 1990. Usualmente, essas guinadas eleitorais de ambos os pases so explicadas por fatores econmicos. Contudo, entendemos que tambm existiram razes polticas para esse processo.
Embora ambos os pases possuam regimes presidencialistas relativamente fortes, a configurao particular de cada um dos sistemas de governo bastante distinta. Um exemplo disso o nmero de partidos. Para efeitos de comparao, no caso mexicano, por exemplo, o nmero de partidos que elegeram deputados entre 1988 e 2000 oscilou entre 4 e 8 partidos. J no Brasil, o nmero salta, entre as eleies de 1990 e 2002, o nmero de partidos com deputados eleitos oscilou entre 18 e 19.
A diferena pode ser explicada em funo da histria do sistema poltico democrtico do dois pases pases. No Mxico o PRI (Partido Revolucionrio Institucional) venceu todos os pleitos presidenciais de 1929 a 2000 (muitas vezes com fortes suspeitas de fraudes). O que rendeu a famosa alcunha de Ditadura Perfeita elaborada por Mario Vargas Llosa.
No Brasil, por outro lado, a fragmentao partidria pode ser explicada pela promulgao em 1988 da chamada Constituio Cidad, na qual a vontade de democracia que marcou o processo de transio da ditadura civil-militar pode ser percebida na ampliao dos direitos sociais e na escassez de restries criao e o dos partidos a fundos pblicos.
Por fim, o objetivo desta comunicao compreender as dinmicas polticas de Brasil e Mxico nos anos de 1990. A partir de uma reviso bibliogrfica sobre o tema, analisaremos primordialmente a relao entre os Poderes Executivo e Legislativo de modo a compreender a configurao particular dos sistemas de ambos governos. Ou seja, no caso brasileiro, isso significa problematizar os discursos e as prticas acerca da governabilidade e das alianas, especialmente a partir dos conceitos de presidencialismo de coalizo (Srgio Abranches) e peemedebismo (Marcos Nobre). J no Mxico, trata-se de refletir sobre o debate que buscou caracterizar os governos do PAN como alternncia ou transio (Arnaldo Crdoba e Eduardo Robledo), uma vez que nesse est pressuposto um balano do governo priista dos anos 1990, o chamado liberalismo autoritrio (Lorenzo Meyer).
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Sulivan Charles Barros (UFG - Universidade Federal de Gois)
Lituma nos Andes, de Mario Vargas Llosa e o Labirinto Latino-Americano
Resumo:
A Literatura oferece uma importante contribuio...
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Resumo:
A Literatura oferece uma importante contribuio para a compreenso do mundo scio-cultural. Ela uma instituio viva, que deve ser entendida como um processo histrico, poltico e filosfico; semitico e lingustico; individual e social, a um s tempo. Ela possui o efeito de multiplicar as possibilidades de leitura. Torna-se, portanto, uma forma privilegiada de compreenso do imaginrio de uma poca, permitindo que ela enxergue traos que outras fontes no nos forneceriam. Literatura caracterizada por trabalhar com possibilidades, enquanto que, por outro lado, as Cincias Sociais lidam com a realidade, levando em considerao que a literatura no tem compromisso com os fatos chamados histricos ou seja, ela no tem a obrigatoriedade de ser fiel aos acontecimentos sociais do presente e do ado. Neste sentido, a presente pesquisa analisa Lituma nos Andes, de Mrio Vargas Llosa, obra de 1993, escrita trs anos depois de que Vargas Llosa perdera as eleies presidenciais do Peru para Alberto Fujimori. Nesta obra, o autor aprofunda a diviso cultural peruana, entre os limeiros da costa e os indgenas serranos. As condies de colonizao espanhola diante da topografia proporcionaram tal diviso no Peru: tradies milenares que se mantm nas serras andinas em oposio faixa litornea, onde a cultura espanhola mais penetrou. A histria se a na dcada de 1980, poca marcada pelas aes violentas do Sendero Luminoso, grupo que professava a igualdade e a melhoria das condies de vida dos camponeses, mas que fazia ar a sua mensagem de forma extremamente violenta e pouco corrente. Vargas Llosa revela tambm em Lituma nos Andes uma arqueologia do Peru na medida em que apresenta a ligao entre a brutalidade da realidade e a violenta imaginao que a mantm. Enquanto leitores, somos levados a compreender que no existiria nenhuma redeno do sujeito poltico. O Sendero Luminoso continuar com a sua destruio. As personagens ou recomearo em outra provncia ou assumiro outros trabalhos interminveis. o eterno retorno, onde o caos e a anarquia permanecero em meio a irrupes irracionais de violncia. Pode-se dizer tambm que esta obra seria uma espcie de teoria sobre a Amrica Latina em desenvolvimento ou em seu subdesenvolvimento: isto , uma Amrica Latina ordenada por um arcasmo mtico, obscurantista, com uma violncia constitutiva que assombra a psique do Novo Mundo desde a chegada dos europeus.
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ST - Sesso 3 - 19/07/2019 das 08:00 s 12:00 4c3kw
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Agda Lima Brito (PPGHS-UERJ)
Famlias nos seringais: Mulheres que trabalharam em reas de seringais aps a Segunda Guerra Mundial
Resumo:Procuramos desvendar o mundo do trabalho e cotidia...
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Resumo:Procuramos desvendar o mundo do trabalho e cotidiano, dentro dos seringais do Amazonas entre 1950 e 1970, entendendo que esse perodo abrange mudanas polticas para regio Norte, como por exemplo, a Implementao da Superintendncia do Plano de Valorizao Econmica da Amaznia SPVEA. Nosso objetivo investigar o trabalho familiar nos seringais, onde homens, mulheres e crianas trabalharam em uma serie de atividades buscando a sobrevivncia no Amazonas, entendendo que dentro desses planos de recuperao os trabalhadores aram por mudanas no ambiente onde moravam, os seringais, as matas. Ressaltando que daremos maior ateno ao trabalho feminino, nos preocupando com as dificuldades que essas trabalhadoras enfrentam dentro desses espaos de trabalho.
Nossa preocupao tentar desvendar o mundo do trabalho nos seringais, a fim de entender como se dava o trabalho das famlias nessas regies, onde homens realizavam inicialmente, em sua maioria a coleta da borracha (considerados por eles o trabalho pesado) e suas mulheres e crianas realizavam o trabalho da agricultura (considerado pelos homens uma atividade desvalorizada ), com a inteno de evitar comprar gneros alimentcios nos barraces, que eram estabelecimentos controlados pelos patres.
Salientamos ainda que as mulheres dentro do tema proposto sero nossas protagonistas, tendo em vista que os trabalhos realizados por elas, dentro dessas comunidades peram por vrios eixos. Enfrentavam uma rejeio frente ao olhar masculino, no entanto medida que vo atuando em vrios campos de trabalho acabam se tornando o eixo central familiar.
Dentro dessa dinmica de trabalho, a atividade feminina sofrera uma menor valorizao, ainda que essas mulheres tenham uma rotina de trabalho extremamente cansativa, conforme apontam s fontes, entrevistas de homens e mulheres que trabalharam nos seringais nesse perodo, o servio feminino acabava tendo um olhar desvalorizado . Por isso decidimos ter como ponto principal o trabalho feminino nos seringais.
Se por um lado ocorriam mudanas nos investimentos na Amaznia e nos incentivos do que seriam produzidos naquele momento, as famlias que trabalhavam no campo, possivelmente continuavam em uma situao difcil. Alm disso, a degradao do meio onde viviam, acarretaram tenses no meio do trabalho. Para isso importante analisar os servios que essas famlias realizavam e o cotidiano dessa populao na mata, sobretudo as mulheres, que durante anos tentaram ter seus direitos como seringueiras reconhecidos e em muitos caso no conseguiram.
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Alessandra Gasparotto (UFPel)
As lutas pela terra e os movimentos sociais agrrios no pr-1964: reflexes e notas de pesquisa acerca da trajetria do Movimento dos Agricultores Sem Terra do Rio Grande do Sul (1960-1964)
Resumo:Este trabalho apresenta algumas reflexes acerca d...
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Resumo:Este trabalho apresenta algumas reflexes acerca da trajetria do Movimento dos Agricultores Sem Terra do Rio Grande do Sul (MASTER), criado no ano de 1960 devido a uma tentativa de retomada de uma rea de 1.800 hectares no municpio de Encruzilhada do Sul, a qual era ocupada por cerca de 300 famlias de posseiros. Ameaados de expulso, os posseiros aram a se mobilizar e criaram a primeira associao de agricultores sem terra, contando com o apoio de algumas lideranas expressivas do PTB, partido do ento governador Leonel Brizola. Naquele contexto, marcado pela emergncia da luta pela reforma agrria em todo o pas, o MASTER ou a se institucionalizar e ganhou visibilidade: entre 1961 e 1964, dezenas de associaes similares foram criadas e o movimento realizou uma srie de mobilizaes e ocupaes de terra em vrias regies do estado. No entanto, a produo acadmica sobre tal movimento bastante insipiente, o que suscitou a realizao da presente investigao. Esta investigao se insere no Projeto de Pesquisa Mobilizaes e movimentos sociais agrrios, represso e resistncias do pr-1964 ditadura civil-militar: as trajetrias do MASTER no RS e das Ligas Camponesas em PE, contemplado no Edital Memrias Brasileiras Conflitos Sociais (CAPES) e desenvolvido por pesquisadores de diferentes instituies. A partir da anlise de diferentes fontes de pesquisa, tais como exemplares dos jornais Correio do Povo e Novos Rumos, processos judiciais presentes no acervo digital do Projeto Brasil Nunca Mais, documentos de rgos de segurana e informao da ditadura disponveis no SIAN/Arquivo Nacional, processos istrativos de indenizao oriundos da Lei Estadual n 11.042/1998 - que estabeleceu que o Estado do Rio Grande do Sul reconhece a responsabilidade de ter causado danos fsicos e psicolgicos pessoas presas por motivao poltica no perodo compreendido entre 1961 e 1979 - e entrevistas de histria oral, buscamos mapear a trajetria do movimento e investigar sobre suas bandeiras, formas de organizao, estrutura, lideranas e composio social. Assim, este trabalho se divide em trs momentos: inicialmente, trata da formao do MASTER e da resistncia camponesa entre as dcadas de 1950 e 1960. Em um segundo momento, aborda a represso no campo aps o Golpe de 1964 e seus desdobramentos, buscando problematizar as especificidades de tal represso no Rio Grande do Sul. Por fim, o trabalho se prope a discutir sobre o processo de desenvolvimento da pesquisa, evidenciando as especificidades, as potencialidades e os limites das investigaes que se debruam sobre a histria e as memrias dos movimentos sociais no campo.
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Elizabet Soares de Souza Remigio (Colgio e Curso Gnesis)
Se voc vier me perguntar por onde andei, no tempo em que voc sonhava... O retorno de Arraes e o processo de Redemocratizao no Brasil.
Resumo:O ano de 1979 apresentou um importante avano no p...
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Resumo:O ano de 1979 apresentou um importante avano no processo de transio para a democracia. A promulgao da lei da Anistia em 28 de agosto de 1979, foi um importante o no processo que levaria o pas ao fim da Ditadura Civil Militar. Nesse momento, comeam a deixar a priso e voltar do exlio muitos daqueles que atuaram contra o regime. A decretao da Anistia representou um avano para que o Brasil reintegrasse na sociedade e na poltica os exilados polticos que haviam partido para o exterior desde 1964, e com isso desse mais um o para abandonar o regime autoritrio em que estava imerso. Pernambuco ocupa um destaque relevante nesse momento contando na lista de anistiados mais notrios o ex-governador Miguel Arraes, o ex-deputado Francisco Julio Arruda de Paula e o ex-deputado comunista Gregrio Loureno Bezerra, alm do educador Paulo Freire. Destacaremos neste trabalho, o retorno do ex-governador Miguel Arraes, que retornou ao Brasil, no dia 15 de setembro daquele ano. Tratava-se de um momento propcio abertura e avanos de debates sobre a liberdade poltica, redemocratizao e rumos do pas, inclusive com a reintegrao da participao de exilados nos espaos polticos do Brasil. Na sua chegada ao Recife, o MDB (Movimento Democrtico Brasileiro) que se projetou politicamente durante o regime Civil-Militar, organizou um grande comcio que reuniu cerca de 60 mil pessoas. Era um momento oportuno para que Arraes retomasse a sua militncia poltica em Pernambuco. Contudo, os membros do MDB no itiam ceder espao aos que retornavam do exlio. O lanamento da candidatura de Marcos Freire para o Governo do Estado, um ano antes da eleio, agendada para 1982 corrobora com essa perspectiva. plausvel que este posicionamento do MDB apresenta-se como uma forma de por em funcionamento uma reabertura poltica controlada. Desenvolvendo uma temtica trabalhada pela historiografia que se dedica ao perodo de transio democrtica (1979-1985), nosso objetivo historicizar as disputas polticas construdas durante a redemocratizao brasileira, inscrevendo como Arraes se inseriu neste processo e como ele mobilizou as suas redes polticas, tornando-se um lder importante no processo de redemocratizao, bem como compreender como Miguel Arraes opera com seu ado na volta do exlio.
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Geane Bezerra Cavalcanti (Secretria de Educao da Paraba)
Redemocratizao e Expectativa: articulao poltica das associaes de moradores da periferia do recife (1979-1988)
Resumo:Esta pesquisa parte da dissertao Lutas e Resi...
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Resumo:Esta pesquisa parte da dissertao Lutas e Resistncia dos Moradores da Cidade do Recife (1985 1988) defendida em fevereiro de 2017. Teve como objetivo estudar as lutas e resistncias dos moradores da periferia durante o perodo de redemocratizao, sua forma de organizao, reivindicaes, mobilizao e atuao frente ao poder pblico para alcanar o que almejavam. As associaes de moradores/bairro da cidade do Recife tem sua origem em 1955, elas se expandem e permanecem atuantes at 1964, com o golpe militar so desmanteladas e proibidas de funcionar. O pouco que restou dos movimentos sociais de bairro, durante a ditadura, estavam ligados a atuao da Igreja Catlica atravs dos padres seguidores da Teologia da Libertao, estes grupos resistiram a ditadura e iniciaram a luta pela posse da terra, nas reas de invaso, pauta que se estendeu at a dcada de 1980. Com o incio do perodo de redemocratizao, a partir de 1979, as associaes de bairro ressurgem com uma nova expectativa sobre a democracia, de forma espontnea moradores de bairros perifricos organizam suas associaes e am a cobrar melhorias estruturais dos rgos pblicos, como saneamento, escolas, transporte e iluminao pblica, construes de canais, postos de sade e escolas. Outra reinvindicao era a posse da terra, a questo era pauta desde a dcada de 1970, quando os moradores de reas invadidas eram obrigados a pagarem uma taxa aos supostos proprietrios dos terrenos. Com os altos ndices de desemprego e a falta de oportunidades no interior do nordeste, muitas famlia se deslocavam do serto para o litoral em busca de trabalho, ocupavam terrenos nos subrbios para construrem seus barracos e enfrentavam as aes de despejos, a luta pela moradia tornou-se um dos principais pontos levantados pelas associaes de moradores durante a dcada de 1980, que buscava atravs das associaes de moradores negociarem a questo com os rgos pblicos. O fortalecimento das associaes de moradores geraram duas importantes federaes, a Federao Metropolitana de Bairros do Recife FEMEB e a Federao das Associaes e Conselhos de Casa Amarela FEACA, suas atuaes foram alm das associaes de bairro, pois discutiam polticas pblicas no mbito municipal e estadual com os rgos competentes, sendo um importante canal de participao popular na gesto pblica. As associaes de bairro ou de moradores foram imprescindveis para a ampliao da discusso sobre cidadania e para a maior participao popular na vida poltica da cidade.
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Jean Sales (DHE-IM-UFRRJ)
Resistncia, revoluo e democracia: o debate sobre a luta armada na esquerda brasileira (1969-1985).
Resumo:Em 2004, por ocasio dos 40 anos do golpe civil-mi...
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Resumo:Em 2004, por ocasio dos 40 anos do golpe civil-militar de 1964, um debate importante sobre a luta armada contra a ditadura militar apareceu em diversos eventos realizados no pas. A discusso girou em torno do significado das aes armadas empreendidas pelos grupos revolucionrios nos anos 1960 e 1970. Partindo das interpretaes de Daniel Aaro Reis (2000; 2014), alguns defendem que tais aes eram essencialmente ofensivas, na medida em que os grupos revolucionrios no propunham a volta ao regime democrtico e sim a implantao de um regime revolucionrio. J na perspectiva de Marcelo Ridenti (2004), as aes guerrilheiras eram, na verdade, de resistncia ao regime ditatorial, ainda que nos programas e propostas dos grupos aparecessem os fins revolucionrios.
Ainda de acordo com Daniel Aaro Reis (2000), a partir dos anos 1970, quando se encontravam no exlio, os ex-militantes construiriam uma memria dos anos de chumbo apresentando-se como defensores da democracia. Com essa perspectiva poltica, tiveram presena importante nos movimentos de anistia, inicialmente quando se encontravam fora do pas e, a partir de 1979, quando retornaram ao Brasil. Alm disso, segundo Aaro Reis, tais sujeitos teriam afirmado que a luta armada se dera como resposta ao fechamento do regime com o AI-5, quando, na verdade, a ideia de luta armada antecedia 1964, e sua implementao teria se dado antes de 1968, o que constituiria mais uma operao de construo de uma memria apaziguadora. Haveria acontecido, portanto, uma metamorfose de guerrilheiros em democratas, ocultando assim os aspectos da proposta ofensiva do projeto socialista. Essa mudana atenderia tambm o interesse de setores da sociedade que no gostariam que viessem tona temas dos sombrios anos ditatoriais.
Creio que as indicaes feitas por Daniel Aaro Reis so boas hipteses para uma discusso sobre o debate a respeito da luta armada no Brasil. Em contrapartida, penso ser necessrio um maior aprofundamento emprico para responder, de modo mais satisfatrio, a algumas perguntas ainda em aberto nessa na rea de estudos: como e atravs de quais espaos de discusso se deu o debate dentro da esquerda brasileira a respeito do sentido e do significado da experincia de luta armada nos anos 1960 e 1970? Como a autocrtica e o trauma da derrota influenciaram a avaliao negativa da experincia da luta armada? Em que medida as conjunturas polticas dos ltimos 40 anos influenciaram na construo e reconstruo da memria dessa experincia? Que grupos a construram e atravs de que mecanismos se deu a construo dessa memria? Sem ter o objetivo de oferecer respostas definitivas, este artigo pretende apontar alguns elementos para a discusso.
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Luiz Henrique dos Santos Blume (UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz)
Satans no prega mais quaresma no Brasil: o apoio de setores civis ditadura civil-militar de 1964-1985 em Ilhus: notas de uma pesquisa
Resumo:Podemos afirmar que existe na regio sul da Bahia,...
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Resumo:Podemos afirmar que existe na regio sul da Bahia, em especial no trecho Ilhus-Itabuna, uma memria hegemnica que apresenta a tese de que no houve resistncia ou que a ao da ditadura civil-militar no foi significativa. Esta comunicao apresentar, portanto, alguns questionamentos iniciais, mas que indicam uma presena muito forte dos militares na regio e que tiveram o apoio de entidades civis e de personalidades polticas importantes, inclusive na formao da Faculdade de Direito, Faculdade de Sociologia e Poltica, que deram origem UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz. Os resultados, ainda que parciais, podem suscitar outras referncias que possibilitam questionar o mito da inexistncia de uma represso mais direta e incisiva dos governos da ditadura na regio, e trazer discusso a presena de sujeitos polticos que apoiaram o golpe nos seus primeiros dias. Nos dias seguintes ao golpe de estado que deps o presidente Joo Goulart, no jornal Dirio da Tarde, de Ilhus, o colunista Soane Nazar de Andrade publicou na sua coluna o artigo A tarefa da Revoluo, defendendo a deposio do presidente e reiterando a tese de que o golpe civil-militar foi um ato democrtico, reforando a perspectiva de que Goulart tivesse atentado contra a Constituio, ao anunciar a Reforma Agrria e outras aes que foram promulgadas aps o comcio das reformas de base, em 13 de maro, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro. O apoio ao golpe em Ilhus utilizou-se dos mesmos argumentos utilizados pelos golpistas em todo o pas. O apoio de professores universitrios que escreviam na imprensa local, associado ao apoio da hierarquia da Igreja Catlica e de organizaes leigas, tais como a Legio de Maria, a Associao Comercial de Ilhus e outras, indicam o quanto necessrio trazer ao debate a disputa por memrias sobre o golpe civil-militar em Ilhus. De outra forma, existem narrativas que evidenciam a tentativa de constituio de focos guerrilheiros junto aos trabalhadores rurais, num trabalho poltico clandestino. ados mais de 50 anos do golpe civil-militar de 1964, este sujeitos, ainda que derrotados, reafirmam em suas narrativas a legitimidade das formas de resistncia implantao da ditadura que tentaram construir. Trata-se de pensar que as memrias esto em disputa e, portanto, possvel encontrar outras perspectivas polticas que reivindiquem outro papel para a regio.
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Marcos Alexandre Arajo Ribeiro (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARA)
A f para resistncia e liberdade: o movimento pela libertao dos presos do Araguaia
Resumo:Este resumo expandido baseia-se na proposta que ve...
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Resumo:Este resumo expandido baseia-se na proposta que venho desenvolvendo no programa de doutorado em Histria da Universidade Federal do Par. Inicialmente, o projeto volta-se para a histria e a memria do Movimento pela Libertao dos Presos do Araguaia (MLPA) e de seus atores sociais, trazendo tona a grande rede de solidariedade formada pela defesa desses presos nos anos iniciais da dcada de 1980, portanto, considerada aqui como um evento histrico inscrito na perspectiva da Histria do Tempo Presente. Assim, esta proposta enquadra o MLPA como evento agregador, fomentador e difusor de prticas com base em justia social,refletida na defesa dos padres ses e posseiros presos, onde estabeleo um debate nas tenes das relaes diplomticas resultantes deste episdio. Cabe destacar que O MLPA surge nas estruturas da Igreja Catlica, porm, a logo a se posicionar como um movimento de carter ecumnico, inter-religioso e at de grupos no religiosos. Neste cenrio, a regio do baixo-Araguaia no estado do Par se mantinha em um constante estado de vigilncia, ainda por conta das feridas herdadas e ainda abertas resultantes da traumtica e no muito e distante guerrilha do Araguaia no incio dos anos 1970; por isso entendo que a rede de solidariedade criada ao redor dos presos do Araguaia nasce, sobretudo, a partir da grande capacidade de mobilizao por parte do MLPA, que percebeu a real necessidade dessa articulao na cidade de Belm e demais cidades paraenses para uma presso popular em torno desse julgamento. Para alm disso, as consideraes feitas at aqui apontam que os conflitos na regio, sejam por terra, sejam por minrio, ou mesmo a explorao da floresta para retirada ilegal de madeira,e para a pecuria que geralmente vitimavam mais os socialmente e economicamente vulnerveis, como os pequenos agricultores, os indgenas, os pescadores e as comunidades remanescentes de quilombo, sendo que muitos desses grupos j ocupavam histrica e ancestralmente essas terras e rios. Assim, este trabalho consagra tanto o levantamento documental da referida situao, j que mesmo com o advento da Comisses Nacional e Estadual da Verdade, quanto os aspectos da memria coletiva e da memria seletiva, assim como outros instrumentos de investigao deste recente ado, como a histria oral que muito contribui nesse horizonte proposto, principalmente em relao s suspeitas de prticas de abuso de poder, torturas, assassinatos, perseguio politica e cassao de mandatos legitimamente eleitos.
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Sara Oliveira Farias (UNEB)
Catolicismo e leitura sobre a vida: os livros do Movimento de Educao de Base (1961-1966)
Resumo:Este projeto faz parte da linha de pesquisa Estud...
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Resumo:Este projeto faz parte da linha de pesquisa Estudos Regionais: campo e cidade do Programa de Ps-Graduao em Histria Regional e Local da Universidade do Estado da Bahia- UNEB e se adequa ao projeto de pesquisa geral do proponente O MEB e os Sindicatos rurais no Brasil contemporneo, incorporado no Grupo de Pesquisa da Histria oral e Memria (CNPq)
Nessa perspectiva preciso situar o objeto dessa pesquisa. O Movimento de Educao Bsica (MEB) foi criado oficialmente em 1961, no governo do Presidente da Repblica, Jnio Quadros pela Conferncia Nacional dos bispos (CNBB). Naquele perodo, o MEB tinha como objetivo a formao integral do homem, para sua promoo, entendendo como educao um processo global no se limitando apenas instruo, mas formando na ao, ajudando o homem a promover-se. (MEB, 1979, p.4.)
Analisar a atuao do MEB, atravs dos discursos produzidos pelos livros e ou cartilhas, depoimentos orais de lideranas do MEB, cartas dos monitores e at mesmo dos alunos (algumas j resgatadas, por conta do trabalho de sensibilizao realizada pela equipe do projeto em algumas localidades) , alm de compreender como estas lies\ ensinamentos repercutiram no Departamento da Bahia, particularmente, Salvador e Amargosa, nessa primeira fase da pesquisa. Assim, selecionamos como objeto, a atuao do MEB nesses dois municpios, delineando sua prtica scio- poltica no trabalho de formao com as equipes locais de trabalho, destacando lideranas sindicais, comunitrias.
Assim, a partir de alguns materiais coletados, ainda que parcialmente pode-se pensar como foi significativo o trabalho do MEB pelo Brasil. Primeiro, porque ao alfabetizar a populao rural, proporcionava conhecer e compreender o mundo que vivia, encorajando-a a seguir adiante, seguir questionando, problematizando a sua condio de populao pobre, desassistida e, sobretudo rompendo a naturalizao da pobreza que ava a partir desse mtodo de ensino, historicizar o conjunto de causas que levavam quela situao. E como atingir um maior nmero de pessoas, uma vez que os moradores da zona rural superavam e muito o contingente urbano nos anos de 1960, e 1970. A alternativa encontrada, baseada em experincias existentes desde os anos de 1950 era o rdio.
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Tatyana de Amaral Maia (PUC-RS)
Os cinejornais da Agncia Nacional e a cultura visual autoritria na ditadura civil-militar brasileira (1964-1979)
Resumo:A ditadura civil-militar brasileira investiu na pr...
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Resumo:A ditadura civil-militar brasileira investiu na produo/circulao da comunicao oficial como estratgia para a construo da legitimidade e do consenso. Dentre os tipos de comunicao destinados produo do consenso, destaca-se o investimento na produo/circulao de cinejornais oficiais dedicados sistematizao do cotidiano poltico e istrativo do Estado, naturalizando perspectivas ideolgicas amparadas na utopia autoritria, na modernizao conservadora e na Ideologia de Segurana Nacional. O objetivo desta comunicao , atravs da anlise dos cinejornais produzidos pela Agncia Nacional, apresentar como tais perspectivas sero veiculadas como parte da normalidade poltica e estariam alinhadas a supostos valores superiores nacionais, observando clivagens e nfases temticas distintas ao longo da ditadura. Os cinejornais reforaram a crena na existncia de uma crise de valores nacionais, solucionada pelo golpe de 1964, e a adoo de projeto de modernizao que nos igualaria ao desenvolvimento das principais potncias capitalistas. Sero trabalhados os cinejornais Brasil Hoje, Atualidades e Informativo, entre 1964 e 1979, perodo marcado pela atuao da Agncia Nacional na produo desse formato de comunicao oficial. Os cinejornais da Agncia Nacional foram um importante veculo de produo de uma imagem pblica oficial ao lado das fotografias, notcias de jornais, documentrios e filmes publicitrios. Trata-se de uma produo audiovisual composta por imagens em movimento destinada apresentao de um conjunto de notcias. Assim, contriburam para elaborar uma imagem do regime ancorada nas representaes de normalidade poltica e de sentidos comuns compartilhados que legitimassem o projeto de modernizao-conservadora e autoritria imposto pelo regime. Esse conjunto de breves noticirios informativos funcionou como um instrumento de normalizao da opo pela modernizao-conservadora e da institucionalizao da ditadura. Ao trazem aes polticas rotineiras, algumas de aparente irrelevncia, ao lado do registro dos investimentos vultuosos e dos projetos imponentes executados pelo Estado ditatorial, favoreceram a construo de uma cultura visual autoritria acerca da normalidade poltica que deveria ser amplamente compartilhada sobre o protagonismo do Estado e suas funes na conduo da nao.
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Uilma Mara Queiroz Silva (PPGH-UFPE)
Constituio Cidad: memria e esquecimento da Constituinte de 1987-1988.
Resumo:
Constituio Cidad: memria e esquecimento da C...
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Resumo:
Constituio Cidad: memria e esquecimento da Constituinte de 1987-1988 diz respeito a anlises da literatura que versa sobre o contexto histrico brasileiro em que est inserida a Assembleia Nacional Constituinte de 1987-1988, perodo referenciado ora como Nova Repblica e ora como Redemocratizao que se estende de 1985-1989, entre as quais Kinzo (2004), Nogueira (2010), Souza (1988) e Teles e Safatle 92010). O objetivo desse artigo apresentar de maneira breve as narrativas que apontam a Constituinte de 1988 como sendo cidad e popular, e como essas mesmas narrativas servem como um sustentculo para a ideia de nao brasileira democrtica ps Ditadura Militar (1964-1985). A reflexo acima citada se prope a refletir que por um lado a Constituinte de 1988 foi um marco pela convocao e recebimento de Emendas populares, onde o povo organizado poderia apresentar proposta de lei e ainda defend-las no plenrio, sendo um marco para a populao indgena, negra, para as crianas e, sobretudo, mulheres. Mas, por outro lado, as ementas nem sempre foram acatadas, embora ouvidas e o texto final da Carta Magna foi redigido como se os problemas das desigualdades no Brasil j estivessem solucionados, alm disso, o imaginrio que se fortaleceu a partir da participao popular fundou uma iluso de estado de direito democrtico de direito, ou seja, porque o texto da Constituinte, mais especificamente o artigo quinto, em que consta escrito o direito a igualdade, dito como se esta agora fosse real, o que nos parece fundamental para a manuteno da ideia de Brasil enquanto uma nao democrtica. Apresentar assim, narrativas oficiais e autores acadmicos e produes independentes. Para, a partir dessa dialtica, pensarmos o carter inventivo do discurso de Constituinte popular. Um dado relevante sobre isso que em 2018 a Carta Magna referenciada no site oficial do Senado Federal e da Cmara Federal dos Deputados em publicao de comemorao dos 30 anos como A Constituio Cidad, promulgada em 5 de outubro de 1988, tornou-se o principal smbolo do processo de redemocratizao nacional. Ou seja, mesmo num Estado, considerado por alguns, de recesso, se escolhe fortalecer a Constituinte como marco cidado e democrtico. Com o objetivo de desenvolver o dito acima e pensar a Memria e o Esquecimento e, sobretudo a escolhas do que lembrar e esquecer nas diversas narrativas sobre a Constituinte 1987-1988 e a Constituio de 1988, este artigo diz respeito a reflexes preliminares que dividimos em trs blocos para fins didticos, sendo eles: i) Redemocratizao e/ou Conciliao; ii) Memria e esquecimento da Constituinte de 1987-1988; e Narrativas distintas sobre a participao da sociedade civil na Constituinte.
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ST - Sesso 4 - 19/07/2019 das 14:00 s 18:00 3p493x
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Dbora Vogel da Silveira Dutra (EEB Coronel Lara Ribas)
Movimentos sociais, pluralismo jurdico comunitrio-participativo e a democracia brasileira
Resumo:O debate acerca dos movimentos sociais no Brasil ...
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Resumo:O debate acerca dos movimentos sociais no Brasil amplo e no pode ser analisado de forma isolada. Sem dvida, esses movimentos foram primordiais para a conquista de muitos direitos que hoje os cidados brasileiros desfrutam em seu cotidiano. O histrico de lutas e reivindicaes refletem as demandas sociais, especialmente das classes menos favorecidas economicamente da sociedade e literalmente abandonadas pelo Estado e suas polticas pblicas paliativas. Nesse sentido, a atual vigncia da Carta Magna de 1988, conhecida como Carta Cidad fruto de um longo perodo de mobilizaes sociais que incessantemente buscaram consolidar o Estado Democrtico de Direito e um sistema de democracia representativa que aproximasse o povo de seus governantes. Nesse contexto, o presente trabalho busca analisar a relevncia desses movimentos, em especial para a histria do Brasil e das lutas travadas nesse espao em busca de justia social. Para tanto, a teoria do pluralismo jurdico comunitrio-participativo fundamental para a compreenso de que o Estado no a nica fonte de onde emana o direito e suas normas que regram a vida em sociedade. Diversas so as fontes no estatais que atravs de suas iminentes necessidades, produzem um regramento prprio, capaz muitas vezes de suprir as lacunas deixadas pelo Estado. As experincias de uma produo jurdica no estatal so ricas e tem emergido principalmente do sculo XX para o XXI, onde destacam-se os movimentos sociais tido como os novos atores sociais. Desses diversos grupos organizados e desvinculados do poder estatal, possvel perceber a construo normativa que sustenta suas lutas, causas e sobrevivncia diria em meio ao turbilho de necessidades que se apresentam para um Estado praticamente obsoleto e que tem dado conta de poucas demandas sociais, seja por inrcia, incompetncia, seja porque no dispe de uma organizao e recursos necessrios para resolver todos os problemas que lhe so apresentados. Destaca-se aqui a significativa atuao dos movimentos sociais organizados, que, como j mencionado acima, no se limitaram a esperar pela atuao do Estado, mas sim buscaram resolver suas demandas internas e obtiveram grande visibilidade social, para suas lutas e sua prpria existncia, ampliando o campo de debate social e de possibilidades que no se encerram no ente estatal.
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Fbio Bacila Sahd (UFMA - Universidade Federal do Maranho)
Apartheid na Palestina? Questes prticas e tericas em uma pesquisa comparada incipiente
Resumo:Apresentamos um projeto de pesquisa a ser desenvol...
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Resumo:Apresentamos um projeto de pesquisa a ser desenvolvido entre 2019 e 2022, aprovado pelo CNPQ, que tem como foco as prticas de segregao racial e espacial na Palestina, entre 1967 e 2018, comparadas ao caso paradigmtico do apartheid na frica do Sul. Introduzimos as fontes de pesquisa, as hipteses, a bibliografia e alguns problemas norteadores. Valemo-nos, sobretudo, da arquitetura jurdica internacional que regulamenta discriminaes raciais, colonialismo e casos correlatos e de relatrios de direitos humanos produzidos por comisses especficas da ONU, complementados com relatrios de organizaes no governamentais. Acompanhamos, de forma seriada, a documentao produzida por duas comisses da Comisso de Direitos Humanos da ONU, que trataram especificamente do caso palestino e sul-africano, alm da correspondncia mantida por Israel e frica do Sul com guardies de tratados internacionais. Partimos do pressuposto de que, as prticas em vigor na Palestina constituem um complexo sistema de apartao, que carrega idiossincrasias, ora aproximando-se ora afastando-se do caso sul-africano. Exploramos tanto a relatoria e bibliografia produzida para um caso quanto para o outro, comparando-as. Refletimos ainda sobre a questo do uso dos conceitos na constituio do trabalho (Palestina ou Territrios Palestinos Ocupados? Ocupao ou colonizao e apartheid?), e suas diferentes implicaes. Estamos a falar da prtica de um crime contra a humanidade, portanto, reproduzir uma categoria do direito internacional, ou estamos diante de uma realidade que, de to caracterstica, requer outro arcabouo conceitual? Quais as implicaes de acatar uma terminologia do direito? Reduz ou assegura um campo comum de entendimento do objeto em questo? Tratando-se de uma pesquisa em seu estgio inicial, a presente comunicao visa, antes de qualquer coisa, apresentar e discutir os caminhos a serem seguidos, a fim de ouvir contribuies e, possivelmente, reorientar caminhos. De forma prvia, sustentamos que a experincia palestina se aproxima da sul-africana, naquilo que consiste o ncleo duro da conceituao de apartheid, portanto, o uso de tal conceito legtimo e auxilia tanto na compreenso do problema em especfico quanto desperta o senso de urgncia de resoluo dessa questo candente de nossos dias.
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Ivana Veloso de Almeida (Sem Filiao)
A Mdia e sua Influncia: Estudos do Processo de Impeachment de Dilma Rousseff em Comparao a de Fernando Collor de Mello.
Resumo:A presente pesquisa pretende-se analisar a constru...
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Resumo:A presente pesquisa pretende-se analisar a construo da imagem da ex-presidente Dilma Rousseff em comparao a de Fernando Collor de Mello nos meios miditicos, sobretudo no processo de impeachment. Os estudos apontam que os nicos presidentes do Brasil que sofreram o processo de impeachment foram Dilma e Collor. Mesmo sendo governos distintos, o que levou os dois a queda foi o poder de mobilizao da mdia. Partindo dessa premissa, buscamos analisar e contextualizar o declnio desses presidentes por meio das mobilizaes nas mdias, tendo como foco a televiso e a internet. Sabemos que a histria a por mudanas, e a mdia se constitui importante meio para observar e acompanhar essas transformaes. Nesse sentido, este trabalho tem como intuito estudar a histria da poltica/mdia no Brasil tendo como principal objeto os dois presidentes do Brasil que foram os nicos a sofrer o processo de impeachment, com forte atividade miditica na mobilizao das massas. Ademais, pretende-se demonstrar como estes meios, impressos e audiovisuais, ajudaram a pautar condutas polticas na populao. Dessa forma, tomando o estudo da imagem da ex-presidente Dilma Rousseff atravs das mdias, compreendemos que os computadores e celulares serviram no somente como instrumentos de negcio, mas tambm como mola principal de toda uma gama de atividades miditicas. Sabemos que a internet atua como prtica de processamento de informaes em que podem atingir ou no os leitores, pois tudo ir depender da recepo de cada um. Sendo assim, o lcus desta pesquisa a atuao da mdia atravs da qual os dois governos foram influenciados e condenados com o impeachment. Por fim, o que far melhor compreender os governos ser a anlise da imagem dos dois presidentes na mdia, tendo em vista o sentido de corrupo de 1990 (no tempo de Collor) e 2015-2016 (no tempo de Dilma). Portanto para atingir os objetivos proposto na pesquisa, analisaremos as mdias que envolvero, no caso de Fernando Collor, entrevistas para o programa Roda Viva da TV Cultura, que esto disponveis no YouTube; reportagens publicadas na Revista Veja entre os anos de 1989 a 1992, que podem ser adas online. No que tange a ex-presidente Dilma Rousseff, os esforos se concentraro em uma pgina do Facebook denominada Eu tenho medo da Dilma Rousseff; e no site #MUSEUdeMEMES4, criada por alunos da Universidade Federal Fluminense (UFF) com o intuito de catalogar pginas que possuem fontes dessa natureza, alm de fazer sua descrio e trazer as imagens que so publicadas.
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Josefa Neves Rodrigues (PUCSP - Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo)
POLTICAS AFIMRATIVAS NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS: cotas raciais um direito da populao afrodescendente
Resumo:O presente trabalho tem como objetivo discutir com...
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Resumo:O presente trabalho tem como objetivo discutir como as polticas afirmativas - cotas raciais para estudantes afrodescendentes esto sendo implementadas nas universidades federais brasileiras, sob o pressuposto de adotarem diferentes processos de ingresso, embora devam se pautar na Lei 12.11/2012, e ao mesmo tempo refletir o impacto das cotas raciais na vida dos egressos afro-descentes como forma de ascenso social. Analisam-se os fundamentos filosficos e jurdicos sobre os quais se apoiam as medidas adotadas pelas universidades federais na busca de interpretao adequada do fenmeno da desigualdade de o ao ensino superior pblico brasileiro. luz de autores como Adorno, Bourdieu, Florestan Fernandes, Hasenbalg, Munanga, Stuar Hall, Jos Jorge de Carvalho, Milton Santos e outros, busca compreender aspectos relacionados constituio de uma sociedade marcada pela diversidade, como a nossa. Enfim, consideramos relevante debater o sistema de cotas dirigidas aos estudantes afrodescendentes como norte para uma sociedade democrtica, sobretudo no contexto poltico que atravessamos em que direitos sociais conquistados por meio de acirradas lutas esto sendo ameaados revelia da Constituio Federal (CF). Discutiremos que as aes afirmativas, constitui um direito e devem ser compreendidas no somente pelo prisma retrospectivo - no sentido de aliviar a carga de um ado discriminatrio -, mas tambm prospectivo - no sentido de fomentar a transformao social, criando uma nova realidade. Portanto, colocamos em relevo a luta contra a discriminao racial que na dcada de 1996 se acirrou na sociedade brasileira, sobretudo na comunidade acadmica, aps o governo brasileiro, Fernando Henrique Cardoso assumir abertamente que o preconceito racial existe no Brasil e que precisava ser corrigido por meio de polticas afirmativas diversas, capazes de promover a equidade no Pas. Contudo, em 2001 estudos do IBGE e Ipea, em especial os estudos orientados por Ricardo Henriques (Ipea) davam conta de que o racismo e suas aes correlatas no Brasil contra a populao negra apresentavam resultados considerados insustentveis, mas a situao continuava sem soluo, chamando ateno das Organizao das Naes Unidas (ONU) que no mesmo ano, em 2001 instou o governo brasileiro a apresentar caminhos que levassem soluo do analfabetismo e consequentemente da excluso em que se encontrava o povo negro no Brasil, mas somente no governo Lula essa reivindicao do Movimento Negro Unificado foi ouvida e polticas de incluso foram implementadas, iniciadas pela Lei 10.639/2003.
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Lidiane Taffarel (Cresol)
Movimento Quilombola em Santa Catarina e o o a polticas pblicas
Resumo:A presente comunicao analisa o histrico de aces...
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Resumo:A presente comunicao analisa o histrico de o a polticas pblicas na comunidade quilombola Invernada dos Negros, localizada entre os municpios de Campos Novos e Abdon Batista, em Santa Catarina. Atravs de atas da Associao Quilombola da Invernada dos Negros (ARQIN) e de matrias de jornais, tentamos demonstrar como a organizao do movimento negro rural ajudou na luta por direitos e pela visibilidade desta comunidade. A associao foi criada em 2003, tendo como principal objetivo a luta pelo territrio, herdado em 1877 atravs do testamento de um fazendeiro que legou a rea de aproximadamente oito mil hectares aos seus escravos e ex-escravos. Com o ar do tempo, os quilombolas foram perdendo estas terras, seja pelas necessidades pelas quais avam, seja por artifcios legais utilizados contra seus direitos. No entanto, apesar de a luta pela terra ser a principal questo que moveu os quilombolas a se unirem em uma associao, a mesma tambm foi importante para que os integrantes da comunidade comeassem a debater projetos para educao e agricultura, entre outros temas, e ainda buscassem os programas do governo federal que j existiam, mas aos quais eles no tinham o. Sabe-se que o ltimo pas ocidental a abolir a escravido foi o Brasil, aps mais de 300 anos de explorao de mo de - obra africana. A oficial, a Lei urea, ocorreu em 13 de maio de 1888, porm at chegar a ela, muitos fatores polticos, econmicos, sociais e ideolgicos estiveram envolvidos. Porm, apesar de estarem livres, no se criou para a efetivao, leis que garantissem dignidade e direitos aos ex-escravos, tampouco a seus descendentes. Sem o educao, sade, moradia e outros direitos bsicos, as populaes, especialmente negras, continuaram vivendo excludas e vtimas de preconceitos. Aps 100 anos, com a Constituio de 1988, que alguns direitos foram garantidos. Aps a nova Carta Magna tambm, o termo Quilombo foi ressignificado, ando a ser algo de direito, ligado a identidade, territorialidade e resistncia, o local em que aqueles que se viram na excluso aps a abolio puderam resistir, se identificar como pertencentes a um grupo, a cultivar a terra de forma coletiva, distante da lgica capitalista da terra privada que foi reforada pela Lei de Terras de 1850.
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Marta Regina Da Silva Amorim (PREFEITURA MUNICIPAL DE JUAZEIRO DO NORTE)
Coletivos de arte: cidade, produo artstica e educao
Resumo:Esse trabalho tem como objetivo apresentar a hist...
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Resumo:Esse trabalho tem como objetivo apresentar a histria de dois coletivos de arte existentes no Cear e a utilizao das ruas da cidade como espao educativo. O Coletivo Camaradas existente na cidade do Crato, interior do estado, e o Coletivo Acidum existente em Fortaleza, capital do estado. Esses dois coletivos surgiram no ano de 2007 e iniciaram seus trabalhos nas ruas da cidade, posteriormente, aram a atuar nas redes sociais e em atividades educativas com crianas e adolescentes. O Coletivo Camaradas atua com vrias linguagens artsticas, mas nos ltimos anos tm voltado suas atividades para o campo da poesia e da palavra. O Coletivo Acidum atua, especificamente, no campo das artes visuais. Um dos principais pontos de interseco desses dois coletivos a preocupao com a possibilidade de mudana social atravs da educao artstica. Utilizaremos como metodologia para este trabalho a pesquisa bibliogrfica, que ser feita atravs da leitura de livros, artigos cientficos teses e dissertaes que abordam o tema estudado. Como fontes de pesquisa, utilizaremos reportagens, jornais, manifestos, estatutos, fotografias, vdeos, e pesquisa de dados na internet, atravs de sites de relacionamentos e blogs, visto que, este meio de comunicao utilizado por coletivos como estratgia de difuso de suas ideias e interao com um grande nmero de pessoas ao mesmo tempo. Nesta pesquisa multidisciplinar, utilizaremos como referencial terico autores de vrias reas do conhecimento. Para discutir a atuao dos coletivos e arte ativista, utilizaremos Andr Mesquita (2008), para trabalhar a arte na era da reprodutibilidade tcnica, utilizaremos Walter Benjamin (1979), para discutir a relao entre individuo e cidade, utilizaremos Michel de Certeau (1994), para discutir educao, utilizaremos Paulo Freire (2015) e para compreenso da cibercultura, utilizaremos Pierre Levy (1999). Acreditamos que a presente pesquisa pode colaborar para ampliar a discusso sobre o processo de ensino aprendizagem em espaos no formais de educao. E a ampliao da historiografia de coletivos de arte no Brasil, inclusive na regio Nordeste, visto que essa regio est fora do circuito oficial das artes, presente na Regio Sudeste.
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Samuel Carvalheira de Maupeou (Universidade Estadual do Cear-UECE)
Ns, desgarrados e tocados pela fome e pela falta de terra para plantar, pois emprego no existe, ocupamos estas terras.: fontes, narrativas e memrias do Engenho Ub (Pernambuco, 1994-1996)
Resumo:Em resposta s derrotas sofridas no PNRA (1988) e ...
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Resumo:Em resposta s derrotas sofridas no PNRA (1988) e na Constituio de 1988 pelos movimentos sociais do campo e partidos polticos de esquerda que se reestruturavam aps a Ditadura, houve uma intensificao das ocupaes em diversas regies do pas. No foi diferente em Pernambuco, pois em meados da dcada de 1980 se iniciaram a movimentos de ocupao de terra. Percebe-se, entretanto, uma flagrante carncia de produo e debates historiogrficos sobre a pluralidade de atores envolvidos nos conflitos e a diversidade de fontes, narrativas e memrias tecidas por cada um deles.
Em fevereiro de 1994, deu-se um episdio dessa luta pela terra no norte da Zona Canavieira do estado. O conflito teve por palco a cidade de Goiana, h alguns quilmetros da capital, nas terras da Destilaria de lcool Ub, falida desde meados dos anos 1980. Para organiz-lo, os trabalhadores contaram com o apoio dos sindicatos rurais, da Federao dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco (FETAPE) e da Comisso Pastoral da Terra (T) e promoveram aes para impactar a opinio pblica e forar o INCRA a acelerar a desapropriao. A resistncia se estendeu at meados de 1995 e compreendeu momentos de violncia, tenso e mobilizao. Tais acontecimentos tiveram muita repercusso na poca e chegaram a ocupar as pginas da imprensa local e nacional. Embora quase no recebam ateno da historiografia e no figurem na memria social, esto presentes nas lembranas dos(as) assentados(as). Com base nisto, pretende-se analisar o conflito e seus mltiplos significados a partir das fontes e narrativas produzidas sobre ele, ressaltando-se relatos orais e memrias dos(as) trabalhadores(as).
Visa-se abordar o conflito numa perspectiva polifnica, isto , a partir dos diferentes registros e narrativas produzidos a respeito. A cada um deles ser atribuda a sua devida especificidade e relevncia, bem como a metodologia necessria a sua utilizao e a sua relao com o tema estudado. A finalidade almejada divide-se em duas partes. Por um lado, a Zona Canavieira do estado percebida como um espao praticado e vivenciado por toda uma diversidade de atores sociais e como um territrio em permanente disputa. Disputa esta que se trava tanto no mbito das relaes de trabalho, do uso da propriedade e do solo e das formas de mobilizao/represso utilizadas, quanto na esfera discursiva e de produo de narrativas distintas e movidas por interesses diversos. Por outro, destaca-se o papel dos sujeitos que atuam neste espao e que, em funo das suas trajetrias individuais e do compartilhamento de suas experincias, pensam-no a partir da sua prpria subjetividade. Os mesmos no seriam sujeitos estranhos ao meio, movidos pela misria e pelo desespero, mas pessoas que nunca perderam o vnculo com a terra.
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