ST - Sesso 1 - 16/07/2019 das 14:00 s 18:00 187213
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Adriana Angelita da Conceio (Universidade Federal de Santa Catarina)
Histria da alimentao escolar no Brasil: algumas questes sobre polticas pblicas educacionais, cultura escolar e cultura alimentar
Resumo:A alimentao como campo de conhecimento configura...
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Resumo:A alimentao como campo de conhecimento configura-se como um frtil terreno de problematizaes para reflexes sociais e culturais. Os conceitos de saudvel, natural e caseiro so disputados por grandes redes da indstria alimentar que buscam se apropriar deste espao no qual no ado tentaram superar em decorrncia da ideia de modernidade e do desenvolvimento das tecnologias da indstria alimentar. Neste sentido, a alimentao alm de envolver aspectos nutricionais e voltados aos sabores e saberes culturais adentra o espao dos domnios econmicos, polticos, ambientais e tambm educacionais. A partir desta constatao, a alimentao escolar configura-se como o tema problematizador desta comunicao que objetiva discutir a histria da alimentao escolar no Brasil durante o sculo XX e anos iniciais do XXI, de modo a refletir sobre polticas pblicas educacionais, cultura escolar e cultura alimentar. Dentro desta perspectiva, apresentaremos breves consideraes sobre a alimentao escolar inserida no processo de estruturao e consolidao da Educao Bsica na formao do Brasil republicano. De modo mais especfico, peraremos aspectos da trajetria das polticas pblicas destinadas alimentao escolar no Brasil, com destaque para o Programa Nacional de Alimentao Escolar PNAE. Deste modo, abordaremos alguns dos sentidos da Educao Alimentar na sua relao com a cultura escolar e a formao da Educao Bsica no Brasil. Diante de tais constataes, os vieses terico-metodolgicos que guiam a discusso debatem referenciais ligados histria da alimentao e cultura escolar. Discusses atuais reconhecem a necessidade de se revisitar muitos dos padres alimentares, sejam eles escolares ou no, em funo dos contrassensos entre os quadros de desnutrio e o excesso de peso. Assim, estudar e refletir sobre a alimentao escolar por uma perspectiva histrica permite que se problematize questes voltadas cultura escolar e s polticas pblicas educacionais em meio s desigualdades, conflitos, lutas e resistncias na formao da Educao Bsica no Brasil. Por fim, esta comunicao, integrante de um projeto de pesquisa em andamento, buscar sinalizar, atravs do estudo da historicidade da alimentao escolar na Educao Bsica brasileira, que a aes voltadas alimentao escolar formam um territrio de disputas resultante de relaes e processos polticos, culturais, sociais e educacionais.
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Aurea Maria Bezerra Machado (Prefeitura de Duque de Caxias - RJ)
Ariano Suassuna: A escrita e a prtica de um pensamento educacional no "Brasil real"
Resumo: Este trabalho configura-se como uma reflexo sob...
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Resumo: Este trabalho configura-se como uma reflexo sobre a contribuio de Ariano Suassuna, dramaturgo, romancista, ensasta e professor universitrio educao brasileira, desenvolvida no espao poltico-social que Machado de Assis chamou de Brasil real, o qual antagonizava com um outro pas, o Brasil oficial. uma pesquisa sobre a prtica e o legado pedaggico deste conhecido homem das Letras, que se destacou ainda como educador, usando a Literatura, a arte da palavra, a servio da educao.
A palavra-chave da produo literria de Suassuna resilincia, nomenclatura pertinente realidade das prticas educativas das escolas pblicas do pas, onde os seus atores sociais(professores e alunos)l, fortalecem seus sonhos, com a Pedagogia da esperana, transformando-os em projeto, prticas e realizaes.
Alm de produzir uma vasta obra literria, lecionou por trinta e dois anos na Universidade Federal de Pernambuco, ensinando Esttica e Teoria do Teatro, Literatura brasileira e Histria da Cultura brasileira, unificando a Literatura com as Cincias sociais. Mostrou ainda aos discentes que, o conhecimento adquirido no universo literrio podia ser uma grande aventura para a transformao social. Foi ainda Secretrio de Educao e Cultura de Recife e Secretrio de Cultura no governo Miguel Arraes.
Numa analogia entre o ado e o presente da histria do povo brasileiro, aps a leitura de Os Sertes, de Euclides da Cunha, livro muito o impressionou, Suassuna infere que Canudos, smbolo de resistncia, no final do Sculo XIX, foi substitudo, pela favela e demais espaos das periferias, rinces e sertes, onde vive a maior parte dos nossos alunos. Foi um dos maiores responsveis pela difuso da cultura nordestina, unindo dois elementos at ento dspares: o erudito e a cultura popular, com o Movimento Armorial e diferentes tipos de arte, como a msica, a dana, o teatro e a arquitetura. Desenvolveu ainda o projeto A Ona malhada, a Favela e o Arraial, com o qual percorreu as periferias das cidades brasileiras e o serto, convidando o povo simples do "Brasil real, mestio como a ona que intitula tal intento cultural, a assistir aos espetculos.
O seu legado, fundamentado e posto em prtica a servio da educao e da cultura, de grande relevncia para a Histria da Educao brasileira. Pera sujeitos, instituies e polticas educativas.
Justifica-se assim, refletirmos sobre Ariano Suassuna, um sujeito social, que interligou o universo das letras com o da docncia, pelo vis do comprometimento com a arte e o povo, atravs de uma longa e primaz prtica discursiva dialgica, imbricando noes como intertextualidade e metalinguagem e, ao mesmo tempo, originalidade e genialidade.
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Cludio de S Machado Jr. (Universidade Federal do Paran)
Fotografias da infncia e da escolarizao sa: aspectos do visvel nas pginas da revista Regards (1932-1939)
Resumo:Esta comunicao constitui-se parte da pesquisa in...
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Resumo:Esta comunicao constitui-se parte da pesquisa intitulada Histria, cultura fotogrfica e culturas escolares: a educao como produto de cultura visual nas fotografias publicadas em peridicos de variedades, desenvolvida no mbito das ps-graduaes em Educao e em Histria da Universidade Federal do Paran (Brasil). Inicialmente realizada a partir da pesquisa em peridicos brasileiros, mais especificamente na Careta (Rio de Janeiro) e na Revista do Globo (Porto Alegre), os estudos se ampliaram para alguns aspectos do peridico estadunidense renomado Life (Chicago), sempre no contexto de produo de imprensa e da fotografia das dcadas de 1930 e 1940. Na sua continuidade, o foco da pesquisa direciona-se a peridicos ses, tendo a revista Regards (Paris) sido escolhida como um contraponto aos contedos publicados na tambm sa Vu (Paris), durante o perodo que antecedeu aos eventos que culminariam na Segunda Guerra na Europa. A revista Regards, por sua vez, se destacou no contexto parisiense pelo investimento feito de forma significativa na produo fotojornalstica independente, segundo aponta seu contedo, servindo como inspirao para posterior criao de peridicos que acompanhariam o segmento de imprensa, tal qual a renomada Paris-Match, a partir de 1949. Com uma tendncia poltica identificada com o comunismo, teve incialmente em sua direo o crtico e terico de cinema Lon Moussinac, que contou, dentre os seus fotgrafos-colaboradores, com nada menos que Robert Capa e Henri Cartier-Bresson, e outros mais que se destacariam no cenrio da produo da fotografia europeia. Levando em considerao o momento de expanso e afirmao do mercado editorial de revistas desde os anos 1920, cujo contedo fotogrfico atraia mais a ateno de pblico que estava cada vez mais interessado em um ver ao invs de ler, e em que a aproximao entre a produo da fotografia e da impressa ressignificou aspectos de visibilidade e, consequentemente, de invisibilidade sociais poca, a presente comunicao busca, desde uma perspectiva de estudos embasados na Histria da Educao, verificar quais aspectos do visvel referente s experincia da infncia e da escolarizao sa estiveram presentes nas pginas da Regards. Com teoria e metodologia aliceradas em fundamentos da imprensa, da fotografia e da cultura escolar (em confronto com o conceito de cultura fotogrfica), o levantamento do corpus de pesquisa utiliza a base do acervo digitalizado no diretrio Gallica, pertencente Bibliothque nationale de , e proporciona uma reflexo mais ampla sobre a cultura visual e sobre a produo fotogrfica sa na dcada de 1930, em peridico especfico, tendo como temtica a infncia e aspectos que remetem s experincias de escolarizao.
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Elaine Prochnow Pires (Secretaria de Estado da Educao)
A escola no perodo dos exames de isso ao ginsio: memrias do secundrio
Resumo:Resmo: O presente artigo discorre sobre memrias d...
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Resumo:Resmo: O presente artigo discorre sobre memrias de estudantes que prestaram os Exames de isso ao ginsio nos anos 1960 e 1970 no Alto Vale do Itaja-Au SC. As memrias formam nossas experincias. Reviv-las como olhar para dentro de ns, compreendendo quem somos e possibilitando mudana. A construo de narrativas orais acontece na convergncia entre ado e presente, entre memria coletiva e individual. Assim se d o ajuste com o tempo e as incertezas causadas no mbito das temporalidades. Objetiva-se compreender o percurso escolar dessas estudantes no Ensino Secundrio, entremeada com a histria do perodo, bem como as reverberaes da lei que obriga a aplicao dos exames que elas foram submetidas. A anlise das narrativas foi feita a partir dos elementos de sentido destacados nas entrevistas sobre o perodo do secundrio dos sujeitos da pesquisa. Observou-se, a partir desse estudo, dois componentes de anlise: a frequncia dos elementos de sentido e a forma como isso reverberou nas narrativas orais e escrita dos sujeitos da pesquisa. So oito mulheres, todas professoras aposentadas, moradoras das cidades de Rio do Sul, Pouso Redondo e Agrolndia. A reflexo empreendida neste artigo sobre as memrias de estudantes que vivenciaram esse perodo histrico no Brasil. Essas memrias so analisadas atravs dos elementos de sentido e caractersticas da legislao destacados nas narrativas, bem como os entrelaamentos engendrados na historiografia. A obrigatoriedade legal da aplicao dos Exames de isso ao Ginsio ocorreu de 1931 a 1971. Assim, a discusso deste artigo traz a reflexo momentos polticos importantes para o Brasil. Portanto, ao pensar esse perodo num contexto histrico poltico, observo momentos de transformao na legislao da educao, bem como nos rumos pensados para o pas. Assim, reflito aqui algumas dessas mudanas, especialmente no que tange o sistema educacional brasileiro. Este estudo evidencia parte da histria da educao no Brasil por meio de memrias de estudantes que vivenciaram esse perodo, destacando o cotidiano das escolas e da vida dessas pessoas, intencionando contribuir para as pesquisas acerca dos Exames de isso ao Ginsio.
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Joana Gondim Garcia Skrusinski (Prefeitura Municipal de Curitiba), Evelyn de Almeida Orlando (PUR)
A Editora Agir e a prtica de publicar colees: A intelectualidade catlica na produo e difuso de impressos pedaggicos
Resumo:O aprendizado adquirido a partir da utilizao dos...
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Resumo:O aprendizado adquirido a partir da utilizao dos impressos pedaggicos nos coloca em sintonia com a importncia dada ao contedo, levando o indivduo a uma forma de educar-se a partir do manuseio desse objeto em que a autoridade imposta por ele diz muito sobre as prticas coletivas, assumindo uma multidimensionalidade do discurso e possibilitando a identificao de determinados grupos. Este trabalho por sua vez, analisa o uso que os intelectuais catlicos fizeram dos impressos pedaggicos e como demarcaram um espao no campo editorial como estratgia de disputa pelo controle do campo pedaggico. A partir do olhar para uma editora catlica, a Editora Agir, atentamos para a prtica de publicar colees como uma forma de circulao ampla que promovia determinados projetos polticos e educacionais utilizando as colees como ferramentas de propagao do conhecimento. Como base terica, utilizou-se dos estudos de Chartier (2002) que trabalha com o conceito de livro e as relaes de poder que so estabelecidas atravs de sua impresso. Para ele, o livro carrega em si a construo especfica de uma memria e de um perodo; por esse motivo, foi objeto de grandes poderes, tanto desejados quanto temidos. As diferentes formas de circulao de impressos catlicos podem ser entendidas como uma forma de difundir um conjunto de saberes a um pblico diverso e, por isso, foram largamente utilizados no Brasil por diferentes grupos intelectuais, na propagao de determinados modelos pedaggicos e de um corpus de saberes autorizado e endereado sociedade, projetando uma organizao familiar a partir dos livros. As discusses em torno desse objeto, identificou as tenses fundamentais que a histria, assim como as prticas cientficas produtoras de conhecimento do visibilidade em diferentes lugares sociais, percebendo que a histria um lugar de discurso, construo e composies narrativas que produzem um enunciado cientfico. Nesse caso especificamente, a rede de intelectuais catlicos, utilizou-se da produo e difuso das ferramentas impressas para propagao de saberes e tticas em conformao com uma pauta educacional voltada para as famlias, na busca da demarcao de um lugar prprio e de referncia para si no campo intelectual.
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Lucia Silva Parra (USP - Universidade de So Paulo)
A biblioteca de Joo Penteado e a circulao de saberes
Resumo:O presente trabalho tem como objetivo apresentar p...
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Resumo:O presente trabalho tem como objetivo apresentar pesquisa de doutorado que vem sendo desenvolvida sobre o processo de circulao de saberes em escolas dirigidas pelo educador Joo Penteado de 1912 a 1947, atravs de um estudo do livro envolvendo sua circulao e uso, com foco nas obras impressas presentes no Acervo Joo Penteado da Faculdade de Educao da Universidade de So Paulo (FEUSP) e na Coleo Joo Penteado da Unidade Especial de Informao e Memria da Universidade Federal de So Carlos (UFSCAR). Entendemos que os acervos bibliogrficos presentes na Universidade de So Paulo e na Universidade Federal de So Carlos so complementares e juntos se aproximam mais do que foi a Biblioteca de Joo Penteado, formada ao longo de sua trajetria e presente nas escolas por ele dirigidas. Um estudo do acervo da Biblioteca Joo Penteado possibilitar descobertas sobre quais temticas e autores eram mais frequentes e consequentemente quais eram os interesses pessoais de Joo Penteado e o que os professores das escolas por ele dirigidas julgavam pertinentes para uma biblioteca escolar. O educador Joo Penteado nasceu em 1877, na cidade de Ja-SP. Na cidade de So Paulo dirigiu a Escola Moderna n. 1, de 1912 a 1919 quando foi fechada pelo Governo do Estado de So Paulo. Aps tentativa frustrada de reabrir a Escola Moderna n.1, Joo Penteado fundou novas escolas, alterando sua estratgia de resistncia como educador. Dirigiu a Escola Nova, de 1920 a 1923, a Academia de Comrcio Saldanha Marinho, de 1924 a 1943, a Escola Tcnica de Comrcio Saldanha Marinho, de 1944 a 1947 e o Ginsio e Escola Tcnica Saldanha Marinho, de 1948 a 1960. Publicou textos na imprensa anarquista e esprita e colaborou com a Unio dos Trabalhadores Grficos de So Paulo. A Escola Moderna n. 1 de So Paulo teve como principal influncia a Escola Moderna de Barcelona, de Francisco Ferrer. Na pesquisa sobre a biblioteca de Joo Penteado ainda h muito a ser elucidado a respeito da forma como os livros eram usados em sala de aula por professores e alunos e se as concepes de educao de Joo Penteado influenciavam o cotidiano do ensino na Escola Moderna, n.1 (1912-1919), na Escola Nova (1920-1923), na Academia de Comrcio Saldanha Marinho (1924-1943) e na Escola Tcnica de Comrcio Saldanha Marinho (1944-1947).
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Samara Mendes Arajo Silva (Univ. Federal do Paran - UFPR)
ALM DAS VESTIMENTAS: cultura escolar e organizao scio-cultural atravs dos uniformes escolares nas escolas catlicas femininas brasileiras durante o sculo XX
Resumo:Dentre os elementos materiais integrantes da cultu...
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Resumo:Dentre os elementos materiais integrantes da cultura escolar do sculo XX, e, que merecem destaque est o uniforme escolar, vestimenta padronizada de uso cotidiano pelos escolares. Estas peas integrantes do vesturio dos estudantes, alm de constituir-se em constructo identitrio nos espaos intra-escolar e extra-escolares, imprimiu as marcas da instituio (fluda e vividamente) nos espaos da cidade e em diferentes momentos da historicidade dos cenrios urbanos nos quais tais instituies se instalaram. O fardamento escolar tambm um produto da moda, apesar de no estar sobressaltada pelas constantes demandas do mercado das arelas e desfiles. A vestimenta escolar est no sistema da moda, mesmo no tendo sido criado historicamente por modistas e estilistas, estas peas de vestimentas acompanham de formas segmentadas, e, mesmo que num ritmo mais lento, o sistema de produo cultural e mercadolgica da moda, e, em consonncia e a partir de determinantes das premissas da cultura escolar na qual se insere, e, de onde extrai significados, define representaes, tece mudanas, alteraes e inovaes. Propomos neste texto o estudo da cultura escolar articulado organizao scio-cultural por meio da anlise da histria dos uniformes escolares de instituies escolares confessionais catlicas dedicadas a educao feminina brasileira durante o perodo de 1906 a 1970 em Escolas Savinianas piauienses, pautando-nos em referenciais da Histria Cultural. Desenvolvemos a compreenso dos aspectos de constituio da cultura escolar de instituies escolares savinianas piauienses, produzindo a anlise historiogrfica de fontes escritas (documentos primrios produzidos pelas escolas savinianas), fontes orais (entrevistas com ex-alunas savinianas) e fontes visuais: fotografias (alunas savinianas uniformizadas). Utilizando-nos da anlise destas fontes histricas nos possibilitou identificar a deferncia e importncia denotada pelos integrantes das comunidades intra-escolar e extra-escolar ao uniforme escolar ao longo da histria das instituies. Revelando a significncia social e cultural atribuda aos uniformes escolares, esta vestimenta ultraa a funcionalidade do vesturio comum sendo-lhe transposta a representatividade atribuda s escolas.
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Sandra Regina Cassol Carbello (UEM - Universidade Estadual de Maring)
Centro Educacional Carneiro Ribeiro: uma proposta de Ansio Teixeira para a educao popular
Resumo: Este trabalho versa sobre a organizao de um cen...
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Resumo: Este trabalho versa sobre a organizao de um centro de educao popular planejado por Ansio Teixeira em sua segunda gesto da educao no Estado da Bahia (1947-1951). Trata-se do Centro Educacional Carneiro Ribeiro, popularmente conhecido como Escola-Parque. Sua organizao, pautada no iderio da escola progressiva, visava oferecer educao integral s crianas e adolescentes dos bairros da Liberdade, Caixa dgua, Pau Mido e Pero Vaz, da cidade de Salvador - BA. Posteriormente, foi pensado para ser a obra norteadora de uma poltica educacional brasileira no decorrer da dcada de 1950. Para conhecer esta instituio de ensino, recorremos aos estudos acadmicos e produo do prprio autor, que registrou seu iderio em artigos, livros e discursos. Trabalhamos tambm com um livro organizado pela professora Terezinha boli que integrou a equipe deste projeto experimental. Essas fontes nos mostram que o Centro Educacional Carneiro Ribeiro foi composto por dois setores, o da instruo e o da educao, em um conjunto de edificaes organizado com quatro escolas-classe e uma escola-parque. O setor de instruo seria desenvolvido nas escolas-classe, cada uma delas era um prdio moderno, com aproximadamente doze salas de aula projetado para atender mil alunos, organizados em dois turnos. Em quatro horas dirias de permanncia os alunos dedicavam-se aos estudos das disciplinas convencionais, ou seja, mantinha-se o ensino da matemtica, lngua portuguesa e cincias. Estas quatro escolas foram construdas nas redondezas da escola-parque, em um raio de aproximadamente 1,5km. A escola-parque, localizada no bairro da caixa Dgua, ocupa uma rea de 42.000m2, organizada em setores delimitados e integrados que esto distribudos em sete pavilhes destinados diferentes prticas educativas. Este era o setor de educao que concentraria a fora da escola ativa, desenvolvendo diversas atividades socializantes, artsticas, esportivas e culturais. A proposta do Centro Educacional Carneiro Ribeiro destacava-se pela organizao pedaggica e pela idealizao de um conjunto arquitetnico belo e inovador que integrava as atividades e oferecia aos alunos a oportunidade de participar de conjunto diversificado de experincias. Com este trabalho pretendemos dialogar com a comunidade acadmica sobre o legado histrico de Ansio Teixeira, um dos intelectuais brasileiros que se dedicou integralmente luta pela educao pblica, laica, gratuita e de qualidade.
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Vivianny Besso de Assis (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Dennis Rodrigo Damasceno Fernandes (Professor da Educao Bsica)
Acervo escolar em Navira-MS (2018): Um instrumento de pesquisa
Resumo:Neste texto apresentam-se resultados parciais de u...
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Resumo:Neste texto apresentam-se resultados parciais de uma pesquisa histrica na rea de Educao que teve como objetivos compreender aspectos da histria da Escola Estadual Juracy Alves Cardoso no municpio de Navira, interior do estado de Mato Grosso do Sul (MS). Com base em pesquisa histrica e por meio de procedimentos de localizao, reunio, seleo e anlise de fontes documentais realizou-se uma investigao no acervo documental da escola com base no qual elaborou-se um instrumento de pesquisa, intitulado Bibliografia de e sobre a escola Juracy Alves Cardoso: um instrumento de pesquisa (2018) onde esto reunidas at o momento 6.018 fontes, em sua maioria fotografias. O estudo foi desenvolvido em uma perspectiva quantitativa e qualitativa, aliando pesquisa bibliogrfica e pesquisa documental que indispensvel no trabalho historiogrfico. A pesquisa bibliogrfica consistiu na anlise de informaes pertinentes temtica sobre a histria da educao no Brasil, histria das instituies escolares e acervos escolares, na viso de diversos autores. Os objetivos da pesquisa foram iniciar a elaborao de um instrumento de pesquisa sobre a histria da escola Juraci Alves Cardoso, com base em pesquisa documental e por meio de processos de localizao, seleo, organizao e anlise de fontes documentais e contribuir para a produo de uma histria da educao no muncipio de Navira e regio. Os resultados da pesquisa apontam que a referida escola conta com um acervo sobretudo fotogrfico, de atividades realizadas na instituio, com imagens de professores, alunos, exposies de trabalhos manuais, desfiles, projetos, prmios, comemoraes, aulas, apresentaes teatrais, entre outras. Ressalta-se que a maior parte das fotografias dos anos 2000 em diante fato relacionado ao barateamento da produo fotogrfica e s fotografias digitais. A organizao do instrumento de pesquisa propiciou a ordenao e categorizao das fontes localizadas, contribuindo para ordenao de fontes sobre a histria regional em Mato Grosso do Sul. Entre as perspectivas futuras para o prosseguimento desta pesquisa, encontra-se o acondicionamento do acervo, a identificao dos sujeitos, a anlise das prticas realizadas na instituio em diferentes perodos, especialmente no que tange s representaes da infncia e no modelo de ensino perpetuado por essa escola para as demais escolas do municpio e regio.
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ST - Sesso 2 - 17/07/2019 das 14:00 s 18:00 1e5t6h
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Antonio Barbosa Lisboa (Instituto Trancoso)
Contraventores ilustrados: as imorais transgresses de professores primrios na Bahia oitocentista
Resumo:Este texto analisa queixas contra professores pbl...
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Resumo:Este texto analisa queixas contra professores pblicos primrios na Provncia da Bahia durante o sculo XIX. Com enfoque nas denncias apresentadas presidncia da Provncia e Diretoria Geral dos Estudos da Bahia, documentao sob guarda do APEB, demonstra como as diversas atividades dos professores primrios eram entendidas como contravenes aos costumes do sujeito professor. O regulamentado pelo ordenamento jurdico da instruo pblica provincial considerava as atividades costumeiras, praticadas em diversas regies da provncia, imorais aos professores. Esse ordenamento previa um processo de disciplinarizao do magistrio primrio, isto , a constituio de regras de fiscalizao, moralizao e disciplinamento do corpo docente, com o fim de corresponder ao projeto de formao e moralizao da sociedade, especialmente os pobres. O protagonismo dos professores, compreendido como experincia, contribui significativamente para a compreenso desse sistema escolar. Atrelada essa investigao da trajetria profissional, os pesquisadores tm dedicado razovel esforo para tratar conjuntamente as experincias sociais desses sujeitos, as quais apresentam novos cenrios sobre o ser professor e a escola no sculo XIX. Embora a formao e atuao dos professores assem por um paulatino crescimento da disciplinarizao, suas experincias indicam fazeres contraventores. As atividades polticas e comerciais, as quais estavam implcitas s vivncias docentes, eram o foco do processo de vigilncia. Governo e sociedade acompanhavam as aes cotidianas dos professores primrios com o intuito de tornar o quadro de professores moralmente reconhecido, conquanto as trajetrias dos professores apresentam diversas formas de subterfgios s normas. Aes individuais e isoladas compem um cenrio oposto ao previsto em lei, tendo em vista o debate da legislao baiana desde a dcada de 1850 no qual se criticava as atividades laborais, comerciais e polticas exercidas por professores. Elas foram proibidas nos Regulamentos da Instruo em 1862, 1873, 1875 e 1881 durante as reformas da legislao educacional. Apoiado nos documentos oficiais da instruo, dentre eles as legislaes, sobretudo com a anlise das queixas, procuro, atravs da abordagem microanaltica e paradigma indicirio, constituir aspectos do vivido de professores primrios no oitocentos.
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Danilo Arajo Moreira (Universidade Federal de Ouro Preto)
A instruo na esfera pblica: debates e conflitos em torno da educao nas Minas Oitocentistas
Resumo:Esta proposta de comunicao diz respeito aos resu...
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Resumo:Esta proposta de comunicao diz respeito aos resultados parciais de uma pesquisa que vimos realizando atualmente no mbito do curso de Mestrado em Histria. O trabalho, ainda em andamento, tem como objetivo analisar os discursos e as prticas sociais envolvidos na organizao do sistema de instruo pblica da provncia de Minas Gerais, nas ltimas dcadas do sculo XIX. Nesse sentido, buscamos realizar uma investigao detida sobre os discursos em trnsito nas instncias institucionais, em especial, na presidncia da provncia e na inspetoria geral da instruo pblica, por meio das falas de seus titulares. De outra parte, intentamos identificar a intensidade deste debate para alm da seara oficial, buscando conhecer a sua presena na imprensa, nas ruas, na esfera pblica. Buscamos, ainda, compreender as formas de interao estabelecidas entre as famlias e a estrutura de ensino pblico organizada em Minas Gerais.
O final do sculo XIX foi marcado por um esforo de reorganizao do servio de instruo pblica em Minas Gerais. Especialmente durante as dcadas de 1870 e 1880, a estrutura at ento existente na provncia se ampliou. Antigas instituies de ensino foram restauradas, outras foram fundadas, cargos e mecanismos de istrao foram aperfeioados. No decorrer desse processo, o tema da instruo figurou em uma profuso de debates em mltiplos espaos. Ao mesmo tempo, em distritos, freguesias, vilas e cidades da provncia, o processo de construo do sistema de instruo pblica mobilizou sujeitos e grupos que desenvolveram, cada qual sua maneira, formas diversas de interao com a ao estatal.
Tendo em vista este panorama, nesta apresentao buscaremos realizar uma reflexo que extrapole a investigao acerca das polticas educacionais na provncia de Minas, amplamente exploradas pela historiografia da educao nas ltimas dcadas. Nossa ateno aqui se concentrar em discutir a presena do tema da instruo no debate pblico em Minas Gerais e a participao de sujeitos e grupos sociais no contexto da reorganizao do ensino, entre 1872 e 1889. A base documental que sustenta o trabalho a ser apresentado composta por peridicos editados na capital da provncia durante o recorte estudado e por correspondncias diversas enviadas por habitantes, grupos de pais de famlia, representantes locais e outros sujeitos para a inspetoria geral da instruo pblica.
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Felipe Augusto Fernandes Borges (Instituto Federal do Paran)
A Companhia de Jesus e o Colgio de So Paulo, em Goa (1548-1558)
Resumo:Este texto parte da pesquisa que resultou em nos...
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Resumo:Este texto parte da pesquisa que resultou em nossa tese de doutorado em Histria, sob o ttulo Jesutas no Estado da ndia: O Seminrio de Santa F e o Colgio de So Paulo em Goa (1541-1558) (BORGES, 2018). O objetivo central neste artigo discorrer sobre a fundao, a trajetria e desenvolvimento iniciais do Colgio de So Paulo em Goa, na ndia, criado pelos jesutas em 1548 a partir das experincias da Ordem na istrao do Seminrio de Santa F, doado a eles em 1541. O trabalho trata a respeito da histria, da trajetria de acontecimentos e fatos ocorridos no Colgio de So Paulo a partir de 1548, englobando o incio do desenvolvimento dos trabalhos no Colgio. Nos empenhamos, ainda, num balano dos resultados das aes de educao, catequese e aportuguesamento, empreendidas no Colgio. O fato de haver instituies do porte do Colgio de So Paulo, em Goa, ilustra, de certa forma, o papel central que a religio crist ocupava na cultura lusitana. Conforme Paiva (2012), podemos afirmar que, no sculo XVI, ser portugus era sinnimo de ser cristo, visto que o Cristianismo estava no cerne da cultura portuguesa. Decorre da a necessidade de cristianizar aqueles a quem se queria conquistar. O artigo aborda a fundao do Colgio de So Paulo, em Goa, pela Companhia de Jesus, bem como apresenta o primeiro perodo de seu funcionamento, de 1548 a 1558. O Colgio de So Paulo foi fundado pelos jesutas a partir das experincias obtidas na direo do Seminrio de Santa F, fundado em 1541 por clrigos locais e posteriormente entregue Companhia. De posse do Seminrio, os jesutas fundam, em 1548, o Colgio de So Paulo, ficando a primeira casa subordinada segunda. Os trabalhos de formao de jesutas europeus e tambm de nativos continua durante toda a primeira dcada. Em 1558 ordenado no Colgio o primeiro padre nativo, o canarim gos Andr Vaz. As fontes constam das coletneas Documenta Indica, de Joseph Wicki e Documentao para a Histria do Padroado Portugus do Oriente, de Antnio da Silva Rego. O recorte temporal vai de 1548, ano da fundao do Colgio de So Paulo, em Goa, ao ano de 1558, ano da ordenao de Andr Vaz. Compreendemos, por meio deste trabalho, que o Colgio de So Paulo foi uma instituio voltada cristianizao e ao aportuguesamento das populaes nativas na ndia Portuguesa, servindo, de uma s vez, tanto aos objetivos da Igreja como aos da Coroa.
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Fernando Rodrigo dos Santos Silva (Prefeitura Municipal de Duque de Caxias)
Os Professores De Lngua Nacional Dos Colgios Secundrios Do Rio De Janeiro e o Processo De Renovao Do Ensino Da Lngua Portuguesa No Brasil (1880-1915).
Resumo:A produo acadmica na rea de Histria da Educa...
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Resumo:A produo acadmica na rea de Histria da Educao tem apontado que o final do sculo XIX, no Brasil, foi um perodo de intensa renovao do currculo e das prticas pedaggicas escolares (SCHUELER. MAGALDI, 2009; XAVIER, 2013), o presente artigo investiga este processo no ensino da Lngua Portuguesa, na cidade do Rio de Janeiro, ao propor como objeto de anlise o estudo do grupo de professores desse empreendimento. As pesquisas na rea de Lingustica, aquelas que tm dado mais ateno a questo do currculo da referida disciplina, apontam o Colgio Pedro II como o principal agente renovador dos saberes escolares no currculo de Lngua Portuguesa desde a dcada de 1860. Tal destaque no gratuito, uma vez que o Colgio Pedro II funcionou at a dcada de 1930 como o espao oficial de organizao de todo currculo do ensino secundrio no Brasil em funo do seu carter modelar. Neste sentido, estes estudos tm destacado o papel da instituio e dos seus professores autores de compndios na construo dos saberes referentes disciplina em destaque. Contudo, estas pesquisas sobre o grupo de professores demonstram que nem todos os professores-autores estavam vinculados ao Colgio Pedro II. Alguns eram professores de outras instituies de ensino secundrio oficial ou particular da cidade do Rio de Janeiro. Dessa forma, eu privilegiei os professores como agentes da renovao ao invs de focar nas instituies com o objetivo de analisar este processo a partir de algumas questes: Estes professores se identificavam como grupo? Qual a trajetria profissional desses autores? A pesquisa se desenvolve atravs de uma abordagem documental cuja anlise se d atravs de fontes como compndios, imprensa, documentos referentes s instituies oficiais em que atuaram, uma vez que no foi possvel localizar o acervo das instituies particulares, e a documentao disponvel em dois arquivos pblicos da cidade. Trabalha-se com o acervo da Hemeroteca Brasileira Digital da Fundao Biblioteca Nacional, do NUDOM (Ncleo de ), do CEMI/ISERJ (Centro de Memria do Instituto Superior de Educao do Rio de Janeiro), alm de documentao avulsa do Arquivo Nacional e do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. O referencial o da Histria cultural, privilegia-se o estudo dos intelectuais, a partir da categoria mediadores culturais (GOMES; HANSEN, 2013).
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Juliana Pirola da Conceio Balestra (UNILA - Universidade Federal da Integrao Latino-Americana)
Currculos Latino-Americanos: a Educao Secundria em perspectiva comparada
Resumo:O trabalho apresenta os resultados de uma extensa ...
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Resumo:O trabalho apresenta os resultados de uma extensa pesquisa documental, realizada a partir de histricos escolares relativos educao secundria de vinte e um pases da Amrica Latina e Caribe Argentina, Belize, Brasil, Bolvia, Chile, Colmbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, Jamaica, Mxico, Nicargua, Paraguai, Peru, Repblica Dominicana, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela. A pesquisa teve como objetivo relacionar os principais componentes curriculares e reas de conhecimento contemplados na educao secundria dos diferentes pases analisados e refletir sobre os processos formativos a que jovens latino-americanas/os e caribenhas/os esto submetidos na atualidade. A metodologia utilizada envolveu a anlise de 180 histricos escolares da educao secundria submetidos Universidade Federal da Integrao Latino-Americana para participao no Processo de Seleo Internacional para os cursos de Graduao, entre 2015 e 2018. Como artefatos escolares os histricos fazem parte de um fazer ordinrio do trabalho escolar ainda pouco investigado. So comuns em todos os pases da Amrica Latina e Caribe porque formam parte de um repertrio estrutural invariante dos sistemas educativos, ligados forma escolar de transmisso e avaliao de saberes, e informam tanto sobre os contedos ensinados como sobre as relaes entre Estado, escola e sociedade, indicando a obrigatoriedade de determinados conhecimentos, a gradualidade de sua oferta e de seus disciplinamentos. As informaes obtidas com a pesquisa foram categorizadas e analisadas, tomando-se como referncia os estudos de Cecilia Braslavsky (2002, 2008), Aaron Benavot (2002, 2006, 2008), Damin Zagdaski (2005), Anne-Marie Chartier (2000), Ivor Goodson (1997, 2007) e Gimeno Sacristn (1998). Guardadas as especificidades nacionais, ao final foi possvel observar alguns padres normativos que configuram a cultura escolar e os saberes ensinados em perspectiva transnacional, como o nmero de anos destinados educao secundria, a oferta de segmentos diversificados/orientados, o nmero mdio de componentes curriculares cursados, a padronizao dos componentes curriculares ofertados, as formas de atribuio de nota, a avaliao de comportamento e a oferta de Ensino Religioso e Educao Cvica. A pesquisa est vinculada ao EducAL, um Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Educao na Amrica Latina, e contou com recursos e Pr-Reitoria de Pesquisa e Ps-Graduao da UNILA e do Instituto Mercosul de Estudos Avanados.
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Maria Clara Cobucci Soares de Moura, Rosana Areal de Carvalho (Universidade Federal de Ouro Preto)
Primitivo Moacyr: uma escrita mpar entre seus pares
Resumo:A proposta deste trabalho compreender as escolha...
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Resumo:A proposta deste trabalho compreender as escolhas historiogrficas de Primitivo Moacyr em dois livros de sua obra A Instruo e o Imprio: Subsdios para Histria da Educao no Brasil 1823-1853 e A Instruo e a Repblica: Reforma Benjamim Constant 1890-1892. Moacyr foi funcionrio da Cmara dos Deputados entre os anos de 1889 e 1933 exercendo o cargo de redator e relator de debates e documentos parlamentares. Atuou como advogado num escritrio particular e foi colaborador do Jornal do Commrcio do Rio de Janeiro. Moacyr publicou seu primeiro livro O ensino pblico no Congresso Nacional: breve notcia em 1916. O restante de sua produo foi publicada entre 1936 e 1942, aps aposentar-se do cargo no Poder Legislativo. Trata-se de 15 livros sobre a Instruo Pblica no Brasil Imperial, nas Provncias e no perodo Republicano. A seleo dos dois livros para esse trabalho se justifica pelo fato de abordarem em seu contedo desde a instruo primria ao ensino superior em nvel nacional; segundo por serem livros inaugurais de suas coletneas, sendo o livro da Instruo Imperial publicado pela Cia. Editora Nacional dentro da prestigiada Coleo Brasiliana e o livro da Instruo Republicana publicado pela editora Imprensa Nacional que pertencia ao INEP; em terceiro pela composio destes livros que so os nicos de suas coletneas com bibliografia de referncia e um captulo preliminar em que Moacyr antecede o contedo do livro demonstrando sua preocupao com a narrativa histrica. Partindo da leitura e anlise destes livros buscamos reconhecer em que medida a escrita destes livros se aproximam e ou se distanciam das publicaes contemporneas ao autor. Escolhemos para isso a Revista do IHGB com as edies entre 1930 a 1940 e os manuais didticos de Afrnio Peixoto, Theobaldo Miranda Santos e Raul Briquet. Utilizamos a metodologia bibliogrfica para realizar essa pesquisa, com a leitura crtica e comparada dos livros selecionados, apurao dos trabalhos cujo objeto so as produes e o sujeito Primitivo Moacyr e os debates atuais no campo histrico educacional. A hiptese que construmos de Primitivo Moacyr ser um historiador de seu tempo, ou seja, suas escolhas historiogrficas correspondiam s demandas e possibilidades daquele perodo e sua produo se aproximava da escrita de historiadores e pesquisadores da educao contemporneos a ele. Conclumos que h proximidades significativas entre Moacyr e estes sujeitos, principalmente no que tange centralidade do Estado em suas obras, tanto na Revista do IHGB quanto nos manuais didticos de histria da educao que ainda citam Moacyr como referncia, demonstrando o reconhecimento entre seus pares.
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Renata Rodrigues Brando (Secretaria Municipal de Educao do Rio de Janeiro)
Do Asylo para menores a Instituto profissional masculino: a construo de subjetividades masculinas
Resumo:As mudanas nas estruturas do ensino revelam um ol...
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Resumo:As mudanas nas estruturas do ensino revelam um olhar diferenciado acerca do papel das escolas/ institutos na construo da cidadania e, no caso em particular, o lugar a ser ocupado por homens e mulheres neste reordenamento social, o qual vai concretizar a ideia de uma Nao que se alicerava com base em um projeto de nacionalidade frente as transformaes de uma nova sociedade que precisava responder s demandas do processo de industrializao que o pas estava iniciando. O ensino a a reproduzir os ideais de nacionalidade, criando cidados e os hierarquizando de acordo com as necessidades do Estado. A longa trajetria do que hoje o Colgio Estadual Joo Alfredo remete ao Asylo dos meninos desvalidos no sculo XIX, em um momento em que a Lei do Ventre Livre e a abolio da escravido fez emergir um novo grupo social os meninos negros ou brancos pobres -, que viviam marginalizados e que deveriam ser ordenados e controlados pelo Estado, inicialmente o imperial e posteriormente o republicano que no conseguiu absorver, planejar e inserir o negro na sociedade brasileira. A proposta de profissionalizao desses meninos pobres, rfos e desvalidos, que poderiam ser, tambm, pedintes, mendicantes, vagabundos ou capoeiras, pudessem ser controlados pelo Estado que entendia ser necessrio retirar esses jovens das ruas das principais cidades do Brasil. Tudo isso vem acompanhado por mudanas nas estruturas das escolas, o que nos leva a perceber que o olhar direcionado a essas instituies transforma-se e a a ser relacionado ao progresso da Nao. Este trabalho tem como objetivo traar a trajetria do Instituto Profissional Masculino Joo Alfredo dedicado a meninos/rapazes pobres e desvalidos no Rio de Janeiro da virada do sculo XIX at 1940. O objetivo consiste em analisar atravs dos documentos disponveis, tais como: atas de diretores, cadernetas de alunos, currculos, fotografias e arquitetura, a forma como o governo da capital da repblica geria a formao de crianas e jovens a partir do sistema sexo/gnero. Buscamos por meio desses documentos compreendidos como fontes histricas, analisar a forma como se engendrava ideias de masculinidades. A histria do Instituto Profissional Masculino Joo Alfredo (IPMJA) contribui para a reflexo sobre o governo dos corpos e das almas a partir do sistema sexo/gnero.
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Thas Melo (Universidade de So Paulo)
A Faculdade de Filosofia e Letras do Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro e as estruturas sociais e polticas da educao no Brasil do incio do sculo XX
Resumo:A pesquisa tem como objetivo localizar a atuao d...
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Resumo:A pesquisa tem como objetivo localizar a atuao do Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro como um lugar de produo de polticas e modelos educacionais no Brasil no incio do sculo XX.Para isso, elegemos como objeto de anlise o projeto de criao de uma instituio de ensino fundada pelo IHGB durante a dcada de 1910 na cidade do Rio de Janeiro. Essa instituio ou por diferentes processos de concepo, sendo possvel observar em sua trajetria ao menos trs perodos.Inicialmente, enquanto Escola, o objetivo era criar uma instituio que oferecesse formao profissional, baseada em conhecimentos tcnicos e tericos, para o setor pblico, com nfase nas reas de diplomacia, istrao e finanas. Como Academia, a criao de um curso de filosofia e letras redimensionou o campo de trabalho da instituio, agregando um programa de estudos desinteressados grade de cursos profissionais que manteve. Desse modo, expandiu sua atuao, visando formar no s uma elite poltica mas tambm uma elite intelectual. J como Faculdade, este anseio de promover polticas de formao cultural e profissional adentrou ainda mais no campo da educao com a criao do curso Normal Superior, que pretendia formar professores para o magistrio secundrio e normal primrio. O desejo de obter o reconhecimento oficial dos ttulos e diplomas que seriam emitidos pela instituio, criada pelo IHGB, permeia todos os processos de reformulao.A conquista da chancela do Estado para formar profissionais direcionados a reas polticas e sociais estratgicas, como o funcionalismo pblico e o crculo intelectual e docente, resgataria a posio de prestgio do IHGB, abalada pela instalao da Repblica. As abordagens iniciais demonstraram a existncia de um caminho frtil para as investigaes sobre as atuaes do IHGB na educao. Na esteira dessas discusses, trabalhos como os de Lucia Maria P. Guimares, Marta Carvalho, Moyses Khulmamn Jr, Diana G. Vidal e Angela C. Gomes pavimentaram o percurso sobre o tema abordando as vrias frentes de atuaes que o Instituto desenvolveu ao longo do sculo XX e do perodo republicano. A Faculdade representa um momento singular na trajetria de trabalhos do IHGB no campo da educao durante o sculo XX.O projeto traz tona o mpeto de participao e legitimao do IHGB em grandes projetos polticos e culturais em construo nas primeiras dcadas do sculo como a criao da Universidade do Rio de Janeiro nos anos 1920. Nesse sentido, esta proposta de estudo visa contribuir para a anlise do IHGB como um lugar de poder tambm durante a Repblica, inserido nas disputas sociais concernentes ao mbito educacional no contexto daquele perodo, assim como instncia produtora de prticas de ensino e promotora de polticas culturais no Brasil.
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ST - Sesso 3 - 19/07/2019 das 08:00 s 12:00 4c3kw
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Amanda Vitria Barbosa Alves Fernandes, Marlucia Menezes de Paiva
Criao da Associao de Professores do Rio Grande do Norte/APRN (1920)
Resumo:Esse trabalho tem o objetivo de compreender e anal...
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Resumo:Esse trabalho tem o objetivo de compreender e analisar o processo poltico e educacional de criao da Associao de Professores do Rio Grande do Norte/APRN na dcada de 1920. O referencial terico fundamenta-se na Histria Cultural que permite identificar os modos como, em lugares distintos uma realidade social pensada e construda (CHARTIER, 1990). Alm disso, recorremos historiografia da educao para entendermos o contexto educacional da poca no mbito nacional e suas influencias sob o local (NAGLE, 1976; VIDAL, 1999; DUARTE, 1985). Para construir o estudo, dialogamos com a Revista Pedagogium, peridico oficial de divulgao da Associao de Professores, sobretudo em sua primeira fase, na dcada de 1920; livros de professores que atuaram na referida entidade e trabalhos acadmicos. As fontes foram localizados em acervos pblicos e privados. Observamos que a reabertura da Escola Normal de Natal pelo Decreto n. 178, de 29 de abril de 1908, e por algumas leis que regulamentaram a profisso docente, o magistrio comeou a ganhar maior apoio do poder pblico para sua expanso. Por meio das oportunidades que emergiram no contexto educacional da poca (1908-1920), houve um aumento do nmero de professores no estado. Conforme Morais e Silva (2009) enquanto, nas primeiras instalaes da Escola Normal de Natal (1873-1901) at cinco alunos se formaram, tornando-se professores, a partir de 1908 (incio da periodizao mais duradoura da Escola Normal), dezenas de normalistas se formaram, aumentando, consequentemente, o nmero de professores em atuao no magistrio. Com o aumento desses profissionais, houve a necessidade de congrega-los em associaes e/ou sindicatos para a defesa da classe e do ensino (PEDAGOGIUM, 1921). Em 4 de dezembro de 1920, foi criada a Associao dos Professores do Rio Grande do Norte. Seus objetivos voltavam-se para a criao de escolas, defesa do ensino pblico, gratuito, leigo, misto relacionado vida e ao trabalho e cuidar dos interesses da categoria (DUARTE, 1985). Afirmamos que a criao da APRN foi um dos resultados das mudanas que aconteciam no cenrio educacional norte-rio-grandense, oriundos de um perodo emergente, onde a educao era tida como a base de um novo projeto poltico nacional. A educao era o pilar para resolver os problemas brasileiros. Assim, seria possvel incorporar as camadas mais pobres da populao no processo civilizatrio identificado com o progresso nacional. Fazer o Brasil entrar no caminho das grandes naes do mundo.
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Claudia Andrade Vieira (UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA)
Iderio feminista e a educao das mulheres na Bahia dos anos 1930
Resumo:Para compreender como se produziram as desigualdad...
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Resumo:Para compreender como se produziram as desigualdades de gnero na educao faz-se necessrio recorrer ao ado, em um perodo em que a educao formal estava em um horizonte de possibilidades de poucos seguimentos sociais. Nas primeiras dcadas do sculo XX, mulheres das camadas mdias e altas da sociedade encontravam-se aprisionadas pelos rgidos papis sociais de me-esposa-dona de casa que nem sempre correspondiam as suas aspiraes. Os vestgios histricos nos mostram que o espao escolar no foi naturalmente ocupado pelos diversos grupos sociais. Inicialmente, tais espaos foram concebidos para acolher alguns grupos. J outros tiveram que abrir caminho e conquist-lo lentamente.
Os anos 1930, particularmente, foram marcados por intensa mobilizao de mulheres engajadas em torno da Federao Brasileira pelo Progresso Feminino, movimento feminista mais conhecido pela sua principal conquista: o voto. No entanto, o primeiro ponto da pauta de reivindicaes do movimento promover a educao da mulher e elevar o nvel de instruo feminina.
Na Bahia, mulheres letradas, pertencentes das camadas mdias e alta da sociedade baiana aram a defender publicamente o que acreditavam que era de direito. Na filial baiana da Federao, observa-se na sua composio, mulheres privilegiadas pela sua condio social e financeira, situao que dava a elas a possibilidade de ampliar seus conhecimentos e aprimorar sua instruo pois, naquele momento, estava sendo reconhecida e enfatizada a importncia da sua tarefa na construo de uma sociedade mais evoluda. Para tal empreendimento, a atuao dessas mulheres brancas, instrudas, pertencentes s camadas mais abastadas da sociedade fazia-se imprescindvel, no apenas no lar, na formao dos homens, mas na vida pblica.
O objetivo desta comunicao apresentar uma reflexo em torno do iderio educativo defendido pelas feministas baianas e seus interlocutores, em uma aproximao dos estudos de gnero na relao com a histria da educao. Nessa direo, pretende-se dar visibilidade as lutas histricas de mulheres pelo direito a educao formal na Bahia.
A pesquisa parte da anlise de fontes documentais diversificadas: artigos publicados nos principais jornais nos anos 1930, memrias femininas e a documentao produzida pela Federao Bahiana pelo Progresso Feminino.
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Eduardo Cristiano Hass da Silva
O ENSINO COMERCIAL CATARINENSE: a Academia de Comrcio de Santa Catarina e a Reforma Francisco Campos (1932-1944)
Resumo:Durante a Era Vargas (1930-1945), dois decretos fo...
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Resumo:Durante a Era Vargas (1930-1945), dois decretos foram direcionados ao Ensino Comercial: decreto n 17.329/1931, assinado por Francisco Campos, responsvel por regulamentar a profisso de contador e organizar o curso de comrcio em duas partes (a primeira de carter propedutico e a segunda direcionada a uma habilitao especfica) e; o decreto n 6.141/1943, assinado por Gustavo Capanema e intitulado Lei Orgnica do Ensino Comercial, a partir do qual o ensino comercial a a ser dividido entre cursos de formao, continuao e aperfeioamento.
O presente trabalho tem como tema a histria do ensino comercial brasileiro e, especificamente, do ensino comercial catarinense. O estudo toma como objeto de investigao a Academia de Comrcio de Santa Catarina, localizada em Florianpolis SC, entre os anos de 1931 - 1944. O objetivo principal desta proposta consiste em analisar as modificaes ocorridas na Cultura Escolar da Academia de Comrcio de Santa Catarina, a partir do decreto n 20.158/1931. O recorte temporal estabelecido considera o incio e o termino da vigncia da Reforma Francisco Campos (1932-1944). A Academia de Comrcio tomada para anlise uma vez que a mais antiga instituio comercial do estado e Santa Catarina (considerando que o Instituto Polytechnico foi a ela agregado) e, porque a partir dela que foi criado o Curso de Cincias Econmicas da Universidade Federal de Santa Catarina.
O referencial terico-metodolgico empregado na pesquisa pertence Histria da Educao (STEPHANOU; BASTOS, 2005; BASTOS, 2016), Cultura Escolar (JULIA, 2001; VIAO, 2002; ESCOLANO BENITO, 2002) e Histria das Instituies Educativas (NOSELLA; BUFFA, 2009), todos ancorados na Histria Cultural (BURKE, 2005; PESAVENTO, 2005). A partir de Benito Escolano (2002), possvel afirmar que os documentos analisados referem-se aos diferentes mbitos da memria educativa, sendo eles decretos leis (decreto n 20.158/1931), pesquisas encontradas na reviso de literatura e os documentos produzidos pela, para e na Academia de Comrcio de Santa Catarina (registros de penalidades, apostilas, termos de inscrio e atas para concurso de Lentes Catedrticos, livro de diplomados, etc.).
Os resultados so iniciais, mas j possibilitam evidenciar a existncia de modificaes ocorridas na Academia de Comrcio a partir do decreto estudado, bem como destacar o seu papel e importncia enquanto instituio formadora de profissionais do comrcio para o estado Santa Catarina e para a cidade de Florianpolis.
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Gilmrio Moreira Brito (DEDC/PPGEduC/UNEB)
Instruo e moralizao para o desenvolvimento da Bahia na dcada de 1950: estratgias da Campanha Nacional de Educao Rural
Resumo:O presente artigo discute a concepo poltica da ...
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Resumo:O presente artigo discute a concepo poltica da campanha de saneamento e educao destinada as rurais da Bahia implantada pela Campanha Nacional de Educao Rural em 1952. Analisa conceitos de educao rural e instruo usados como estratgias para modificar modos de viver e produzir de moradores rurais tendo em vista inseri-los, no contexto de 1950, nos mercados nacional e internacional. A pesquisa recorreu produo bibliogrfica de Santos (1985, 1998), Williams (1989), Brito (1999), Lima e Hochman (2000), Hochman e Armus (2004), Stepan (2004), Hochman (2005), Mariani (1957), Hall (1950), Monarcha (2009) e Ramos (2017), bem como a artigos, imagens e relatos publicados na revista RCNER cujos propsitos eram moralizar e civilizar moradores de zonas rurais para o desenvolvimento da Bahia.
A estratgia educativa, realizada pela CNER, para combater o amarelo consistia no ensino de medidas preventivas, recomendao de tratamento istrado por intermdio do posto de sade que tambm se encarregava de rear informaes para os professores, alunos e sitiantes. As aes para combater a endemia eram compostas pela realizao de exame clnico nas crianas, encaminhamento dos afetados pelo verme ao posto de sade, estabelecimento da semana da verminose na qual eram realizadas palestras que informavam sobre a doena do amarelo e buscavam esclarecer populao sobre as formas de transmisso, as medidas necessrias para evit-la, suas consequncias e as formas de tratamento.
Para auxiliar e potencializar as estratgias da campanha educativa contra o amarelo foram selecionados profissionais das reas de sade, educao e engenharia, denominados de missioneiros, denominao que estabelece grande aproximao com o conceito de missionrios religiosos. De acordo com Brito (1999), no contexto das dcadas de 40 e 50 do sculo XX, os capuchinhos saam de Salvador em direo ao interior, aos sertes, do estado da Bahia para ministrar sacramentos e aes sacerdotais direcionadas para evangelizar e estender aos catlicos do interior valores e concepes de moral e respeito Igreja Catlica. A exemplo dos religiosos, os tcnicos vinculados ao projeto da CNER tambm faziam visitas domiciliares, realizavam palestras e exibiam filmes educativos para prevenir a ancilostomose cujos sintomas eram cansao e fraqueza generalizada que possivelmente dificultavam o trabalho com a terra. Mas, a despeito de combater a doena do Jeca Tatu, promoviam aes voltadas a um processo civilizatrio que combatiam hbitos e costumes de sertanejos no alfabetizados adoecidos, aodando-os a aderir s normas recomendadas por uma educao sanitria dirigida por professores e mdicos treinados para realizar esta misso civilizatria.
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Manuelle Arajo da Silva
"Educar os educadores": representaes impressas sobre a profisso docente a partir do contexto cearense dos anos 1940.
Resumo:A pesquisa tem por objeto as representaes sobre ...
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Resumo:A pesquisa tem por objeto as representaes sobre o ser docente na escrita jornalstica do Prof. Antonio Coelho Sampaio, autor de um total aproximado de 87 textos em sua coluna semanal denominada Ensino e Educao, seo fixa do jornal Gazeta de Notcias, que circulou na cidade de Fortaleza, capital do Cear, entre os anos de 1944 a 1950. Tem-se por objetivo investigar como se construram - ora em relaes de eliso e ora em dinmicas de consonncia - representaes sobre o ser docente a partir do contexto local do Cear no perodo dos anos 1940. Do micro ao macro e do macro ao micro, atravs do recurso metodolgico dos jogos de escala, Revel (1998); tem-se por interesse os seguintes questionamentos norteadores: como se construram ideais e representaes para o professor no perodo em anlise? De quais formas foram pensadas finalidades para a prtica docente? At que ponto o magistrio era representado mais prximo de termos como profisso e ofcio do que ligado a elementos como misso e penitncia? As principais fontes histricas desse estudo so as jornalsticas. Outros artigos (do mesmo jornal e de outros peridicos da cidade) tambm so alvo da investigao. Compreende-se que analisar as formas com que outros sujeitos da arena jornalstica, coetneos e conterrneos de Sampaio, tambm conjecturaram a educao e a funo docente poca, fundamental para evitar perspectivas de isolamento do sujeito em relao ao seu contexto. Autoras como De Luca (2005), Capelato (1988), Bastos (2002) e Catani (1997) so fundamentais para subsidiar a postura metodolgica diante dos peridicos. Busca-se entrecruz-los com outras tipologias documentais, tais como: a Revista Brasileira de Estudos Pedaggicos (RBEP), a literatura didtica (livros de leitura e cartilhas) e tambm fontes oficiais, no tocante s legislaes e reformas educacionais do perodo. Por se tratar de publicaes seriadas de um mesmo autor, compreender esses escritos educacionais significa tambm atentar s relaes existentes entre a trajetria educacional desse autor e seu modo de refletir sobre Educao. Consideraes sobre a figura do mestre so tnica no discurso educacional impresso de Coelho Sampaio, sendo esse um dos temas que ocuparam o fulcro de suas reflexes. Constantemente, em sua coluna, foram produzidos significados sobre o magistrio ligados a conceitos como vocao, predestinao e misso, da mesma forma com que co-existiam discursos que coadunavam com noes de profisso, mtodo e aperfeioamento da tcnica do professor. Tem-se como hiptese que, ao longo dos seus posicionamentos sobre Educao, uma concepo missionria da docncia se sobreps aos elementos de profisso da funo docente.
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Marta Maria Guimares Alves de Lima
Vigia, Menina, Vigia! A educao de jovens pobres, rfs e desvalidas no Asilo de Lourdes em Feira de Santana - bahia, sob a tica de Foucault (1975) e Fraga Filho (1992)
Resumo:A libertao dos sujeitos em condio de escravid...
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Resumo:A libertao dos sujeitos em condio de escravido, no Brasil do final do sculo XIX, ocasionou uma srie de questes sociais e, dentre elas, destacou-se a no insero social desse pblico, gerando a presena de indivduos livres e pobres nas ruas, os quais aram a viver da caridade alheia. Os homens adultos e sadios, que as autoridades julgavam estar vadiando, eram presos ou enviados ao Exrcito a fim de servirem e ganharem seu sustento de maneira digna. As mulheres e crianas estavam destinadas s instituies de recluso a fim de serem abrigadas e educadas. A ideologia vigente, na Primeira repblica, era de que a infncia abandonada tinha de ser salva atravs da educao tcnica, devendo assim, evitar que as crianas carentes desenvolvessem o hbito da ociosidade e, consequentemente, tornassem-se mendigos e vadios, de acordo com Fraga Filho (1992). Estes jovens, aps o internato, deveriam sair de l como pessoas de bem, que dominavam um ofcio e eram capazes de proverem seu prprio sustento, independendo da ajuda do Estado. A presena desse pblico, nos espaos evidenciados, era interpretada como positiva para as elites, que tinham receio de que as populaes pobres causassem desequilbrio social. Eram presentes na sociedade da poca, as instituies de cunho filantrpico, que buscavam acolher e educar pessoas carentes. Algumas delas eram de cunho religioso e o asilo de que trata o artigo, era gerido pelas irms da Ordem do Santssimo Sacramento (Sacramentinas). Nesse sentido, a recluso das moas pobres, rfs e desvalidas do Asilo de Lourdes, entre os anos de 1876 a 1930 em Feira de Santana Bahia, foi analisada, considerando a necessidade em moldar o esprito, as aes e os pensamentos dessas jovens, as quais deveriam ter suas vidas e condutas moldadas pela religio catlica, tendo por exemplo Maria, a Santa Me de Deus. A educao a elas destinada, que constava de o instruo bsica (Portugus, Matemtica e Educao Religiosa) e prendas domsticas (lavar, ar, engomar, cozinhar) buscou formar boas domsticas, esposas e donas de casa. E o simples fato de serem oriundas da instituio em questo, denotava que tinham sido bem educadas e que possuam uma boa conduta, sendo assim, eram melhor acolhidas em casas de famlia e, tambm, tinham a chance de obterem bons casamentos. A noo de adestramento a partir do rigor, da disciplina e da ordem, descritas por Foucault (1975) se fazem presentes, ao analisar o que seriam a boa conduta e a boa educao recebidas nesse espao. Ento, as duas ideias (Foucault e Fraga Filho) se entrelaam, buscando ver a educao das internas como um reflexo da sociedade da poca, onde a mulher deveria ser submissa s vontades alheias, batalhando para manter sua integridade e honra intactas.
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Natlia Frizzo de Almeida (Universidade de So Paulo)
Do cho da escola: os acervos e as vozes esquecidas do Colgio de Aplicao da Faculdade de Filosofia Cincias e Letras da Universidade de So Paulo (USP) (1957 1969)
Resumo:O Colgio de Aplicao da Faculdade de Filosofia C...
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Resumo:O Colgio de Aplicao da Faculdade de Filosofia Cincias e Letras (CA-FFCL) da USP ainda no teve um estudo aprofundado sobre sua histria. Os poucos artigos produzidos narram a histria do colgio do ponto de vista dos embates dos docentes da universidade. Warde e Werebe centram-se em julgar os alcances e limites da inovao educacional empreendida na instituio, contudo tais prticas so citadas de forma sumria ou relegadas a segundo plano. Janotti tem como fonte primordial a histria oral, o ado do cotidiano escolar do colgio muitas vezes apreendido de forma homognea, no qual rememora-se nostalgicamente a convivncia entre os alunos e professores. Por sua vez, a inovao educacional aparece como parte de um percurso seguido naturalmente pelo colgio, apenas sofrendo embates externos ao convvio escolar. Contudo, no aparece as disputas por projetos da renovao pedaggica, no h diferenciao entre as gestes e, tampouco, os sujeitos que atuavam diretamente na escola.
No acervo do Centro de Memria da Educao da USP encontramos o arquivo pessoal de Julieta Ribeiro, ltima diretora do colgio e coordenadora das classes experimentais. Os documentos elencados por Julieta so diversos, pois englobam uma mirade de registros manuscritos relativos ao cotidiano da atividade de coordenao do colgio, tais como: textos utilizados para reunio com professores, documentos de organizao escolar, material didtico produzido a partir dos estudos de meio, discurso de paraninfa, exames de isso de alunos e professores, uniformes dos alunos, fotografias do cotidiano escolar. Essas fontes apresentam o ponto de vista de uma pessoa que participou ativamente do cotidiano escolar e que apresenta um ponto de vista sobre a histria do colgio distinto do que foi apresentado pela bibliografia.
O objetivo da tese de doutorado em desenvolvimento inverter a escala de anlise da histria do CA-FFCL, partindo dos indcios do cotidiano escolar para compreender as propostas pedaggicas empreendidas no colgio e os embates para sua consolidao, que so intrnsecos convivncia diria de educadores. Metodologicamente, este trabalho se insere entre os estudos sobre a histria das instituies, a qual aponta para a necessidade de inventariar e problematizar os diversos dispositivos da cultura escolar, as conexes entre o desenvolvimento da lgica interna da instituio escolar, sem perder de vista as relaes concretas com a sociedade em que est inserida. A anlise do cotidiano escolar poder trazer mais elementos e maior complexidade para explicar, por exemplo, as razes para o fim dessa experincia, que anlises restritas a fatores externos tributam apenas truculncia do regime militar e conivncia dos setores conservadores da universidade.
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Solyane Silveira Lima (Universidade Federal do Recncavo da Bahia - UFRB)
Histria das Instituies Educativas no Recncavo da Bahia (1891-1980)
Resumo:O presente trabalho objetiva socializar os resulta...
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Resumo:O presente trabalho objetiva socializar os resultados parciais da pesquisa que venho desenvolvendo sobre a Histria da Educao na Bahia, mais especificamente, no Recncavo baiano, tendo em vista que h quase trs anos oriento estudantes da graduao em Histria e do Mestrado em Educao que apresentam interesse em pesquisar sobre instituies e prticas educativas regionais. Assim, at o momento, totalizamos a produo de sete Trabalhos de Concluso de Curso e duas Dissertaes de Mestrado. So eles respectivamente: Memrias e vivncias pedaggicas da educao rural: a Escola Municipal do Tabuleiro da Vitria - Cachoeira-BA (1956); O educandrio Santo Antnio e a trajetria da professora leiga Adelita Onofre segundo as memrias de ex-alunos (1930 - 1960); Memrias de um cotidiano escolar: A professora Iolanda Pereira Gomes e sua atuao no Colgio Estadual da Cachoeira; Um meio honesto de sobrevivncia: Educao feminina no Asilo Filhas de Ana (1891-1928); Educao Assistencial e disciplinar s rfs do Asylo Filhas de Ana em Cachoeira - BA (1891-1945); Fragmentos histricos da Escola de Agronomia de Cruz das Almas a partir da histria oral; Educao e beneficncia em Cachoeira: A Escola Paroquial Dom Antonio Monteiro; Prticas cvicas no Colgio Estadual Alberto Torres em Cruz das Almas, Bahia; Educao e assistencialismo no Asylo Nossa Senhora de Lourdes em Feira de Santana (1895-1945). Portanto, a delimitao do marco temporal abrange o perodo estudado por estes trabalhos. Para compor o cabedal terico buscamos subsdios na Histria Cultural, a partir das contribuies de Roger Chartier (2002) e Jacques Le Goff (2003). Visando maior compreenso de como a histria das instituies educativas ampliam o campo da Histria da Educao, buscou-se referncia em autores como o historiador da educao Justino Magalhes (1998). Em seus estudos, esse autor discute a histria das instituies como um domnio do conhecimento que tem apresentado grandes lacunas e que busca a construo dos sujeitos e dos sentidos das suas aes, pela relao entre as estruturas, as racionalidades e as aes desses sujeitos histricos. As fontes utilizadas foram documentos das instituies, imagens, legislao, decretos, jornais e depoimentos orais. Por se tratar de uma pesquisa em andamento, os resultados apresentados no so definitivos, porm consiste num esforo para reflexo e aprofundamento da temtica de estudo e numa contribuio a historiografia educacional baiana.
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Yomara Feitosa Caetano de Oliveira Fagionato (PPGH_UDESC)
O VALOR DA HISTRIA ESCOLAR: prescries da Histria escolar na rea de Estudos Sociais dos vocacionais (So Paulo -1961-1969)
Resumo:Nas dcadas de 1950 e 1960, entrou em funcionament...
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Resumo:Nas dcadas de 1950 e 1960, entrou em funcionamento em diversas experincias escolares a disciplina escolar dos Estudos Sociais, que integrava contedos e saberes ligados geografia e histria, inseridas no movimento educacional de renovao e democratizao do ensino mdio brasileiro. Estudos Sociais foi usado como disciplina no currculo em experincias escolares secundaristas, tais como: classes experimentais secundrias (1951-1962) e nos ginsios e colgios vocacionais (1961-1969), filiadas renovao pedaggica do movimento da Escola Nova. Esse texto problematiza as prescries de quais saberes histricos foram integrados aos Estudos Sociais na cultura escolar do ensino vocacional (1961-1969). Estudos sociais se tornou uma rea capaz de integrar as disciplinas-saber de Histria e de Geografia, sob a perspectiva sociolgica no ensino vocacional. Estudos Sociais foi uma rea epistme usada como corpo prescritivo do projeto educativo e pedaggico de todo o Sistema de Ensino Vocacional paulista. Essa rea no ensino vocacional usou da teoria de John Dewey, articulando-o com a psicologia de Jean Piaget e a teoria da aprendizagem de Jerome Bruner, alm de modelos pedaggicos renovadores escolanovistas. Para tanto, uso como chave de leitura a cultura escolar e a categoria de apropriao, cunhada por Roger Chartier, para destacar os fazeres plurais, criativos e entendimentos diversos dessa cultura escolar quando operadas por distintos atores. Aproximo as perspectivas da histria da educao com a histria das disciplinas escolares por meio da cultura escolar. Disciplina-saber entendida como conhecimentos recortados e forjados didaticamente para serem transmissveis e assimilveis pelos jovens. O conjunto de fontes so as prescries produzidas pela equipe tcnica pedaggica do Sistema de Ensino Vocacional (SEV), em forma de projetos pedaggicos, relatos, relatrios, planejamentos, e as referncias bibliogrficas. Por fim, ao refletir sobre as singularidades da Histria escolar nessa cultura escolar secundarista paulista da dcada de 1960, destaco que um empreendimento reflexivo sobre a permanncia de disciplina-saber de histria capaz de manter suas especificidades, e ainda integrar-se aos demais saberes. Essas reflexes podem operar como parmetro de qualidade sobre o ensino mdio atual.
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ST - Sesso 4 - 19/07/2019 das 14:00 s 18:00 3p493x
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Antonio Jos Barbosa de Oliveira (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
O sculo XX e os embates ideolgicos no processo de criao das primeiras universidades brasileiras.
Resumo:Diferentemente do ocorrido na Amrica de coloniza...
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Resumo:Diferentemente do ocorrido na Amrica de colonizao espanhola, onde a instituio universitria foi criada j nos primeiros anos da conquista, somente no sculo XX o Brasil organizou as suas primeiras universidades. Com a vinda da famlia Real, no incio do XIX, a opo foi pela criao de escolas de formao superior isoladas, voltadas formao profissional, sobretudo no que se refere aos estudos de engenharia e medicina, ambos originrios da Academia Imperial. Esta gnese implicou num modelo que influenciou a organizao das primeiras universidades e podemos dizer que ainda exerce influncia em diversas instituies. Diversas universidades foram criadas pela aglutinao de escolas j existentes, com marcadas caractersticas do ensino prtico/profissional. Este trabalho procura observar a gnese constitutiva de trs universidades criadas nas primeiras dcadas do sculo XX: a Universidade do Rio de Janeiro criada em 1920 e transformada em Universidade do Brasil em 1937; a Universidade de So Paulo, criada em 1934, e a universidade do Distrito Federal, criada em 1935. Nesta perspectiva analtica, tais instituies sero referenciadas por meio da produo textual/discursiva de seus principais artfices: Gustavo Capanema, Armando Sales de Oliveira e Ansio Teixeira, respectivamente. Estavam em disputa, neste processo, concepes distintas do papel da educao na sociedade brasileira, bem como da misso a ser dada educao superior, no geral, e instituio universitria, em especfico. Parte-se do pressuposto de que os discursos institucionais ou dispositivos legais nem sempre explicitam divergncias e contradies em confronto e evocam (quando no perpetuam) a memria e valores de determinados grupos num contexto sociohistrico especfico. Concebe-se o discurso, como expresso em sua materialidade, como palavra em movimento e, desse modo, h que se compreender tambm a forma como significa, produzindo sentidos. A palavra reveste-se de um sentido ideolgico a depender do contexto em que proferida e liga-se diretamente s experincias de vida de indivduos ou grupos. Por sua vez, todo discurso expressa e produz sentidos e, mais do que somente expressar um puro pensamento, configura-se como consequncia e fonte de relaes ideolgicas. Por isso torna-se imprescindvel perceber quem so os sujeitos envolvidos bem como o contexto no qual se inscrevem as produes discursivas dos sujeitos e das instituies a que representam. Ao retomar os documentos, confront-los entre si, luz de indagaes empreendidas na contemporaneidade, construindo novos sentidos e redes de significados para os eventos pretritos, espera-se articular aqui os campos da histria da educao superior numa perspectiva interdisciplinar com os estudos sociais e da linguagem.
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Augusto Csar Acioly Paz Silva (AUTARQUIA DE ENSINO SUPERIOR DE ARCOVERDE)
Tornar-se professor: Memrias, cotidiano e histrias na fundao da Fafopa (1969-1980)
Resumo:A faculdade de formao de Professores de Arcoverd...
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Resumo:A faculdade de formao de Professores de Arcoverde, foi formalmente instituda em agosto de 1969, aps uma articulao entre segmentos sociais da cidade de Arcoverde, como as foras polticas locais e a diocese. Ideia que rapidamente foi recebida com toda a empolgao por parte da sociedade arcoverdense, mas que se espalhou para outras cidades da regio do Moxot e de outras regies do serto pernambucano e de estados adjacentes, que faziam limites com a cidade caso da Paraba, e de outros locais que se encontravam num raio de distncia maior como o caso de cidades de alagoas e do estado da Bahia. O surgimento desta iniciativa, num momento no qual em outros estados vivenciava-se um processo de expanso do ensino e qualificao de mo de obra, no caso de Pernambuco no aconteceu. A recm fundada Universidade de Pernambuco, continuava a ser exclusivamente, Universidade do Recife, pois esta IES a despeito da sua denominao, supostamente, definir a abrangncia de todo Estado circunscrevia exclusivamente, a capital. Neste sentido, a nossa comunicao tem como objetivo pensar o processo de estruturao do ensino superior no serto pernambucano, tomando como exemplo, a experincia da Faculdade de Formao de Professores de Arcoverde, que mesmo tendo um foco especifico, que seria o da qualificao para o exerccio do magistrio, exerceu uma funo mais ampla que foi o de qualificar a nvel de ensino superior, aqueles que encontravam-se privados neste contexto de uma formao universitria mesmo que no fossem exercer as atividades docentes, o que mostra muito da ausncia de polticas pblicas mais articuladas no processo de estruturao do ensino superior nos sertes nordestinos e, particularmente, pernambucano. Pensando ento a partir destes aspectos, procuramos desenvolver a partir de um momento de comemorao ensejado pelos 50 anos de fundao desta instituio, de voltarmos o nosso olhar para a trajetria de fundao desta IES, e analis-la enquanto, objeto da Histria intermediado por questes que se vinculam a como estas memrias, a respeito da estruturao da Fafopa foi sendo estruturada, e qual a relao entre elas, e as narrativas que colaboraram para fomentar uma viso sobre a Histria desta instituio. Para tanto lanamos mo de um conjunto de entrevistas com este ncleo inicial que colaboraram na fundao da IES, processo que encontra-se em fase de implementao. Alm do recurso metodolgico do aporte da Histria Oral, procuramos tambm, pensar como se estabelecem e so utilizadas as memrias e as experiencias cotidianas no processo de estruturao da Faculdade de Formao de Professores entre as dcadas de 60 e 80 do sculo XX.
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Cristian Giacomoni (Universidade Caxias do Sul)
Relaes entre as aulas de Educao Fsica e Educao Moral e Cvica: prticas de uma escola primria gacha (Caxias do Sul/RS, 1974-1985)
Resumo:O estudo possui carter histrico e analisa as rel...
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Resumo:O estudo possui carter histrico e analisa as relaes estabelecidas entre as aulas de Educao Fsica e de Educao Moral e Cvica na Escola Giuseppe Garibaldi, por meio das memrias de professoras e alunos, para compreender como constituram-se prticas culturais em torno desta instituio, durante um perodo do regime civil militar. Tornam-se caractersticas desse perodo histrico, o nacionalismo, o estmulo do ensino cvico e moral, o culto aos smbolos nacionais, o ensino e entoao dos hinos nacional e da bandeira nos espaos escolares, sobretudo vinculados as aulas e prticas de Educao Fsica. A pesquisa foi desenvolvida sob a perspectiva terica da Histria Cultural pelas possibilidades de identificar como uma narrativa histrica constituda e representada nos seus diferentes contextos, nas experincias cotidianas, nos espaos e nos tempos. A metodologia sustenta-se na Histria Oral valendo-se de entrevistas semiestruturadas, pois conforme Alberti (2013) so atravs delas que o historiador realiza anlises sobre as entrevistas concedidas, no momento que item compreender como os sujeitos participaram, colaboraram ou testemunharam sobre os fatos e os contextos investigados. Desta forma, a Histria Oral pressupe que as memrias que emergem destas narrativas sejam compreendidas como documentos que podem ser analisados, interpretados e contextualizados. As narrativas foram cotejadas com a metodologia de Anlise Documental, por meio de leis, decretos, pareceres, jornais, fotografias ados em diferentes acervos histricos do municpio de Caxias do Sul/RS. O estudo foi composto por cinco sujeitos, sendo duas professoras primrias, Jaqueline Gedoz Vita e Jacira Koff Saraiva, e trs alunos, Roberta Fernanda Rodrigues Ciepelevski, Elisangela Bernardi e Paulo Jos da Costa. Assim, por meio de narrativas orais e outros documentos histricos analisados foi possvel estabelecer relaes entre as aulas de Educao Fsica e Educao Moral e Cvica no ensino primrio desse educandrio. A partir da anlise emprica foi possvel constatar subsdios na Escola Giuseppe Garibaldi vinculando as prticas de Educao Fsica aos preceitos defendidos pelo regime civil militar, mesmo que de maneira implcita. Isso torna-se evidente nos ensaios de marcha, entonaes dos hinos, preparao s datas comemorativas que geralmente ocorriam durante as aulas de Educao Fsica.
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Daniel Vilaa dos Santos (Colgio Pedro II)
A instalao do Colgio Pedro II na periferia do Rio de Janeiro e o caso da representao da comunidade imaginada do centro do Brasil (2004-2006)
Resumo:Em 2004, a abertura de uma unidade do Colgio Pedr...
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Resumo:Em 2004, a abertura de uma unidade do Colgio Pedro II (II) em Realengo, na perifrica zona oeste do Rio de Janeiro, medida que responde a vinte anos de atuao de um movimento social formado por uma frao dos moradores do bairro e cercanias, tambm levanta uma importante questo identitria concernente a esses indivduos. A partir da reforma de parte das instalaes de uma centenria fbrica de cartuchos abandonada um lugar de memria para a indstria blica nacional , esses sujeitos pautam no somente o incremento da educao pblica local, como tambm a ressignificao do ethos militarista que distingue aquela localidade desde a segunda metade do sculo XIX. Com o malogro da proposta inicial de implantao de uma escola tcnica nos anos de 1990, o movimento aponta para a orientao propedutica do II em nome da aura imanente que decorre de suas condies de criao. Fundada em 1837 como o primeiro investimento pela sistematizao do ensino secundrio, no bojo do projeto de afirmao do estado nacional brasileiro, o II seduz os moradores de Realengo um bairro desvalido e de origem rural por sua autoridade de formador das elites dirigentes, autoridade essa que avaliza resultados socialmente reconhecidos. No incio dos anos 2000, os objetivos do movimento tresam a poltica expansionista do II, que vislumbra nas tratativas federais pela universalizao da escola bsica um meio de redesenhar o seu escopo de influncia e de se tornar mais democrtica. Inserido no mbito da histria do tempo presente (DELGADO, FERREIRA, 2013; 2014), este trabalho intenciona discutir a construo do sentimento de pertencimento ao colgio por parte de parcela dos moradores do bairro e, portanto, analisar de que maneira a identidade histrica do II afeta Realengo. Avalia-se a trajetria da escola em seus trs primeiros anos de existncia, de 2004 a 2006, com base em dados obtidos mediante anlise documental (FARIA FILHO, 1998), iconogrfica (MAUAD, 2004) e o uso de fontes produzidas via histria oral (PORTELLI, 1997; DELGADO, 2010). Para tal, so acionados os conceitos de configurao social (ELIAS, 2008), memria (NORA, 1993), espao (CERTEAU, 2014 [1990]), identidade (DUBAR, 1997 [1991]) e comunidade imaginada (ANDERSON, 2008 [1983]). Os resultados atingidos acusam que o movimento de Realengo e adjacncias concretiza seu intento: com a salvaguarda da fbrica abandonada e sua converso em um colgio tradicional e representativo do aparato do centro decisrio do Brasil, esses moradores sentem-se mais estabelecidos e menos outsiders (ELIAS, 2010 [1994]).
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Jos Antonio Gabriel Neto (Universidade Federal do Cear)
Da pesquisa nasce o desenvolvimento: A atuao da Capes na expanso da ps-graduao brasileira durante a Ditadura Militar (1964-85)
Resumo:Este trabalho tem por objetivo analisar o fomento,...
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Resumo:Este trabalho tem por objetivo analisar o fomento, incentivo e crescimento da ps-graduao brasileira no contexto do regime autoritrio vivido pelo pas durante 21 anos, entre 1964 e 1985, a partir da atuao da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES). Durante esse perodo o pas viveu uma dura represso poltica dentro de suas universidades, mas, ao mesmo tempo, uma modernizao em relao s tcnicas de pesquisa e formao de quadros qualificados para atender o projeto de expanso do capitalismo promovido principalmente pelos Estados Unidos no contexto da guerra fria. Portanto, um dos motes desta investigao tentar compreender essa contradio entre represso/desenvolvimento. Idealizada por Ansio Teixeira, a CAPES, criada em 1951, desenvolveu papel fundamental na constituio e desenvolvimento dos programas de ps-graduao recm-criados a partir da formao de doutores em instituies estrangeiras a fim de qualificar o corpo docente das ento recm constitudas universidades federais. Tendo a ps-graduao iniciado em polos regionais como So Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre e Belo Horizonte, h uma forte expanso durante a Ditadura. Esse crescimento colocava a pesquisa na ordem do dia como um fator fundamental para o desenvolvimento econmico tendo por base reas focadas especialmente na indstria. Dessa forma, o incio dos estudos ps-graduados no Brasil composto principalmente por cincias agrrias, exatas e, em menor nmero, da sade. As humanidades vo se desenvolvendo principalmente a partir do final da dcada de 1960. A metodologia utilizada valeu-se de fontes documentais, como as revistas do cinquentenrio e sexagenrio da CAPES e tambm os Planos Nacionais de Ps-graduao (PNPG) I e II, lanados em 1975 e 1982, respectivamente, alm de bibliografia sobre o tema. A anlise indica que CAPES atuou de forma a potencializar os estudos ps-graduados no Brasil, especialmente aps 1976 com a criao da avaliao de cursos, em vigor ainda hoje. H, portanto, o estabelecimento de uma cultura de pesquisa que visava um desenvolvimento industrial. Por outro lado, houve uma fuga de pesquisadores para pases como Frana, Inglaterra e Estados Unidos onde no haveria represso poltica. Nesse sentido, entendemos que a CAPES desempenhou papel fundamental na construo de uma poltica educacional que privilegiasse o crescimento das universidades federais brasileiras no perodo da ditadura ao mesmo tempo em que a represso poltica prejudicava esse mesmo objetivo. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior - Brasil (CAPES) - Cdigo de Financiamento 001.
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Jos Edimar de Souza (UCS- Universidade de Caxias do Sul)
A professora Laura Jung: marcas de uma trajetria profissional dedicada alfabetizao em Campo Bom/RS (1974-1996)
Resumo:O estudo tem objetivo analisar prticas e represen...
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Resumo:O estudo tem objetivo analisar prticas e representaes sobre o modo de ensinar em escolas pblicas gachas a partir de aspectos da trajetria profissional de uma professora; sobretudo, investiga histria de sujeitos que se constituram professores em grupos escolares implantados no Estado, entre 1930 e 1950. Laura Jung foi aluna da Escola Normal Coronel Genuno Sampaio no final da dcada de 1960. Esta instituio originou-se do grupo escolar de Sapiranga, fundado em 1934. Nos primeiros anos de sua trajetria profissional assumira a docncia na classe de alfabetizao, em 1974, na atual Escola Estadual de Ensino Mdio Ildefonso Pinto. O Ildefonso Pinto fora criado a partir da 15. Aula Pblica, implantada em 1927 no territrio de Campo Bom. Em 22 de agosto de 1933, transformou-se em grupo escolar, cuja nomenclatura perdurou at 1974. Este estudo tem como perspectiva terica a histria cultural e como metodologia a histria oral, considerando a memria social, em Halbwachs (2006). No estudo de trajetria profissional importante destacar o que assinala Bourdieu (1996) quando argumenta sobre a iluso biogrfica. Nesse sentido, o que analisamos neste trabalho so marcas de memrias, modos como esta professora revisitou suas lembranas e escolheu cont-las a partir da entrevista oral. So, portanto, vestgios que indicam possibilidades analticas que a partir das lentes tericas da cultura, dos sentidos que significamos as memrias sobre a constituio formativa para o magistrio, sobre as prticas do ensinar, do alfabetizar evidenciadas por Laura Jung. Destaca-se na sua histria de vida, aspectos de sua condio tnica, como descendente de imigrantes alemes, aluna que iniciou seus estudos em classes multisseriadas no interior do Estado do Rio Grande do Sul e que em funo do xodo rural migraram para Campo Bom. Muitos destes migrantes, ao chegarem cidade, apresentavam dificuldades de comunicao. Alm disso, geralmente os professores de escolas pblicas no falavam alemo. Laura recorda que no ano em que chegou cidade rapidamente conseguiu aprender o portugus. Sobre o tempo de aluna, rememora que diferente das irms, ela foi nica seguir os estudos. Sobre sua trajetria profissional destaca-se como alfabetizadora, atuando desde 1974 at sua aposentadoria na 1. srie. Ela rememora que na dcada de 1980 fora convidada participar de um projeto de alfabetizao. Realizou um curso de aperfeioamento e alm da perspectiva construtivista utilizada neste perodo, algo inovador fora o contato com o mtodo de montessoriano. possvel a partir das memrias desta educadora compreender como outras tendncias, alm dos mtodos sintticos e analticos, se imbricaram as prticas de alfabetizao, nas dcadas de 1980 e 1990 do sculo XX.
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Juliana Miranda Filgueiras (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)
Ensino de histria, rituais e civismo nas escolas de Alfenas durante os anos 1970 e 1980
Resumo:O trabalho analisa as atividades cvicas que compu...
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Resumo:O trabalho analisa as atividades cvicas que compam a cultura escolar de duas escolas de Alfenas, no sul de Minas Gerais, entre 1960 e 1970. A partir do conceito de cultura escolar, toma como referncia as discusses de Antnio Viao Frago e Augustin Benito Escolano que abordam os rituais cvicos e festas escolares como atividades que integram a organizao das escolas, evidenciados nas prticas cotidianas. Conforme Escolano, dentre as funes dos rituais destaca-se a sacralizao dos valores legitimados socialmente e a conservao da ordem e da disciplina. Para tanto, foram selecionadas fontes dos arquivos mortos das escolas - ofcios, comunicaes internas, revistas da Diretoria Regional de Ensino de Varginha, normas a Secretaria de Estado de Educao, fotografias, regulamentos e editais de concursos escolares. O estudo mostrou que as comemoraes e desfiles cvicos realizados pelas escolas centraram-se sobretudo em datas tradicionais como o aniversrio de cidade, a proclamao da Independncia do Brasil e a proclamao da Repblica, mas tambm em novas datas, como o aniversrio da Revoluo de 1964. Esses eventos ocorriam dentro das escolas, mas culminavam na execuo de grandes desfiles na praa central da cidade e eram compartilhados por toda a comunidade. Os estudantes tambm participavam de concursos cvicos que ocorriam todos os anos, com temticas que abordavam a histria brasileira - fatos e personagens consagrados -, os smbolos nacionais hino e a bandeira -, entre outros temas como folclore, dia do ndio, educao financeira etc. Destacavam-se ainda nas atividades internas s instituies a organizao das fanfarras. As comemoraes cvicas e os concursos escolares estavam sob responsabilidade, em grande parte, dos professores de Histria, EMC e Educao Fsica, encarregados de tratar dos temas em aulas, mas tambm participar da organizao das atividades. Esses eventos estimulavam sentimentos de pertencimento dos alunos cidade e nao e a integrao de Alfenas ao corpo nacional. A histria escolar se mantinha como saber central ensinada nas salas de aula, mas se deslocava para outras prticas cotidianas, nas celebraes aos heris nacionais, nas apresentaes de poesias, jograis, nos concursos de redao e outras atividades que constituam tradies e hbitos partilhados.
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Odair Vieira da Silva (Faculdade de Ensino Superior e Formao Integral)
Aspectos da produo acadmica sobre a alfabetizao no Estado de So Paulo (1989-2018)
Resumo:Apresentam-se resultados parciais de pesquisa de D...
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Resumo:Apresentam-se resultados parciais de pesquisa de Doutorado, vinculada ao Programa de Ps-Graduao em Educao da Unesp campus de Marlia e ao Grupo de Pesquisa Histria da Educao e do Ensino de Lngua e Literatura no Brasil. A pesquisa tem como objetivo contribuir para a compreenso da produo acadmica sobre a alfabetizao no Estado de So Paulo, entre os anos de 1989 e 2018. Mediante pesquisa documental e bibliogrfico, decorrente de procedimentos de localizao, recuperao, reunio, seleo e ordenao de referncias acerca da produo acadmica relativa ao tema alfabetizao, em especial teses de doutorado e dissertaes de mestrado desenvolvidas em Programas de Ps-Graduao de Universidades Pblicas e Privadas paulistas, busca-se compreender o estado atingido pelo conhecimento convergente ao tema, tendo como ponto de partida o ano de 1989, assinalado pela defesa da primeira dissertao de mestrado sobre o Ciclo Bsico de Alfabetizao no Estado de So Paulo. Esse Ciclo se constituiu como uma poltica educacional engendrada durante o perodo de redemocratizao do pas, voltada para a reorganizao escolar da rede pblica de ensino, com o objetivo de alterar as relaes de excluso social provocadas pela reprovao nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental e garantir a democratizao do ensino. No que tange ao marco final, 2018, este suscita ao prazo de publicizao das teses de doutorado e das dissertaes de mestrado no site da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES). A opo pela pesquisa do tipo estado da arte deve-se ao fato de que esse tipo de pesquisa realiza um balano do conhecimento elaborado sobre tema, com vistas a fornecer informaes ampliadas quanto aos enfoques mais pesquisados, bem como o refinamento de possveis lacunas existentes. Para tanto, sero analisados aspectos relacionados aos tipos de pesquisa, a referenciais tericos e proposies apresentadas pelos pesquisadores, com base na explorao da verso preliminar de um instrumento de pesquisa, que, por sua vez, representa uma etapa fundamental para a concepo dos projetos de pesquisa. At o momento, foram reunidas 669 referncias de textos, sendo 143 referncias de teses de doutorado e outras 526 de dissertaes de mestrado. O processo de elaborao desse instrumento de pesquisa tem contribudo para a compreenso de aspectos importantes relacionados ao tema. Os resultados parciais ora obtidos confirmam a relevncia e a pertinncia do estudo, seja para a compreenso do processo de constituio e acmulo de conhecimentos seja porque apontam uma ampliao e interdisciplinarizao constante do interesse no tocante ao tema, inerentes produo acadmica sobre alfabetizao no Estado de So Paulo.
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