ST - Sesso 1 - 16/07/2019 das 14:00 s 18:00 187213
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Andre de Souza Pereira (UPF - Universidade de o Fundo)
Histria, Imprensa e Regio: Analisando o governo Joo Goulart
Resumo:Ao estabelecermos uma relao entre a Histria e a...
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Resumo:Ao estabelecermos uma relao entre a Histria e a Imprensa possumos um campo repleto de possibilidades para a pesquisa histrica. Utilizar a imprensa como fonte traz diversas vantagens ao historiador, pois essa uma fonte muitas vezes rica em periodicidade, pela qual se pode compreender diversos hbitos, pensamentos e outras mais caractersticas da sociedade em questo. A Histria e a Imprensa podem estar relacionadas de duas maneiras: Histria da Imprensa e Histria atravs da Imprensa. A discusso que pretendemos fazer diz respeito a segunda forma de se trabalhar a imprensa de modo que procuraremos enunciar as possibilidades de se fazer uma Histria Regional a partir da imprensa impressa (Zicman, 1985, p.89).
Temos como tema, o governo Joo Goulart (1961-1964), ou seja, um objeto, num primeiro momento, de interesse de uma historiografia da nao. Para tal, preciso compreender a crtica de Mara Rosa Carbonari (2009, p. 22) quando contextualiza o surgimento da Histria local em oposio a uma Histria nacional. A reflexo feita pela autora vai na direo de no utilizarmos a Histria Regional para consolidarmos generalizaes; no aplicarmos nela uma frmula que meramente confirme os discursos nacionais. A Histria da regio a Histria da sua singularidade, da sua identidade, dos seus elementos comuns que formam uma unidade. Concomitantemente, os agentes interagem com contextos externos estabelecendo relaes que, muitas vezes, podem ampliar a noo sobre determinada regio.
Buscaremos fazer uma anlise de imprensa sobre o governo Joo Goulart. Essa imprensa est localizada no municpio de o Fundo, no norte do Rio Grande do Sul, e ser a partir desse espao que direcionaremos nosso olhar para esse tema nacional. Os peridicos que nos utilizaremos foram escolhidos por serem os jornais mais antigos, ainda em circulao, no municpio; por possurem um acervo preservado que nos possibilita construir uma anlise com esse tipo de recorte temporal, bastante linear; e por estabelecerem relaes significativamente estreitas com o poder local, sendo seus donos membros de agremiaes partidrias rivais. Nossas fontes-objetos, que nos trazem um problema a ser decifrado so: O Nacional e Dirio da Manh.
Ao pensarmos sobre o Fundo no contexto do governo Joo Goulart, entre outros fatores, temos um municpio que durante o golpe civil-militar de 1964 serviu de capital do governo estadual por trs dias (1 a 3 de abril), abrigando o governador Ildo Meneghetti (PSD), numa ao denominada Operao Farroupilha. Nela, o prefeito Mrio Menegaz (MTR), d todo o e ao governador do PSD. Nessa mesma cidade que em 1961 mobilizou-se pela posse de Joo Goulart com o apoio dos dois peridicos.
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Charles Sidarta Machado Domingos (IFSUL/Cmpus Charqueadas)
O dia em que o presidente Joo Goulart disse no para o poderoso JFK
Resumo:Em 22 de outubro de 1962, o presidente dos Estados...
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Resumo:Em 22 de outubro de 1962, o presidente dos Estados Unidos da Amrica (EUA), John Fitzgerald Kennedy (JFK), anunciava ao mundo, em cadeia de rdio e televiso, que a Unio das Repblicas Socialistas Soviticas (URSS) tinha instalado msseis nucleares em Cuba. O fim do mundo parecia estar mais perto do que nunca; afinal, o principal lder do mundo ocidental enfatizava que o uso daquelas armas poderia provocar repentinas destruies em massa. No havia dvidas de que a Guerra Fria entrava em um novo patamar. At o momento daquele comunicado, o mundo ia girando normalmente. Poucas horas antes, Kennedy havia comunicado a situao a todos os presidentes das repblicas americanas incluindo o brasileiro Joo Goulart e solicitado apoio pblico as medidas tomadas pelos Estados Unidos da Amrica naquele que era o momento de maior tenso em toda a Guerra Fria. O que o presidente John Kennedy no contava, entretanto, era que a posio do governo Goulart constitusse um obstculo para os interesses dos Estados Unidos da Amrica. Atravs de seus pronunciamentos pblicos e mesmo pela troca de correspondncia privada com o presidente estadunidense, o presidente Joo Goulart dizia no ao poderoso presidente dos Estados Unidos e continuava enfatizando a defesa da paz, a no-interveno e autodeterminao dos povos, pedras angulares da sua Poltica Externa Independente (PEI). A carta enviada por Goulart - e escrita pelo ex-ministro das Relaes Exteriores San Tiago Dantas a partir dos debates da reunio no Palcio da Alvorada - ao presidente John Kennedy era bastante dura. Certamente mais dura do que qualquer pronunciamento pblico de Goulart sobre a Crise dos Msseis. No toa que ela no foi tornada pblica durante todo o seu governo. Contudo, a carta ainda circulava nos contornos da estratgia mais geral de Goulart, baseada em avanos e recuos: a carta apresentava uma tentativa de buscar solues para os problemas brasileiros a partir de uma relao pessoal entre os dois presidentes. O que o presidente do Brasil no podia saber, contudo, que sua negativa ante a solicitao do presidente dos Estados Unidos ensejaria uma nova relao entre os dois pases, que teria como resultado final o golpe de 1964.
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Dmitri da Silva Bichara Sobreira (UFMG)
A Arena nas charges: Uma anlise da poltica paraibana durante a ditadura militar
Resumo:O presente trabalho tem como objetivo analisar as ...
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Resumo:O presente trabalho tem como objetivo analisar as representaes da poltica paraibana durante a ditadura militar atravs do trao dos cartunistas que publicavam suas obras, charges e caricaturas, nos principais jornais de circulao no estado. Nosso foco principal sero as charges que abordavam a Aliana Renovadora Nacional (Arena) e seus membros entre os anos de 1974 e 1978. A Arena foi um partido poltico criado para dar sustentao parlamentar ao regime autoritrio, que compunha o sistema bipartidrio junto ao Movimento Democrtico Brasileiro (MDB), partido que desempenhou uma oposio consentida e controlada pela ditadura. O material utilizado para essa anlise foram os principais jornais que circulavam na Paraba no perodo recortado: O Norte, vinculado ao conglomerado de comunicao Dirios Associados; e o Correio da Paraba, peridico fundado por Teotnio Neto, empresrio e liderana poltica estadual filiado prpria Arena. Acreditamos que, por meio dessas representaes imagticas, possvel compreender aspectos poltico partidrios do perodo, tais como: o contexto da poltica brasileira e paraibana nos anos 1970; conflitos entre os grupos internos na organizao partidria arenista; a forma como eram procedidas as eleies diretas e indiretas durante o regime autoritrio; a relao entre os grupos polticos locais e a cpula militar do governo federal; as prticas polticas conservadoras de controle do eleitorado, que permaneceram comuns durante o regime autoritrio; bem como o prprio contexto de publicao dessas stiras, os anos ps-1974, perodo em que j se apontava para uma reabertura poltica do regime. As charges analisadas, enquanto representaes humorsticas, buscavam interpretar a realidade poltica local, trazendo um olhar crtico e satirizado dessa conjuntura. E tais publicaes servem ao historiador como forma de interpretao da maneira como o chargista, o jornal e a sociedade de maneira geral compreendia a situao poltica da Paraba e do Brasil durante os anos de ditadura militar. Dessa forma, no se busca aqui uma compreenso estritamente esttica dos desenhos (trao, cor, etc.), mas uma compreenso de como, a partir do humor, eram manifestadas as insatisfaes com a ditadura e seus membros, em especial os polticos vinculados seco estadual do partido governista na Paraba.
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Douglas Souza Angeli (UFRGS)
Voto e experincia democrtica: a construo do eleitor na imprensa do Rio Grande do Sul (1945-1954)
Resumo:As eleies de 1945 deram incio ao perodo da his...
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Resumo:As eleies de 1945 deram incio ao perodo da histria da Repblica no Brasil que tem sido chamado de Experincia Democrtica. Partindo da ideia de que para haver eleies preciso construir eleitores, ou seja, na perspectiva de Alain Garrigou e Michel Offerl, preciso que se constituam agentes interessados na competio eleitoral e na participao poltica por meio do voto, o presente trabalho examina o papel da imprensa nessa construo do eleitor no incio da experincia democrtica (1945-1954), tendo como fontes notcias e imagens publicadas em jornais e revistas editados em Porto Alegre/RS nesse perodo. interessante notar que, quando se estuda a mobilizao eleitoral na experincia democrtica brasileira, lida-se com um perodo em que a ampliao do eleitorado e um sistema eleitoral competitivo foraram partidos e candidatos adoo de novas tcnicas de persuaso, embora a propaganda poltica ainda no estivesse profissionalizada como aria a estar a partir da dcada de 1980. Ainda encontrando na imprensa escrita seu principal canal de propaganda, preciso salientar tambm que, se no prenominava mais o estilo de jornal-tribuna, a profissionalizao do jornalismo e da imprensa tambm seguia de forma lenta e sua relao com a poltica se dava nos mais variados graus: de uma vinculao estreita entre peridicos e grupos polticos at articulaes mais sutis sob um discurso de suposta objetividade e neutralidade. Jornalistas, comentaristas, articulistas, colunistas, chargistas, caricaturistas, fotgrafos, editores e proprietrios dos veculos de imprensa cumpriram um papel ativo tanto na construo de um interesse do pblico pela competio poltica quanto na conquista do voto. Especialmente os jornais e revistas tiveram um papel importante na produo de sentidos acerca das eleies, noticiando as articulaes visando s definies das candidaturas pelos partidos, as convenes, as campanhas, as ocorrncias no dia do pleito, a apurao e os resultados, publicando as notas e anncios dos candidatos, produzindo imagens da disputa eleitoral, comentrios e instrues com relao ao voto e ao papel do eleitor, e oferecendo, assim, uma contribuio importante para a construo de um interesse pela competio eleitoral e para o aprendizado acerca do ato de votar.
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Elissandra Maria Costa Dias
Estudantes sob vigilncia: uma anlise sobre o monitoramento do Servio Nacional de Informaes (SNI) ao movimento estudantil da Universidade Federal da Paraba
Resumo:O presente trabalho resultado de um ano de pesqu...
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Resumo:O presente trabalho resultado de um ano de pesquisa empreendida no Programa Institucional de Iniciao Cientfica PIBIC, bem como de pesquisa, ainda em curso, realizada atravs do mestrado do Programa de Ps-Graduao da Universidade Federal da Paraba (UFPB), sob a orientao do Professor Doutor Paulo Giovani Antonino Nunes. Criado em 13 de junho de 1964, mediante idealizao do general Golbery do Couto e Silva, um dos principais entusiastas da Doutrina de Segurana Nacional, o Servio Nacional de Informaes (SNI) auxiliou, durante todo o perodo que abrange a Ditadura-Civil militar no Brasil, na orientao e coordenao de atividades de informao e contrainformao, estando ligado diretamente presidncia da Repblica. (ANTUNES, 2001). Considerando a atuao do referido Servio, objetivamos examinar a vigilncia praticada pelo SNI sobre a sociedade civil paraibana, em especial, sobre os estudantes ligados ao movimento estudantil da Universidade Federal da Paraba, uma vez que, desde os momentos iniciais do regime, as universidades foram alvos de monitoramento dos instrumentos de segurana e informaes. A ocupao da Faculdade de Direito em 1964, em protesto a visita do poltico da UDN, Carlos Lacerda, a ida de universitrios ao Congresso da UNE na cidade de Ibina/SP em 1968, bem como as demais mobilizaes estudantis ocorridas diante do contexto de represso, mostram que, assim como em outras universidades do Brasil, o regime autoritrio no foi aceito por parcela importante da esfera estudantil da UFPB. Diante do posto, esta anlise leva em considerao a vigilncia do SNI no mbito da UFPB, tendo em vista que a universidade contou com uma Assessoria de Segurana e Informaes (ASI/UFPB), atuante de forma relevante at incio da dcada de 1970, por meio de um regimento interno que serviu de modelo para outras assessorias. (MOTTA, 2014). Em relao a documentao observada, os documentos do Fundo SNI Agncia Pernambuco, fornecem apoio na compreenso de que os rgos de informaes permaneceram atuantes at os anos finais da Ditadura Militar; visto que, tais documentos foram produzidos a partir de 1979. Nesse sentido, nota-se, nos materiais produzidos, diversas amostras de monitoramento a estudantes, tanto de forma individual, quanto de forma coletiva ao tratar, por exemplo, de entidades representativas como o DCE e Centros Acadmicos. Do ponto de vista terico-metodolgico, este trabalho se coloca no campo da chamada Nova Histria Poltica (Julliard, 1976; Rmond, 1996) e dialoga com a Histria Cultural, a partir do conceito de cultura poltica (Bernstein, 1997; Mota, 2009), para assim, ponderar a respeito de quais prticas e tipos de cultura poltica os estudantes vigiados pelo SNI se identificavam e portavam.
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Maria Tereza Dantas Bezerra Soares
A vigilncia do SNI polticos da ARENA e do PDS
Resumo:Um dos rgos de maior destaque dentro da estrutur...
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Resumo:Um dos rgos de maior destaque dentro da estrutura autoritria implantada pela ditadura militar brasileira era o Servio Nacional de Informaes (SNI), rgo de coleta, anlise e difuso de informaes e contrainformaes por todo o territrio nacional. Sua principal funo era informar Presidncia da Repblica, a quem era diretamente subordinado, aos rgos de represso e demais rgos governamentais solicitantes, sobre informaes que fossem consideradas importantes segurana nacional, seguindo os preceitos da Doutrina de Segurana Nacional (DSN). Tendo em vista a aplicao da DSN na estrutura, organizao e operacionalizao do Estado brasileiro, os militares utilizaram o SNI como principal trunfo contra o chamado inimigo interno, o comunismo. Cabia ao Servio ser os olhos e ouvidos dos militares em todos os ambientes possveis, estabelecendo vigilncia a todos os campos da sociedade brasileira, principalmente o poltico, onde todos os indivduos, fossem eles partidrios ou no da revoluo, eram alvo da vigilncia do Servio. Desta forma, partimos da anlise dos documentos da Agncia Recife do SNI, que era responsvel pelos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraba e Rio Grande do Norte, para apresentar e discutir a vigilncia exercida pelo SNI sobre polticos paraibanos da Aliana Renovadora Nacional (ARENA) e do Partido Democrtico Social (PDS). Nossas fontes compem o Fundo SNI Agncia Recife, e totalizam 5.536 mil documentos produzidos entre os anos de 1979 e 1985 sobre os quatro estados j citados. Devido grande quantidade de documentos e ao extenso tamanho de alguns, escolhemos discutir nesta comunicao, a vigilncia do Servio por meio da anlise dos documentos referentes a dois polticos importantes para a ARENA e o PDS paraibanos: os ex-governadores Joo Agripino Filho e Tarcsio de Miranda Burity. Acreditamos que a existncia de documentos de informao sobre tais personagens, configuram o poder e nvel da vigilncia do SNI e, consequentemente da ditadura militar. Assim, entendemos que durante os anos da ditadura militar brasileira, podemos perceber o influxo de nossa cultura poltica, principalmente, pela presena de prticas autoritrias e conciliatrias, bem como, tambm destacamos a forte tradio do imaginrio anticomunista no Brasil. Esta proposta de comunicao resultado de pesquisa PIBIC e de pesquisa de mestrado em Histria sob orientao do Professor Doutor Paulo Giovani Antonino Nunes na Universidade Federal da Paraba (UFPB).
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Olga Larissa Veiga Ferreira (UFPB - Universidade Federal da Paraba)
Vigilncia do Servio Nacional de Informaes sob Dom Jos Maria Pires e Dom Helder Cmera.
Resumo:Nos anos que transcorreram a Ditadura Militar Bras...
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Resumo:Nos anos que transcorreram a Ditadura Militar Brasileira, o Servio Nacional de Informaes (SNI), cresceu em demasia, seu poder chegou a se equivaler ao de um ministrio de tamanha influncia e liberdade que ele tinha. Criado em 1964 pelo ento General Golbery do Couto e Silva que anos mais tarde afirmaria que havia criado um monstro. O Servio tinha como inteno assessorar o presidente da repblica no que concerne as informaes necessrias para o cumprimento da Doutrina de Segurana Nacional do pas. Todavia ao ar dos anos, o SNI foi ramificando-se e construindo um grande aparato burocrtico de recolhimento e analise de informaes contra o dito perigo iminente do comunismo, que para os militares e seus aliados civis marchava no pas atravs dos movimentos sociais e partidos polticos, monitorando e coletando informaes acerca de diversos setores da sociedade civil. No perodo de transio, lenta, gradual e segura o SNI no momento em que o governo caminhava para a abertura, seguia o caminho inverso, aumentando a pratica de colhimento de informaes e o tamanho de suas sedes burocrticas haja vista que os membros da comunidade de informaes e segurana, temiam que com a abertura seu poder diminusse, assim criando um sentimento de vigilncia exacerbado. nesse interim que membros da Igreja Catlica atravs da ala dos Padres, Bispos, freiras e leigos progressistas viram alvo do Servio, devido que aps o esfacelamento dos movimentos guerrilheiros pelos rgos de segurana, os novos alvos se tornam as comunidades de base, sendo esses sujeitos e organizaes civis mencionados e objetos de relatrio de diversos documentos do SNI e sua Comunidade de Informaes. Dito isso partimos da analise dos documentos desses rgos, respectivamente produzidos pela Agncia Recife que cobria os estados da Paraba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas, arquivados no acervo da Comisso da Verdade e Preservao da Memria do Estado da Paraba para podermos apresentar a vigilncia exercida pelo SNI a esses dois atores polticos do perodo que so Dom Jos Maria Pires, que foi arcebispo Emrito da Paraba e Dom Helder Cmara Arcebispo metropolitano de Olinda-Recife. Para assim compreendermos o alcance que esse Servio teve e como adentrou em setores variados da sociedade civil para controlar cidados brasileiros envolvidos em movimentos sociais de contestao ao regime. Esta comunicao resultado de pesquisa PIBIC que est sendo continuada no mestrado em Histria na Universidade Federal da Paraba (UFPB) pela orientao do Professor Doutor Paulo Giovani Antonino Nunes.
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Paulo Giovani Antonino Nunes (UFPB/DH/CCHLA)
A Atuao do Servio Nacional de Informaes (SNI) na Universidade Federal da Paraba (UFPB): A vigilncia sobre as atividades acadmicas e culturais (1980-1985)
Resumo:Com o golpe civil-militar, uma das primeiras medid...
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Resumo:Com o golpe civil-militar, uma das primeiras medidas de institucionalizao do novo governo foi a criao do Servio Nacional de Informao (SNI). O referido rgo foi criado formalmente pelo Decreto-Lei n 4.341, de 13 de junho de 1964, como rgo de assessoramento do Executivo, responsvel - no perante ao Congresso Nacional - mas ao Conselho de Segurana Nacional e ao Presidente da Repblica. Este rgo teve como primeiro presidente, seu idealizador, o general Golbery do Couto e Silva, que dezessete anos depois de t-lo criado viria a cham-lo de monstro. Em 1970, o governo militar, visando aperfeioar o sistema de informaes institui o Sistema Nacional de Informaes (SISNI). Este ou a ser integrado pelo Servio Nacional de Informaes (SNI), pelos Sistemas Setoriais de Informaes dos Ministrios Civis, pelos Sistemas Setoriais de Informaes dos Ministrios Militares, pelo Subsistema de Informaes Estratgicas Militares (SUSIEM) e por outros rgos setoriais. O que o SISNI entendia como Outros rgos Setoriais de Informaes eram assessorias de informaes situadas em importantes esferas da istrao pblica ou em empresas estatais. Esta pesquisa que vem se desenvolvendo como projeto PIBIC/CNPq, utilizando acervo do Servio Nacional de Informaes (SNI), Agncia Pernambuco, contendo 7.380 (sete mil, trezentos e oitenta) documentos, disponvel no Acervo da Comisso da Verdade e Preservao da Memria do Estado da Paraba pretende analisar a produo de informaes feita pelo Servio de Nacional de Informaes (SNI) e pela Assessoria de Informaes (ASI) da Universidade Federal da Paraba (UFPB) referentes s atividades acadmicas e culturais no mbito da referida instituio. A pesquisa relevante pela necessidade de uma pesquisa emprica mais profunda para se constatar grau vigilncia que a chamada comunidade de informaes exercia sobre a sociedade civil paraibana, especificamente sobre a comunidade acadmica, durante o perodo de vigncia da ditadura civil-militar no Brasil. Com a concluso desta pesquisa espera-se suprir uma lacuna na historiografia paraibana recente, sobre um tema no onde existem pesquisas acadmicas, j que o o documentao do Servio Nacional de Informaes bastante recente. A partir desta pesquisa emprica mais profunda espera-se trazer novos elementos para compreenso do Estado de exceo no Brasil; identificar pessoas, instituies e entidades da sociedade civil que se viram sob a vigilncia dos rgos de informaes e as consequncias para os mesmos.
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ST - Sesso 2 - 17/07/2019 das 14:00 s 18:00 1e5t6h
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Cludia Maria Ribeiro Viscardi (Universidade Federal de Juiz de Fora)
Francisco Campos: trajetria poltica e intelectual
Resumo:A presente comunicao tem por fim apresentar resu...
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Resumo:A presente comunicao tem por fim apresentar resultados parciais de nossa pesquisa com vistas escrita de uma biografia de Francisco Campos (1891-1968). Personagem que teve destaque ao longo das dcadas de 1930 a 1960, carece de estudos mais aprofundados, sobretudo feitos por historiadores. A importncia de estudar o pensamento e a prtica poltica de Francisco Campos reside no fato de ele ter sido um dos principais intelectuais que inspiraram o regime autoritrio do Estado Novo, alm de ter sido responsvel pela construo de todo o aparato legal do regime, a partir de sua Constituio. Como Ministro da Justia de Vargas, atuou como arquiteto das principais instituies que, ao longo de um perodo de 15 anos, prestaram apoio ao regime. Para alm de sua militncia poltica, Campos foi um intelectual de extrema direita e a contribuio de suas ideias para os estados autoritrios, tanto para o Estado Novo quanto para a ditadura militar ps-64 incontestvel. Os estudos sobre a sua prtica poltica e mesmo sobre as suas ideias no so proporcionais sua importncia. Com o fim de prestar alguma contribuio para o debate, nossa comunicao ser dividida em duas etapas. Na primeira, apresentaremos sua trajetria poltica. Na segunda, faremos uma anlise de seu discurso com base na obra O Estado Nacional (1940) e em artigos publicados na imprensa ao longo da mesma dcada. Nos valendo das reflexes de Quentin Skinner, interessa-nos analisar o discurso poltico de Campos em termos de forma e contedo, destacando especialmente as conexes intelectuais por ele feitas, a partir das referncias contidas em seus livros e de seus discursos na imprensa nacional. Tambm importante destacar as principais referncias intelectuais que aparecem no trabalho de Francisco Campos, com o fim de identificar suas principais fontes de inspirao. Quanto forma como os textos foram construdos, pretende-se analisar o uso de figuras de linguagem (metforas e alegorias) e as suas escolhas com vistas construo de sua narrativa. Todas as referncias intelectuais e o modo como ele construiu sua gramtica poltica so instrumentos teis para entender melhor o pensamento poltico de nosso biografado. Para esta comunicao nos valemos de fontes secundrias para a primeira parte e para a segunda parte, nos valemos de seus discursos publicados no livro citado, bem como aqueles publicados na imprensa nacional, por meio da Hemeroteca Digital.
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Eliana Evangelista Batista (Universidade Federal da Bahia)
Acomodao e Reao Poltica ao Governo de Getlio Vargas na Bahia (1930-1937)
Resumo:Essa comunicao objetiva socializar os resultados...
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Resumo:Essa comunicao objetiva socializar os resultados de pesquisa da Tese de doutoramento em Histria, defendida em dezembro de 2018, cuja investigao recaiu sobre a poltica na Bahia entre os anos de 1930 e 1937 e revelou os desdobramentos da Revoluo de 1930 no estado.
Conforme conclumos, na madrugada de 24 de outubro de 1930, quando a chamada Primeira Repblica chegava ao fim no Brasil, uma longa jornada de lutas, negociaes, conchavos e ameaas seria percorrida na Bahia.
A conspirao para tornar o estado parte da Revoluo que acontecia no centro-sul envolvia importantes setores da sociedade. Membros do exrcito, civis e expressivas lideranas polticas regionais, a seu modo, criaram as bases de sustentao do movimento revolucionrio no estado.
Vencida a Revoluo era preciso partir para a recomposio dos poderes. Marcados por uma forte crise de hegemonia que abateu todo o pas, os revolucionrios de 1930 se viram, de imediato, na necessidade de estabelecer conciliaes com vistas pacificao das foras polticas. Nesse processo de conciliao e acomodao, muitos grupos no foram contemplados. Na Bahia, ficaram de fora os remanescentes do Partido Republicano, afastados imediatamente dos seus postos de mando desde que o poder havia mudado de mos e, mais tarde, integrantes do Partido Democrtico, que representaram a Aliana Liberal no estado, a exemplo de Seabra, visto, aos olhos dos militares, como sinnimo dos vcios que o governo constitudo pretendia combater.
Diante dessas circunstncias e alegando ferimento dos brios baianos, esboaram-se na Bahia alguns focos de oposio ao governo provisrio, cujos primeiros registros de atuao datam de 1931. Subtrados dos espaos de poder no ano de 1930, esses oposicionistas lanaram-se campanha para devolver a Bahia posse de si mesma. As lutas polticas e partidrias que da emergiram foram expressas no jogo das aparncias de uma narrativa regionalista, como se se tratasse de uma luta dos baianos contra a presena estrangeira consubstanciada na figura do interventor cearense Juraci Magalhes. Mas a atuao da oposio na Bahia, longe do que se pensa, s pode ser compreendida se emoldurada no quadro da poltica nacional do perodo. Como oposies coligadas, os autonomistas tambm foram capazes de articular alianas e negociar a sua participao no jogo poltico de acordo com as possibilidades do momento. Longe de apenas objetivar a manuteno de seus cargos de poder, os autonomistas se embrenharam na defesa da ordem constitucional, traduzida por eles como defesa da Democracia. Nosso intuito demonstrar como a heterogeneidade e as fissuras abertas nessa agremiao permitiram que Juraci Magalhes se mantivesse no poder e consolidasse a Revoluo de 1930 no estado.
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Felipe Azevedo e Souza (UFBA - Universidade Federal da Bahia)
A dissimulada arte de produzir excluses: as reformas que encolheram o eleitorado brasileiro (1881-1930)
Resumo:Durante quase meio sculo, ente 1881 e 1930, o Bra...
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Resumo:Durante quase meio sculo, ente 1881 e 1930, o Brasil registrou seus menores ndices de participao eleitoral desde a independncia at os dias atuais. A historiografia especializada atribuiu esses baixos ndices s imposies normativas que proibiam mulheres e analfabetos do direito ao voto. Alm disso, at 1890, critrios censitrios barravam o o aos direitos polticos de cidados que no provassem ter determinada renda. Ainda que estes aspectos consigam estabelecer uma compreenso do quadro geral de como se configurava a cidadania poltica, eles no so suficientes para explicar as variaes do eleitorado entre uma eleio e outra. A presente proposta de trabalho evidencia que esses ndices no eram consequncia apenas das clusulas constitucionais que excluam os direitos polticos dos grupos sociais citados. Propondo uma investigao das rotinas parlamentares do Imprio e da Repblica, esta comunicao pretende esmiuar maneiras alternativas de explicar as estratgias de excluso desses direitos que foram encetadas pelas elites polticas da poca, principalmente atravs de reformas eleitorais ordinrias, como as de 1881, 1904 e 1916. O que chama ateno que estas reformas promovidas pelo parlamento no colidiam com os princpios constitucionais que determinavam quais cidados teriam o direito de votar. Para quem l o texto final destas reformas, a primeira impresso que se tratavam de mudanas com o fim nico de regulamentar o processo de organizao dos pleitos, sem se pautar objetivamente por questes relacionadas as mudanas na cidadania poltica; eram leis ordinrias que versavam sobre a reviso dos alistamentos eleitorais, dos documentos comprobatrios para obteno de ttulos e dos locais onde deveriam funcionar as juntas de cadastramento eleitoral. No entanto, ao o que so analisados os debates parlamentares que levaram a estas mudanas, fica evidente que havia uma inteno de que tais alteraes implicassem na retrao da quantidade dos que votavam. Isto acontecia a partir da criao de mecanismos burocrticos que dificultavam o o aos direitos polticos, mesmo para pessoas que constitucionalmente poderiam ser consideradas aptas ao exerccio do voto. Os impactos dessas reformas sero analisados atravs de dados eleitorais inditos e contextualizados em sintonia com as questes sociais que pautavam o pensamento poltico naquela virada de sculo.
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Felipe Rabelo Couto (Cefet/RJ)
O Manifesto Republicano de 1870: esboo institucional de uma repblica parlamentarista
Resumo:O tema desta comunicao o processo de instituci...
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Resumo:O tema desta comunicao o processo de institucionalizao da repblica a partir do Poder Executivo, com o olhar voltado especificamente para a prtica poltica que se configurou entre os presidentes e os gabinetes ministeriais e o impacto dessa relao para a formulao de polticas e para o processo decisrio. A historiografia sobre a Primeira Repblica, predominantemente com foco na ao presidencial, tem de maneira usual caracterizado o governo Campos Sales (1898-1902) e a poltica dos governadores como um momento decisivo da consolidao republicana. Nossa hiptese a de que os ministros desempenharam uma funo significativa para a institucionalizao do regime aquisio de estabilidade e rotinizao , verificado aps a chegada da elite civil ao poder, num processo contnuo, iniciado com Prudente de Morais (1894-1898) e consolidado no quatrinio Rodrigues Alves (1902-1906). A superao do drama republicano, a saber, a incapacidade crnica da elite poltica para constituir uma prtica poltica e institucional capaz de dotar o novo regime de alguma previsibilidade, exigiu que os integrantes dos gabinetes ministeriais se orientassem pela percepo do papel fulcral desempenhado pela Presidncia da repblica, de modo muito prximo ao que ocorria no Imprio. A transposio de uma prtica poltica centrada no Poder Executivo, de um regime a outro, mesmo que adaptada e apenas como ponto de partida equilibrador do regime recm-criado, tornou-se possvel em parte porque os quadros polticos aram a ser compostos por uma elite dirigente cuja formao sociocultural e poltico-ideolgica foi moldada em um contexto imperial. Nossa inteno elaborar uma descrio do perfil poltico-cultural e socioeconmico dos Ministros do perodo 1894-1906, ou seja, dos ministros correspondentes, respectivamente, aos governos de Prudente de Morais, Campos Sales e Rodrigues Alves. A partir, principalmente, de fontes do tipo quem quem? (dicionrios biogrficos temticos, memrias institucionais e individuais etc.), mas tambm de documentos resultantes da rotina do Poder Executivo, decretos, relatrios e atas de reunies ministeriais busca-se a elaborao de um perfil de composio dos membros desses ministrios, a reconstruo de suas trajetrias individuais, a caracterizao de suas redes sociais e de sua prtica poltica, o que ser realizado por meio de um estudo prosopogrfico.
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Jonas Brito (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas)
O reconhecimento estrangeiro do Governo Provisrio e a poltica interna brasileira (outubro - novembro de 1930)
Resumo:Meu objetivo analisar o reconhecimento dos Estad...
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Resumo:Meu objetivo analisar o reconhecimento dos Estados Unidos e da Gr-Bretanha do Governo Provisrio para entender aspectos da poltica interna brasileira. Minhas fontes so documentos produzidos pelas embaixadas, cnsules, o Foreign Office e Department of State. Minha preocupao fundamental a participao da populao civil na Revoluo de 30. Defendo a hiptese de que os dois pases mencionados foram pressionados a reconhecer o governo, sem que ameaas como instabilidade e radicalizao fossem completamente afastadas do horizonte poltico. Destacarei a dificuldade de obter informaes sobre a situao poltica e militar durante a guerra civil e os interesses diplomticos e econmicas que orientaram a interveno dos dois pases no cenrio movedio da poltica brasileira do perodo outubro-novembro de 1930. Os dois pases despacharam cruzadores militares para guas brasileiras. Os Estados Unidos emitiram um embargo exportao de armas para os rebeldes brasileiros. Navios mercantes britnicos furaram em Recife o bloqueio aos portos brasileiros imposto pelo governo federal. Meu recorte geogrfico principal a cidade de Salvador. No dia 24, no porto da capital baiana, estavam estacionados os navios militares brasileiros SO PAULO e RIO GRANDE DO SUL, o britnico DELHI, o estadunidense PENSACOLA e o alemo KARLSHUE. Esse o mais claro indicativo de que Salvador era o ponto mais crtico da costa brasileira nos ltimos dias do governo Washington Lus, o que foi afirmado pela prpria Misso Naval estadunidense instalada no Rio. A cidade foi surpreendida em 4 de outubro por um "quebra-bondes" que deixou um prejuzo de 2 milhes de dlares na Eletric Bond & Share Company, espalhou sensao de insegurana na comunidade estrangeira e nas autoridades civis e militares. Os dias seguintes foram marcados por uma crescente inclinao da populao soteropolitana pela causa dos rebeldes e defeco em relao ao governo estadual, o qual, por outro lado, s cairia no dia 24, depois do golpe da Junta Militar no Rio. A derrota dos polticos da I Repblica e a inexistncia de uma forte liderana tenentista na Bahia deixaria por alguns meses as portas abertas instabilidade e ao radicalismo.
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Luciano Aronne de Abreu (PUCRS)
A Educao como instrumento do Estado Autoritrio: os usos do ado no Brasil de Vargas
Resumo:As escolas brasileiras eram certamente sem partido...
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Resumo:As escolas brasileiras eram certamente sem partido durante os anos do Estado Novo brasileiro, at porque estes haviam sido extintos pelo regime desde os primeiros momentos da sua instalao. Entretanto, ao contrrio do que muitos hoje almejam como condio ideal de ensino no pas, de forma ingnua ou interessada, a educao daqueles tempos nunca foi desprovida de valores, comprometimentos polticos e ideologias, como tambm no o ser no nosso prprio tempo ou em outro qualquer.
Durante o Estado Novo, a formao das suas elites e a construo do que seria a verdadeira nao brasileira se constituram em importantes objetivos do regime e pautas de debates dos seus polticos e intelectuais, sendo a educao, em sentido amplo, e o ensino de Histria, em sentido mais estrito, um dos seus mais importantes instrumentos. A educao moral e cvica, o ordenamento social e o conhecimento do ado seriam essenciais, de um lado, formao da identidade nacional e da conscincia do povo dos seus reais interesses coletivos; e, de outro lado, busca das razes dos nossos problemas e superao do atraso no desenvolvimento do pas.
Nesse sentido, portanto, esse estudo se prope justamente a analisar as concepes do Estado Novo e de seus intelectuais sobre a educao, em geral, e a Histria (ou o ado nacional), em particular, e suas relaes com o modelo poltico autoritrio e nacionalista do regime. Para tanto, sero tomados como referncia os pensamentos de Oliveira Viana e Azevedo Amaral, dois dos principais intelectuais brasileiros naquele contexto e que, por meios e formas diferentes contriburam para o processo de implantao e legitimao do regime de Vargas.
A esse respeito, ainda que esses intelectuais convergissem a respeito de suas concepes de educao e da sua importncia para a formao da nao e da conscincia dos seus reais interesses coletivos, como acima referido, deve-se observar que eles divergiam entre si quanto s suas interpretaes do ado nacional e suas possveis heranas para o Brasil contemporneo, como se pretende demonstrar ao longo desse texto.
Refletir sobre essas questes talvez nos ajude no apenas a compreender melhor os tempos de Vargas, mas o nosso prprio tempo e o debate atualmente colocado em nossos meios polticos e intelectuais sobre a questo da educao e do ensino da Histria.
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Luis Carlos dos os Martins (Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul)
Pensamento Poltico na imprensa brasileira no Segundo Governo Vargas: a noo de democracia e participao popular nos jornais Correio da Manh, JB e O Estado de S. Paulo
Resumo:Esta comunicao faz parte de um projeto de pesqui...
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Resumo:Esta comunicao faz parte de um projeto de pesquisa mais amplo (Pensamento Poltico e Circulao das ideias no Perodo Democrtico - 1946-1964: imprensa, poltica e Histria) que procura, a partir da Histria Conceitual do Poltico (ROSANVALLON, POCOCK), analisar como a grande imprensa brasileira aqui circunscritas aos jornais O Estado de S. Paulo, Correio da Manh, Jornal do Brasil, O Globo e ltima Hora - compreendeu e se posicionou frente democracia poltica estabelecida no Brasil no ps-guerra. O tema se justifica porque o perodo de grandes transformaes, desde a rpida transio do Brasil de nao rural e agroexportadora para urbanizada e exportadora de bens manufaturados, at a forte alterao na composio dos eleitores, que sofrer notvel crescimento quantitativo (aumentando cerca de 10 vezes, entre 1934 e 1960) e considervel mudana qualitativa pelo incremento da participao das camadas populares urbanas no total dos votantes. Associada a estes fenmenos, tivemos a construo de um novo sistema partidrio, organizado em torno de trs grandes agremiaes PSD, PTB e UDN - que deveriam representar os interesses das diferentes e conflitantes foras sociais atuantes no perodo. Diante de tantas mudanas, nossa pergunta : como a grande imprensa do centro do pas (Rio de Janeiro e So Paulo) se posicionou frente a este processo, especialmente no que se refere incorporao poltica dessas novas camadas do eleitorado, que interferiram fortemente na fora eleitoral dos partidos e grupos polticos, como mostrar a ascenso do PTB? Como hiptese de pesquisa, defendemos a ideia de que, desde os anos 1950, a grande imprensa brasileira j demonstrava sinais de descontentamento com o regime democrtico ento vigente, indicando baixo grau de adeso defesa do mesmo. No artigo aqui apresentado, iremos analisar comparativamente a forma como os jornais Correio da Manh, Jornal do Brasil e O Estado de S. Paulo definiram e compreenderam conceitos como democracia e participao popular na realidade brasileira do Segundo Governo Vargas. A escolha destes trs jornais para esta apresentao justifica-se pela representatividade nacional/regional (abarcando Rio de Janeiro e So Paulo), pelas suas diferentes linhas editoriais dentro do que podemos chamar de imprensa liberal-conservadora (desde um liberalismo mais clssico at o desenvolvimentismo no nacionalista, conforme definio de BIELSCHOWSKY) e pelo papel relevante que tais impressos iro exercer durante o perodo em estudo. J no que se refere aos termos selecionados para este recorte da pesquisa, consideramos ambos fundamentais e suficientemente abrangentes para viabilizar a abordagem inicial sobre o tema aqui em estudo.
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Luiz Mrio Dantas Burity (UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro)
Um nome para o Norte: a candidatura de Jos Amrico de Almeida na campanha presidencial de 1937
Resumo:Jos Amrico de Almeida foi escolhido candidato go...
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Resumo:Jos Amrico de Almeida foi escolhido candidato governista presidncia da Repblica na campanha de 1937. O momento era apotetico na trajetria do intelectual e poltico. Em nenhuma outra ocasio, a sua imagem pessoal e as suas ideias alcanaram um lugar to destacado na opinio pblica nacional. O objetivo desse texto discutir os sentidos da sua candidatura na campanha presidencial de 1937. O que significa considerar as circunstncias polticas e sociais nas quais o seu nome foi escolhido pelas lideranas governistas, que sentidos eram atribudos a ele entre os quadros polticos e o eleitorado. Mas tambm imprescindvel pensar na produo do seu programa de governo e na maneira como ele foi se modificando ao longo do certame a depender dos acontecimentos do dia e dos espaos pelos quais o personagem ou. A minha hiptese que a figura de Jos Amrico representou um projeto poltico e intelectual de poder dos quadros partidrios nortistas, mas sobretudo do seu eleitorado, para a Repblica do Brasil. Isso em uma poca na qual eram correntes as notcias de que haveria um golpe, ainda que nada fosse conclusivo quela altura. Seguir com o trabalho poltico nessas circunstncias era como uma dana sobre o abismo. O referencial terico incluiu os conceitos de lugar e espao de Michel de Certeau (2013[1980]), mas tambm definies de campo poltico de Pierre Bourdieu (2018[1989]) e as reflexes sobre o trabalho poltico e atividade poltico-partidria de Michel Offerl (2004[1987]). A documentao consultada envolveu correspondncias ativas e ivas de trs personagens estratgicos na organizao da candidatura Jos Amrico. Alm das cartas e telegramas enviados ou recebidos pelo prprio candidato, foram observados os acervos do seu principal articulador poltico Juraci Magalhes, ento governador da Bahia, e do deputado baiano Artur Neiva. Mas tambm os discursos dos comcios, os jornais Dirio de Notcias e Correio da Manh, bem como livros de memrias de Jos Amrico (1970) e Juraci Magalhes (1996). O que se pode perceber foi um esforo do candidato e dos seus aliados polticos no propsito de constituir no entorno de suas ideias e valores uma poltica de massas, na qual era divulgado um programa de governo que retomava as experincias de Jos Amrico como intelectual, nos momentos em que ele se dedicou a pesquisar o fenmeno das estiagens, mas tambm como ministro de viao e obras pblicas, quando ele defendeu as obras contra as secas e empreendeu uma poltica de racionalizao da mquina pblica, na qual demitiu funcionrios fantasmas. Foi possvel concluir que, o que se pretendia implementar era uma sada democrtica, voltada s massas, que valorizava a moralidade pblica e a assistncia social como programas fundamentais.
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Martinho Guedes dos Santos Neto (UFPB - Universidade Federal da Paraba)
Tradies e representaes de poder na Paraba republicana: a formao de grupos e a consolidao da elite poltica estadual as vinculaes sociais do poder (1930-1950)
Resumo:Esse estudo tem por objetivo discutir a formao d...
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Resumo:Esse estudo tem por objetivo discutir a formao dos grupos polticos e as elites poltico-partidrias na Paraba, suas vinculaes ideolgicas, e as tradies que assentam historicamente o poder no territrio paraibano. Os grupos e a formao de uma elite poltica, cuja representao se consolida e, at certo ponto, se repete nos pleitos eleitorais ocorridos no estado da Paraba (1933, 1947 e 1950), consideramos as eleies de deputados estaduais e federais eleitos para construir nossa anlise.
O nosso estudo traz a constatao de que os estudos sobre a poltica paraibana e o poder na Paraba, ainda no verticalizaram as anlises na perspectiva dos grupos polticos enquanto elites de poder. Mesmo que alguns estudos tenham abordados a formao dos grupos de poder, cuja caracterstica estivesse voltada para a formao de oligarquias (RODRIGUES, 1989; LEWIN, 1993), ou ainda direcionado a um estudo biogrfico-poltico (CITTADINO, 2007; MELO, 2005), as abordagens tiveram outros enfoques.
Discutimos a poltica paraibana e suas vinculaes partidrias, como ponto de partida para formao das elites polticas estaduais. De certo, temos o entendimento de quais so os grupos de poder e quais consolidam o direcionamento poltico no estado, mas, ainda no discutimos suas formaes na base dos partidos/grupos/representaes; de onde podemos pensar o pertencimento dos que compem ou compam a elite poltica paraibana.
O estudo das elites polticas e partidrias podem esclarecer os processos e a percepo da evoluo do sistema poltico e de poder em um determinado espao; a configurao do habitat das conformaes e das tramas do poder. Nesta perspectiva alguns autores como: SCOTT, 1997; REMOND, 2003; PERISSINOTO, 2012; HOLLANDA, 2011; tm abordado essas questes com recortes tericos diversos e recorrendo a clssicos como: DAHL, 1997; BOTTOMORE, 1974; BOBBIO, 1986; entre outros, que consubstanciaram estudos para o entendimento das elites polticas. As explicaes sobre a formao das elites polticas no Brasil: SAES, 1994; CARVALHO, 2013; VIANNA, 1930; CODATO, 2015; PERISSINOTTO, 1994; contriburam para a percepo e formao consolidada dos espaos de poder, sem participao efetiva da sociedade, mas, de grupos, de partidos colegiados e de oligarquias.
Os dados quantitativos utilizados na nossa pesquisa tm como base, o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os dados do Tribunal Regional Eleitoral da Paraba (TRE-PB. Tambm utilizamos como fontes outros espaos de atuao poltico-partidria colocados nas memrias, nos discursos e nas prticas polticas, cujos fins foi o estabelecimento de um padro de influncia poltica no estado.
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Surama Conde S Pinto (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)
Sobre maonaria, poltica e sociedade. A Loja Capitular Visconde do Rio Branco: questes para anlise
Resumo:Como podem ser pensadas as relaes entre Maonari...
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Resumo:Como podem ser pensadas as relaes entre Maonaria, sociedade e poltica? Que tipo de documentao a maonaria produz e pode ser utilizada como fonte para os historiadores? Quais recursos metodolgicos podem ser empregados no manuseio das fontes manicas? Que tipo de desafios esse material coloca para os pesquisadores? esse conjunto de questes que sero abordadas nessa comunicao.
Maonaria atribuda grande influncia sobre a vida poltica de diversos pases na histria contempornea do mundo ocidental. As atividades da instituio permanecem, no entanto, largamente envolta em um vu de mistrio. Em grande medida, o problema advm das dificuldades de o aos seus arquivos, geralmente no franqueados aos que no pertencem organizao.
No Brasil, a maonaria granjeou notria influncia ao longo dos sculos XIX e XX, contou em seus quadros com proeminentes figuras polticas que tiveram atuao destacada seja no processo de Independncia, seja ao longo do perodo monrquico, seja na Repblica. Pouco se conhece, no entanto, sobre o acervo de uma das Lojas mais importantes do pas, sediada na cidade do Rio de Janeiro: a Loja Capitular Visconde do Rio Banco.
Com base em documentao indita, a pesquisa desenvolvida sobre a referida Loja, com recursos do edital da FAPERJ de Apoio s Instituies de Ensino e Pesquisa Sediadas no Estado do Rio de Janeiro, suscitou as questes indicadas acima. A ao envolveu a recuperao e preservao do acervo da referida instituio, constituda por atas e livros de presena da venervel Loja capitular Baro do Rio de Branco. Para a histria do Rio de Janeiro, havia uma grande lacuna no uso de tais documentos e, por conseguinte, na compreenso dos modos pelos quais esse conjunto documental pode contribuir para o avano do conhecimento historiogrfico, em especial no perodo de transio da monarquia para a Repblica e durante o novo regime. Ao inventariar questes relacionadas poltica e sociabilidades manicas, abordamos preocupaes convergentes de especialistas nos campos da histria poltica, da religio e social do perodo imperial e republicano, tendo em vista que a instituio, de perfil no negacionista, congregou tanto figuras polticas proeminentes quanto cidados comuns.
No temos a pretenso de dar uma resposta acabada a cada uma das questes levantadas nesse resumo, mas propor uma reflexo sobre caminhos que pesquisas dessa natureza podem trilhar.
Esta comunicao apresenta, assim, como proposta realizar uma discusso sobre os procedimentos metodolgicos e usos de fontes manicas. Nosso intento ainda produzir uma reflexo preliminar sobre as relaes entre maonaria, poltica e sociedade na cidade do Rio de Janeiro, entre fins do perodo imperial e ao longo da Repblica.
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ST - Sesso 3 - 19/07/2019 das 08:00 s 12:00 4c3kw
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Anderson Vargas Torres (UFRGS)
O Partido Libertador e a Terceira Repblica (1945-1964): Apontamentos Iniciais
Resumo:O presente trabalho tem como objetivo apresentar a...
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Resumo:O presente trabalho tem como objetivo apresentar algumas consideraes iniciais de pesquisa sobre a formao e a atuao do Partido Libertador (PL), bem como a trajetria de suas lideranas durante a Terceira Repblica brasileira entre 1945 e 1964. Essa agremiao, originada no Rio Grande do Sul a partir da unio das oposies ao Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) nos fins da Primeira Repblica - a sua fundao data de 1928 - foi, assim como todos os partidos at ento existentes, extinto em 1937 com a ascenso do Estado Novo (1937-1945). Durante o governo ditatorial de Getlio Vargas, os libertadores se dividiram entre os que apoiaram o governo estadonovista e aqueles que se afastaram desse regime. O PL ressurgiu com a democratizao de 1945 sob o comando de uma liderana histrica da primeira fase do partido (1928-1937) e opositor de Vargas, o mdico Raul Pilla. Marcadamente antigetulista, o partido teve atuao destacada no Rio Grande do Sul entre as dcadas de 1940 e 1960, consolidando-se como terceira fora partidria estadual ao longo daquele perodo e destacando-se, ao lado do Partido Social Democrtico (PSD) e da Unio Democrtica Nacional (UDN) - partidos aos quais se aliou a partir da eleio para prefeitura de Porto Alegre/RS, em 1951 - como opositor ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) no Rio Grande do Sul. Todavia, em nvel nacional, os libertadores tiveram menor salincia, sendo considerado uma agremiao pequena e de corte regional, uma vez que sua fora eleitoral era restrita ao territrio gacho. A produo acadmica existente sobre o PL e sobre o sistema partidrio de 1945-1964 tem enfatizado as caractersticas ideolgicas desse partido tal como a herana histrica do perodo pr-1930, a defesa do sistema parlamentarista e a sua linha elitista e antitrabalhista, mas pouco atentou para as trajetrias das suas lideranas partidrias, assim como para as estratgias eleitorais e disputas polticas com as quais o partido se envolveu durante a Terceira Repblica e seus conflitos internos. Pretende-se aqui trazer tona esse novo olhar analtico sobre o PL a partir dos primeiros resultados dessa pesquisa, em que busca-se notar o protagonismo desse partido poltico no apenas por seus princpios e valores doutrinrios, mas tambm por suas aes na luta poltica. Para essa anlise preliminar se far uso de fontes impressas como os jornais porto-alegrenses Dirio de Notcias e Correio do Povo publicados durante o perodo j mencionado, de documentos do arquivo pessoal de Raul Pilla, de dados eleitorais disponibilizados pelo Ncleo de Pesquisa e Documentao da Poltica Rio-Grandense (NUPERGS/UFRGS) e de fontes biogrficas como as memrias de polticos libertadores.
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Caio Csar Vioto de Andrade (UNESP - Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho)
Repensando o Estado enquanto objeto: histria da istrao pblica e histria poltica
Resumo:No presente trabalho, pretendemos explorar e anali...
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Resumo:No presente trabalho, pretendemos explorar e analisar as especificidades da histria da istrao pblica no mbito da histria poltica, tendo o Estado como objeto principal. Tambm temos como objetivo ressaltar a autonomia relativa da histria da istrao pblica diante da histria poltica, mas, ao mesmo tempo, procurando possibilidades de contribuio da ltima com a primeira.
Uma das principais referncias sobre o assunto o artigo de Frederico Lustosa da Costa e Elza Marinho Lustosa da Costa (2016), que trata da incipincia do tema e das diferenas entre histria da istrao pblica e histria poltica, salientando a autonomia relativa da primeira. Os autores apontam quatro imperativos metodolgicos que possibilitam tratar o objeto com mais preciso e singularidade: 1) Desglobalizao: evitar tratar o Estado como um todo coerente, um bloco unificado; 2) Hierarquizao: integrar e hierarquizar os diversos nveis de apreenso do fenmeno, procurando dar conta das especificidades nacionais; 3) Articulao: diante do fato de que o Estado no apenas um aparelho istrativo, mas tambm uma forma poltica abstrata, necessrio articular questes objetivas com ideias e representaes sociais; 4) Totalizao: consiste em evitar o tratamento da histria do Estado como a soma das histrias de suas partes (Ministrios, esferas de poder, etc), mas dar-lhe sentido a partir da anlise dentro de um conjunto.
Alm dessas consideraes, abordaremos o tema a partir de trs outras possibilidades de abordagem: poltica, linguagem e instituies. Na primeira, a partir de autores como Remond, Berstein e Rosanvallon, pretendemos colocar a histria e a cultura poltica numa perspectiva de maior durao, salientando a forma pela qual as sociedades, em especial nos momentos de crise, colocam respostas polticas aos problemas concretos, e sobre como as ideias e o pensamento poltico se relacionam com as experincias e problemas polticos reais.
Sobre a questo da linguagem, trataremos o tema a partir do contextualismo lingustico, de Skinner e Pocock e das consideraes da autora Ana Cludia Capella sobre o papel das ideias na formao das agendas de reformas e da linguagem na istrao pblica.
Por fim, trataremos da anlise neoinstitucionalista, a partir de autores como Douglass North e da recente obra Brazil in Transition (ALSTON et al., 2016), que permite colocar o tema numa perspectiva de trajetria, observando as mudanas de crenas dos principais atores polticos e econmicos nos momentos de crise, que abrem janelas de oportunidade, permitindo mudanas institucionais (das regras do jogo), na medida em que ocorre a ao catalisadora das lideranas polticas.
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Jonathas Duarte Oliveira de Souza (UFPE)
Tecnologias de poder e controle da questo agrria brasileira: o INCRA e a SUDAM
Resumo:A reestruturao de instituies, como o INCRA e a...
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Resumo:A reestruturao de instituies, como o INCRA e a SUDAM, no mbito da Ditadura Militar de 1964, obedeceu a imperativos fundamentais de progresso e segurana nacional. Essas reestruturaes tinham por objetivo simplificar a estrutura istrativa, para que a interveno militar sobre os territrios da unio destaque para a Amaznia Legal pudesse ser realizada de forma rpida e eficaz.
Essa burocracia estatal era encarregada de conceder incentivos fiscais, normatizar, e regularizar o o terra. Durante o regime militar, tiveram funes relativas Reforma Agrria, amplamente propagandeada pelos meios de comunicao como soluo do vazio demogrfico na Amaznia e da falta de terras no Nordeste. No entanto, de acordo com Martins (1984) e Guimares Neto (2011), a Reforma realizada nos termos militares provocou mais a despolitizao da luta pela terra no Nordeste e a militarizao da questo agrria, do que a democratizao do o terra.
Ao verificar, na historiografia, como esse processo envolveu a desapropriao e a explorao de determinados grupos sociais (GOMES, GUIMARES NETO, 2018), (GUIMARES NETO, JOANONI NETO, 2018), desnaturaliza-se a apresentao do milagre econmico como promotor de bem-estar social, bem como a narrativa oficial do carter positivo das aes governamentais, ao mostrar como a efetivao de determinadas polticas serviu para a o recrudescimento da ordem fundiria e dos interesses do capital financeiro no Brasil. Desta forma, este trabalho tem por objetivo analisar como representantes do INCRA e da SUDAM se endereavam populao, a partir do Jornal do Brasil, em relao ao processo de abertura da Amaznia e o que haveria de positivo com as intervenes no territrio, realizadas em conjunto com a iniciativa privada; investigar os discursos institucionais que autorizavam a participao da iniciativa privada no processo. Alm disso, interrogar as noes que fomentavam os conceitos de justia social e uso racional da terra da racionalidade militar, institudos pelo Estatuto da Terra de 1966.
Ao questionar o percurso dessas instituies, pode-se verificar um modelo de governo baseado em prticas bem especficas, que utilizam a populao para atingir seus objetivos; verifica-se um tipo de dominao que se exerce sub-repticiamente, socialmente legitimada, mas que afirma uma ordem de explorao e um modelo de desenvolvimento bem conhecidos do sistema capitalista. Dito isto, evoco concepes foucaultianas de dispositivo e tecnologias de poder como forma de potencializar a escrita da histria dessas instituies.
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Leticia Sabina Wermeier Krilow
IMPRENSA E POLTICA: massa, povo e elite poltica nas pginas da grande imprensa carioca (1955-1960)
Resumo:O presente trabalho objetiva analisar como os jorn...
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Resumo:O presente trabalho objetiva analisar como os jornais Correio da Manh, Jornal do Brasil, O Globo e ltima Hora representaram, em seus respectivos editoriais, na segunda metade da dcada de 1950 (1955-1960), a elite poltica, o povo e a massa. Tal proposta se justifica ao considerarmos as expressivas intervenes na poltica nacional da chamada grande imprensa brasileira, no perodo ps 1945 at o Golpe de 1964. Perodo de intensas transformaes, quando, o prprio jogo poltico a por rearticulaes, geradas pela ampliao do eleitorado que parece ser captado eleitoralmente por grupos diferentes dos poderes tradicionais. Bem como, tem-se a reformulao na imprensa carioca, quando alguns dos principais jornais da Capital Federal modernizaram-se grfica, editorial, lingustica e empresarialmente, ao adotarem, ao menos discursivamente, o modelo norte-americano de jornalismo, movimento, que parece conduzir a um reforo dessa instituio no debate pblico. Entretanto, existe uma escassez de pesquisas que abordem o pensamento poltico da imprensa brasileira. Haja vista que, normalmente, os jornais brasileiros do perodo so tratados como meros reprodutores de discursos produzidos em outras reas como poltica, filosofia, sociologia -, e, as pesquisas sobre o tema centram-se na identificao da ligao poltico-partidria dos jornais (de forma direta), sem a preocupao em compreender a percepo desses jornais sobre a poltica, geralmente considerando o universo jornalstico como subordinado ao poltico, ou como simples meio atravs do qual os demais grupos sociais articulam suas disputas pelo poder. Nesse sentido, utilizamos o conceito de Campo de Produo Ideolgica, isto , um referencial, que permita que se conceba uma relativa autonomia das produes simblicas/culturais, nas quais encontra-se o jornalismo, e, que compreenda, tambm, como os jornais relacionavam-se entre si e como respondiam s presses externas, especialmente no que se refere poltica, relao que no pode ser vista hierarquicamente ou como mera subordinao dos jornais a partidos ou grupos, mas sim de forma dinmica. Dessa forma, ao se analisar quais ideias e conceitos polticos foram mobilizados por estes dirios para compreender e representar discursivamente a elite poltica, o povo e a massa, pretende-se contribuir no apenas para a compreenso da percepo sobre a poltica criada e difundida pelos jornais escolhidos, mas de modo mais profundo, objetiva-se compreender como o Correio da Manh, Jornal do Brasil, O Globo e ltima Hora representaram o poltico, ou seja, esse lugar, mais amplo, onde se articulam o social e sua representao.
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Luiz Carlos dos Santos (Colgio Violeta Costa)
A constituio do poder local. A famlia Tavares Cavalcante no cenrio poltico PB.
Resumo:Este trabalho se trata de uma pesquisa de fundamen...
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Resumo:Este trabalho se trata de uma pesquisa de fundamental importncia no tocante a um estudo sobre a famlia Tavares Cavalcante, que em finais do sculo XIX e na primeira metade do sculo XX desenvolveu um papel significativo no cenrio poltico da cidade de Alagoa Nova PB e no cenrio poltico estadual. Uma famlia muito influente que exercia uma funo muito importante nas decises locais no tocante a politica. Os Tavares Cavalcante foram quase tudo no Estado da Paraba, mas no foram diferentes dos polticos de seu tempo e no foram diferentes das famlias abastardas com poder na regio. Foram mandatrios que se articulavam em seu meio buscando apoio e ao mesmo tempo negando apoio no intuito de se preservarem no poder. Sabemos que o poder pode ser uma coisa herdada, portanto os filhos herdavam de seus pais grande parte deste poder e alguns filhos da famlia Tavares deram continuidade aos mandos e desmandos. Portanto, a definio de poder que eles tinham no podia ser separada da organizao de um campo onde as foras que agiam eram instveis e que estavam sempre sendo reclassificadas. O poder na verdade pode ser visto como uma forma de recompensa daqueles que sabem explorar os recursos de uma situao, tirar partido das ambiguidades e das tenses que caracterizam o jogo social. A famlia Tavares por muitos anos reunia em suas propriedades figuras do alto escalo da poltica estadual e local e nestas reunies eles tomavam decises importantes que em muitos casos eram decisivas para as campanhas. Portanto um trabalho que nos permite estudar a historicidade de instituies, aqui podemos citar a instituio famlia, sendo assim, o trabalho segue a perspectiva de trabalhar com o campo dos conflitos e tenses que so marcados pelas tticas e estratgias de poder que envolvem as famlias paraibanas. Sendo assim trabalhar com a famlia Tavares Cavalcante desenvolver reflexes acerca das problematizaes para a investigao das experincias sociais e polticas. O trabalho permite fazer um dilogo com a Nova Histria Poltica, um campo que se faz em aberto, sem fronteiras ora se retraindo, ora se dilatando, uma Histria Poltica que agora realiza intercesso com outras reas, podendo assim ser chamada de Nova Histria Poltica. Sendo assim, ela tambm ocupa atualmente um lugar especial na histria da historiografia, uma nova proposta que emergiu no sculo XX se revitalizando ainda mais a partir de suas ltimas dcadas com o desenvolvimento de novos trabalhos. Devo lembrar que a pesquisa historiogrfica, mesmo tomando como objeto de estudo uma pequena comunidade como Alagoa Nova-PB, ou uma regio de menor expresso, tem um valor universal no sentido de que os usos desse ou daquele mtodo, dessa ou daquela escola histrica sejam importantes.
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Marco Aurlio Vannucchi Leme de Mattos (DOC-FGV)
Estado, capitalismo e profisso
Resumo:A modernizao da economia e do Estado brasileiro ...
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Resumo:A modernizao da economia e do Estado brasileiro tem sido examinada pela historiografia e pelas cincias sociais em vrios de seus aspectos: urbanizao, relaes de trabalho no campo, incorporao dos trabalhadores poltica, industrializao. O presente paper prope-se a analisar uma dimenso menos explorada: a do impacto desses processos sobre as profisses, especialmente a advocacia. As metamorfoses pelas quais aram os advogados giraram em torno de trs eixos: a diversificao das condies de trabalho e de posicionamento poltico-ideolgico da categoria profissional; a inflao de advogados no mercado de trabalho e a demanda de um novo perfil profissional. A elite dos advogados, por meio de suas entidades, respondeu nova situao, com resultados distintos. Logrou garantir seguridade social aos advogados, porm no foi capaz de impedir a ampliao do ensino jurdico. Ademais, foi obrigada a assumir a pauta sindical, sob risco de perder legitimidade no interior da categoria profissional.
A consolidao da modernidade industrial no Brasil foi acompanhada de mudanas significativas no mbito das profisses. O eixo dinmico do mercado de trabalho foi deslocado do setor agrcola para o de prestao de servios e comrcio, que se tornou o principal gerador de novos empregos. Necessidades emergentes para a gesto do Estado e do capital privado transformaram profisses tradicionais e criaram novas ocupaes. Em paralelo, o ensino superior, ainda que preservado como privilgio das classes alta e mdia, conheceu uma ampliao indita no pas.
Nesse quadro, os advogados foram desalojados de determinadas atividades profissionais em benefcio de novos especialistas, como economistas, es e cientistas sociais. Por outro lado, ocuparam uma parte dos postos abertos pelo desenvolvimento do Estado e da economia. A advocacia liberal permaneceu como o paradigma dominante na profisso, mas o assalariamento dos advogados avanou significativamente. Deste modo, as clivagens em termos de situao de trabalho e de ideologia acentuaram-se no interior da categoria profissional, dificultando a elaborao de uma pauta corporativa que atendesse aos interesses de todas as fraes da advocacia.
Ameaada no seu papel de porta-voz da categoria profissional, a Ordem dos Advogados combateu os sindicatos de advogados que pretendiam representar os setores subalternos da profisso. Para tanto, foi vital que assumisse uma agenda sindical.
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Reinaldo Lindolfo Lohn (UDESC)
A redemocratizao do Brasil e suas conexes internacionais: a imprensa portuguesa como espao de debates do processo poltico brasileiro (1974-1979)
Resumo:Esta comunicao objetiva apresentar os delineamen...
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Resumo:Esta comunicao objetiva apresentar os delineamentos parciais de uma pesquisa em andamento que focaliza aspectos das conexes internacionais da chamada transio democrtica brasileira ao fim da dcada de 1970. Por meio da investigao histrica de peridicos portugueses que circularam entre 1974 e 1979 tem sido possvel perceber que a abertura poltica, ainda durante a ditadura militar, envolveu a afirmao de um repertrio narrativo que circulou entre Brasil e Portugal. No perodo, o pas ibrico tornou-se palco de intensos debates dos setores oposicionistas brasileiros acerca de formas para a transio poltica, envolvendo remanescentes da esquerda armada, setores liberais, lideranas do Partido Comunista, trabalhistas e os que se aproximaram da organizao Internacional Socialista. Aps a chamada Revoluo dos Cravos, o Brasil e sua ditadura aram a ser abordados criticamente na grande imprensa portuguesa, bem como nos peridicos de organizaes polticas, com ampla diversidade de posies. Em impressos como Dirio de Notcias, Expresso, Dirio de Lisboa, O Dirio, Pgina Um, Voz do Povo, A Capital, A Luta, Avante e Portugal Socialista, alm daqueles diretamente produzidos por exilados, como Amnistia e Amrica Latina, notvel o interesse pela redemocratizao do Brasil em Portugal. Isso despertou a ateno dos rgos de represso do regime autoritrio, em particular o Centro de Informaes do Exterior (CIEX), o qual recebeu inmeros relatrios da Embaixada Brasileira em Lisboa referentes ao importante espao adquirido naquele pas pelas foras oposicionistas e seus apoiadores locais, constituindo-se numa frente de informaes internacional. possvel identificar que estava sendo construdo um repertrio narrativo e poltico sobre a democratizao que alimentou os oponentes do regime brasileiro, em particular aqueles que giraram em torno da promoo da cidadania e dos direitos civis, numa perspectiva que ampliava a discusso sobre a democracia para alm das fronteiras nacionais. A discusso ainda envolve o domnio da Histria do tempo presente, ao acentuar a emergncia qualificada e os novos contornos historiogrficos do chamado campo do poltico, em particular a dimenso das culturas polticas, como territrio privilegiado para a compreenso dos fenmenos sociais que marcam a sociedade brasileira atual, na perspectiva de uma abordagem que visa explorar as conexes internacionais do processo de redemocratizao brasileiro.
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Rodrigo Abraho Moiss da Silva (IFAL)
Resistncia perdida: os caminhos do Partido Socialista Brasileiro em Alagoas 1985-2002
Resumo:Procuramos nesse trabalho analisar e avaliar a atu...
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Resumo:Procuramos nesse trabalho analisar e avaliar a atuao do Partido Socialista Brasileiro (PSB) em Alagoas desde o incio do processo de redemocratizao at a sua chegada ao poder e seu desempenho diante a mquina estatal. Designadamente, destacamos o perodo governado pelo PSB, representado na pessoa do ento governador Ronaldo Augusto Lessa Santos, entre 1999-2002, quando do seu primeiro mandato como chefe do executivo estadual.
Entre 1985 e 1992, a esquerda alagoana sofreu cinco derrotas eleitorais. A primeira delas, em 1985, com a conquista da prefeitura de Macei pelo Partido do Movimento Democrtico Brasileiro (PMDB), pois o governo de Djalma Falco, prefeito eleito, foi caracterizado pela ausncia de objetividade e de prioridades. A segunda derrota da esquerda teria ocorrido nas eleies para governador do Estado em 1986, onde coligao PSB/PT/PCB/PDT/PL lanou o nome de Ronaldo Lessa, mas que foi duramente derrotada saindo vitorioso nessa eleio Fernando Afonso Collor de Mello, do PMDB. A vitria de Guilherme Gracindo Soares Palmeira, do Partido da Frente Liberal (PFL) para prefeito de Macei em 1988, marcaria a terceira derrocada da esquerda alagoana. A quarta e a quinta runa da oposio ocorreram, respectivamente, com a macia votao, em Alagoas, de Collor de Mello, do Partido da Renovao Nacional (PRN) em contraste com a pequena votao de Lus Incio Lula da Silva (PT) nas eleies presidenciais de 1989, e com a eleio para o governo de Alagoas de Geraldo Bulhes Barros (PFL) em 1990.
O ciclo de derrotas acumuladas desde a redemocratizao alterou-se apenas em 1993 quando Ronaldo Lessa (PSB) venceu as eleies majoritrias na capital alagoana, o que, progressivamente, contribuiu para projetar o seu nome e do PSB em Alagoas garantindo, mais tarde, em 1998 ,a vitria no pleito eleitoral, possibilitando a chegada ao governo estadual no ano seguinte. Entretanto, no analisamos a atuao do PSB em Alagoas tomando como referncia apenas resultados eleitorais. Antes, fez-se necessrio conhecer a estrutura estatal vigente, o processo poltico hegemnico e, sobretudo, o jogo de interesses polticos das elites locais. Nesse sentido, tomamos como hiptese que o PSB, como partido socialista, em seu discurso, assumia uma postura de partido de esquerda, procurando romper com o domnio das oligarquias polticas locais, mas sua atuao frente ao governo do Estado, apesar de alguns avanos, serviu como instrumento poltico para preservar alguns e antigos privilgios do setor sucroalcooleiro e das elites alagoanas.
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ST - Sesso 4 - 19/07/2019 das 14:00 s 18:00 3p493x
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Alessandro Batistella (Universidade de o Fundo (UPF))
A gnese e os anos iniciais do Movimento Democrtico Brasileiro (MDB) no Paran (1965-1969)
Resumo:No presente trabalho pretende-se analisar a gnese...
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Resumo:No presente trabalho pretende-se analisar a gnese e os anos iniciais do Movimento Democrtico Brasileiro (MDB) no Paran entre os anos de 1965 a 1969. Para tais propsitos, primeiramente pretende-se estudar o processo de implantao do bipartidarismo e a gnese do MDB no Paran, em especial as dificuldades encontradas pelo MDB para estruturar-se como partido poltico, sobretudo em virtude da pouca adeso dos parlamentares paranaenses, uma vez que apenas um senador, 32% dos deputados federais paranaenses e apenas 11,1% dos deputados estaduais optaram em ingressar no partido oposicionista. Nesse sentido, pretende-se verificar quem foram os parlamentares paranaenses que ingressaram no partido - sendo que a maioria provinha do antigo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Em um segundo momento, o foco de anlise ser o MDB e as eleies parlamentares de 1966 no Paran, cujos resultados foram amplamente desfavorveis para o partido oposicionista, consolidando a hegemonia da Aliana Renovadora Nacional (ARENA) no Paran, que ou a deter 100% da senatoria paranaense, 80% dos deputados federais e 82% dos deputados estaduais. Como o deputado federal Miguel Buffara, primeiro presidente do MDB paranaense, no conseguiu se reeleger, ocorreu um processo de renovao da Comisso Executiva estadual do partido em 1967, que ou a ser presidido pelo deputado federal Renato Celidnio. Posteriormente, ser verificada a importante relao do MDB paranaense com a Frente Ampla (1966-1967), uma vez que a seo estadual do Paran foi o primeiro diretrio a oficializar o seu apoio e adeso ao movimento de oposio ditadura, que, inclusive, organizou um dos seus primeiros grandes comcios pblicos na cidade de Maring/PR. Em seguida, pretende-se analisar a decretao do Ato Institucional n 5 (AI-5) e o processo de cassaes de parlamentares do MDB paranaense, que perdeu as suas duas principais lideranas (os deputados federais Renato Celidnio e Lo de Almeida Neves, que haviam liderado a Frente Ampla no Paran). Por fim, pretende-se abordar a reorganizao do MDB do Paran aps o AI-5 e a ascenso presidncia do partido do deputado estadual Jos Alencar Furtado, que posteriormente seria eleito deputado federal em 1970 e 1974 e se tornaria uma das principais lideranas nacionais do partido, integrando o grupo dos autnticos do MDB".
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Altemar da Costa Muniz (UECE)
Universidade do Porto e as memrias ps ditadura em Portugal (1975-2011)
Resumo:A Universidade do Porto foi fundada no ano de 1911...
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Resumo:A Universidade do Porto foi fundada no ano de 1911. Segundo seu site, na sequncia da implantao da Repblica em Portugal, implantada em 05 de outubro de 1910. Se origina nas vrias escolas que surgiram no sc. XVIII que envolviam conhecimentos de Navegao, Medicina e Belas Artes, com as faculdades de Cincias e Medicina. Entretanto, segundo o site oficial da UP, O crescimento da U.Porto seria, contudo, condicionado durante o Estado Novo, regime poltico autoritrio que vigorou em Portugal entre 1926 e 1974. Destaca-se a extino da Faculdade de Letras em 1928, seis anos depois de implantada a Ditadura, e se reala seu ressurgimento apenas no ano de 1961. O vis anti-autoritrio que a UP quer rear em seu site se refora com o trecho Aps a revoluo de Abril de 1974, a U.Porto entra novamente numa rota de crescimento que prossegue at atualidade . O site destaca ainda que com a implantao da Ditadura Militar (1926) e, posteriormente, do Estado Novo (1933), aumenta o controle do Estado sobre as universidades portuguesas impondo limitaes em suas autonomias. A Universidade do Porto viu o afastamento compulsrio de vrios professores por motivos polticos, destacando o episdio simblico da expulso de Abel Salazar, professor histrico da Faculdade de Medicina. Alm de Abel Salazar, foram vtimas do regime ditatorial do Estado Novo Lus Neves Real, Antnio Barros Machado e Henrique Vtor Ziller Perez. Tiveram seus contratos rescindidos por terem assinado um Protesto s autoridades acadmicas. Destacam ainda o afastamento, em 1947, dos matemticos Ruy Lus Gomes, Laureano Barros e Alfredo Pereira Gomes, por terem enviado uma carta ao Governo em que protestavam contra a priso de uma estudante. Outra fonte da pesquisa foi a Revista do curso de Histria da FLUP (Faculdade de Letras da Universidade do Porto). A edio Histria anual e teve inicio no ano de 1970. Parou a publicao em 1974 e retorna em 1984 permanecendo at hoje. A UP aparece em poucos artigos como objeto de estudo.No repositrio digital do site da UP encontramos muito material oficial, fotos e recortes de jornais. No perodo das comemoraes do Centenrio em 2011, a UP, atravs de sua editora, publicou e republicou vrios ttulos sobre sua Histria, normalmente de vis muito encomistico. Uma dela nos chamou a ateno: Cem anos. 100 palavras. Nele foram publicados os microcontos premiados num concurso promovido pela UP, onde professores, funcionrios e estudantes, escreviam sobre a Histria da UP em 100 palavras, uma referncia a uma Histria pblica da instituio bem como a viso subjetiva dos autores.
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Cristiane Mare da Silva (Secretaria de Estado da Educaao de SC)
Nelson Mandela e a Dignidade da Poltica: os anos da presidncia na frica do Sul (1994/1997)
Resumo:Na presente comunicao, fruto de minha pesquisa p...
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Resumo:Na presente comunicao, fruto de minha pesquisa para tese de doutorado em Histria na Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo, pretendo refletir sobre as experincias de Nelson Mandela, na sua condio de presidente da frica do Sul, entre 1994/1999. Na luta para efetivar o projeto poltico de uma frica do Sul multicultural, Madiba, um dos seus nomes africanos, pode ter nos legado lies polticas que extravasam as fronteiras sul africanas. Seus esforos para superar o Regime do Apartheid, nos possibilita apreender momentos orientadores para a luta pela igualdade, exerccio da tolerncia e a defesa dos direitos humanos, no apenas em frica, mas onde existam conflitos raciais/coloniais inerentes expanso do Mundo Ocidental. Atualizando seus horizontes polticos, a governana da frica do Sul no final do sculo XX, foi possvel por meio da mobilizao dos valores culturais, desde a ancestralidade de suas tradies orais, uma vasta leitura da produo intelectual ocidental, ainda na priso e experincias acumuladas por Nelson Mandela e seus companheiros, ao longo de 70 anos de vida pblica. Entendemos que as engenhosas formas de dominao poltica na Modernidade, em suas combinaes entre terror, burocracia, racismo, como nos lembra Hannah Arendt, fortalecidos universos neoliberais, liderados por Ronald Reagan e Margaret Thatcher, foram enfrentados com um projeto democrtico, respaldado em vivencias comunitrios que no foram abalados pelo trfico, colonialidade e pela emergncia de conflitos (relacionados organizao do estado nao em frica do Sul). Diante da violncia de seus opositores, ele prope a persuaso, numa poltica de ganha-ganha, que se tornou internacionalmente conhecida como Umbuntu, eu sou porque ns somos. Nosso estudo tem por fontes as cartas da priso, publicadas recentemente, bem como A cor da liberdade: os anos da presidncia de Nelson Mandela e Mandla Langa (2018), fontes da imprensa sul africana e documentos oficiais disponibilizados digitalmente. Inspirados pela leitura de autores, Hannah Arendt, Entre o ado e o futuro, As origens do Totalitarismo e Liberdade para ser livre, Michel Foucault Em defesa da Sociedade (2016) e Achille Mbembe Necropoltica (2018).
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Gustavo Henrique Kunsler Guimares
Siegfried He e o processo de formao do MDB no Rio Grande do Sul (1964-1966)
Resumo:O presente trabalho um desdobramento de uma pesq...
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Resumo:O presente trabalho um desdobramento de uma pesquisa de mestrado, que tem por objetivo analisar a trajetria poltica de Siegfried Emanuel He. O estudo dialoga com pesquisas voltadas Histria Poltica, com nfase em Histria Poltica do Rio Grande do Sul. Ao pesquisar a partir de tal campo historiogrfico, entende-se a necessidade de analisar a conjuntura do objeto de estudo abordado, a fim de compreender suas nuances e especificidades, atentando para os atores e discursos apresentados no perodo. Nesse sentido, a presente comunicao tem por objetivo analisar a trajetria poltica de Siegfried Emanuel He, dando nfase ao perodo de transio entre o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Movimento Democrtico Brasileiro (MDB). Cabe salientar que Siegfried He foi o ltimo presidente da executiva petebista no Rio Grande do Sul e primeiro presidente emedebista no estado.
Para viabilizar a proposta se utiliza dois jornais de circulao em Porto Alegre no perodo, o Correio do Povo e o Dirio de Notcias. A abordagem metodolgica das fontes tem como base uma anlise qualitativa, considerando a proximidade das notcias sobre He e a pertinncia das mesmas para a presente comunicao. Tecendo apontamentos a partir de noes de campo poltico de Pierre Bourdieu e de discurso das mdias de Patrick Charaudeau, procura-se analisar a incidncia de publicaes relacionadas a Siegfried He. Busca-se, ento, problematizar a conjuntura instaurada a partir do golpe de 1964, sobretudo no que refere ao Ato Institucional n2, que entre outras determinaes, norteou a criao do sistema bipartidrio, organizado sob as legendas do partido de apoio ao regime ditatorial, a Arena Nacional Renovadora (ARENA) e como partido de oposio o Movimento Democrtico Brasileiro (MDB).
Neste sentido, o trabalho prope problematizar a organizao do Movimento Democrtico Brasileiro, analisando a constituio da primeira executiva estadual do partido, e a liderana de Siegfried He enquanto presidente da agremiao. Procura-se explorar a configurao do partido, visto que o mesmo aglutinava polticos oriundos de diferentes agremiaes que fizeram oposio ao golpe civil-militar. Por fim, busca-se examinar quais elementos permitiram que Siegfried He estivesse frente desse grupo, atentando para questes internas do partido que refletiram na organizao da agremiao para as eleies de 1966.
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Iamara Silva Andrade (Secretaria Estadual da Educao)
Mdia, Revoluo Russa e cobertura jornalstica (1917-1918)
Resumo:O objetivo desse trabalho apresentar como a impr...
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Resumo:O objetivo desse trabalho apresentar como a imprensa brasileira divulgou as notcias da Revoluo Russa entre 1917 e 1918, delineando as vises sob a Rssia presentes na trajetria poltica do Brasil. A hiptese inicial que a grande imprensa brasileira construiu leituras sobre a Rssia, muito antes do incio da experincia sovitica, que atuaram na elaborao das anlises e perspectivas sobre a experincia histrica da Revoluo Russa. A constatao inicial de notcias sobre a Revoluo Russa expe dispositivos prprios com formatos e estratgias que exigem uma anlise detalhada das suas formas e sentidos, colaborando com a aproximao e divulgao dessas fontes histricas, a fim de qualificar a compreenso da influncia no Brasil dessa experincia poltica que desenhou a face do sculo XX. Consideramos o relato jornalstico da Revoluo Russa como uma ao que transforma o acontecimento em notcia em um processo de recriao do fato, que ao ser diariamente divulgado constituiu uma imagem dessa experincia. Assim nos interessa compreender os marcos temticos presentes na elaborao dessa identidade investigando o jornal como produo scio-histrica. O jornal pertence rede de informaes que comeou a tecer-se em torno de nosso globo no sculo ado e o envolve em um fluxo imaterial em perptua modificao. Uma rede que no impe ao mundo apenas uma interpretao hegemnica dos acontecimentos, mas a prpria forma do acontecimento. Dessa forma, em um breve panorama do noticirio acerca da Revoluo Russa possvel observar como a investigao desse contedo jornalstico pode indicar vestgios das formas como a imprensa brasileira construiu sua abordagem, consolidando valores, opinies, ideias polticas, que peram pela histria social do Brasil at o tempo presente, influenciando as escolhas e o pensamento da sociedade brasileira. Para tanto, sero apresentados alguns resultados iniciais da pesquisa de doutorado em andamento, utilizando os recursos de pesquisa qualitativa por meio do Software NVivo, em um temtico sobre a cobertura miditica brasileira acerca da Revoluo Russa nos anos de 1917 e 1918 a partir do jornal Correio Paulistano .
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Michelly Pereira de Sousa Cordo (UFCG - Universidade Federal de Campina Grande)
Atuao de Tancredo Neves na "transio": oposio, conciliao, acomodao
Resumo:Esta comunicao prope reflexes suscitadas de hi...
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Resumo:Esta comunicao prope reflexes suscitadas de hipteses que venho investigando para a produo da tese de doutorado em que estudo a atuao poltica de Tancredo Neves na ditadura durante o processo de transio (1979-1985). Uma delas diz respeito ao recurso que fez da tribuna do Congresso Nacional para, de um lado, promover oposio ao arbtrio, censura, estatizao da economia e a outras pautas liberais; uma outra aponta para os jogos de acomodao, dialogando com Rodrigo Patto de S Motta (2014), que estabeleceu com a ditadura e que so observados na defesa que fez de polticas dos governos Geisel e Figueiredo e para a condenao a pautas por ele consideradas radicais no interior do MDB. A nfase recair sobre a atuao de Tancredo Neves nos debates em torno das reformas institucionais do governo militar no final dos anos de 1970, em especial aquelas que envolveram a lei da Anistia. Vale ressaltar que no campo de disputas pela memria sobre a ditadura na transio, a palavra conciliao saiu vitoriosa como uma expresso da democracia brasileira, sem conflitos. Us-la serviu de atenuante para jogos de acomodao de liberais com o regime, a exemplo do prprio Tancredo, cuja memria social permanece sendo associada ao lder que ps fim ditadura em virtude do recurso conciliao. Por outro lado, havia disputas no interior do MDB, as quais envolviam os chamados moderados e os autnticos e das quais Tancredo foi protagonista na ocasio da eleio para a liderana do partido em maro de 1978, quando venceu o autntico Freitas Nobre. A ala emedebista mais radical se opunha estratgia de acomodao de Tancredo s regras do regime, sendo alvo de seus discursos como lder do partido na Cmara. O objetivo poltico de Tancredo era anular as posies mais contestadoras ao regime, em um cenrio de tensas discusses polticas relacionadas s reformas institucionais, a exemplo da proposta da anistia. Foi nesse sentido que se envolveu na defesa do governo contra a pauta da punio aos torturadores defendida pelos mais radicais, convidando a todos de seu partido para esquecerem o ado. A partir do final da dcada de 1970, no mbito da abertura lenta, segura e gradual, de Geisel, Tancredo Neves a a atuar no Congresso Nacional com discursos efervescentes em defesa das liberdades democrticas, mas sem revanchismos nem contestaes radicais ao governo. Referiu-se a seu partido como trincheira impenetrvel da resistncia democrtica, incorporando um termo historicamente associado esquerda no armada, em especial o PCB; denunciou a censura, o autoritarismo, a ausncia de eleies diretas; por outro lado, acomodou-se a pautas daqueles a quem chamava de governos revolucionrios, condenando movimentos sociais.
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Thiago Costa Juliani Regina
As representaes sobre a unio democrtica nacional na imprensa carioca do segundo governo Vargas (1951-1954)
Resumo:A presente pesquisa pretende analisar como a grand...
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Resumo:A presente pesquisa pretende analisar como a grande imprensa carioca, por meio dos jornais Correio da Manh (CM), Jornal do Brasil (JB) e O Globo (OG), representou a atuao da Unio Democrtica Nacional (UDN), durante o Segundo Governo Vargas (1951-1954).
O candidato da UDN, em 1950, Brigadeiro Eduardo Gomes, e o candidato coligado sigla, em 1955, Juarez Tvora, lanado pelo Partido Democrata Cristo (PDC), foram apoiados pela maioria dos grandes dirios cariocas, por exemplo, O Globo, Jornal do Brasil e Correio da Manh. Nestes pleitos, como nos seguintes, a UDN foi derrotada e os insucessos fortaleceram a ala antidemocrtica dentro do partido, buscando inviabilizar os governos eleitos pelo voto popular (BENEVIDES, 1981, p. 84).
Quando consideramos que o partido opositor mais influente do perodo foi a UDN, torna-se relevante analisar como a atuao dos agentes udenistas, que estavam envolvidos em debates sobre temas de abrangncia nacional, foi representada nos jornais. Primeiro, porque a UDN constitui-se em um caso particular dentre os grandes partidos da poca, uma vez que sua essncia doutrinria se amparava declaradamente no liberalismo poltico, muito embora algumas de suas prticas no fossem compatveis com isso, como nos remete Maria Victria Benevides (1981) ao abordar as ambiguidades do liberalismo udenista. Segundo, porque foi nesse perodo, aps o Estado Novo e com o restabelecimento do regime democrtico, que a imprensa gozou de ampla liberdade de manifestao e tornou-se importante partcipe do jogo poltico, novamente influenciando o debate pblico acerca dos diferentes projetos de governo e sociedade em disputa.
Parte da historiografia concebe os jornais do perodo, no como peridicos informativos, mas como rgos de imprensa poltico-partidrios, pois a imprensa informativa no estilo anglo-saxo (CHALABY, 2003) iria emergir no Brasil somente aps o fim da dcada de 1950. Defende-se que tais jornais eram udenistas ou que seguiam a linha poltico-doutrinria do partido, numa espcie de subordinao do universo dos jornais ao universo poltico (SODR, 1983; RIBEIRO, 2007). Analisando os contedos editoriais sobre os assuntos do novo governo, a hiptese que pretendemos sustentar que no havia total consonncia ou simples udenismo nos trs dirios. As convenincias partidrias da UDN no campo poltico nem sempre coincidiram com as posies da imprensa em destaque. Ademais, consideramos que as convergncias se devem ao compartilhamento de ambos os lados, UDN e jornais, de um acentuado antivarguismo e de uma lgica conservadora, politicamente excludente, na contramo do populismo.
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Wendell Ramos Maia (Universidade de Braslia)
Uma nova interpretao da Guerra Fria: uma etapa no embate entre foras revolucionrias e antirrevolucionrias
Resumo:O intento com este trabalho suscitar uma discuss...
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Resumo:O intento com este trabalho suscitar uma discusso em torno da abordagem que desenvolvi e a interpretao que venho sustentando a respeito daquilo que foi a Guerra Fria ― sem discordar totalmente das colocaes de muitos autores (como George Kennan, John Lewis Gaddis, Caroline Kennedy-Pipe, Gar Alperovitz e etc), que se dedicaram ao tema, e que possuem trabalhos consagrados nesse campo, venho procurado pensa-lo no como um mero desdobramento de fatos recentes, mas como um fenmeno encadeado numa teia, cujas conexes remontam a acontecimentos que tiveram lugar ainda no sculo XVIII ― quando, no Ocidente, se estabeleceu o embate entre as foras revolucionrias e antirrevolucionrias. Partindo dessa perspectiva, toda a discusso sobre quem teria dado o primeiro tiro, isto , quem teria provocado ou iniciado o conflito (o que consumiu as energias de muitos historiadores, levando-os a se digladiarem), perde totalmente o sentido, o que abre caminho para que possamos analisa-la pensando no tanto em seus aspectos mais comezinhos ou a fatos relacionados exclusivamente poltica externa, mas quilo que ela realmente significou. Assim, compreendo e, mais do que isso, venho sustentando que a Guerra Fria deve ser vista como uma etapa no embate entre as foras que protagonizaram e polarizaram a luta poltica no mundo Ocidental desde a Revoluo sa ― as foras revolucionrias e antirrevolucionrias. O Ocidente estava visivelmente cindido na agem do sculo XVIII para o XIX; estava dividido contra si mesmo entre aqueles que, como escreveu Russell Kirk, creem em uma ordem moral transcendente de um lado, e, de outro, todos os que confundem a nossa existncia efmera de indivduos com a origem e o fim de tudo. Ou se preferir: entre aqueles que creem numa ordem moral transcendente, ou que pelo menos so capazes de reconhecer a contribuio dada pelo cristianismo para a Civilizao (mesmo no crendo na Revelao), e os idelogos que, enfastiados com a realidade, se divorciam dela para se refugiar junto de sua doutrina armada. Desse modo, a Guerra Fria seria no um mero desdobramento da Segunda Guerra Mundial, ou o resultado da poltica expansionista de americanos ou soviticos, mas o clmax do embate entre essas foras que concorrem e que cindiram o Ocidente no sculo XVIII, e que atuam ainda em nossos dias. E isso o que pretendo aclarar aqui.
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