ST - Sesso 1 - 16/07/2019 das 14:00 s 18:00 187213
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Danilo Mateus da Silva Pacheco (GOVERNO DO ESTADO DO AMAP)
Memrias da ditadura e Ensino de Histria do Amap
Resumo:Os anos que sucederam a ditadura civil-militar no ...
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Resumo:Os anos que sucederam a ditadura civil-militar no Brasil foram marcados pela tentativa de apagar este ado caracterizado por graves violaes aos direitos humanos. Mesmo diante da publicao de um grande volume de memrias de indivduos que foram vtimas diretas da represso estatal, o Estado brasileiro adotou vrias estratgias no sentido de promover o esquecimento dos crimes de outrora. Amplas polticas de memria tiveram incio apenas na dcada de 1990, com tmidas aes reparatrias. Todavia, o debate relativo ao ado traumtico ganhou intensidade, sobretudo, aps a abertura de parte dos arquivos repressivos que estavam sob o controle das Foras Armadas e, especialmente, aps a criao tardia (2011), pelo governo brasileiro, da Comisso Nacional da Verdade, com o objetivo de esclarecer as violncias de Estado outrora realizadas, na tentativa de efetivar o direito memria e verdade. No ex-Territrio Federal do Amap (delimitao espacial deste estudo), criado em 13 de setembro de 1943, os responsveis pela istrao ditatorial retornaram cena poltica no perodo ps-abertura. Estes ento atuaram fortemente no processo de silenciamento do ado ditatorial desta regio, onde a historiografia pouco produziu sobre o tema e os currculos escolares fizeram pouca referncia ao governo militar. Neste sentido, esta comunicao pretende apresentar os principais resultados da pesquisa que apresentei como trabalho de concluso do Mestrado Profissional em Ensino de Histria da Universidade Federal do Amap, em 2018. Este estudo analisou as memrias da ditadura civil-militar ausentes e presentes no Ensino de Histria do Amap em currculos prescritivos locais e entrevistas com professores de Histria da rede pblica estadual. Ressalta-se que uma das principais justificativas dos professores para a no realizao do estudo da ditadura nas aulas de histria local a carncia de materiais didticos sobre o tema. Tendo isto em conta, esta pesquisa props o uso de relatos orais nestas aulas, compreendendo a importncia dos testemunhos orais para o processo de construo do conhecimento histrico. Trataram-se de oitivas realizadas durante as atividades da Comisso da Verdade do estado do Amap Francisco das Chagas Bezerra (2014-2018). Propusemos algumas diretrizes metodolgicas para o uso destas memrias na escola, visando o processo de construo do saber histrico escolar sobre a temtica da ditadura do ps-64 e a insero consistente dos estudantes nos atuais debates em torno do fortalecimento de prticas democrticas em nosso pas.
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Henry Kristopher Avelino Sousa
Soltando as feras: cultura e resistncia a partir da trajetria profissional e militncia de Joo Saldanha no futebol e na imprensa (1960/1990)
Resumo:A pesquisa prope problematizar perspectivas da ex...
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Resumo:A pesquisa prope problematizar perspectivas da experincia de Joo Saldanha, jornalista e ex-tcnico da seleo brasileira, em sua trajetria de militncia no campo e na imprensa nas dcadas de 1960 a 1990. A partir de fontes que registram o caminho profissional do treinador e escritor de importantes peridicos no pas, jornais e revistas, busca-se analisar sua participao na articulao e dilogo com formas de resistncias presentes no universo do futebol brasileiro durante o perodo da ditadura civil-militar (1964/1985), e seu aps, tendo como referncia conquistas democrticas consolidadas na Constituio Federal de 1988.
Em perodo marcado por fortes contradies, muitos programas esportivos (em rdio, televiso ou cadernos da imprensa voltados para o tema) exerceram a funo de espao de debate em que a conduta dos jogadores era por vezes classificada e julgada conforme um novo padro de normatizao imposto ao futebol, no campo social e empresarial. Joo Saldanha, como jornalista, assume cada vez mais no processo de modernizao o papel de juiz, identificando o problema e solicitando a sano normalizadora. Ponderar resistncias nesse meio saber identificar que nem todo discurso no contexto da crnica esportiva do perodo configura-se como discurso de poder. Saldanha luta contra a disciplina ao realizar um jornalismo preocupado em captar a magia do artista, comprometendo-se com o direito diferena dentro do futebol brasileiro, em vez de usar sua prtica jornalstica como ferramenta para a normatizao do pensamento.
Assume-se aqui tambm a tarefa de pensar esse tema a partir de perspectivas de presente, apostando em uma reflexo crtica de investigao do ado com vistas revalorizao de projetos alternativos de sociedade ento propostos, como forma de se pensar o futuro que almejamos, sobretudo no momento em que fortes retrocessos alcanam hoje grandes setores sociais e parcelas expressivas da classe trabalhadora, inclusive aquela que se dedica ao futebol (importante no esquecer a proposta que se segue ao golpe de 2016 de retirada da atividade de educao fsica do quadro de disciplinas do ensino pblico escolar).
Enfatizar um olhar poltico sobre o tempo presente em pesquisa sobre conjunto documental que relaciona o tema do futebol e a ditadura civil-militar de 1964 traz tambm a preocupao de se alargar perspectivas terico-metodolgicas sobre esse perodo, realidade social no concernida apenas ao estado ou ao poder, tendo sido igualmente deletria no campo da cultura e da destruio de possibilidades de cidadania, com o arrocho salarial, o aumento da instabilidade quanto ao direito ao trabalho, ao lazer, e tambm aos desportos, dimenses igualmente essenciais para a reproduo da vida.
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Luiz Carlos Luna Chorro (Colgio Escola Contempornea)
La lengua de las mariposas: a Guerra Civil Espanhola a partir de uma linguagem flmica
Resumo:Esta comunicao tem por objetivo apresentar os re...
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Resumo:Esta comunicao tem por objetivo apresentar os resultados de uma pesquisa realizada em nvel de graduao - Trabalho de Concluso de Curso, no curso de Histria da Pontifcia Universidade Catlica de Campinas-SP. Este trabalho est sendo aprofundado terico e metodologicamente para ser submetido uma seleo de Stricto Sensu. Pretende-se tratar de compreender de que forma a relao estabelecida entre o professor Don Gregrio e seu aluno Moncho, possibilitou que Don Gregrio em sua prtica pedaggica ensinasse valores contrrios queles defendidos pelos simpatizantes dos ideais nacionalistas/fascistas. Valores os quais, no s mudariam consideravelmente os rumos da Segunda Repblica Espanhola com a derrota do governo republicano de Manuel Azaa Daz mas tambm a vida de Don Gregrio, aps deflagrada a Guerra Civil Espanhola e com o consequente avano do exrcito fascista comandado pelo General Francisco Franco. Buscamos entender ainda, como o filme (produzido em 1999) enquanto arte/linguagem retratou o incio da Guerra Civil Espanhola e como o professor em sua jornada pedaggica tentou conscientizar seus alunos sobre o direito liberdade e democracia na Espanha. Baseado nos contos, La lengua de las mariposas, Carmia e Un Saxo en la niebla, de Manuel Rivas, o filme tenta descortinar os conflitos vividos pela Espanha durante os momentos que antecederam o incio da Guerra Civil e as disputas travadas por alguns setores da sociedade espanhola. De um lado os nacionalistas/fascistas e a Igreja Catlica, de outro os republicanos lutando pela manuteno da Repblica e por todos os avanos sociais que ela representava. A ideia de uma Espanha livre apregoada por Don Gregrio foi, embora sutilmente, em grande medida explorada em seu processo de ensino. A forma de linguagem usada pela indstria cinematogrfica aponta para a maneira como o cinema pode contribuir com o ensino, nos dando condies de estabelecer e discutir a relao entre cinema e Histria, alm de nos ajudar a refletir acerca do uso desta linguagem em nossas prticas pedaggicas. Sem nos esquecermos das especificidades, inerentes a esta forma de linguagem, devemos ter em conta que o cinema no pode ser tomado como uma expresso da realidade, mas como uma tentativa em alguns casos, de representao da realidade. O cineasta em seu intento para mostrar a realidade, traz valores, concepes, prprios de um contexto histrico ao qual os seus idealizadores esto inseridos.
Entre os referenciais tericos destacamos Marc Ferro
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Marcia Juliana Santos (Colgio Mbile)
O uso de charges no ensino de Histria contempornea e do Tempo presente
Resumo:Charges, tirinhas, memes, postagens nas redes soci...
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Resumo:Charges, tirinhas, memes, postagens nas redes sociais so representaes que cada dia mais atravessam o cotidiano escolar. veis, risveis, crticas e cidas essas e outras representaes so publicadas diariamente nas pginas dos jornais, em sites e nas redes sociais. So fontes que tm contribudo para sintetizar inquietaes, transmitir ideias e produzir conhecimento. So textos e imagens portadoras de sentidos e de intencionalidades. Muitas vezes, o discurso contido nessas fontes foi produzido para dialogar com a histria, sobretudo, com temas da histria contempornea. Alm disso, so representaes mais prximas ao cotidiano do aluno.
O objetivo desta comunicao apresentar experincias docentes que desenvolveram em contextos escolares, o uso de charges, memes e outras representaes para debater histria contempornea e assuntos do Tempo presente.
Nas escolas observadas, professores de histria e de outras disciplinas tm incentivado a leitura dessas e de outras fontes com o objetivo de formar cidados academicamente capazes de refletir sobre o ado e o presente.
Nesse sentido, sobre o processo de ensino-aprendizagem Paulo Freire (1921-1997) assertivo quando afirma: J no se pode afirmar que algum liberta algum, ou que algum se liberta sozinho, mas os homens se libertam em comunho. (FREIRE, 2004).
As experincias de ensino que foram analisadas, e que sero apresentadas, revelam uma lista de dificuldades que os professores precisam lidar para enfrentar os desafios de se ensinar histria contempornea na contemporaneidade. Encarar temas altamente polmicos resulta, muitas vezes, em censura e autocensura, alm de questionamentos de toda a ordem. Ditadura civil-militar no Brasil, Revoluo Russa, Stalinismo, Segunda Guerra Mundial, os embates da Guerra Fria, o conflito israelo-palestino e tantos outros temas despertam paixes, convices e embates de toda a ordem na sala de aula, por serem temas mais prximos dos alunos.
A sala de aula um espao, por excelncia, de debates, enfrentamentos, discusses, construes e desconstrues do conhecimento histrico. Quando professores levam fontes no cannicas para o espao escolar, como charges e memes, comprometem de forma mais eficiente o aluno na tarefa de questionar discursos de neutralidade, imparcialidade e revisionismos histricos de ocasio.
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Marcos Antonio da Silva (Universidade de So Paulo (FFLCH))
A "coisa do povo" contra o povo - Ditadura e democracia no Brasil republicano (1889/2018)
Resumo:O tempo histrico no conjunto de datas vazias e...
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Resumo:O tempo histrico no conjunto de datas vazias e sim universo de experincias sociais, es de mltiplas propostas em disputa; as tentativas humanas derrotadas no esto meramente perdidas pois contm demandas em aberto, a serem retomadas ou no - por contemporneos e psteros. E fundamental, no fazer cultural e poltico desde meados do sculo XX, evitar outros Nazismos , que continuam a apavorar o sculo XXI.
No Brasil de 2016 em diante, essa ameaa bate por dentro nossa porta: diante da derrota, a luta poltica e o pensamento crtico podem continuar, os derrotados possuem poderes, so mais que derrotados.
Discuto tradies golpistas e ditatoriais, alm de suas contrapartidas democrticas, na Histria brasileira, visando a refletir sobre o golpe de 2016 e o que se lhe seguiu, sem supor um destino do pas: nenhuma sociedade est condenada a novas ditaduras nem certeza da democracia; os homens fazem sua Histria em condies que no controlam por completo, fazem-na e so feitos por ela, como ensinou Marx no texto sobre o 18 brumrio. Evito encarar a ausncia de cultura democrtica nas elites nacionais como atributo de toda a populao brasileira: a existncia dessa cultura nas camadas populares o grande alvo de golpes e ditaduras. Cultura democrtica muito rara naquela elite; nomes como Lasar Segall, Caio Prado Jr., Jos Mindlin e Eduardo Suplicy, em momentos e contextos diferentes, so poucos exemplos dessa natureza. H, todavia, cultura democrtica de cunho popular no Brasil, inclusive em momentos ditatoriais explcitos: golpes e ditaduras se voltam exatamente contra isso.
Restringirei o debate ao perodo formalmente republicano da Histria brasileira. Houve antes um Imprio escravista, dotado de Constituio outorgada e Poder Moderador (palavra final do monarca nas disputas entre poderes) nada mais longe de democracia e repblica, exceto em lutas cotidianas de dominados por seus direitos e em algumas produes artsticas. Essas obviedades ditatoriais (escravido, constituio outorgada, poder moderador) evidenciam o carter ideolgico de argumentos sobre uma suposta monarquia cidad no Brasil. Escravos e imigrantes, homens e mulheres pobres configuraram elementos de cidadania em construo, contra o monoplio de direitos pela elite, apesar desse monoplio, incluindo a percepo de si como portadores de dignidade e honra. Depois de 1889, muito disso excluso e luta por seu avesso - se manteve.
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Slvio Ricardo Gouveia Cadena (Escola da Aninha)
Clio diante de um novo espelho e as histrias que contam por a: breves reflexes sobre Histria e seu ensino, memria e memes
Resumo:Quais reflexes podemos fazer sobre Clio, musa gre...
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Resumo:Quais reflexes podemos fazer sobre Clio, musa grega da Histria, diante de um novo espelho onde refletida, as mdias sociais? Hoje, frente de uma sociedade conectada e como afirma Martin-Barbero, caracterizada por um ecossistema informativo, a descentralizao dos saberes acaba por fazer-se perder o monoplio acadmico e escolar. Desta forma, o presente trabalho prope algumas reflexes a partir da dissertao Narrativas Digitais e a Histria do Brasil: uma proposio para a anlise de memes com temticas coloniais e seu uso nas aulas de Histria e visa abordar tais peas circuladas na internet como representaes da memria e que podem possibilitar a constituio de sentidos para Histria em inmeros sujeitos que am a web. Sobretudo, pelo que foi possvel averiguar na citada dissertao, aquelas memrias mais cristalizadas e com grande influncia da historiografia tradicional, de culto aos grandes heris e da quase insignificncia aos feitos populares na Histria do pas. Alm disto, a seleo de memes com recorte temtico/cronolgico do Brasil enquanto colnia, difundidos na mdia social Facebook, mostra-se de grande relevncia para a compreenso de muitas de nossas experincias na atualidade, onde o ado, de maneira ferrenha, busca por se fazer presente. A partir dos memes selecionados possvel tecer anlises acerca da forma como o pretrito est sendo mobilizado. Ora com a pretenso de responder as demandas de nossa contemporaneidade, em uma tentativa de explicar os porqus de dados acontecimentos, ora como parmetro para nossos dias, ou apenas se utilizando do humor. No obstante, tambm possvel verificar o uso poltico em algumas destas peas memticas, haja vista o momento experimentado e que foi empregado na coleta dos memes (janeiro de 2014 a maro de 2017). Tais fontes devem ser compreendidas como narrativas histricas responsveis por gerar recepes acerca de um conhecimento histrico que no est situado na academia, nem nas escolas, apesar de possuir relaes com ambos. Mas, possuidoras de caractersticas peculiares e capazes de serem difundidas para um amplo pblico. Ademais, apresentam um grande potencial para serem utilizadas como material didtico em aulas de Histria. Alm do fator familiaridade, entendemos que questes pungentes na vida de alunos e alunas devam fazer parte dos de contedos a serem problematizados em sala e, no apenas aqueles prescritos no currculo.
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Thiago de Faria e Silva (IFB)
Ensino de Histria e produo audiovisual nos cursos tcnicos integrados ao Ensino Mdio do IFB (Riacho Fundo)
Resumo:O presente trabalho tem como objetivo tecer um bal...
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Resumo:O presente trabalho tem como objetivo tecer um balano crtico das prticas de produo audiovisual realizadas entre 2017 e 2018 no mbito do projeto integrador Patrimnios da Humanidade, proposto aos alunos do 1o ano dos cursos tcnicos de Cozinha e Hospedagem integrados ao Ensino Mdio do Instituto Federal de Braslia (IFB - Campus Riacho Fundo).
O projeto surgiu em discusses de planejamento coletivo ao se buscar um tema gerador capaz de integrar os saberes das disciplinas tcnicas e propeduticas de cursos articulados ao eixo do Campus Riacho Fundo (Turismo, Hospitalidade e Lazer). O conceito de patrimnio demonstrou grande potencialidade como um caminho para integrar as disciplinas. Alm disso, outro importante fator foram os desafios inscritos nas atividades propostas, marcadas pela criatividade e liberdade de definio dos focos de interesse, tais como a produo de vdeos, seminrios e visitas tcnicas.
Nessa comunicao, o projeto ser analisado a partir das experincias de produo audiovisual, embora elas estejam indissociavelmente ligadas aos outros momentos do projeto. A partir das discusses sobre o conceito de patrimnio no Brasil, no mundo e em Braslia, as produes audiovisuais trataram de temas diversificados, tais como patrimnios mundiais de outros pases e tambm espaos e prticas urbanas de Braslia (tambm patrimnio mundial reconhecido pela Unesco), como, por exemplo, o dia a dia da rodoviria do Plano Piloto, o abandono do Teatro Nacional Cludio Santoro e as batalhas de rima realizadas no Conjunto Cultural da Repblica (mais conhecidas como batalhas do Museu).
O objetivo do trabalho avaliar criticamente como o ensino de histria se integrou nessas produes audiovisuais, articulando questes sobre os conceitos de memria e patrimnio. A partir de elementos da experincia especfica, buscar-se- debater questes gerais sobre o ensino de histria e a linguagem audiovisual, bem como compreender o papel do ensino de histria em cursos tcnicos.
O trabalho analisar as produes audiovisuais como registros de prticas da cultura escolar, entendendo-as dentro uma interao complexa entre a conscincia histrica dos alunos a partir de seus focos de interesse, a memria histrica hegemnica sobre Braslia e sobre a questo dos patrimnios mundiais, as atividades propostas em diferentes disciplinas (tcnicas e propeduticas) e as contribuies motivadas pelo Ensino de Histria. Nosso desafio reconhecer, por meio da anlise das produes audiovisuais e de fontes complementares, alguns pontos de tenso presentes nesse processo.
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Vaneska Lima de Oliveira (Governo do Estado de Pernambuco)
Narrativas Audiovisuais na construo de um saber histrico escolar
Resumo:. Este trabalho, resultante de uma pesquisa em an...
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Resumo:. Este trabalho, resultante de uma pesquisa em andamento, surge da necessidade de superar negacionismos e revisionismos da Histria que buscam atravs de disputas de narrativas ameaar a produo do conhecimento, sobretudo no campo do saber histrico escolar, uma vez que polticas educacionais do atual governo tentam deslegitimar eventos e fatos da Histria recente no pas. Portanto, percebemos a necessidade de experimentar as potencialidades do audiovisual no ensino de Histria com objetivo de mobilizar a dimenso esttica das experincias sociais articuladas a educao histrica que vise estimular no estudante uma orientao entre as temporalidades histricas na vida prtica. Tomando como base o referencial terico de Walter Benjamin (1998), no que se refere histria, ao cinema e experincia, a metodologia articular a formao do estudante enquanto sujeito histrico/cidado crtico, mediados por uma educao histrica, mobilizando-o a escovar a histria a contrapelo. E partindo desse pressuposto, analisaremos a compreenso no livro didtico do ensino mdio sobre os discursos e narrativas do ado a partir das discusses tericas de Literacia Histrica em Peter Lee (2008) e de possibilidades audiovisuais da Histria debatidas por Robert Rosenstone (2015) e saber histrico escolar em Mario Carretero (1997), pois pretendemos refletir sobre uma escrita audiovisual da Histria como processo para fomentar uma cultura do saber histrico escolar na Unidade de Ensino de Referncia em Ensino Mdio Padre Nrcio Rodrigues atravs da proposio de educao histrica atrelada a jogos audiovisuais. Neste contexto, ofertamos um cardpio de filmes experimentados em sesses de cineclube, somados a pesquisa em arquivo, museu, espao pblico, contribuam orientao na vida prtica desta juventude lotada no bairro de Linha do Tiro, para compreenso das narrativas histricas contextualizadas a partir de problematizaes das fontes histricas e dispositivos audiovisuais apresentados que possibilitem a fruio da redao audiovisual sobre narrativas do saber histrico escolar tomando como eixo temtico o conceito substantivo e de segunda ordem acerca do movimento de mulheres militantes durante a ditadura militar, levantando questes como afirmaes das identidades de gnero nos dias atuais, mudanas e continuidades aps as experimentaes cineclubistas e de reescrita audiovisual da Histria na produo de vdeos de curtssima durao.
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ST - Sesso 2 - 17/07/2019 das 14:00 s 18:00 1e5t6h
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Avelino Pedro Nunes Bento da Silva
Histrias, disputas e resistncias: os trabalhadores na Junta de Conciliao e Julgamento de Itacoatiara (Amaznia brasileira, 1977/1989)
Resumo:O presente trabalho tem como objetivo analisar por...
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Resumo:O presente trabalho tem como objetivo analisar por meio dos processos trabalhistas da Junta de Conciliao e Julgamento de Itacoatiara, cidade no interior do estado do Amazonas, os modos de vida dos trabalhadores, perspectivas de suas resistncias naquele foro judicial, bem como prticas suas de organizao naquele municpio no perodo da ditadura civil-militar na regio (1964-1985). Para essas anlises, partimos de documentao arquivada e preservada pelo Centro de Memria da Justia do Trabalho da 11 Regio (CEMEJ/TRT11/Manaus), onde se encontram os dissdios individuais de 1977 a 1989, buscando surpreender nessa documentao perspectivas de modos de vida, viver e de trabalhar daqueles trabalhadores, podendo-se igualmente ampliar nesse percurso investigativo o entendimento das presenas, experincias e luta dos trabalhadores no espao da Justia do Trabalho naquele perodo. A partir dessa periodizao, buscamos revalorizar esses sujeitos e compreender suas lutas e dinmicas sociais naquele momento, quando se observam movimentos de resistncias de trabalhadores por todo o pas, mobilizao social pela anistia (1979), alm de debates parlamentares acerca da consolidao e promulgao da Constituio Federal (1986-1988).
Assim, do registro de fazeres e memrias de disputas e resistncias de trabalhadores e trabalhadoras no campo da justia trabalhista, homens, mulheres e crianas que possuem suas prprias perspectivas sociais e apostas em seus destinos e futuro, evidenciamos possibilidades de compreenso das questes que se desdobram na sociedade e nos estudos histricos em perspectivas de presente, sobre o direito ao trabalho na Amaznia brasileira, sade, pobreza, justia e, sobretudo, o direito vida e cidadania na regio. O campo da Justia se revela, por meio dos processos trabalhistas, como um importante espao para compreender a dinmica histrica das experincias sociais dos trabalhadores e as disputas no campo da produo social da memria, dimensionando temticas de pesquisa em suas diversas possibilidades de ensino. Articulando-se ampliao das discusses e produes historiogrficas acerca da Justia do Trabalho, a anlise e problematizao dos processos trabalhistas da Junta de Conciliao e Julgamento de Itacoatiara nas dcadas de 1970 e 1980 visa compreender a presena e atuao poltica de trabalhadores na Justia do Trabalho, espao de conflitos e de negociaes que envolve diferentes personagens.
Tendo isso em vista, buscamos observar os trabalhadores enquanto protagonistas do conhecimento histrico, sujeitos ativos que resistem cotidianamente e atuam nas disputas polticas e nas relaes sociais que se desenvolvem na cidade por suas prticas, conhecimentos, costumes e experincias.
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Caio Giulliano de Souza Paio (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas)
Culturas de trabalho e associativismo: o caso dos prticos fluviais da rota Belm-Manaus e a formao de associaes na virada do sculo XIX-XX
Resumo:Ocorrida na segunda metade do sculo XIX, a introd...
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Resumo:Ocorrida na segunda metade do sculo XIX, a introduo da navegao a vapor no rio Amazonas foi um planejamento poltico e econmico que desarticulou todo um modo de vida local, bem como formas tradicionais de locomoo fluvial. Contudo, a regularizao dos vapores na rota Belm-Manaus procurou adaptar-se, compondo tripulaes com habitantes da regio, em especial, negros escravizados, indgenas e caboclos. Dentre eles, o prtico foi um profissional importante para a navegao de rios at ento pouco explorados pela marinha mercante. Afinal, eram os responsveis pelas direes e rumos tomados na navegao, dirigindo navios e/ou guiando seus comandantes.
Com o aumento do fluxo de mercadorias em fins do sculo XIX, empresrios do ramo nutico pressionaram o Ministrio da Marinha para regularizar a praticagem amaznica, segundo eles, totalmente controlada pela marinhagem nativa. A proposta era a criao de associaes de praticagem, dirigidas pelas capitanias de Manaus e Belm, e submetidas diretamente ao Ministrio da Marinha. A medida veio a termo na proclamao da Repblica, com o decreto n 79 de 23 de dezembro de 1889. Ali foram especificados como o servio de praticagem deveria ser gerido por associaes dirigidas pelo Estado. revelia deste ataque aos modos tradicionais de praticar, ocorreu em conjunto, no Amazonas e no Par, a organizao prpria de associaes de ofcio de praticagem. A Sociedade Beneficente Unio dos Prticos da Amaznia (1906-1918) com sedes em Manaus e Belm, e Associao Sociedade Beneficente dos Prticos do Amazonas (1906-1922), sediada em Manaus.
A hiptese que as fronteiras delimitadas pela federao no impediram um associativismo que, contradizendo a verso do isolamento geo-histrico da Amaznia, pde estabelecer diferentes formas de conexo com entidades congneres nacionais e internacionais. Assim, possvel verificar a dimenso das especificidades do caso e do lugar abordados, sem perder de vista processos mais globais, que poderiam ser diludos em anlises restritas ao regional. Contudo, como atesta ampla historiografia, resguardo-me do perigo de processos globais implicando identidades unitrias e homogeneidades, para problematizar outros vnculos entre formas organizadas ou no de trabalho, caracterizando diferentes perfis de trabalhadores e suas culturas de trabalho. A ideia mostrar como o episdio do associativismo dos prticos no norte do Brasil evidencia complexas relaes do particular com o geral, bem como do regional e demais conjunturas nacionais e internacionais.
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Fabiane Lima Santos
A Histria das mulheres na Educao Bsica: caminhos e possibilidades para alm da perspectiva suplementar
Resumo:A histria das mulheres um domnio relativamente...
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Resumo:A histria das mulheres um domnio relativamente novo, considerando todo o percurso traado pela escrita da histria. Notadamente, possvel perceber a riqueza e a diversidade nas produes encontradas, que evidenciam a mobilizao pelo equilbrio entre a necessidade de se estudar a participao das mulheres na construo da histria e a produo acadmica, promovendo uma reescrita da histria a partir da superao do velho paradigma de invisibilidade das mulheres como sujeitos histricos. No entanto, apesar do crescente volume de produes nas ltimas dcadas, ainda vagaroso e pouco assertivo um ensino de histria, na educao bsica, que ressignifique a presena da mulher nos espaos, na poltica, no cotidiano. Ainda vemos, ensinamos e aprendemos no contexto dos saberes escolares um ensino de histria das mulheres que as coloca como suplemento nos processos histricos, um anexo, uma histria a mais, que menos reinventa do que acrescenta e que estabelece uma viso genrica e universalizante do termo mulher. H uma urgncia, portanto, em propor uma histria das mulheres nas escolas, mas ainda sabemos pouco como faz-la, considerando sua pluralidade, suas experincias individuais e coletivas, seus fazeres e sua historicidade.
Sendo assim, proponho um olhar sobre o ensino de histria a partir de uma histria das mulheres que extrapole a viso suplementar e generalizante, e que compreenda a mulher como sujeito histrico nico, diverso e plural, partindo da premissa de que a academia e a educao bsica precisam estar cada vez mais prximas e alinhadas, e do entendimento de que velhos paradigmas precisam ser superados. A partir dessa perspectiva, apresento uma produo no campo da Iniciao Cientfica Jnior no ensino mdio como iniciativa na promoo de uma pesquisa que vislumbre e possibilite narrativas de mulheres sobre o seu fazer enquanto mulheres-professoras na educao bsica. Em seguida, analiso como a tentativa de compreender o que e quais construes histrico-sociais que constituem a formao dessas mulheres (no restritas s suas respectivas formaes acadmicas) impulsionaram nos estudantes um senso de historicidade que os permitiu compreender as mulheres-professoras em sua dimenso plural, dada a dimenso de que cada narrativa carregava em si, saberes, histrias de vida, recortes de raa, classe e gnero. E que esse conjunto de fatores, denominado subjetividades pelos estudantes-pesquisadores, construiu e constri cotidianamente a mulher-professora e sua prtica pedaggica em sua unicidade e diversidade.
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Jorge Artur Caetano Lopes dos Santos (Secretaria de Educao do DF)
Recantos de histrias de vida: possibilidades para o ensino-aprendizagem de histria
Resumo:O presente trabalho um esforo crtico de anlis...
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Resumo:O presente trabalho um esforo crtico de anlise de minha prtica docente como professor de histria do 6 ano do ensino fundamental em uma escola pblica do Recanto das Emas, cidade-satlite de Braslia, aps a concluso de minha tese de doutorado em 2018. Minha tese d a ver e a ler a histria dessa cidade e de suas moradoras atravs de um dilogo atento memria de quem faz dela espao. Ao longo do ano ado, um intenso processo de ensino-aprendizagem ganhou contornos e (re)construiu novas possibilidades para os sujeitos envolvidos. Buscamos a construo de um Projeto Poltico Pedaggico (PPP) atento diversidade e formao de sujeitos crticos capazes de uma cidadania participativa e tolerante diversidade e aos direitos humanos. Esse PPP foi orientado por um ensino de histria atravs da pesquisa, visando a desconstruo de relaes de poder e para valorizar incontveis experincias e histrias que envolvem e so envolvidas pela cidade do Recanto das Emas. Nesse sentido, contribuiu com essa construo a mudana para o projeto dos ciclos de aprendizagem da Secretaria de Educao do Distrito Federal em substituio (ou melhor, em sobreposio) ao modelo seriado de aprendizagem, o que representou novos olhares para as questes da avaliao e progresso de alunas e alunos. Tambm tem significativa importncia a abordagem de contedos atravs de eixos-temticos, que para o 6 ano so: tempos e cidades, mitos e culturas. No entanto, todo esse rduo trabalho foi obliterado pelo Governo do Distrito Federal com a implementao do chamado projeto piloto Escola de Gesto Compartilhado de escolas pblicas do DF . Sob a justificativa de "construo de valores cvicos e patriticos" e "obter avanos nos parmetros de segurana pblica cidad na comunidade escolar", o governo desrespeitou a lei 4751/12, chamada Gesto Democrtica do Sistema de Ensino Pblico do DF, ferindo a autonomia das escolas militarizadas. Todas as tentativas de dilogo e resistncia foram desautorizadas pelos gestores da Secretaria de Estado de Educao do DF. Dessa forma, fizeram tbula rasa de todos os projetos desenvolvidos no CED 308, da autonomia da escola e da opo por uma gesto democrtica do processo de ensino-aprendizagem. Resta aqui um esforo de denncia.
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Leonardo Borghi Ucha (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Eu nem sabia que meu bairro tinha histria: Ouvindo memrias e escrevendo histrias de um bairro da periferia de Porto Alegre Por uma aula de Histria decolonial
Resumo:O presente trabalho uma pesquisa em andamento e ...
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Resumo:O presente trabalho uma pesquisa em andamento e busca refletir sobre possibilidades de decolonizar aulas de Histria a partir de um conjunto de aes investigativas e interpretativas sobre a Histria local dos bairros do entorno da escola onde trabalho, a EMEF Deputado Marcrio Goulart Loureiro, localizada em regio identificada como perifrica e territrio negro do Municpio de Porto Alegre. O trabalho coloca em dilogo as memrias de seus moradores notadamente negligenciadas pela historiografia - e as narrativas oficiais sobre a histria da comunidade e da cidade. Parte dos pressupostos de Educao Popular de Paulo Freire, Orlando Fals Borda e, em outros contextos histricos, por autores latino-americanos como Alfonso Carrillo Torres, Catherine Walsh, Vera Candau, Danilo Streck, Elison Paim, entre outros que pensaram a educao, a pesquisa e o ensino de Histria desde uma perspectiva decolonial, por onde a experincia social dos grupos subalternizados produtora de conhecimentos vlidos, como aponta Boaventura de Souza Santos. A metodologia empregada a Investigao-Ao Participativa, por onde estudantes e professor desenvolvero pesquisa, rodas de memrias, registros e reflexes com os moradores sobre a histria e a vida na comunidade, valorizando suas experincias enquanto produtoras de significados e sentidos, e produzindo narrativas que tratem de suas vivncias, da diversidade de suas crenas, seus desejos, lutas, tenses derrotas e conquistas, sem deixar de lado todos os processos violentos que marcaram e continuam marcando a identidade, as subjetividades e os corpos dessa populao.
A escolha terica e metodolgica da pesquisa marcadamente poltica pois aponta na direo de uma pedagogia e um conjunto de prticas de investigao que podem ser consideradas como democrticas pois dialgicas, que rompem com a dicotomia entre sujeito e objeto, cincia e saber popular, que orientam o ensino e o aprendizado sob uma perspectiva intercultural, intergeracional e de respeito e convivncia entre indivduos, grupos e culturas diferentes, que apoderam os sujeitos estudantes como pesquisadores ativos de sua realidade e nela engajados para a produo coletiva do bem viver.
Busca-se com isso conhecer e reconstruir narrativas que se abram entre o que ocorreu e o que no ocorreu o que poderia ter ocorrido e se estabeleceu como um horizonte de expectativas , que se abram para a vida vivida e sentida, para novas possibilidades a partir de experincias compartilhadas e significados diversos. Narrativas que possam afetar estudantes e demais envolvidos na pesquisa, que possam promover dilogo entre ado e presente, e assim inspirar e produzir sentidos e projetos pessoais e coletivos para um futuro melhor.
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Maria Augusta Belucci (Universidade So Francisco - So Paulo)
A construo da Histria Regional atravs de processos crime do Poder Judicirio
Resumo:Resumo: Esta pesquisa de doutorado, em andamento,...
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Resumo:Resumo: Esta pesquisa de doutorado, em andamento, da rea da Histria da Educao do ensino superior no Brasil. Insere-se na linha Educao, Sociedade e Processos Formativos do Programa de Ps-Graduao Stricto Sensu em Educao da Universidade So Francisco (USF) e articula-se ao Grupo de Pesquisas Rastros: Histria, Memria e Educao, certificado pelo CNPq. Focaliza o uso de processos do Poder Judicirio e peridico em sala de aula para pesquisa e ensino de Histria sobre a regio Bragantina. Seu recorte temporal situa-se entre as dcadas de 1900-1940. A identificao, anlise e seleo dos processos e peridicos que sero explorados em sala de aula sero realizadas a partir do levantamento daqueles documentos que se voltarem s temticas da cidade e da questo tnica racial relacionada mulher e a criana.. Com Walter Benjamin (1994) falamos de Memria como conhecimento, no sentido de experincias vividas, de sensibilidades; falamos de Rememorao, relacionada ao presente entrecruzando tempos, espaos, vozes, redimindo os mortos e os esquecidos; Com Edward P. Thompson (1981; 1998) trabalhamos as fontes escritas, as noes de tempos e espaos sociais, disciplina e controle, costumes/hbitos, ritos, sociabilidades, histrias de vida, inovao, pois o autor confere aos marginalizados pela histria oficial o seu lugar na construo da histria, atravs da noo de experincia como possibilidade para a concretude histrica. Foca em trs principais objetivos:
- investigar quais so as possibilidades do ensino da Histria Regional atravs dos processos crime do Poder Judicirio;
- pesquisar como os professores utilizam as fontes histricas, as histrias e memrias locais para construir narrativas e desenvolverem atividades nas quais propem que os alunos faam anlises, comparaes e explicaes histricas.
- estimular a partilha das experincias de ensino de Histria para alm do ambiente escolar, promovendo e ampliando o dilogo entre a pesquisadora e os professores envolvidos na Pesquisa, atravs de visitas monitoradas, oficinas e a realizao de pesquisas histricas no CDAPH.
um estudo etnogrfico, desenvolvido principalmente pelo emprego da anlise documental e da observao de campo, em franca relao com os aportes metodolgicos da histria oral.
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Nelson Tomelin Junior (Universidade Federal do Amazonas), Maria do Rosrio da Cunha Peixoto (Pontificia Universidade Catlica de So Paulo)
Ensino, poltica e linguagens: histria oral.
Resumo:Trata-se, neste debate, de evidenciar diferentes l...
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Resumo:Trata-se, neste debate, de evidenciar diferentes lugares e experincias do poltico. Procura-se aqui problematizar perspectivas de ensino de histria pela revalorizao de linguagens orais, propondo ampliar espaos de discusso pela participao poltica de outros sujeitos.
O trabalho com a oralidade no ensino e na pesquisa em histria assenta-se tambm sobre o pressuposto do encontro, da participao e da igualdade, como direito de todos de verem debatidas as suas propostas em meio comum de dilogo. Nessa direo, tornou-se vital discutir as implicaes polticas, hoje, da opo pela Histria oral, pois ela sempre o lugar da pluralidade e da diferena e por isso representa e constitui muito mais do que simples espao de manipulao do poder. Terica e metodologicamente, reconhecer o direito de todos (professores, alunos, agentes de ensino, pesquisadores, narradores) palavra implica em desenvolver nossa capacidade de ouvir e nosso empenho em ampliar o eco de suas vozes, construindo uma histria solidria com suas lutas e memrias, com a mesma fora daquelas que lhe so contrrias ou hostis.
Como qualquer experincia humana, a memria tambm um campo minado pelas lutas sociais, um campo de luta poltica, de verdades que se batem, nos quais esforos de ocultao e de clarificao esto presentes nas disputas entre sujeitos histricos diversos, produtores de diferentes verses, interpretaes, resistncias, valores e prticas culturais. Em qualquer tempo ou lugar, o esforo para o entendimento histrico da sociedade no pode secundarizar as prticas sociais de homens e mulheres, trabalhadores e trabalhadoras que vivem desiguais experincias no campo das relaes intersubjetivas, em diferentes momentos da vida.
Pelo direito participao, pretende-se a produo do conhecimento histrico como registro da disputa e presena mais alargada dos seus agentes reais, homens e mulheres, idosos e crianas que buscam experincia e afirmao de seus modos de vida numa sociedade dividida pela injustia social e pela desigualdade econmica. A explicitao de formas de expresso do poltico pelos sujeitos histricos, em diferentes prticas e fazeres sociais, alm de contribuir para a pluralizao das fontes da histria abertura democrtica para o dilogo na pesquisa e para o ensino.
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Raija Almeida (Universidade Federal de Campina Grande)
Histria, memria e comunicao: conhecendo nossa histria atravs da propaganda.
Resumo:Este artigo vem tratar sobre experincias no proce...
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Resumo:Este artigo vem tratar sobre experincias no processo ensino/aprendizagem que articulam o processo de pesquisa histrica sobre a produo social de memria atravs da propaganda no Brasil desde a vinda da Famlia Real, em 1808. Essa experincia se d no mbito de uma disciplina intitulada Linguagem Publicitria em Espaos Educativos que parte da grade curricular do curso de Comunicao Social da Universidade Federal de Campina Grande. Parte dessa disciplina tem como objetivo compreender os contextos histricos e sociais atravs da pesquisa das propagandas no Brasil, onde analisamos propagandas desde o ano de 1808, com o advento da chegada da imprensa e das primeiras edies do jornal A Gazeta do Rio de Janeiro e o primeiro anncio de umas das principais mercadorias da poca: O Escravo. interessante observar que as propagandas veiculadas nos jornais, revistas, rdios, televiso ou nos novos meios de comunicao, nos do pistas para compreender a histria do nosso pas, seus conflitos, tenses, resistncias que produzem memrias atravs do tempo. Seguindo adiante, dcada por dcada, os alunos vo estabelecendo uma rede de conhecimento histrico e percebendo os contextos histricos, sociais e polticos que cada propaganda estava envolvida. Observam-se, por exemplo, as diversas formas de representao da mulher em diferentes momentos histricos. A cada novo meio de comunicao que surgia, vinha com ele importantes mudanas na linguagem da propaganda e nos hbitos e costumes da populao, foi assim com o jornal em 1808, as primeiras revistas em 1900, com o surgimento do rdio em 1922, da televiso em 1950 e a Internet a partir da dcada de 1990. A histria do Brasil contada atravs da propaganda oferece aos historiadores uma gama imensa de possibilidades de anlise. Nos anos 20, por exemplo, tivemos no Brasil um imenso crescimento da indstria farmacutica, e que para vender mais seu produtos, a agncia que criava as campanhas da Biotnico Fontoura, contratou Monteiro Lobato, que, por sua vez criou um dos personagens mais famosos e de mais longevidade da propaganda, o Jeca Tatu. Na mesma poca, Olavo Bilac foi contratado para crias as propagandas da Bayer, se tornando o criador do famoso slogan desta empresa: Se Bayer, bom. No rdio se viam representadas as pessoas mais humildes, pois ele permitia o a todas as informaes e entretenimento sem precisar saber ler. Nas propagandas do rdio acompanhamos guerras, inovaes tecnolgicas, mudana de hbitos, momentos polticos, numa constante mudana de linguagem que acompanha sempre de perto as mudanas na sociedade. E assim, seguimos na pesquisa tornando os alunos sujeitos do processo histrico e da produo de conhecimento.
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ST - Sesso 3 - 19/07/2019 das 08:00 s 12:00 4c3kw
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Andreza Michelle dos Santos Alves (UFAM - Universidade Federal do Amazonas)
Para ser cristo tem que ser p no cho: modos de vida e experincia em comunidades eclesiais de base de Manaus (1980/ 2019).
Resumo:A presente pesquisa prope compreender e revaloriz...
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Resumo:A presente pesquisa prope compreender e revalorizar s experincias de homens e mulheres de Manaus, nos anos de 1980 a 2019, a partir de suas prticas junto s Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) na cidade, e outros movimentos sociais articulados aos fundamentos pastorais da Teologia da Libertao. A partir das narrativas desses sujeitos histricos, busca-se evidenciar como foram possveis as mudanas nas suas formas de pensar e agir com relao Igreja Catlica e seus dirigentes, assim como o protagonismo na luta contra a ditadura civil-militar na regio (1964-1985), e injustias do tempo presente que pe em risco ainda hoje os seus modos de vida e cultura.
Como resultado parcial da pesquisa evidenciam-se os processos pelos quais as CEBs na cidade de Manaus ainda vivem, como experincias ativas, e no estruturas fixas paradas no tempo. Enfatizo neste momento, a experincia de mulheres e homens importantes na defesa e manuteno dessas lutas, tendo apoiado esse trabalho de investigao em metodologia e encaminhamentos tericos da Histria oral. A partir das experincias de Irm Helena Augusta Walcott e Carlos Alberto Maciel do Nascimento, a pesquisa tem alcanado problematizaes relevantes quanto criao de espaos sociais de defesa da cidade e do direito cidadania cultural a partir da aposta em dimenses da f e de sua prtica.
Em 1982, Carlos ingressa no grupo de juventude no bairro da Compensa, zona oeste da cidade de Manaus, e j tinha familiaridade com a vida na Igreja, seu pai era ministro da eucaristia, sua me tambm ajudava na organizao do templo. Com 15 anos de idade, comeou a participar de reunies de leigos em ocupaes de terra organizadas por Irm Helena Augusta Walcott, mulher negra, filha de imigrantes barbadianos, professora, assistente social e religiosa da Congregao das Adoradoras do Sangue de Cristo, que, alm de orientar e educar jovens e crianas atravs da catequese articulava trabalho rduo de criao de novas comunidades. Nesse perodo de lutas e resistncias pela moradia e pelo o cidadania, Carlos tambm inicia como catequista e, a partir de suas experincias nos encontros de espiritualidade e reflexes bblicas com Irm Helena, compromete-se com a Teologia da Libertao e a opo pelos pobres nas CEBs: mais p no cho.
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Artur Nogueira Santos e Costa (Universidade Federal de Uberlndia)
O ensino de histria como objeto de pesquisa: currculo e cotidiano escolar
Resumo:Esta comunicao prope apresentar resultados de p...
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Resumo:Esta comunicao prope apresentar resultados de pesquisa realizada durante o mestrado em Histria, em que investiguei a organizao curricular da rea de histria em escolas pblicas estaduais, em Uberlndia-MG, no perodo de 2010 a 2016. Parte do princpio de que currculo um movimento histrico operado por sujeitos concretos especialistas, professores/as e estudantes , em seus lugares sociais, e que um campo em permanente disputa, porque permeado por interesses conflitantes, valores que se chocam e sentidos que podem ou no se complementar. Nessa direo, o esforo caminhou no sentido de articular a legislao curricular e os textos prescritivos ao cotidiano da escola pblica, como meio de perceber o currculo como um fazer-se sempre em aberto, em incessante transformao. Com essa preocupao, umas das estratgias metodolgicas adotadas foi o acompanhamento de aulas de histria, pensadas como uma dimenso do processo de construo curricular. O objetivo, aqui, apresentar os elementos registrados e problematizados a partir dessas aulas, para discutir a questo da indissociabilidade entre ensino e pesquisa, a atuao profissional do/a professor/a de histria e os sentidos atribudos para o ensino e a aprendizagem em histria, no ensino fundamental. Com base no acompanhamento dessas aulas, o que se constatou foi a existncia de professores/as que, em dilogo com os/as estudantes, valorizavam a autonomia docente e assumiam o ensino de histria como espao efetivo de pesquisa, de pensamento crtico e de formao comprometida com o exerccio da cidadania, entendendo que alunos/as e professores/as so, num duplo movimento, sujeitos histricos e sujeitos do ensino e da aprendizagem. Pretende-se, portanto, sistematizar esses apontamentos, para problematizar o lugar da histria e do ensino de histria no processo de formao do/a estudante.
Referncias:
FENELON, Da Ribeiro. A formao do profissional de histria e a realidade do
ensino. Projeto Histria, So Paulo, n. 2, ago. 1982, p. 7-19.
PEIXOTO, Maria do Rosrio da Cunha. Ensino como Pesquisa: um novo olhar sobre a histria no ensino fundamental. Como e porque aprender/ensinar histria. Histria e Perspectivas, Uberlndia, n. 53, p. 37-70, jul./dez. 2015.
THOMPSON, E. P. Intervalo: a lgica histrica. In: ______. A misria da teoria ou um planetrio de erros: uma crtica ao pensamento de Althusser. Rio de Janeiro: Zahar, 1981. p. 47-62.
VASCONCELOS, Regina Ilka Vieira. Indagaes sobre o lugar da escola pblica na produo do conhecimento histrico. In: CARDOSO, Heloisa Helena Pacheco; PATRIOTA, Rosngela. (Org.). Escritas e narrativas histricas na contemporaneidade. Belo Horizonte: Fino Trao, 2011. p. 31-40.
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Maria Rita de Jesus Barbosa (SEE - MG e SME de Itapagipe/MG)
Negritude e Memrias Apagadas: o ensino de histria e as histrias no contadas de uma cidade mineira (1976-2016)
Resumo:A memria e a histria local podem se tornar um el...
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Resumo:A memria e a histria local podem se tornar um elemento importante na representao dos diferentes grupos humanos que compe uma nao, uma cidade, uma comunidade, ou mesmo um bairro? Os registros oficiais de formao e constituio da cidade de Itapagipe/MG tornou-se motivo de incmodo, ao longo da minha prtica docente. O maior desconforto em relao ao ensino da histria local lugar ocupado pela populao negra, na Histria oficial de Itapagipe. As referncias participao das populaes negras na constituio da cidade esto relacionadas ao ado de escravizados e ex-escravos. Como fazer a abordagem da histria local, tendo essa uma perspectiva eurocntrica? possvel utilizar-se de um saber histrico escolar que valorize as especificidades da histria local, sem desconsiderar as interconexes com outras dimenses espaciais? Um ensino de histria que seja capaz de trazer o protagonismo a outros personagens e grupos sociais, at ento, silenciados na histria local? A leitura do livro Nossa Histria, escrito por Jurani Gonalves Lima, esposa de um fazendeiro da regio, nos indaga sobre os sujeitos histricos retratados na formao da histria oficial da cidade. O livro considerado fonte oficial da Histria de Itapagipe, utilizado nas escolas municipais e estaduais, para estudo da histria local. A professora e historiadora Circe Bittencourt, ressalta que a histria local tem sido indicada como necessria para o ensino por possibilitar a compreenso do entorno do aluno, identificando o ado sempre presente nos vrios espaos de convivncia na escola, casa, comunidade e trabalho igualmente por situar os problemas significativos da histria do presente. Nesse sentido, destaca Bittencourt, importante que a histria local no se limite a reproduzir, em dimenses micro, o estudo da vida e das atividades de prefeitos e demais autoridades de determinado lugar, por exemplo. Em resposta ao ensino dessa histria de Itapagipe/MG, que possu como protagonista, o homem branco, onde a participao do negro aparece como apndice, do enredo principal, apresento parte de um Projeto que desenvolvi no ano de 2015, na E. E. Santo Antnio, juntamente com as turmas de 9 ano e a comunidade Itapagipense. O projeto Biografias Negras, tendo como objetivo chamar a ateno para o protagonismo negro e para as diferentes formas de luta e resistncia da populao afro-brasileira no tempo. Mas esse protagonismo no teria como foco, somente, personagens negras conhecidas nacionalmente, o objetivo foi igualmente valorizar pessoas negras da comunidade itapagipense. Muitas destas pessoas esto esquecidas, mesmo realizando funes e trabalhos de relevncia para a cidade, no entanto no garante status e dificilmente so reconhecidos pela sociedade itapagipense.
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Marinalva Vilar de Lima (UFCG/USP)
O Bairro do Brs-So Paulo/SP na contemporaneidade: olhares sobre (i)migrantes, trabalhadores e desigualdades tnicas
Resumo:Esta pesquisa objetiva trazer para o debate, com o...
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Resumo:Esta pesquisa objetiva trazer para o debate, com os historiadores participantes do simpsio temtico em tela, nossas leituras sobre as prticas, representaes, estratgias, tticas e hibridizaes que resultam das experincias, transitrias ou rotineiras, dos (i)migrantes na capital paulista, percebendo-as como chaves conceituais para pensar o mundo do trabalho e dos trabalhadores na sociedade capitalista contempornea. a percepo desse universo cotidiano de aes desfechadas pelos sujeitos envolvidos na trama da rotina pela sobrevivncia, em uma metrpole contempornea do terceiro mundo, a seiva subsidiria que nos permite pensar a diferena em sua produo de desigualdades, que se do na produo de identidades, pertenas, incluso e excluso no mundo do trabalho, bem como, no o aos bens produzidos socialmente. O movimento dos fluxos populacionais, que se do na cotidianidade do lugar (o bairro do Brs), articulado a partir de objetivos que visam focaliz-lo como alimento grandiosa movimentao econmica de que as estatsticas no do conta, uma vez que engendrada, em maior medida, na lgica alternativa ou informal que tem se tornado a regra no processo de desregulamentao do trabalho com vistas a suprimir os direitos dos trabalhadores. Trata-se de aes desfechadas tanto por (i)migrantes quanto por locais na luta pela sobrevivncia. Necessidade bsica que leva estes sujeitos histricos, em sua interao transitria ou recorrente com o lugar, a desfecharem tticas no concorrente mundo do comrcio de mercadorias, principal alimento do modelo capitalista de sociedade em que, at mesmo, as relaes de afetividade so mercantilizadas. As impresses foram geradas com base em registros fotogrficos, conversas informais e observao etnogrfica, realizadas a partir de maio de 2015. O bairro, contemporaneamente, uma espacialidade praticada por uma diversidade tnica, informativa, sonora, visual, ttil, gustativa, de odores, de caminhos, pressas, encontros, desvios em suas mltiplas variaes de lugares sociais. Portanto, interessa-nos questionar aspectos de conexo em uma espacialidade que praticada, exponencialmente, pela diferena que, na maior parte do tempo, ada para gerar desigualdades.
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Normana Natalia Ribeiro dos os (universidade de so paulo)
HISTRIA DA ESCOLARIZAO DE CRIANAS INDGENAS: fundamentos de um estudo sobre as experincias e sobre o cotidiano de etnias distintas
Resumo:As pesquisas contemporneas tm buscado a compreen...
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Resumo:As pesquisas contemporneas tm buscado a compreenso da histria, colocando o homem no centro do processo histrico, sendo as experincias de sujeitos antes marginalizados pela histria de fundamental importncia para a compreenso, anlise e construo de novas narrativas. O estudo que ora se realiza est relacionado histria social sobre a escolarizao de crianas indgenas, a partir das formas de apropriao da instituio escolar pelos prprios ndios. A observao de prticas cotidianas, defendidas por De Certeau, podem ser reveladoras de comportamentos tticos de resistncia s estratgias das polticas educacionais. A pesquisa busca situar o problema da escolarizao indgena sob vrias abordagens, assim como se constri a partir das experincias de escolarizao de crianas da etnia potiguara, na Paraba, e, guarani mby, em So Paulo. No que se refere ao recorte temporal, essa pesquisa compreende um perodo que se inicia com as polticas indigenistas do sculo ado e chega aos dias atuais, incio do sculo XXI, quando as polticas de educao esto inseridas no contexto da reafirmao identitria dos ndios. O incio das polticas indigenistas remonta ao governo republicano, tendo em vista a criao de rgos em defesa ao ndio. Somente na dcada de 1970, sob iniciativa das Organizaes no-Governamentais, tiveram incio os primeiros encontros de povos indgenas para discutir e lutar por seus direitos. Assim, parte-se do pressuposto que as escolas indgenas, nos moldes vigentes, so tambm conquistas dos prprios ndios.
Nesse intuito, o estudo que ora se realiza busca os fundamentos de abordagens tericas e prticas diversificadas, a exemplo da perdurao de costumes e rituais, ao longo do tempo, evocados por E. P. Thompson, que podem servir de categorias explicativas na anlise da persistncia da identidade tnica. Por outro lado, a observao de prticas cotidianas, defendidas por De Certeau, tambm podem ser reveladoras de comportamentos tticos de resistncia s estratgias das polticas educacionais. Assim, esse um estudo que j de partida se coaduna com os aspectos relacionais ou comparativos da Histria.
No menos relevante que o uso de focos distintos de anlise ou que a observao das realidades estudadas no cotidiano, h o fato de que no chega a ser expressivo o nmero de pesquisas histricas sobre os povos indgenas. No tocante ao mbito da instituio escolar e da educao indgena, ento, os estudos so ainda mais escassos. Todavia, as questes tnicas e educativas, quando pensamos as especificidades da Histria Social do Brasil, deveriam ter lugar de destaque, ou seja, deveriam integrar os problemas e questionamentos de mais importncia, na formao do estado nao brasileiro.
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Ncia Alexandra Silva de Oliveira (Universidade do Estado Santa Catarina - UDESC)
A formao de professores para o ensino de Histria: experincias vividas na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Resumo:O presente trabalho discute o processo de formao...
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Resumo:O presente trabalho discute o processo de formao docente vivenciado no curso de Histria da UDESC. Neste espao o Estgio Curricular Supervisionado entendido como momento crucial da formao que precisa considerar as muitas especificidades do espao escolar e do Ensino de Histria em sua organizao terica-metodolgica. No se trata certamente, de pensar o estgio como momento de praticar o que se aprendeu nas aulas de metodologia ou ainda das demais disciplinas, nem de pensar a escola como um laboratrio de experimentaes. Todos esses modos de ver o estgio h muito tempo tm sido criticados: seja porque esse modelo no permite estabelecer relaes positivas entre a universidade, os/as estagirios/as e a escola; seja porque fecha os olhos para o potencial transformador inerente ao espao escolar e aos sujeitos que por ele transitam. Contraponto esse cenrio, optamos por pensar o estgio como um momento de estar e viver a escola! Como uma oportunidade de ser/estar professor de Histria e nesse sentido poder extrair dessa vivncia um aprendizado que de fato contribua para sua formao como professor. Optamos por pensar a formao de professores como algo sobre o qual se pensa desde o inicio do curso, assim alm das disciplinas especificas para o estgio (que so Estgio Supervisionado I, II e III) o curso tem outras disciplinas que j desde a 1 fase buscam pensar como se d o processo de ensino e aprendizagem em Histria. Outro ponto que importante destacar que compreendemos que a formao de professores prescinde de uma associao direta entre o ensino e a pesquisa. No so feitas hierarquias sobre os dois eixos formativos e, portanto, levamos a ideia de ensinar histria como um processo de pesquisa. E entre outros temas priorizamos a reflexo sobre os modos de aprender e ensinar a disciplina. Por fim, a aprendizagem histrica discutida como um processo que se d entre a reflexo sobre um dado contedo e a vivncia dos alunos algo que acontece dentro e fora do espao escolar e onde os professores tm um papel importante. Para a anlise, sero utilizados como documentos os relatrios de observao dos/as estagirios e seus relatrios, os planos de aulas e as observaes dos professores/as que atuam como orientadores ou supervisores. Entendo que tal documentao permite que sejam observadas diferentes questes: o processo de insero na escola e na sala de aula; as dvidas quanto a seleo de contedos e documentos para cada aula, a avaliao do processo vivido, entre outras questes. Para finalizar, vale dizer que revisitar o processo vivido tem sido algo provocador e vlido sobretudo porque apostar na formao de professores uma importante estratgia de resistncia da disciplina em tempos de tantos enfrentamentos.
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Paulo Alexandre Xavier Marques (Universidade Federal de Campina Grande)
DA LAMA LUTA: a batalha silenciosa de cidados pobres por identidade e por um lugar na cidade
Resumo:Este artigo relata resultados de uma pesquisa de m...
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Resumo:Este artigo relata resultados de uma pesquisa de mestrado, do campo da Histria do Tempo presente, que utiliza como metodologia a histria oral e como fontes, entrevistas, relatos de memria, observaes de campo, publicaes jornalsticas e fotografias. Tem como objeto um caso de interveno urbanstica em duas comunidades pobres do bairro nobre de Boa Viagem, em Recife, Pernambuco, denominadas Xuxa e Deus nos Acuda. Seus moradores foram expulsos do bairro pelo poder pblico, quando da construo de um corredor virio exclusivo para automveis denominado Via Mangue. Seu traado coincidiu com a localizao de comunidades pobres, cujos moradores foram removidos para um condomnio residencial. Este fato mudou a paisagem do bairro, suas relaes socioculturais e desmantelou a j precria organizao socioeconmica dos moradores expulsos.Esta pesquisa de campo do tipo qualitativa tem como objetivo geral problematizar as tticas dos moradores expulsos, como armas de luta nos embates sociais, polticos e culturais, na sua luta pelo direito cidade, produo de renda e autodeterminao. Como objetivos especficos, a pesquisa visa a: I-conhecer como eram produzidos e praticados os espaos, assim como as sociabilidades no bairro de Boa Viagem antes da interveno; II-problematizar os discursos dos gestores pblicos enquanto parte das estratgias que viabilizaram a interveno; III-analisar como a populao das comunidades que sofreram a interveno se apropriaram do projeto da prefeitura, para recriar seus espaos, identidades e meios de produo de renda. Para operacionalizar as anlises, foram utilizados os conceitos de ttica e estratgia em Michel de Certeau e de identidade em Stuart Hall e Tomaz Tadeu da Silva. Os dados coletados e suas anlises levaram concluso de que a expulso dos moradores pobres do bairro de Boa Viagem constituiu um processo marcado por contradies que no eliminou, mas apenas deslocou fronteiras de segregao espacial, alm de provocar o desenraizamento cultural e a precarizao das condies socioambientais daqueles moradores. A populao expulsa, no entanto, no teve uma atitude iva diante das estratgias do poder pblico, tendo desenvolvido tticas individuais e silenciosas, atravs de posturas produtivas, na recriao de identidades e fontes de renda, na prtica de espaos e na reconquista da autodeterminao.
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ST - Sesso 4 - 19/07/2019 das 14:00 s 18:00 3p493x
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Cludia Pinheiro Azevedo (Secretaria de educao do estado do Amazonas)
Memrias de Manaus: O Ensino de histria local atravs da memria de velhos na Escola Estadual Frei Silvio Vagheggi
Resumo:A Escola Estadual Frei Silvio Vagheggi uma insti...
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Resumo:A Escola Estadual Frei Silvio Vagheggi uma instituio pblica localizada no Centro Histrico de Manaus, criada atravs do Decreto n 4.870 de 24 de maro de 1980. Anteriormente ao seu decreto de criao, funcionava como anexo do Instituto Benjamim Constant, tambm localizado no centro histrico de Manaus e ficou conhecida informalmente como Benjaminzinho. Atualmente, a escola recebe cerca de 600 alunos na modalidade Ensino Mdio (diurno) e, desde 2008, tambm atende alunos com deficincia auditiva/surdez.
Em 2017, a escola Frei Silvio recebeu o Programa Ensino Mdio Inovador (PROEMI) que tem como objetivo auxiliar na construo e desenvolvimento de propostas curriculares inovadoras nas escolas de ensino mdio, e atravs dele realizou o projeto de iniciao cientfica intitulado Memrias de Manaus: A cidade de ontem e de hoje atravs do relato dos idosos. O objetivo do projeto investigar, durante o ano letivo, a histria da cidade atravs dos depoimentos de idosos que so realizados por meio de entrevistas concedidas aos alunos. Concomitante ao processo de investigao da histria da cidade, tambm pretende dialogar a respeito da situao do idoso em diversos setores, de modo que cada componente curricular contribua para o andamento da pesquisa. Logo, embora a pesquisa seja norteada pela disciplina de histria, o projeto pretende aes interdisciplinares.
O presente trabalho busca partilhar algumas reflexes, ainda em andamento, a respeito deste projeto interdisciplinar intitulado Memrias de Manaus. Tal projeto surgiu da possibilidade de fuso de uma pesquisa de iniciao cientifica a um outro j existente na comunidade escolar Frei Silvio. Alm da sua pretenso interdisciplinar, o mesmo possui como umas das principais caractersticas o uso da histria oral e da memria de idosos como parte do processo de ensino-aprendizagem. Por meio do mergulho nessa prtica escolar temos a possibilidade de investigar e propor meios de como a disciplina de histria pode contribuir junto a este projeto. Em meio a este percurso, que ainda est se fazendo, pretendemos dialogar sobre a histria oral e sua potncia enquanto metodologia de ensino de histria local em Manaus, assim como propor a pesquisa enquanto prtica educativa e seus desdobramentos junto ao ensino, bem como trazer para o campo da discusso o impacto das memrias de velhos para o ensino do saber histrico escolar que tenha como pretenso ir alm da abordagem eurocntrica como forma de indicar percursos de aprendizagem e de produo de conhecimento.
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Cristiano Antnio Brugger Rodrigues (Prefeitura de Contagem)
A Olimpada Nacional em Histria do Brasil (ONHB) e a pesquisa como norteadora da prtica pedaggica: esforos em prol da construo de conhecimentos
Resumo:Pensar a educao brasileira no sculo XXI desaf...
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Resumo:Pensar a educao brasileira no sculo XXI desafiador. Nesse cenrio poltico-econmico, marcado pela extrema desigualdade, acrescido dos insuficientes investimentos em pesquisas, sobretudo nas cincias humanas e sociais, diversas instituies pblicas consolidadas e reconhecidas tm explicitado a difcil situao, sobretudo financeira, em que se encontram.
Aps quase uma dcada de atuao como docente na educao bsica, e mais recentemente como especialista em educao, tornou-se ainda mais visvel o ato poltico inerente s escolhas individuais e coletivas.
Muitas so as relaes envolvidas no processo de ensino-aprendizagem pautado pela concepo de formao integral. Ressalto a participao e envolvimento do estudante, orientado por professores com formao inicial e continuada de qualidade, como potencializador para se construir tal percurso.
A participao em eventos cientficos, mais especificamente a ONHB (Olimpada Nacional em Histria do Brasil), abordada nessa pesquisa em andamento, tem se consolidado como importante estratgia nesse processo de construo e divulgao de conhecimento cientfico. Para alm das crticas pertinentes, depoimentos de participantes e estudos publicados ratificam a influncia positiva de tais eventos na formao docente e no crescimento pessoal dos estudantes.
A insero de uma escrita mais prxima da cientfica desde o ensino fundamental, buscando organizar/estruturar o pensamento sobre o que se deseja aprofundar, talvez, seja uma forma de aproximar a linguagem cientfica ao que os estudantes aprendem e apreendem sobre o mundo.
O trabalho com pesquisa pode favorecer o desenvolvimento da capacidade de raciocinar, formular hipteses, construir o pensamento crtico e de aplicar esses conhecimentos. Tudo isso permite que os estudantes compreendam o prprio percurso e mesmo os equvocos, fornecendo-lhes oportunidades para reconsider-los. Pode, igualmente, ajud-los na apreciao da cincia como presente no cotidiano.
O trabalho com pesquisa requer a construo de dilogos na escolha dos temas e, sobretudo, envolvimento do estudante no decorrer de todo o processo, o que pode favorecer sua autonomia na construo do conhecimento. No se trata de responder vrias questes sobre um assunto, mas de problematizar, selecionar, aprofundar e construir conhecimentos. Isso demanda o uso de mtodos e metodologias, mas vai alm, pois trata-se de uma aprendizagem prpria.
Esse percurso muito se aproxima ao que requerido para se obter xito nas vrias fases da ONHB, evento coordenado pela Unicamp que, em 2019, chega a 11 edio. A ONHB tem se apresentado como potencial formativo no ensino-pesquisa em histria, destacando a relevncia de professores e alunos na construo coletiva do conhecimento.
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Daniel Francisco da Silva (PUC-SP)
Os jornais e Caf: o papel do presidente Caf Filho nas eleies pernambucanas de 1954
Resumo:Resumo: As eleies gerais de outubro de 1954 acon...
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Resumo:Resumo: As eleies gerais de outubro de 1954 aconteceram em meio crise poltica que levou Getlio Vargas ao suicdio em 24 de agosto de 1954. Assim, o vice-presidente, o norte-rio-grandense Joo Caf Filho PSP chega a Presidncia da Repblica pela via constitucional. Caf Filho assume a presidncia em uma conjuntura poltica que se encontra polarizada e, sobretudo em meio as manifestaes de pesar do suicdio de Getlio Vargas. Destarte, a imprensa se apresentar de forma mpar nesse processo eleitoral que se encontra em andamento quando Caf Filho assume a presidncia da Repblica. Nesse sentido, as eleies para Governador do Estado de Pernambuco iro ter espao privilegiado na imprensa pernambucana e os jornais Correio do Povo e Dirio de Pernambuco se posicionam e intervm na sociedade pernambucana no processo eleitoral para Governador de Pernambuco. Assim, esse trabalho tem como objetivo discutir a relao da imprensa com o presidente Caf Filho durante o pleito eleitoral em Pernambuco. Uma vez que, o presidente Caf Filho tentou articular nos bastidores a unio de grupos polticos antagnicos em prol da candidatura de Cordeiro de Farias PSD Para o Executivo Estadual. Nesse sentido, a imprensa ir publicar essas articulaes do Palcio do Catete nas eleies estaduais. Dessa forma, iremos discutir o quo a imprensa pernambucana se posicionou nesse processo eleitoral em Pernambuco. Partindo do pressuposto que a imprensa uma linguagem constitutiva do social como nos apresenta Raymond Williams, na qual, atua de forma direta na sociedade que iremos analisar o papel da imprensa nas eleies pernambucanas de 1954. Nesse sentido, a imprensa se articulou e se posicionou a favor ou no das articulaes polticas realizada por Caf Filho em prol do grupo poltico do Governador pernambucano-Etelvino Lins. Que lanou a candidatura de Cordeiro de Farias para Governador e conta com o apoio de Caf Filho para interferir junto candidatura de Joo Cleofas UDN-PTB. Assim, a imprensa pernambucana teve papel fundamental nas correlaes de foras para constituir um espao de memria em que determinado momento Caf Filho aparece como pacificador da conjuntura poltica brasileira. Em outro, aparece como traidor, que levou os inimigos de Getlio Vargas para compor o primeiro escalo do seu Governo (1954-1955). Nesse sentido, a imprensa constitui memrias de Caf Filho com o pleito de 03 de outubro de 1954 em Pernambuco.
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Leandro Climaco Almeida de Melo Mendona (COLGIO PEDRO II)
Militncia e Imprensa nos subrbios cariocas (1900-1920)
Resumo:No campo da Histria Social da Imprensa h um acm...
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Resumo:No campo da Histria Social da Imprensa h um acmulo de reflexo acerca da relao Histria, Memria e Poltica cujos resultados vm fortalecendo perspectivas que entendem as mdias como lcus privilegiado para a constituio de memrias pblicas. Tal reconhecimento tm nos permitido aprofundar o dilogo presente-ado no campo da investigao histrica, de maneira que outras memrias e histrias dissidentes, no forjadas ao longo do tempo pelo bloco de poder, venham disputar seu lugar no campo da memria social. E esse desafio, longe de apenas nos mobilizar no exerccio de nosso ofcio enquanto historiadores deve, tambm, estar presente em nossa prtica enquanto educadores.
A compreenso acerca da fora dos meios de comunicao na constituio de memrias pblicas motor para a elaborao de objetos de pesquisa que mirem para as disputas travadas nesse campo ao longo do tempo, especialmente no perodo histrico compreendido entre 1880 e 1920, momento em que a cidade vivenciou profundas transformaes scio espaciais. Da o interesse que venho nutrindo como historiador em investigar esse processo de transformaes a partir das margens, ou seja, a partir dos subrbios da cidade. A incorporao dos peridicos suburbanos como objeto de pesquisa tm permitido que se integre, de maneira mais orgnica, a histria dos subrbios histria do ento Distrito Federal, razo pela qual emergem novos personagens, com suas vivncias na urbe e seus projetos para a cidade.
A atuao jornalstica destes homens foi crucial para a promoo de diversas iniciativas coletivas nos subrbios. Estas iam desde entidades dirigidas por trabalhadores, ando por associaes de pequenos comerciantes, at aquelas criadas para pressionar governos e parlamentares com vistas a aumentar o investimento pblico na qualificao do espao pblico suburbano. Tamanha visibilidade conquistada com o jornalismo tambm lhes garantiu meios para agir publicamente em situaes de crise social, como foi o caso da emergncia da carestia entre 1912-13; 1917-19. Nesses anos, o jornalismo feito em prol dos subrbios se destacou no apenas pela cobertura jornalstica acerca dos efeitos dessa crise para os suburbanos, como tambm pela postura propositiva, fruto da articulao promovida por esses intelectuais jornalistas com diversos atores sociais com vistas a superar os gargalos econmicos que, entendiam, engendravam a carestia.
Logo, este trabalho tem como objetivo refletir sobre o significado e o alcance social das experincias de suburbanos com o periodismo naquela conjuntura, buscando assim incorporar, no campo do conhecimento histrico, outros atores sociais e seus projetos de poder e cidade cruciais para o surgimento de novas abordagens acerca da histria do Rio de Janeiro.
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Rosildo Raimundo de Brito (Universidade Federal de CAmpina Grande - UFCG)
Redes de transformaes: o museu enquanto espao de circularidade do conhecimento, da pesquisa e da memria social.
Resumo:Para alm de um espao privilegiado da interativid...
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Resumo:Para alm de um espao privilegiado da interatividade entre histria, espao e tempo, o museu representa um importante espao de contribuio para as reflexes em torno do dinmico processo de construo e crtica das memrias sociais. Mais que isso, revela-se tambm um lugar aberto a valiosas experincias de dinamizao do ensino e da pesquisa em Histria, possibilitando novos e instigantes encaminhamentos terico-metodolgicos. Fundamentado em reflexes em torno dessa possibilidade, este trabalho apresenta um relato de experincia fruto de uma vivncia do grupo de estudantes do Doutorado Interinstitucional em Histria Social pela USP/UFCG, por meio da disciplina de Histria e Historiografia da Cincia. Trata-se de uma experincia resultante de uma visita feita s colees do Museu Interativo do Semirido (MISA) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG/PB), a partir da articulao entre discusses terico-conceituais traadas em sala de aula sobre a histria social da cincia e o contato in loco com o museu enquanto um dinmico campo social constitudo de (re) significados relacionados a modos culturais de viver, trabalhar e de organizao do conhecimento histrico cientfico. Para tanto, a experincia norteou-se em discusses reflexivas de natureza crtica sobre a produo, significao e circularidade do conhecimento cientfico feitas a partir de conceitos apresentados por Bruno Latour (2004, 1997), especialmente o de redes de transformaes, o qual serviu de base terico-metodolgico para as leituras analticas feitas pelo grupo de estudantes na atividade em que foram protagonistas. Para alm de uma compreenso mais crtica sobre os aspectos socioculturais que caracterizam a retrica e a prtica cientfica, a atividade proposta pelos professores da disciplina aqui mencionada e que culminou com a visita dos estudantes s colees museolgicas do MISA proporcionou ao final, uma viso mais ampla e esclarecedora sobre a dimenso social, cultural e poltica que envolve o labor cientfico e os elementos significantes de que a cincia se vale para estabelecer o seu discurso legitimador ao falar dos fenmenos por ela representada. Por fim, alm de explorar a proposta de pensar o ensino e a pesquisa de forma articulada e para alm da sala de aula, a experincia relatada proporcionou aos sujeitos envolvidos, uma compreenso histrica mais clara sobre o processo de construo do realismo cientfico de que o discurso cientfico se faz portador.
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Vandr Aparecido Teotnio da Silva (Universidade de So Paulo)
O combatente vespertino: a campanha de mobilizao civil no jornal A Noite durante a Segunda Guerra Mundial (1942)
Resumo:Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial ...
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Resumo:Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) em 1942, aps a sequncia de ataques aos navios brasileiros por embarcaes ligadas aos pases do Eixo realizados, sobretudo, por submarinos alemes o pas decidiu em um primeiro momento, janeiro de 1942, declarar o rompimento de suas relaes diplomticas com os pases agressores para, em agosto daquele ano, anunciar que estava formalmente em guerra ao lado dos Aliados. Influenciado por uma onda revanchista que tomou conta dos pases americanos, sob presso poltico-econmica estadunidense aps o ataque japons a base naval de Pearl Harbor (dezembro de 1941) no Hava, verificou-se a formatao de campanhas de mobilizao civil pensadas pelo Estado Novo que procuravam envolver a populao brasileira no esforo de guerra Aliado e, nesse sentido, a colaborao jornalstica de A Noite nessas campanhas foi fundamental para o desenvolvimento de uma mentalidade de guerra que estava se iniciando no Brasil.
O jornal A Noite, incorporado pela ditadura varguista em 1940 s Empresas Incorporadas ao Patrimnio Nacional (EIPN) autarquia que congregava o esplio empresarial da Estrada de Ferro So Paulo-Rio Grande ou a ser utilizado como instituio de comunicao social que assumiu o papel de porta-voz das aes comunicacionais do Estado Novo, assumindo o papel de veculo oficial que veiculava os projetos de Brasil daquela ditadura. Cumprindo a cartilha comunicacional estadonovista, o peridico buscou reforar essas campanhas promovendo um movimento de mobilizao civil em torno do esforo de guerra da ditadura.
Alm do habitual apoio comunicacional de A Noite, a ditadura tambm contou com a adeso de entidades civis que colaboraram com a execuo dos projetos oficiais mobilizadores, tais como a Legio Brasileira de Assistncia (LBA), a Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN), a Escola Tcnica de Servio Social do Rio de Janeiro (ETSSRJ), a Cruz Vermelha Brasileira (CVB) e a Unio Nacional dos Estudantes (UNE).
Assim sendo, compreendemos que o processo de mobilizao civil para a guerra empreendida pelo Estado Novo e que contou com amplo apoio comunicacional do jornal A Noite e a mobilizao militar propriamente dita contribuiu para a formatao de uma memria sobre a participao do Brasil na Segunda Guerra Mundial que, levanta possibilidades de pesquisa e ensino sobre esse episdio na histria poltica brasileira. Resgatar esse processo de construo da memria sobre aquele conflito mundial, mostra-se necessrio para problematizar como essas instituies da sociedade civil organizada colaboraram com o esforo de guerra Aliado e, sobretudo, como um jornal intimamente ligado aquela ditadura, pde reforar essa memria atravs da construo da cotidiana da notcia.
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Williomar de Souza Peixoto (Colgio Interativo)
Ensino de Histria Local e a Noo de Tempo: Uma possibilidade a partir da memria.
Resumo:A necessidade da discusso acerca das temporalidad...
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Resumo:A necessidade da discusso acerca das temporalidades durante as aulas de Histria, torna-se necessria ao o que percebemos, durante os anos atuando no ensino bsico, a ausncia de uma conscincia histrica entre os alunos no que tange o desenvolvimento pleno da noo de tempo histrico, e de como essa percepo torna-se crucial para o pleno desenvolvimento do aluno sobre sua compreenso como sujeito histrico no lugar e no tempo. A intencionalidade do trabalho em trazer o dilogo entre o ensino patrimonial de Icoaraci e a questo das temporalidades visa, sobretudo, aproximar os jovens da discusso em histria acerca do tempo, pois, a formao do indivduo sobre a conscincia temporal de sua existncia condio mister para o pleno desenvolvimento do sujeito, o que Rusen (2001) nos apresenta como esteio da vida e da prtica social, mediante a auto afirmao perante o decurso da vida no tempo, sendo assim possvel agir como protagonista em sua trajetria, criando posturas responsveis em relao ao meio ambiente, ao ambiente social, e a s mesmo.
Este artigo, busca ainda, apresentar parcialmente resultados oriundos da pesquisa efetuada com alunos de uma turma de nono ano em uma escola da rede particular de Icoaraci, distrito da cidade de Belm, tal pesquisa visa a produo da dissertao no programa de mestrado em ensino de Histria.
Sendo assim, os resultados aqui apresentados moldam-se em uma proposta didtica, ou no registro de um projeto de interveno que ao tratar da histria local de Icoaraci, e da educao patrimonial em dilogo com a memria local, acaba enfatizando a discusso do tempo histrico entre os alunos, propondo o trabalho com as temporalidades a partir da ideia de marcos temporais pensados pelo professor , neste caso especfico, trata-se de sculos e dcadas, relacionados ao tempo de curta durao ligados prpria realidade das famlias locais, bem como as caractersticas e peculiaridades histricas dos casares de Icoaraci, alm das prticas e costumes to antigas no local, porm com suas histrias ainda alheias aos moradores. Sobre o contato com os patrimnios imveis; O contato com as diferentes arquiteturas do prdios mais antigos, prprias de perodos e contextos histricos diferentes dos que vivem os alunos, os ajudam a compreender as mudanas na localidade, bem como sentir, a partir do exerccio de comparao, a durao do tempo, as transformaes e permanncias da paisagem de compe a paisagem do distrito.
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