ST - Sesso 1 - 16/07/2019 das 14:00 s 18:00 187213
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Aline Cristina da Silva Lima (Capes), Olvia Morais de Medeiros Neta (UFRN)
A cultura poltica brasileira nos anos de chumbo e a histria da Escola Tcnica Federal do Rio Grande do Norte (1968-1985)
Resumo:Na dcada de 1960 se inaugurou no Brasil um modelo...
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Resumo:Na dcada de 1960 se inaugurou no Brasil um modelo de estado autoritrio herdeiro de uma cultura poltica que se consolidou com a Guerra Fria, o mundo capitalista se voltara a combater o comunismo crescente aps a Revoluo Russa de 1917. No Brasil o combate ao comunismo era o foco da Doutrina de Segurana Nacional que foi difundida por meio da mdia e no mbito educacional ganhava espao por meio de modificaes na legislao educacional e no currculo. Tanto a Reforma Universitria, Lei n 5540/1968, quanto a Reforma da Educao Bsica, Lei n 5.692/1971, estavam alinhadas ao Ato Institucional n. 5 de 1968, considerado o mais duro golpe da Ditadura. Essas reformas resultaram em uma srie de normatizaes paralelas, dentre elas o Decreto n 72538/1973 que regulamentava a formao compulsria de tcnicos, e nesse contexto que a antiga Escola Industrial de Natal a a se chamar Escola Tcnica Federal do Rio Grande do Norte (ETFRN), em 1968. Nosso objetivo com esse trabalho compreender a relao entre a cultura poltica que se desenhava no pas sob a liderana dos militares e a histria da ETFRN. Adotamos a concepo de cultura poltica por entendermos que o conjunto de valores e comportamentos polticos que predominam em uma determinada sociedade pera pela construo de padres culturais, pelo imaginrio e pelas mentalidades. Dialogamos com Serge Berstein e Althusser quanto ao conceito de cultura poltica; Willington Germano, Luiz Antnio Cunha, Moacyr de Ges e Arilene Medeiros no que se refere ao contexto educacional e a histria da instituio; Rodrigo Motta e Marcelo Siqueira nos atualizam quanto ao debate em torno da ditadura militar brasileira. A guisa de concluso consideramos que a relao cultura poltica da ditadura/ETFRN colaborou para uma histria marcada pela disciplinarizao, pela dualidade educacional e para uma modernizao conservadora em que o saber fazer solapava a formao humana integral. Foram realizados diversos acordos entre o Ministrio da Educao MEC e a USAID (United States Agency for International Development) que na dcada de 1960 criou a Comisso Brasileiro-Americana de Educao Industrial CBAI e recrutou ex-alunos da Escola Industrial de Natal para enviar ao Paran, onde receberiam um curso de formao de professores para atuarem na rea da indstria. A iniciativa repercutiu na introduo do mtodo TWI (training within industry) nas escolas de educao profissionais brasileiras, como foi o caso da ETFRN.
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Elias da Silva Maia (MAST - MCTI)
Os primeiros anos da Escola Fluminense de Engenharia (1952-1962): ideias e aes no contexto dos novos tempos.
Resumo:A comunicao abordar o incio das atividades da ...
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Resumo:A comunicao abordar o incio das atividades da Escola Fluminense de Engenharia (EFE), tendo como referncia algumas ideias do seu primeiro diretor, o engenheiro Octvio Cantanhede e as transformaes que ocorreram no ensino de engenharia. O pensamento de Cantanhede permeia todo seu arquivo pessoal e indica sua atuao profissional nos anos que antecederam e precederam o surgimento da EFE, suas aes ajudaram na criao da instituio. Exploraremos a existncia do vnculo entre a viso desse cientista, que est presente em seus registros e os primeiros os dados pela Escola, tendo em vista sua documentao institucional. Considerando as mudanas que o ensino de engenharia ou na primeira metade do sculo XX no Brasil, propomos uma abordagem que leve em conta a influncia de novas perspectivas presentes na criao dessa instituio de ensino.
Buscamos um resgate da criao da EFE ocorrida em 1952, partindo da documentao presente no arquivo pessoal do cientista sob a guarda do AHC-MAST. Como diretor, apontou a necessidade de modernizar e atualizar os cursos, com um ensino mais objetivo e prtico, contra o professor orador. Era apontado por ele que, o ensino da engenharia no Brasil, no tinha acompanhado as transformaes radicais no progresso tcnico das exigncias das indstrias. Os anos de sua gesto sempre pregaram uma reformulao na estrutura dos cursos, as ideias levavam em considerao vises modernas na conceituao do ensino da engenharia. Valorizamos essa experincia individual, pois identificamos que ela faz parte de uma realidade mais ampla, que envolveu situaes e relaes determinadas por necessidades e interesses. Isso nos leva a explorar os aspectos da vida do cientista, sua perspectiva em relao ao ensino de engenharia e a histria da instituio de ensino que ajudou a criar e dirigiu.
Cantanhede e a EFE se inserem em um contexto social complexo, onde suas aspiraes se materializaram nas atividades da Escola, entendendo sua criao fazendo parte de um projeto de desenvolvimento e explorao econmica. A criao da EFE faz parte das transformaes que ocorreram no ensino de engenharia aps a intensificao do processo de industrializao experimentado pelo Brasil na dcada de 1930. Junto com essas mudanas, nota-se tambm uma nova forma de ver o ensino de engenharia, visto a partir dai, com objetivos mais definidos e funes atreladas ao desenvolvimento econmico. Entendemos que as experincias de Cantanhede fizeram parte de um processo que envolve o conhecimento e interpretao de suas redes de relaes e obrigaes. Contudo, no desconsideramos que sua atuao se fez presente num sistema social e poltico culturalmente e socialmente determinado, que limitava suas aes, mas possibilitava brechas para suas pretenses.
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Fabrcia Lopes Pinheiro (PMM e PMDC)
A importncia da formao docente: As realizaes de Ansio Teixeira para qualificar o professorado nacional (anos 1930 e 1950)
Resumo:O presente trabalho trata de um estudo de carter ...
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Resumo:O presente trabalho trata de um estudo de carter histrico que intenta contribuir para a reflexo entre as experincias anisianas, relacionadas formao do professorado nacional, desenvolvidas no Distrito Federal, nas dcadas de 1930 e 1950. A temtica da interveno no sistema educacional brasileiro nos perodos estudados vem sendo objeto de estudo, no sentido de perceber de que modo uma estratgia de ao pedaggica de formao de professores ocorreu nesses perodos e quais suas principais diretrizes poltico-filosficas. Dessa forma, procuramos apontar as aproximaes e distanciamentos das polticas de formao de professores encaminhadas por Ansio Teixeira, nas dcadas de 1930 e 1950. O projeto anisiano de educao objetivava elaborar programas e criar condies para a formao dos professores. Esse objetivo era tratado como misso para Ansio Teixeira que se preocupava em preparar uma gerao de professores adaptados s novas tendncias pedaggicas e que fossem capazes de dar conta da demanda por uma educao mais sintonizada com as novas demandas sociais, advindas das transformaes pelas quais ava a sociedade brasileira. O Instituto de Educao do Distrito Federal seria o centro responsvel pela formao e aperfeioamento dos professores, pois l era onde funcionava a Escola de Educao da Universidade do Distrito Federal (UDF), constituindo-se na primeira tentativa de formar os antigos professores primrios em nvel superior. Em dcadas posteriores experincia da UDF, a formao de professores continuou sendo uma preocupao de Ansio Teixeira. Em 1952, o educador assumiu a direo do Inep e, mais uma vez, tentou desenvolver uma poltica nacional de formao docente. E foi com a criao do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE/INEP), que esse educador deu incio ao seu antigo projeto, buscando dar condio cientfica ao educativa pela via desse rgo. Nesse sentido, a UDF e o CBPE foram experincias em torno da restruturao do sistema de ensino, iniciadas na Bahia, nos anos 1920, e que foram aprofundadas no Distrito Federal, nos anos de 1930. Trata-se de um estudo de abordagem histrica, o estudo envolve a articulao entre a base documental e bibliogrfica referidas ao tema. Assim, ser privilegiada documentao relativa criao da UDF, a documentao sobre o CBPE/DAM, encontrada no arquivo Pessoal de Ansio Teixeira, depositado no DOC FGV, trabalhadas em dilogo com estudos que j foram produzidos sobre o tema.
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Haroldo de Resende (UFU)
Educao e segurana: biorregulao do Estado brasileiro do perodo militar
Resumo:A temtica que se aborda a da segurana articula...
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Resumo:A temtica que se aborda a da segurana articulada ao campo educacional, particularmente, aquela segurana engendrada por prticas discursivas e no discursivas no perodo compreendido entre os anos de 1964 a 1985, reconhecidos pela historiografia como perodo militar. De modo que se busca o estabelecimento de uma discusso sobre a racionalidade dos processos educativos, nessa fase da histria do Brasil, no ponto em que se articula entre o indivduo e a populao, tomando a educao como um mecanismo de biorregulao, tendo em vista sua funo social, assim como os efeitos poltico-formativos dessa funo. Como fontes, recorre-se Doutrina de Segurana Nacional, elaborada nos Estados Unidos no ps-guerra e reelaborada no Brasil pela Escola Superior de Guerra, como instrumento de gesto social, assim como Lei de Segurana Nacional, instituda no ano de 1967. Para realizao da anlise, busca-se aportes terico-metodolgicos nos conceitos de biopoltica e de dispositivos de segurana, desenvolvidos por Michel Foucault nas pesquisas em que ele investiga a racionalizao do estado moderno, de tal modo que so estabelecidos contrapontos entre as proposies do Estado de Segurana Nacional e aspectos da racionalidade governamental analisada por Foucault. Assim, possvel apontar que a racionalidade plasmada nos documentos apresenta traos totalitrios vindos de concepes, que buscam transpor modelos da biologia para as sociedades contemporneas, de sorte que o bom funcionamento de um corpo humano saudvel serviria de critrio para a harmonia do funcionamento social, tendo como desdobramento a ideia de que indivduos e coletividades que no estivessem nessa lgica, estariam corrompendo o sistema de harmonia da totalidade, devendo, por isso, serem eliminados, como estratgia de segurana. Assim, aponta-se que a educao funcionou como um instrumento de biorregulao do Estado, fazendo parte do aparato biopoltico militar na instituio da segurana em defesa daquele modelo de sociedade, instituindo efeitos poltico-formativos nas prticas sociais. Com isso, aponta-se que revisitar essa temtica a partir de outros referenciais, diferentes dos usualmente utilizados, tem sua importncia na possibilidade de diagnosticar o presente, numa atitude crtica, a fim de que se compreenda o que nos fez ser o que somos.
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Higo Carlos Meneses de Sousa (SECRETARIA DE EDUCAO DO PIAUI)
Um Estabelecimento de ensino exemplar: histria do Ginsio Estadual Marcos Parente (1950-1966)
Resumo:A presente comunicao faz parte de pesquisa de me...
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Resumo:A presente comunicao faz parte de pesquisa de mestrado em andamento que tem por objetivo investigar elementos da histria do Ginsio Estadual Marcos Parente que vo de sua instalao em 1950 a criao do curso cientfico em 1966, bem como aspectos de sua organizao interna. Trata-se de uma escola pblica de ensino secundrio ginasial, localizada na cidade de Picos, Estado do Piau. O recorte temporal se justifica por levar em conta que a instituio foi criada por lei estadual em 1948, iniciando suas atividades em 1950, sendo a nica instituio pblica de ensino secundrio da cidade at 1966; quando o governo do estado criou o curso cientfico em Picos. Mesmo o ginsio tendo sido criado pelo estado instituio foi mantido pelo municpio at 1963. Entre 1950 e 1966 a escola possuiu trs sedes: a primeira correspondeu ao edifcio destinado ao Grupo Escolar Coelho Rodrigues, onde pela manh aconteciam as aulas do grupo escolar, destinadas ao curso primrio e a tarde acontecia s aulas do ginsio, inicialmente com duas turmas: uma masculina e uma feminina, entre 1955 e 1959 funcionou em trs casas adaptadas e somente em 1960 tem construda sua sede prpria financiado com recursos do Instituto Nacional de Estudos Pedaggicos (INEP). Na realizao da investigao operacionalizou-se com referenciais tericos e metodolgicos da Nova Histria Cultural, tomando como base as categorias conceituais propostas por: Magalhes (1999, 2004); Frago (2005), Julia (2001), Lopes (2011,2017); Sousa (2005). Para realizao do estudo utilizou-se como fontes: uma autobiografia intitulada Z da Luz e suas Histrias escrita por um ex-aluno do ginsio, onde narra vrios momentos de sua agem pelo ginsio; fontes hemerogrficas, documentos do escriturrio escolar e fotografias. Metodologicamente realizou-se uma pesquisa do tipo qualitativa e historiogrfica. Como resultado parcial do estudo foi possvel identificar que a criao do ginsio esteve ligada a ao das elites locais por meio de disputas polticas, de acordos e arranjos que possibilitaram a criao de uma instituio de ensino secundrio em Picos, ao mesmo tempo em que foi possvel identificar que alguns aspectos que fizeram parte de sua organizao como o ingresso por meio do exame de isso, foi um processo caracterizado por grande concorrncia e seletividade.
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Manuela Garcia de Oliveira
Criao e implementao de Escolas Normais destinadas formao de professores primrios rurais no estado de Pernambuco (1930-1970)
Resumo:Este texto apresenta uma proposta de pesquisa de D...
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Resumo:Este texto apresenta uma proposta de pesquisa de Doutorado que tem como objetivo analisar as polticas destinadas criao e implementao de escolas normais para a formao de professores primrios rurais no serto pernambucano, com destaque para a interiorizao em mbito estadual, mudanas e finalidades dessa modalidade de ensino no contexto das dcadas de 1930 a 1970 do sculo XX. Essa delimitao temporal periodizao ampla, mas necessria , corresponde ao incio da operacionalizao de uma proposta educacional estabelecida pelo governo de Pernambuco que gerou investimentos e criao de mais escolas evidenciando, assim, um incio da interiorizao do magistrio rural no Estado; e a dcada de 1970, com a mudana da legislao (Decreto n. 5.692/1971), as escolas normais rurais vo, gradativamente, encerrando suas atividades voltadas formao rural. A delimitao espacial, compreende o estado de Pernambuco e, para averiguar as polticas no processo de interiorizao, opto por restringir ao serto, em especfico a duas Escolas Normais Rurais: Nossa Senhora Auxiliadora, localizada em Petrolina, no Serto do So Francisco e Escola Normal Rural Stella Maris, localizada em Triunfo, no Serto do Paje. Referente aos aspectos tericos e metodolgicos, o mtodo desta proposta estar centrado na abordagem histrica, de forma especfica, buscar seguir a matriz interpretativa da Nova Histria Cultural e da Histria Oral Temtica enquanto metodologia. Privilegiar fontes oficiais, como mensagens de governadores, relatrios, peridicos de educao do estado de Pernambuco, assim como arquivos escolares e arquivos pessoais das ex-normalistas dentre outros. Por fim, vislumbro contribuir para o alargamento cientfico no campo da histria de formao de professores, bem como com a preservao da histria e memria educativa de Pernambuco. Ainda em termos cientficos, busca tambm fornecer subsdios para o Projeto Nacional Formao e Trabalho de professoras e professores Rurais no Brasil: RS, PR, SP, MG, MS, RJ, MT, MA, PE, SE, PB, RO (dcadas de 40 a 70 do sculo XX), aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq), intervindo com o eixo de pesquisa polticas governamentais implementadas para a formao dos professores.
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Maria Josileuda Pinheiro de Queiroz (ESTADO DO CEAR)
Vivncias do currculo do Ensino Tcnico no Colgio Cel. Virglio Tvora em Quixad.
Resumo:Maria Josileuda Pinheiro de Queiroz
Mestranda pel...
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Resumo:Maria Josileuda Pinheiro de Queiroz
Mestranda pelo Mestrado interdisciplinar em Histria e Letras, Mihl
Faculdade de Educao Cincias e Letras do Serto Central - Feclesc/UECE
A pesquisa busca estudar o currculo do ensino tcnico do Colgio Cel. Virglio Tvora durante o perodo de ditadura civil-militar dcadas de 1970 e 1980, na cidade de Quixad-Ce. As fontes, so currculos do ensino tcnico da referida instituio, dirios de sala, as atas Municipais, Lei 5692/1971 e oralidade. De acordo com a Lei 7991 publicada no Dirio Oficial de 04 de maio de 1965, criado o ento Colgio Cel. Virglio Tvora em 30 de abril de 1965 com cursos de 1 e 2 graus onde segundo o documento, preparavam para o trabalho. Ao analisarmos as fontes pesquisadas, o ensino tcnico acontece nos anos de 1971 a 1985 num contexto de Ditadura civil-militar brasileira, iniciando logo no primeiro ano da imposio de Lei 5692/1971, onde torna obrigatrio o nvel tcnico de ensino nas escolas pblicas de 2 grau. Entender como o currculo desse ensino tcnico foi pensado, aplicado e vivenciado pode contribuir para um estudo que pense a apropriao dos sujeitos que dele fizeram parte em tempos de imposio poltica. As entrevistas com os professores de nvel tcnico: Raimundo, Cleune e Vera Carneiro, apontou a necessidade de buscar, tambm atravs dos sujeitos, como ocorreram as vivncias do currculo nesse ensino no perodo de ditadura. A questo central tentar entender como os sujeitos desse ensino tcnico se apropriam desse currculo. Mediante tal questo, pensar como foram formulados tais currculos com base na Lei 5697/71 bem como questionamos a aplicao dos currculos no Colgio Virglio, e tambm como foi vivido por professores e alunos. Como reelaboram essas vivncias? Ao analisarmos a entrevista da professora Vera Carneiro quando trata dos contedos para o Ensino Tcnico, a mesma trata sobre uma possvel seleo por parte dos docentes adequando-se a realidade da sua clientela. Atravs desses depoimentos, temos a possibilidade de perceber o Curso tcnico tornado obrigatrio a partir do ano de 1971 com a Lei 5692/71 e imediatamente acatado pelo Colgio Cel. Virglio Tvora na Cidade Quixad, sendo desenhado de forma subjetiva pelos sujeitos que o vivenciaram. Podemos pensar, entretanto, quando a professora trata da seleo de contedos para atender aos interesses dos estudantes, at que ponto isso ocorria? Porque esses contedos eram produzidos? O recorte temporal se d pelas fontes encontradas na Escola e ao considerarmos o marco jurdico de instituio desse ensino no ano de 1971. Entendemos que ao dialogar com estas fontes poderemos compreender um pouco mais de como se constituiu os usos do currculo para o ensino tcnico durante o Regime militar.
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Osias Soares Ferreira (IFES - Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Esprito Santo)
Trabalho e Educao em contexto Amaznico: Um estudo de caso do curso tcnico em meio ambiente para os assentados da reforma agrria do Sul do Estado do Amap - AP
Resumo:Este trabalha pesquisa a relao entre Trabalho e ...
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Resumo:Este trabalha pesquisa a relao entre Trabalho e Educao por meio de um estudo de caso do Programa Nacional de Educao na Reforma Agrria - PRONERA em contexto amaznico, especificamente o Sul do Amap. Analisamos o curso Tcnico em Meio Ambiente para os assentados (as) da reforma agrria. Buscamos, perceber o significado de um curso tcnico de nvel mdio para estes assentados, suas possibilidades de interlocuo e perspectivas sociais construdas em torno desta formao. O curso oriundo da parceria entre o INCRA e Instituto Federal de Educao do Amap. Nos embasamos nos conceitos de Experincia e Cultura de Raymond Williams e E. P. Thompson, os estudos sobre Educao do Campo de Miguel Arroyo e Roseli Caldart, os estudos sobre a Pedagogia da Alternncia de Bernardo M. Fernandes e Paolo Nosella e os estudos sobre o PRONERA de Mnica Molina e Maria Clara Di Pierro. Metodologicamente utilizamos entrevistas semiestruturadas e estudo de caso para perceber a participao das comunidades na implantao do curso. Analisamos a aplicao da Pedagogia da Alternncia em um curso tcnico para assentados agroextrativistas, percebendo a singularidade desta prtica em contexto amaznico, principalmente por ser o primeiro curso tcnico ofertado com esta metodologia pelo IFAP e PRONERA no Amap. Identificamos os desafios e dificuldades encontrados pelos alunos no o e continuidade no curso, alm de seu significado para os mesmos. Conclumos que houve dificuldade de participao das comunidades na indicao das demandas. O curso foi elaborado pelo INCRA e IFAP, tendo o aval das lideranas das associaes. O deslocamento at Laranjal do Jar para o tempo escola, a falta de transporte escolar e a alta carga horria de aula foi o maior desafio a ser superado. O curso teve aceitao por todos e inclusive sugerido novas ofertas. No que se refere Pedagogia da Alternncia, o IFAP adotou uma metodologia especfica, as atividades do tempo escola ficaram concentradas no perodo de frias escolares. J o tempo comunidade nos meses de fevereiro a junho e agosto a dezembro. A alta carga horria e a complexidade de algumas disciplinas do tempo escola foram sinalizadas como ponto negativo. Houve aceitao das atividades do tempo comunidade, principalmente pela possibilidade de executar um projeto prtico. Conhecer novas tcnicas de conservao da Floresta, a (re) aproximao destes com o agroextrativismo a preocupao com o meio ambiente, a integrao entre os assentamentos, a possibilidade em prosseguir com os estudos, levar melhoria aos assentamentos bem como ao uso sustentvel da Floresta so sinalizados como principais contribuies do PRONERA para os assentados da reforma agrria do Sul do Estado do Amap.
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Wallace Lucas Magalhes (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)
Experincias educacionais e suas funes polticas no campo dos conflitos agrrios (1950-1964)
Resumo:Este trabalho busca analisar algumas experincias ...
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Resumo:Este trabalho busca analisar algumas experincias educacionais direcionadas ao espao rural brasileiro entre as dcadas de 1940 e 1960, identificando suas funes polticas a partir do conceito de campo de Pierre Bourdieu. No contexto em que a reforma agrria se tornou uma bandeira poltica e concreta, a educao assumiu um importante papel, tanto nos processos de dominao e reproduo social por parte dos grupos dominantes agrrios, como forma de implementar uma autntica reforma agrria, sem qualquer transformao da estrutura fundiria, quanto na tentativa de ruptura com as formas de dominao e excluso vigentes. Partindo do referencial terico de Pierre Bourdieu e de sua noo de campo como espaos estruturados de relaes de fora pela manuteno ou ruptura de posies historicamente ocupadas, podemos analisar os conflitos agrrios no perodo a partir de estratgias bem definidas pelos grupos em disputa, cabendo educao importante funo poltica nesse processo. Aqueles que na presente relao de fora monopolizavam um capital especfico, no caso, a propriedade privada, pregavam que a reforma agrria no teria como objeto a terra, mas o homem, cabendo educao transform-lo em um elemento mais eficiente do sistema produtivo. Por outro lado, os desprovidos da propriedade privada inclinavam-se para estratgias de subverso, em que a educao agia como instrumento de percepo da realidade, pautada nas tradicionais formas de dominao, dentre elas o latifndio. A partir dessas noes preliminares, sero apresentadas experincias educacionais que, vinculadas ao Estado atravs de rgos como Ministrio da Educao (MEC) e Ministrio da Agricultura (MA), afastavam o processo histrico das desigualdades sociais mediante projetos educativos cujas premissas eram a transformao do homem atrasado em um individuo apto maior participao na economia atravs da utilizao de tcnicas modernas de produo. De forma a identificar como tal programa foi materializado sob um discurso supostamente destitudo de concepes polticas, sero apresentados os casos da Experincia de Itaperuna (1950) e da Campanha Nacional de Educao Rural (CNER), implementada em 1952. Por fim, como parte da proposta de apresentar as experincias educacionais como elemento do campo dos conflitos agrrios, ser ressaltado o Movimento de Educao de Base (MEB) e sua atuao entre os anos de 1961 e 1964. Sob responsabilidade da Igreja Catlica, o MEB partia da realidade dos das populaes rurais, moldando uma educao de base capaz de levar sua conscientizao e transformao mediante a construo de uma contra-cultura, rompendo com a viso de mundo rural historicamente construda.
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ST - Sesso 2 - 17/07/2019 das 14:00 s 18:00 1e5t6h
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Alexandre de Britto Redondo
A misso das Universidades: Uma anlise arqueolgica das proposies educacionais de Armando de Salles Oliveira
Resumo:Considerando o processo de industrializao que a ...
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Resumo:Considerando o processo de industrializao que a sociedade brasileira vivenciou ao longo da dcada de 1930, bem como as prticas discursivas vigentes que defendiam reformas sociais consonantes racionalizao industrial e cientfica, alm da moralizao e da harmonia dos espaos urbanos em expanso, a constante difuso de proposies educativas que corroborassem com tais intentos no foi obliterada por alguns polticos e intelectuais do respectivo perodo.
Dentre estas personalidades que preconizaram reformas sociais por intermdio de prticas educacionais, podemos citar a figura de Armando de Salles Oliveira. Engenheiro paulista formado pela Escola Politcnica, ao longo de sua trajetria, Armando exerceu os cargos de presidente do jornal O Estado de So Paulo e do Instituto de Organizao Racional do Trabalho (IDORT), Interventor Federal e Governador do Estado de So Paulo (1933-1936) e candidato presidncia da Repblica nas eleies de 1937.
No dia 16 de agosto de 1937, no Teatro Municipal de Belo Horizonte, Armando pronunciou um discurso concernente sua campanha presidencial, posteriormente intitulado como A misso das Universidades, no qual tratou temas como: misso das universidades, ensino primrio e secundrio, ensino profissional, poltica nacional de educao e concluiu sua declamao com uma anlise particular do momento poltico que vivenciara.
itindo a perspectiva foucaultiana como fundamentao terica, o presente estudo visa oportunizar um dilogo com estas proposies educacionais de Armando de Salles Oliveira enunciadas em seu discurso presidencial e seus efeitos possveis atinente ao lugar social do alunado que se pretendia educar. No obstante, o conceito de governamentalidade formulado por Michel Foucault nos parece profcuo ao compreender as relaes sociais como um jogo de foras atuantes na conduo da conduta de si e do outro, uma vez que a hiptese de nossa anlise remete investidura educacional de Armando como uma prtica de enaltecimento moral e salvacionista da organizao racional, dos saberes cientficos e escolares no bojo das diversas modalidades de ensino defronte sociedade brasileira.
Ademais, valendo-se de uma anlise arqueolgica, na qual pretendeu-se evidenciar as regras que o discurso obedece enquanto prtica e as condies de exerccio da funo enunciativa, pretendemos tornar explcito o esforo da implantao de saberes que na esfera do ensino primrio estipulassem um patamar social inicial, marginalizando aqueles que no o alcanassem; mensurassem a capacidade dos indivduos com base no seu rendimento no ensino secundrio; legitimassem a condio de elite intelectual de sujeitos por meio do ensino superior e credenciassem a mo-de-obra dos alunos do ensino profissional.
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Anna Karolina Vilela Siqueira (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)
Instituies Educativas em Minas Gerais nos Oitocentos: estudo de caso do Seminrio de Mariana
Resumo:A presente comunicao tem por objetivo abordar um...
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Resumo:A presente comunicao tem por objetivo abordar uma das principais instituies educativas de Minas Gerais no incio do sculo XIX, o Seminrio de Mariana. Priorizamos o perodo do Governo Episcopal de Dom Frei Jos da Santssima Trindade, Bispo da Diocese de Mariana entre 1820-1835. Assim, buscamos reconstituir as principais medidas adotadas por Dom Jos referente ao Seminrio de Mariana, suas concepes e prticas poltico-religiosas e como tais orientaes e prticas repercutiram no processo educacional promovido no perodo do seu episcopado. O Seminrio de Mariana foi fundado em 1750 pelo ento Bispo D. Frei Manoel da Cruz, e a formao e istrao do instituto sempre ficaram a cargo da Diocese. Assim que chegou a Minas, Dom Jos realizou amplas reforma no Seminrio, tanto no mbito material quando no istrativo, para que assim pudessem ser retomadas as atividades do local que estava em perodo de vacncia a nove anos. Com base na documentao analisada, possvel perceber sua preocupao quanto formao do clero e tambm dos leigos da sociedade mineira. A descrio de suas aes sempre comportam alguma meno formao espiritual dos alunos e, principalmente, disciplina interna do Seminrio. Essas aes teriam como objetivo final uma renovao moral e espiritual dos sacerdotes, para assim melhorar a procedncia e atuao deste clero nas Minas Gerais. Aos leigos que estudavam no Seminrio, tambm tiveram papel importante nessas reformas, pois para o Bispo os estudantes leigos que permaneciam no Seminrio deveriam ter uma boa formao para que posteriormente pudessem ter uma atuao de destaque dentro da sociedade. Ademais buscamos abordar a funo do Seminrio na sociedade mineira no sculo XIX e as mudanas nele implementadas por Dom Jos, como a instaurao de novas perspectivas e metodologias educacionais, normas e vivncias sociais e pensando tambm na relao do Bispo com as demais prticas pedaggicas existentes no perodo para alm do Seminrio, como os professores rgios e as instituies de formao de moas. Para auxiliar nossa discusso, utilizamos como fonte os relatos do Bispo como as Cartas Pastorais e a documentao do Seminrio como os Estatutos de Regimento e alguns ofcios.
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Antonio Donizetti Sgarbi (IFES - Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Esprito Santo)
Instituies de educadores catlicos do Brasil no final da dcada de 1920 e incio da dcada de 1930: APCs e CCBE
Resumo:O projeto catlico para o Brasil no incio do scu...
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Resumo:O projeto catlico para o Brasil no incio do sculo XX se dava dentro de um programa bem estruturado onde aparecem dois pontos chaves a escola e a imprensa catlicas. Porm para efetivar tal projeto eram necessrias algumas estratgias para atingir tanto o meio intelectual como as camadas populares. Este estudo busca na literatura da poca o esforo dos intelectuais educadores para se organizarem nas Associaes dos Professores Catlicos (APCs) e na Confederao Catlica Brasileira de Educao. A primeira instituio tinha como objetivo melhorar as condies materiais dos associados e o cultivo intelectual do magistrio de modo a poder distinguir nas inovaes e renovaes pedaggicas, a toda hora trazidas a debate, o que h de aproveitvel e digno de aceitao e entre outras coisas a efetivao em larga escala do ensino religioso, ou melhor, da educao religiosa dos alunos das escolas pblicas. A segunda, j estruturada de forma mais ampla tinha como finalidade congraar todas as foras educacionais catlicas do pas, no intuito de dotar [a Ptria] com uma educao integral, de acordo com as diretrizes firmadas pela Igreja, isto conforme prescrevia os seus estatutos. Tem-se aqui uma srie de dados que comeam a ser analisados luz de categorias como intelectuais e organizao da cultura na esteira de Antonio Gramsci (1988; 1989). luz das categorias intelectual e organizao da cultura percebe-se indcios de que luta dos intelectuais catlicos era pela defesa de uma certa hegemonia, da o embate com grande parte dos membros da ABE que em suas propostas arranhavam as conquistas da Igreja Catlica junto ao poder estatal na segunda repblica. No perodo ora estudado percebe-se que existe uma disputa acirrada e uma polarizao de pensamento, de um lado os catlicos do Centro D. Vital, das APCs e da CCBE, e de outro os profissionais da educao, muitos deles reunidos na ABE. Trata-se de um embate entre intelectuais orgnicos, aqueles que representam a classe que est no poder, e os intelectuais tradicionais, representados pelos catlicos, que continuaram agindo de modo independente com uma postura tradicional e com uma aliana tcita com a classe dominante presente. A aliana se d em especial pela presena do ensino religioso nas escolas da Segunda Repblica. Neste caminho constata-se que os educadores catlicos, intelectuais tradicionais objetivam a construo de uma civilizao crist catlica no Brasil a partir da expanso das escolas catlicas e da luta para a manuteno do ensino religioso catlico nas escolas pblicas.
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Pollianna Pimentel Ferreira (Fundao da Criana e do Adolescente)
Educao Icomiana: A formao para o trabalho e para a vida em famlia nas pginas da Revista Icomi-Notcias (1964-1967)
Resumo:Esta comunicao resultado parcial da pesquisa q...
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Resumo:Esta comunicao resultado parcial da pesquisa que vem sendo realizada no Mestrado em Educao (Ppged/Unifap) e surgiu do interesse em compreender as concepes educacionais icomianas, desenvolvidas no ento Territrio Federal do Amap, pela Indstria e Comrcio de Minrios S. A. (Icomi), presentes nas pginas da Revista Icomi-Notcias (1964-1967). O pblico leitor desse peridico eram os habitantes das comunidades do TFA e demais localidades da Amaznia. A revista era editada mensalmente pelo Departamento de Relaes Pblicas da Icomi, com sedes no Rio de Janeiro, Belm e no TFA. Os exemplares ilustrados de suas 36 edies eram distribudas de forma gratuita.
No que contemple a temtica em anlise, a interface da Educao e Fordismo, buscou-se evidenciar a instituio do seu programa educativo, pautado no modelo fordista de produo e regulao social, conexo poltica de Educao Tecnicista reforada e consolidada no pas durante esta ocasio. As anlises dos artigos veiculados nesse peridico tornaram possvel a elucidao dessas relaes e possibilitou alcanar o objetivo de entender os propsitos dessa educao no contexto de industrializao e urbanizao de parte do TFA, discutindo, compreendendo e construindo uma histria da funo que o projeto Icomi cumpriu como transmissor de ideologias, particularmente formando para o trabalho e para a vida em famlia vrias geraes de amapaenses.
Deste modo, os questionamentos que nortearam o trabalho foram: qual a finalidade da formao decorrente do programa educacional icomiano entre 1964 a 1967? De que forma esse programa desenvolveu-se na Amaznia amapaense? Quais os seus impactos na vida do trabalhador e de seus familiares? O estudo de carter bibliogrfico, calcado nas consideraes de diversos autores como Frigotto (2010), Gramsci (2008), Grandin (2010), e documental conforme as concepes de Evangelista (2009), baseado nas edies da Revista Icomi-Notcias. Assim, compreendeu-se que houve o desenvolvimento de uma educao diferenciada nesse contexto em estudo, com padres de qualidade acima do que se tinha nas escolas do TFA. No entanto, as anlises apontaram para o estabelecimento de uma educao elitista, excludente e que atendeu aos interesses do sistema capitalista dentro e fora da Amaznia amapaense.
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Regina Coeli Alcantara Silva (Fundao Municipal de Educao de Niteri)
As escolas pblicas primrias do Estado em Itabora-RJ no final do sculo XIX e incio do XX: entre desordens, reparos, aluguis, inspees e suspenses.
Resumo:Este estudo pretende analisar a conjuntura fsica ...
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Resumo:Este estudo pretende analisar a conjuntura fsica das escolas pblicas do Estado e, principalmente, as que se encontravam no municpio de Itabora-RJ, no final do sculo XIX e incio do XX. A periodizao adotada tem como objetivo investigar como estava a estrutura fsica da rede de ensino, ao observar certos desdobramentos que incluam: reparos, aluguis, inspees e suspenses. Busca-se, tambm, analisar como esta rede de ensino estava se constituindo e como se desenvolveu, num perodo repleto de transformaes, no qual a forma escolar estava se delineando. O universo desta pesquisa histrico-social, com uma diversa base documental. A metodologia escolhida a micro-histria, pois funciona como um recurso metodolgico que ajudar na diferenciao entre as mltiplas realidades sociais, podendo ser analisadas as questes mais gerais na viso macro e tambm as mais especficas ‒ na viso micro, o que contribui para pensar e analisar as transformaes das legislaes educacionais e seus reflexos na esfera local. A micro-histria, desconsiderada por estudos mais gerais, aplicada ao restringir a escala de observao, tendo o particular como ponto inicial de investigao e fazendo uso de um diverso material documental. Para analisar o aspecto fsico das escolas e as consequncias disso, foi necessrio realizar um dilogo, envolvendo as seguintes documentaes: Relatrios dos Diretores da Instruo, de 1896, 1897 e 1898; mensagens dos Presidentes de Estado do Rio de Janeiro; lbum do Estado do Rio de Janeiro; legislao educacional da poca, pertinente aos seus decretos e deliberaes; revista com histria da localidade produzida pelo municpio; artigos de jornais como o Gazeta de Notcias; e, principalmente, o peridico local O Itaborahyense, que funcionou como fonte de anlise da conjuntura local, trazendo informaes que perava o cotidiano no contexto da localidade. Como contribuio, ao analisar o contexto das escolas com suas culturas escolares, a presente pesquisa busca trazer tona questes sobre as escolas do Estado localizadas no municpio de Itabora, demonstrando como estava a estrutura fsica e as consequentes repercusses desse cenrio no cotidiano.
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Robson de Lima Fernandes
ESTABELECIMENTO DE EDUCANDOS ARTFICES DO PIAU: prticas educativas e relaes de poder (1849-1873)
Resumo:Este trabalho que ora apresentamos resultado de ...
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Resumo:Este trabalho que ora apresentamos resultado de um projeto de pesquisa desenvolvido no Programa de Ps-Graduao em Histria Social da Universidade Federal do Maranho que culminou na dissertao de mestrado intitulada Estabelecimento de Educandos Artfices do Piau: prticas educativas e relaes de poder (1849-1873). Com o objetivo de investigar, pelo vis das prticas educativas instruo, trabalho, disciplina militar e religiosa, a poltica de higienizao daquela casa de educao as relaes de poder estabelecidas entre os agentes sociais que l interagiram durante o tempo de sua atuao (1849-1873), principiamos a pesquisa aprofundando o contato com algumas fontes colhidas no Arquivo Pblico do Estado do Piau e em consultas a sites de pesquisa e bibliotecas digitais, a fim de responder satisfatoriamente ao seguinte questionamento: como foram construdas as relaes de poder entre os atores sociais que interagiram no mbito da Casa de Educandos Artfices do Piau? Para tanto, optamos por uma forma de abordagem qualitativa que nos possibilitou explicar o cotidiano da infncia pobre provinciana e explicitar as motivaes socioeconmicas, culturais, polticas e ideolgicas por trs da criao daquela instituio, suas prticas educativas e, mormente, as percepes produzidas sobre as relaes estabelecidas naquela escola, que por sua vez, permitiram aos educandos resistir e reagir s imposies caractersticas do cotidiano escolar.
A pesquisa fundamentada em escritos de Michel de Certeau (2014), Michel Foucault (1987), Erving Goffman (2015), Jos Gonalves Gondra (2008), entre outros, suscitou questes atuais e de interesse social sobre as quais convm pensar: o papel da educao para a formao do indivduo, a importncia da incluso social de indivduos marginalizados no processo de produo do sistema social e o exerccio da cidadania; estimulou a reflexo sobre o papel que a escola, enquanto espao social, desempenha na formao moral e tica dos indivduos que a frequentam e, para alm disso, nos instiga a pensar sobre como em uma dada formao social o trato e a lida com as diferenas de classe e a organizao do espao urbano pode apresentar-se de forma to variada considerando o momento histrico vivido. Porm, um dos diferenciais deste trabalho reside, justamente, na forma de abordagem e no direcionamento que demos anlise do papel e importncia daquele estabelecimento de ensino para os planos de desenvolvimento e progresso provincial, bem como, para a Histria da Educao piauiense no perodo oitocentista.
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Saulober Tarsio de Souza (Universidade Federal de Uberlndia)
Representaes da Docncia na Imprensa Escrita: Jornal O Reprter (Uberlndia: 1950-1963)
Resumo:O texto resulta das atividades do projeto Represe...
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Resumo:O texto resulta das atividades do projeto Representaes de Imprensa: O Universo Escolar nas Pginas de Jornais do Tringulo Mineiro (1950-1970). Os dados apresentados decorrem da catalogao e digitalizao das notcias sobre a educao coletadas nos jornais que circulavam no muncipio. Desde os anos de 1980, os jornais tm sido amplamente utilizados na pesquisa histrica e tambm histrico-educativa, mesmo que tenham sido considerados at ento, como fontes suspeitas para esse tipo de pesquisa, pois se entendia que tais veculos de comunicao portavam carga excessiva de interesses subjetivos (LUCA, 2006). Nessa comunicao em especfico, abordamos a ideia de docncia veiculada no jornal O Reprter, tentando identificar o esteretipo de professor(a) que era apresentado aos leitores desse jornal. Esse veculo de impressa escrita surgiu sob a responsabilidade de Artur Barros e J. Faria em 1925, no incio da dcada de 1950, circulava duas vezes por semana (aos sbados e as quartas-feiras) em 04 pginas (02 folhas), quando de seu encerramento, no ano de 1963, era veiculado de 3 a 4 vezes por semana e seu presidente diretor era Joo Daher. Ao finalizar a primeira etapa do projeto, levantamos um nmero de 846 matrias relativas a educao na coleo desse jornal constante do acervo do Arquivo Pblico Municipal de Uberlndia, no perodo entre 1950 e 1963 com exceo de alguns anos j que os livros de tombo estavam no setor de restaurao (1951/52/57/58). Mesmo assim, a temtica debatida em torno da profisso docente foi bastante expressiva cerca de 8% do total, chegando a sete dezenas de notcias. Destacamos que nesse perodo, ocorreu acelerado crescimento da rede pblica escolar urbana em todo o pas e tambm em Uberlndia, fenmeno atrelado a urbanizao e que pode ser percebido pelos debates presentes nos jornais. Aqui em especfico, recortamos as notcias que abordavam os termos professor(a), mestres e educadores, de maneira que o conjunto analisado tratava de homenagens aos docentes (pstumas ou no), formao de professores (cursos de frias, palestras e visitas de personalidades nacionais e internacionais do campo da educao), a profissionalizao da categoria (criao de associaes, greves, aumento ou atraso nos salrios), e aqueles que debatiam com algum esforo terico o papel do professor na sociedade, como o publicado com o ttulo Urge elevar e dignificar o professor (JOR, 06/abril/1956). As reflexes alcanadas indicam que no processo de acelerado crescimento da rede escolar urbana do municpio mineiro, as representaes dos professores eram apresentadas entre dois polos distintos muitas vezes como figuras de prestgio dignas de exaltao, mas tambm em alguns momentos acusados pela precariedade da educao em funo da m formao.
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Suzana Lopes Salgado Ribeiro (Universidade de Taubat - UNITAU)
ENSINO E PESQUISA: Relaes entre a Produo do Conhecimento e a Institucionalizao da Cincia
Resumo:O trabalho apresenta relaes entre o ensino e a p...
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Resumo:O trabalho apresenta relaes entre o ensino e a pesquisa na institucionalizao da cincia. O recorte proposto o estudo promovido a partir da metodologia de histria oral de vida de professores e cientistas que por meio de suas carreiras e processos profissionais estabeleceram pesquisas que alargaram o campo da bioqumica no Brasil. Tais pesquisadores foram orientandos de um pesquisador, cuja carreira acadmica foi foco da presente pesquisa. O Professor Doutor Giuseppe Cilento, foi bioqumico responsvel pelo desenvolvimento de pesquisas no Instituto de Qumica da Universidade de So Paulo USP e da institucionalizao do campo cientfico da Fotobioqumica na ausncia de luz no Brasil, foi fundador do Instituto de Qumica da Universidade de Campinas Unicamp. Nesta perspectiva, a dimenso acadmica foi central para a organizao da pesquisa e permitiu reflexes sobre o surgimento de comunidades cientficas e sobre como a histria oral pode colaborar com a escrita desta histria institucional e afetiva.
A partir de um grupo de nove entrevistados, composto por ex-orientados deste mestre e realizamos registros de Histria Oral. Buscamos entender nessas narrativas como as relaes de ensino e pesquisa foram responsveis pela solidificao de um novo campo de estudos, por meio da viso desses sujeitos e suas prticas, seus itinerrios formativos, suas aes no campo educacional, suas concepes de educao e pesquisa e tambm suas realidades vividas.
O levantamento dos artigos publicados do prof. Cilento e das produes apontadas por seus orientandos, referenciada em trabalhos acadmicos no Brasil e internacionalmente, mostra a ressonncia de seus trabalhos, mas, mais que isso, ao verificar a importncia da posio ocupada por seus orientandos na cena cientfica atual, fica evidente os contornos da organizao de uma comunidade acadmica, e a marca das heranas do ensino e da pesquisa na formao dessa gerao.
Com isso, o trabalho est organizado a partir de 2 eixos temticos: o ensino e a pesquisa, e tentaremos apontar as relaes de influncia e sobreposio entre ambos. Este um recorte de pesquisa mais ampla e complexa que estudou outras dimenses da produo do conhecimento e da institucionalizao da cincia, que so complexamente interligadas e complementares, e que at certo ponto, so dificilmente tratadas de maneira satisfatria de forma isolada. Mas, o recorte que se prope apenas um exerccio experimental que demonstra uma leitura inicial, de material que deseja ser apresentado de forma mais complexa e dialogada nos resultados desta pesquisa de ps-doutoramento.
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Teresa Vitria Fernandes Alves (Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro)
Trs mulheres e trs vidas em uma escola: a trajetria de docentes do Instituto Profissional Feminino Orsina da Fonseca (IPFOF)
Resumo:Em fins do sculo XIX tem-se a universalizao do ...
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Resumo:Em fins do sculo XIX tem-se a universalizao do ensino primrio nos Estados Unidos da Amrica e em vrios pases da Europa tambm. Logo a educao individual d lugar ao modelo de ensino simultneo, onde no espao escolar comeam a se formar vrias classes primrias e secundrias, onde inmeros professores e professoras am a atuar. Nesse momento, a mulher a a ter um destaque no magistrio primrio, onde transforma-se em profissional da educao. Observa-se, tanto em Portugal quanto no Brasil uma expanso no que se refere a feminizao do magistrio. Logo, o Estado cria condies para a participao feminina na carreira docente de forma remunerada o que gera uma grande procura pelo ofcio. Atrelado a isso, o discurso ideolgico que envolvia a participao da mulher no magistrio ganha destaque em decorrncia da ideia de que essa seria a profisso que conciliaria as atividades domsticas e de me, pois cuidar e educar crianas eram misso feminina. Associada a formao profissional dessas moas encontra-se, tambm, a questo da construo de um profissional que difundisse uma ordem moralizante, cvica e civilizadora de sociedade que precisava acontecer atravs de uma educao voltada para a populao. O processo de feminizao do magistrio a a ser um fato que marca o perodo republicano, onde a atuao de professores se faz nas escolas masculinas e das professoras nas escolas femininas e de ensino misto. Inserido nesse projeto encontramos o Instituto Profissional Feminino Orsina da Fonseca (IPFOF) que ser reinterpretado ao longo da Repblica, o que levou o antigo instituto profissional, criado no reinado de D. Pedro II, a ter uma nova organizao. nesse espao de saber e de formao de meninas e moas que trs professoras, cada qual em seu tempo e de maneiras diferentes, vo atuar e transformar a vida de vrias alunas. Ainda na Primeira Repblica, mais precisamente no governo de Hermes da Fonseca a professora e ativista das causas indgenas Leolinda Figueiredo Daltro convidada pela esposa do presidente para trabalhar no IPFOF, onde dentre as disciplinas do currculo bsico vai ensinar as meninas e moas a arte do Arco e Flecha. Alguns anos depois, j no governo do presidente Getlio Vargas o momento de Luclia Guimares Villa-Lobos e da cantora lrica Zara de Oliveira comporem o quadro de docentes do instituto, tendo como misso a difuso do canto orfenico projeto idealizado por Heitor Villa-Lobos. Assim, o objetivo desse artigo mostrar como essas trs mulheres, cada uma dentro do seu tempo e com suas crenas, transformaram a vida de meninas e moas e, tambm, do percurso educacional da instituio onde atuaram.
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ST - Sesso 3 - 19/07/2019 das 08:00 s 12:00 4c3kw
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Adriana Oliveira Urban (PROGRAMA DE PS GRADUAO EM EDUCAO UFPB)
Instituto Bblico Betel e a formao de Missionrias Educadoras: estratgia de expanso do protestantismo no Brasil(1934-1968)
Resumo:Este trabalho tem o objetivo de demonstrar como a ...
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Resumo:Este trabalho tem o objetivo de demonstrar como a fundao do Instituto Bblico Betel, na cidade de Patos, na Paraba em 1934, que comeou como uma escola aberta ao ensino secular, voltou-se para e consolidou-se como um educandrio dedicado formao de missionrias educadoras como estratgia para expandir o protestantismo tanto regional quanto nacionalmente. Instituto Bblico Betel (agora denominado Instituto Bblico Betel Brasileiro e localizado em Joo Pessoa) formou mais de uma centena de mulheres protestantes que se dedicaram ao magistrio pblico, confessional e eclesistico, multiplicando o ensino da f protestante. Neste trabalho, abordaremos apenas primeira fase da histria do Instituto, de 1934 a 1968. Este recorte temporal foi escolhido por ser este perodo correspondente primeira fase da instituio, quando era ligada a uma misso canadense. A segunda fase, de istrao nacionalizada, segue at os dias atuais, no sendo possvel abord-la neste trabalho, por limitaes de tempo e espao de pesquisa e publicao.
O texto aqui apresentado est ancorado no aporte terico-metodolgico da Nova Histria Cultural, que ampliou o uso de fontes para a historiografia, assim como trouxe abertura para novos sujeitos, objetos e abordagens. Este um trabalho, portanto, no mbito historiogrfico que visa contribuir com a escrita da Histria da Educao, especificamente nos estados brasileiros acima citados, e tambm no que tange histria das mulheres, da educao, do protestantismo e, mais detidamente, da educao protestante feminina no nordeste brasileiro.
As principais fontes pesquisadas so boletins de ex-alunas das instituies citadas, informativos produzidos por elas, o Livro da Gratido, um tipo de lbum de fotos e registros pessoais das alunas, no qual elas escreveram suas impresses sobre o mesmo, alm de revistas protestantes como Vida Crist (dcada de 1950) e do acervo institucional do Instituto Bblico Betel Brasileiro, arquivado na sede da instituio, na capital paraibana.
Num contexto de feminizao da educao no Brasil, e apesar de j terem sido fundados em vrios estados brasileiros escolas confessionais protestantes desde a segunda metade do sculo XIX, no havia ainda no estado da Paraba dos anos 1930 um instituto voltado especificamente para a educao bblica de mulheres e que inclusse a instruo dita secular. Assim, este instituto bblico se apresenta como multiplicador da f protestante atravs da formao de missionrias educadoras que atuaram em terras brasileiras e fora delas, propagando a mensagem protestante destacadamente atravs da educao.
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Alice Lopes Spindula (Escola Estadual Professora Marciana Magalhes), Raphael Ribeiro Machado (Universidade Federal de Ouro Preto)
Uma apreciao sobre Vida Domstica: a revista feminina que (in)formou mulheres em todo Brasil
Resumo:O recorte cronolgico desta proposta compreende al...
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Resumo:O recorte cronolgico desta proposta compreende alguns anos que antecedem o sufrgio feminino no Brasil e avana para os anos 40, um momento de mudanas significativas ao modo de ser e de pensar da sociedade brasileira. Com o incentivo das polticas de industrializao, a populao obteve um maior o ao trabalho e houve melhoria nas condies sociais das classes trabalhadoras, auxiliando assim o tambm progresso da imprensa ao permitir uma ampliao do mercado consumidor. A revista Vida Domstica, fundada em 1920, por Jesus Gonalves Fidalgo, empresrio portugus e fotgrafo do jornal Correio da Manh, teve sua circulao mensal at o ano de 1962, e, por meio de suas pginas, conseguimos observar as mudanas e permanncias sociais, bem como a transposio do trabalho da mulher do ambiente domstico para o trabalho fora do lar. As mulheres buscaram, nesse momento, representaes de fora e independncia que at ento no tinham sido experimentadas. Observando todas as mudanas dessa sociedade em efervescncia, adentramos as diversas mensagens publicadas pela revista que, juntamente com suas leitoras, ajudaram a legitimar tendncias e a registrar seus novos hbitos e comportamentos. Os peridicos am a desenvolver um papel importante de (in)formao dessa nova sociedade que est se consolidando e integraram, no decorrer dos anos, ao seu contedo a evoluo da mulher moderna, estimulando a busca pelo conhecimento, impulsionando o consumo de bens, no obstante, contribuindo para que elas pudessem questionar e discordar, escolher qual tipo de informao mais combinava com seu modo de ser e pensar. A pesquisa nos permite ampliar o conhecimento acerca da histria da educao de mulheres entre os anos 30 e 40, investigar a existncia de proposies em torno da educao formal para as mulheres, bem como compreender as representaes construdas em torno do que era entendido ser mulher nas instrues publicadas pelas revistas femininas nas mesmas dcadas. O estudo contribui para um estudo da histria da educao, do gnero e da histria da sociedade da primeira metade do sculo XX, tomando por objeto a compreenso das formas e dos motivos das representaes do mundo social. Para se tratar das representaes da mulher, utilizamos dos estudos de Roger Chartier (1985) em que assumimos que tais representaes so definidas pelos grupos que as forjam e postas como formas dominantes de uma maneira de ver o mundo, de classific-lo, dividi-lo e delimit-lo. As publicaes da revista so uma forma de exibir e analisar as ideias de ser e estar no mundo e conquistaram um pblico fiel por vrias dcadas com aceitao em grande parte do Brasil, significando, simbolicamente, os atores sociais, os jogos de fora e manipulao que engendram nossa sociedade.
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Chyara Charlotte Bezerra Advncula (IFPB - Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia da Paraba), Charya Charlotte Bezerra Advncula (IFPB - Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia da Paraba)
Agentes Contratados X Espaos Vigiados: como agia a inspetoria escolar sanitria na Paraba -1910/1940
Resumo:Analisando documentos educacionais do Estado da Pa...
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Resumo:Analisando documentos educacionais do Estado da Paraba no incio do sculo XX, observamos que as discusses sobre higienismo e instruo pblica estavam entre os assuntos mais debatido entre a intelectualidade, sendo assunto recorrente nos documentos oficiais da Diretoria de Instruo Pblica, bem como nas pginas do jornal A Unio. Em termos educacionais, nesse perodo, coexistiam dois modelo de escolas: as rudimentares e as elementares, nesta ltima estavam inseridos os grupos escolares, um modelo escolar que comeou a ser implantado no Estado, nas primeiras dcadas do sculo XX. Essas instituies foram pensadas de modo a auxiliar o fazer pedaggico dos docentes. A ideia era melhorar as condies de higiene e sade dos escolares e demais profissionais da educao. Levava-se em conta o surgimento de novos atores sociais. Um dos exemplos que podemos citar seria a criao a figura do diretor, do porteiro, do zelador e do inspetor escolar. A inspetoria escolar era um espao idealizada desde o final do sculo XIX. Mas, sua institucionalizao s se efetivou a partir de 1910 com a criao do corpo de inspetores istrativos da instruo pblica, que eram divididos em inspetores tcnicos regionais e inspetores tcnicos regionais sanitrios, sendo que este ltimo ficava a cargo de um mdico, que deveria inspecionar tanto as condies de higiene dos espaos urbanos quantos dos corpos. Com isso, as escolas pblicas da Paraba aram a ser esquadrinhadas pelo olhar atendo dos mdicos higienistas. Alunos e docentes deveriam se adequar ao discurso da modernidade. Pensando nisso, este trabalho tem como objetivo investigar o funcionamento da inspetoria escolar de sade na cidade da Parahyba do Norte entre 1910 e 1940. Nesses termos, para melhor organizao dos espaos e agentes pblicos foi criado o Decreto 873/17, no qual o Estado a a exigir o atestado de sade para os indivduos que fossem frequentar a escola. Estes, por exemplo, no podiam ser portadores de molstias transmissveis. A fiscalizao na capital era feita pelo inspetor geral. No interior a inspeo era realizada pelos promotores. Em 1930, ocorre nova formulao do sistema, surgindo da os inspetores tcnicos sanitrios para inspecionar tanto as instalaes escolares quanto o corpo docente e discente.
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Jailton Alves de Oliveira (UFES - Universidade Federal do Esprito Santo)
"(Re) educar para qu? meninas em privao de liberdade na corte imperial (1860-1889)."
Resumo:Aps a ruptura poltica de Portugal, dentre tantos...
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Resumo:Aps a ruptura poltica de Portugal, dentre tantos ideais, as elites dirigentes do pas se imburam do projeto da construo de uma nao nos trpicos. Nao, essa, que deveria ser coesa e com signos identitrios. Nesse caminho, formas novas de convivncias foram forjadas e apresentadas aos habitantes do pas. Porm, aos resistentes a essa realidade, como forma de controle e punio, o encarceramento surgia como uma das solues para uma (re) educao comportamental. Especificamente, na cidade do Rio de Janeiro, sede do Imprio, encontramos milhares de meninas incorporadas aos espaos prisionais. Nestes termos, cabe interrogar quem eram essas menores, que crimes cometeram para justificar o aprisionamento, que formas de instruo e/ou educao recebiam e, no limite, se produziram algum tipo de resistncia. Nossas hipteses so as de que as prises dessas estiveram imbricadas com projeto mais amplo, o civilizador; e, nesse sentido, vigiar, punir e sequestrar estavam na pauta do dia dos representantes legais da poca. Assim, a partir da anlise de uma priso da cidade, a Casa de Deteno, objetivamos compreender formas educativas impostas a esses seres nas prises da cidade imperial. Para tanto, em seu aspecto terico-metodolgico, nos apoiamos nas diretrizes apontadas por Michel Foucault (2005) a respeito do poder disciplinar. Poder, portanto, tentacular, horizontal, presente em todas as instncias do tecido social. As fontes que nos ajudam so as pertencentes aos organismos jurdico-judicirios, tais como processos criminais, livros de detentos e detentas, regulamentos e relatrios ministeriais. O artigo foi dividido em trs momentos. No primeiro, optamos por demonstrar quem eram as menores encaminhadas para a Casa (crimes cometidos; sinais caractersticos; idade, nacionalidade, etc.). No segundo, as formas educacionais recebidas no interior desses lugares e resistncias possveis. Por ltimo, a necessidade do encarceramento como forma de reeducao comportamental no tempo-espao proposto. Por fim, salientamos que o ineditismo do trabalho se insere na forma de abordagem das fontes, ou seja, na tentativa do usar o encarceramento como tentativa de (re)educar comportamentos dessas meninas ditas anormais (FOUCAULT, 1996).
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Luiz Fernando Rocha Fernandes
Desemaranhando redes de sociabilidade: uma reflexo histrica a partir da Revista Escola Nova
Resumo:A educao pode ser compreendida dentro de uma con...
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Resumo:A educao pode ser compreendida dentro de uma concepo cultural a qual abarca uma dimenso fsica, psicolgica e intelectual, em que transcende a instituio escola e permeada por uma multiplicidade de indivduos que juntos compe uma estrutura social. A partir dessa noo de educao, propaga o movimento escolanovista, que permeia a dcada de 1920 com suas reformas educacionais espalhadas por diversas regies do pas, atingindo em 1930 seu pice. A partir dessa dcada observamos uma forte influncia no cenrio educacional no que tange a implementao de uma srie de politicas educacionais, estruturais e ideolgicas da imprensa como mecanismo de divulgao desses iderios escolanovistas.
Com isso, selecionamos como fonte a ser examinada a Revista Escola Nova, peridico que foi um dos impressos pedaggicos oficiais do rgo de Instruo Pblica de So Paulo de outubro de 1930 a julho de 1931. No que tange o movimento escolanovista, a publicao teve uma incidncia relevante no pblico a qual se destinava: professores e estudiosos da educao. Segundo Jean-Franois Sirinelli as revistas conferem uma estrutura ao campo intelectual por meio de foras antagnicas de adeso e de excluso [...] um lugar de fermentao intelectual e de relao afetiva, ao mesmo tempo viveiro e espao de sociabilidade (SIRINELLI, 2003, p.249).
Tem-se como objetivo analisar as redes de sociabilidade constitudas pelos (as) intelectuais escolanovistas no mbito da Revista Escola Nova tendo como recorte a sesso Atravs das Revistas e Jornais, corroborando assim com a considerao feita por Tania Regina de Lucca a cerca da materialidade dos impressos e seus es, que nada tm de natural (LUCCA, 2008, P.132). Justifica-se tal recorte em razo da estrutura desta sesso, que foi construda em torno de elementos de poder estabelecidos, com o intuito de consolidar as ideias apresentadas na revista, utilizando de peridicos de trs estados diferentes do pas e de um peridico da argentina, que traziam reportagens incisivas e contundentes as quais enfatizavam e legitimavam seus discursos.
O mtodo ao qual a pesquisa se orienta segue a anlise do discurso, da materialidade e do contedo do peridico tal como argumentado por Lucca (2008) entre os instrumentos de anlise destaca tambm, a necessidade de identificao da autoria da linha editorial e por fim destacar seus colaboradores mais relevantes. Destacamos que este trabalho faz parte da pesquisa de dissertao do autor que est em andamento e em fase inicial, portanto, contando com resultados parciais.
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Munir Abboud Pompeo de Camargo (Unicamp)
O Urbano e o Edifcio Escolar: diferenciaes sociais e produo dos espaos
Resumo:A presente pesquisa tem enfoque na formao da arq...
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Resumo:A presente pesquisa tem enfoque na formao da arquitetura escolar entre 1870 e 1889 na cidade de Campinas/SP. So analisados os edifcios escolares dos colgios Internacional e Culto Cincia comparados com os das escolas Corra de Mello e Ferreira Penteado e as suas respectivas posies na malha urbana. As quatro instituies foram criadas por membros do grupo mandatrio de Campinas. Economicamente mais abastados e tambm detentores do controle das instncias de deciso poltica de Campinas, criaram os dois primeiros edifcios direcionados para seus prprios filhos, eram instituies que atendiam tanto o ensino primrio quanto o secundrio, possuam laboratrio e biblioteca e localizavam-se na sangria entre os ambientes rural e urbano enquanto que as outras duas escolas eram direcionadas ao povo, possuam uma arquitetura mais simples, atendiam apenas o ensino primrio e localizavam-se no ambiente j urbanizado, no caso da escola Ferreira Penteado no centro de Campinas, j a Corra de Mello na periferia do urbano, em uma zona de pobreza. Essa analise possibilitou a identificao de um ambiente comum de atuao dos construtores responsveis pelos edifcios Guilherme Krug para os colgios Internacional e Culto Cincia e Francisco de Paula Ramos de Azevedo para as escolas Ferreira Penteado e Corra de Mello e de seus contratantes, responsveis por financiar a construo dos quatro edifcios e do pblico ao qual cada instituio se destinava. A cidade tomada aqui na sua gramtica espacial, sendo a arquitetura seu ponto de incio. Dessa forma, a arquitetura e a cidade traam interaes constantes. Assim, a pesquisa tem o intuito de demonstrar os esforos do grupo mandatrio em pavimentar, pela a materialidade escolar e a escrita do urbano, as diferenas sociais entre as pessoas. A anlise realizada a partir das lentes da nova histria cultural, compreende-se que os edifcios escolares so possuidores de sentidos prprios, dessa maneira a arquitetura vista como produtora e produzida do/pelo urbano vinculados a objetivos educacionais, a pblicos especficos e s concepes do indivduo ou do grupo que os concebiam. Como fonte so utilizadas fotografias das escolas, plantas arquitetnicas, mapa da cidade, jornais e almanaques do perodo.
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Rosyane de Moraes Martins Dutra (UNIFESP - Universidade Federal de So Paulo)
REGISTROS DA INFNCIA NO MARANHO DO SCULO XIX: pobreza, sociedade e institucionalizao
Resumo:O estudo em questo analisa registros bibliogrfic...
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Resumo:O estudo em questo analisa registros bibliogrficos sobre a infncia maranhense, no sculo XIX, presentes nas obras de Mrio Martins Meireles e Csar Augusto Marques. As leituras realizadas em seus escritos nos conduziram a reflexes como a necessidade de uma assistncia a infncia pobre, abandonada pelos adultos nas ruas, nas instituies e portas de residncias no Maranho Oitocentista. A cidade de So Lus, da Provncia do Maranho, naquele sculo, vivia intensamente mudanas sociais, significativas para a histria do povo, como a Balaiada (1838-1841) e a grande produo e exportao do algodo (1860). Tambm, o surgimento de importantes representaes maranhenses da intelectualidade brasileira, o que lhe rendeu o ttulo de Atenas Brasileira. Com o tempo, vieram tambm as doenas, as batalhas e os conflitos sociais e polticos, situaes que possibilitaram a istrao pblica repensar o espao urbano e geogrfico e se preocupar com a assistncia populacional. Pensar, portanto, na famlia, na mulher, na criana pobre, e relacionar pobreza ao tempo e aos discursos que impregnam aes assistencialistas de amparo, de um problema higinico motivar uma busca pelo significado da infncia na histria. As imagens e registros das crianas nos livros de Meireles (1994) e Marques (1970) possibilitaram compreender como a sociedade maranhense concebia a infncia na poca, e quais prticas sociais surgiam em torno das crianas abandonadas pelas suas mes, pelas suas famlias. Nesse contexto, os autores revelaram a preocupao do Governo da Provncia na busca de alternativas para esse problema, e que a organizao de instituies de atendimento populao pobre entra no cenrio para tentar resolver a problemtica da mortalidade infantil e do abandono de crianas, principalmente em So Lus, onde a populao se concentrava. Assim, esse trabalho objetiva analisar as relaes entre sociedade e infncia, construdas e influenciadas pelos principais acontecimentos histricos relatados nas obras Os Dez Estudos Histricos de Meireles (1994) e do Diccionario Historico-Geographico da Provncia do Maranho de Marques (1870). Com essa investigao pretendemos enfatizar a histria de uma infncia peculiar, que era alvo da ignorncia de uma sociedade, onde a criana representava um fardo, um excesso, e que, em sua fragilidade e pequenez, deveria receber cuidados.
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Samara Elisana Nicareta (Governo do Estado do Paran)
Nuances de uma nova mulher: as imagens femininas na srie graduada Meu dirio de Luiza Pereira Dorfmund (1960)
Resumo:Este trabalho se insere no conjunto de estudos sob...
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Resumo:Este trabalho se insere no conjunto de estudos sobre histria do livro escolar, fundamenta-se na perspectiva da histria cultural, em estudos sobre o imaginrio social de Castoriadis, e, nas questes de gnero de Scott. Tem por objetivo analisar a constituio da imagem das mulheres na srie graduada Meu Dirio, de Luiza Pereira Dorfmund, publicados e postos em circulao no Paran a partir de 1960. A coleo composta por cinco livros, Meu Dirio Linguagem (este em co-autoria com Zo de Azevedo), primeiro, segundo, terceiro e quarto livros, utilizados nos anos iniciais do ensino primrio. H evidncia de um quinto livro, ainda no localizado. Os livros de leitura compreendem diferentes lies de lngua portuguesa, histria, geografia, cincias, matemtica e pressupostos morais e cvicos. Desta forma, surgem como manuais destinados no apenas aos alunos, mas voltados ao professor e encaminhar o processo de ensino. A srie Meu Dirio foi recomendada pela Secretaria de Estado da Educao e Cultura para uso nas escolas pblicas paranaenses, publicada inicialmente pela Editora do Brasil e relanada posteriormente com o selo da FTD. Aps a leitura pormenorizada dos livros, buscando menes, termos, imagens e outros indcios que fizessem referncia mulher. Neste detalhamento de evidncias foram organizados padres e singularidades. Para anlise das imagens utilizou-se os conceitos de Barthes: spectrum, que estabelece uma forma de espetculo, no qual renasce constantemente a perspectiva do ilustrador, ganhando vida e ditando modelos de agir e pensar; studium, compreendido como a vastido e extenso do campo da imagem; e, punctum, que apresenta a particularidade que atravessa a cena. A textualidade foi considerada sua relao com a imagem, sendo esta de favorecimento ou oposio. Apesar da segunda onda do feminismo ter se evidenciado no Brasil nas dcadas de 1970 e 1980, h evidncias na srie graduada de Dorfmund que denotam um papel diferenciado ao feminino. Diferente das restries apresentadas em estudos anteriores, que colocavam a mulher no ambiente privado, em posio submissa ao homem ou incapaz frente a sociedade, h pequenas nuances que alteram esta perspectiva. A alterao das tonalidades aparecem de um espao conquistado onde uma menina/mulher dana, pratica atividades esportivas, atua no comrcio, e, principalmente atua como professora. Nesta gradao de cores, ainda recorrente a dona de casa e o trabalho domstico. A composio traz para a cena a mulher como protagonista em situaes especficas, considerando o processo de feminizao do magistrio um ponto recorrente.
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Samoel Valdemiro Raulino (UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina)
Delinquncia e educao na trama do saber-poder na emergncia da instituio penitenciria no Brasil (1925-1947)
Resumo:Este trabalho tem como objetivo apresentar um reco...
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Resumo:Este trabalho tem como objetivo apresentar um recorte dos resultados parciais da pesquisa de mestrado sobre educao e delinquncia/degenerao na Penitenciria de Pedra Grande, em Florianpolis (SC), no interregno de 1925 a 1947. Para tal proposta, parte-se da relao, por um lado, entre o discurso da formao educacional para os encarcerados na Penitenciria da Pedra Grande, em Florianpolis, no perodo em recorte, e, por outro, entre os enunciados sobre delinquncia/degenerao e educao a partir dos discursos mdico-jurdicos em evidncia no campo cientfico brasileiro na poca, sendo esse segundo problema o objeto desta comunicao oral. Em um primeiro momento, foi realizado um estado da arte de pesquisas j finalizadas sobre a instituio frente ao recorte histrico e tendo em vista sua peculiaridade institucional. Aps isso, como continuidade de estudos sobre Pedra Grande, aponta-se a lupa para as contribuies de Michel Foucault (1992; 2001; 2013a; 2013b; 2013c; 2015a; 2015b) como fundamentos tericos sobre discurso, poder-saber, delinquncia/degenerao, dispositivo e outras ferramentas a fim de pensar o objeto. Alm disso, traz-se tona autores que discutam a histria das instituies penais entrecruzando-se histria da criminologia, ambas no Ocidente e no Brasil, conduzindo esse olhar convergentemente pelos estudos histricos acerca da constituio do campo educacional brasileiro, sobretudo circunscrevendo-se esfera catarinense (LAFFIN, RAUPP & DURLI, 2005; DAROS, SILVA & DANIEL, 2005; entre outros), no mesmo interstcio. Para a anlise histrico-discursiva desta comunicao oral, por meio de ferramentas foucaultianas de anlise arqueogenealgica anteriormente referenciadas, a pesquisa de mestrado operacionaliza, de incio, a relao entre as categorias delinquncia/degenerao e educao presentes no Boletim de Eugenia, nos Archivos Brasileiros de Higiene Mental e no primeiro volume das Actas e Trabalhos do Primeiro Congresso Brasileiro de Eugenia ‒‒ todas como produes editadas, publicadas e circuladas em territrio nacional entre 1925 e 1947. A hiptese que ilumina este estudo de que h uma presena e uma consequente atuao dos discursos mdico-jurdicos e educacionais aambarcados pela cincia eugnica e higienista social da poca e legitimados pelo Estado. Por fim, pretende-se, em momento posterior na pesquisa de mestrado, avanar na anlise dos documentos produzidos pelos diretores e demais profissionais atuantes na Penitenciria da Pedra Grande em Florianpolis (SC) no mesmo interstcio anterior.
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ST - Sesso 4 - 19/07/2019 das 14:00 s 18:00 3p493x
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Ana Claudia Moreira Rodrigues
O projeto educacional Trapista para os trabalhadores rurais em Trememb-SP
Resumo:As primeiras dcadas republicanas so marcadas por...
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Resumo:As primeiras dcadas republicanas so marcadas por grandes mudanas estruturais e sociais. Somado a instabilidade e conflitos dos primeiros governos, a abolio da escravatura acentuou problemas sociais j existentes. A preocupao em estabelecer controle populao rural, composta por ex-escravos e descendentes, e aumento da vadiagem no processo de formao do mercado de trabalho, no resultou no projeto de introduo desses na sociedade, mas em uma forte propaganda imigratria para substitu-los. Diante da dificuldade de se inserir no mercado e no meio social, muitos libertos continuaram vivendo nas fazendas, ou nas redondezas, vtimas do estrabismo da legislao madrasta e dos preconceitos da elite local, que os adjetivaram de indolentes ou parasitas. A situao dos operrios e dos trabalhadores rurais, em um pas que engatinhava em direo industrializao, era de desamparo estatal e religioso.
A Igreja Catlica, que se reorganizava aps a promulgao do decreto 119- A, de 07 de janeiro de 1890, definindo a separao do Estado da Igreja, no poderia ser indiferente questo social, considerando que, com a publicao do primeiro documento da Doutrina Social da Igreja, a Encclica Rerum Novarum, por Leo XIII, em 1891, a atividade crist em campo de ao social foi fundamentada.
A cidade de Trememb-SP teve o contedo redigido na carta magna materializado nas aes dos monges da Ordem Trapista. Refugiados no Brasil, devido as aes empreendidas contra a Igreja Catlica no processo de laicizao da Repblica sa, chegaram no interior paulista em setembro de 1904, destinados fundao da abadia Trapa Nossa Senhora Maristela. Optando pela contratao da mo de obra autctone, atuaram em relao aos trabalhadores. Alm do intenso trabalho de evangelizao desses, da assistncia mdica e social, o projeto que marcou a histria dos Trapistas na cidade foi a intenso em tornar os empregados em operrios agrcolas, por meio de uma educao tcnica, fornecida dentro do mosteiro. As aes foram pioneiras na insero do trabalhador nacional, tornando-os destaques nacionais na dedicao s atividades agropastoril, chamando a ateno da imprensa local e contribuindo para derrotar os preconceitos que essa classe sofreu por anos.
O propsito para a elaborao desta pesquisa apreciar o universo educacional e social dos Trapistas para os colonos, compreendendo as finalidades implcitas que envolveram suas aes, visto a imobilidade da Igreja diante das mazelas sociais, evidenciando o que promoveu o pioneirismo dos religiosos na atuao da Igreja Catlica frente s causas dos trabalhadores nacionais. Os resultados deste trabalho foram obtidos por meio da pesquisa para a monografia LABORE ET EDUCATIONE: O projeto Trapista em Trememb-SP (1890-1920).
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Dayse Marinho Martins (UFMA - Universidade Federal do Maranho)
Por uma histria do ENEM: de medida educacional a parmetro para o currculo
Resumo:Estudo sobre o processo histrico de constituio ...
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Resumo:Estudo sobre o processo histrico de constituio do ENEM e suas interlocues com o currculo do Ensino Mdio no Brasil no perodo de 1998 e 2018, objetivando caracterizar o ENEM enquanto poltica de avaliao do Ensino Mdio, evidenciando seus pressupostos e vinculaes s diretrizes do sistema educacional brasileiro bem como, suas repercusses na organizao do currculo escolar. Para tanto, se fundamentou no Materialismo Histrico-Dialtico pelo conceito de ideologia, segundo Marx, de currculo conforme Sacristn e Goodson e tradio inventada por Hobsbawn e Ranger. A pesquisa qualitativa, norteada pelo mtodo crtico-dialtico, considerando as contradies entre o discurso das diretrizes e a prtica do currculo. Realizou-se pesquisa bibliogrfica sobre literatura especializada em Ensino Mdio, currculo e ENEM, bem como, pesquisa documental com Leis de diretrizes e bases da educao brasileira, regulamentos e decretos obtidos na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional e no aplicativo Planalto Legis da Casa Civil da Presidncia da Repblica; alm das matrizes de referncia do ENEM. A abordagem evidenciou que no discurso oficial, o Enem representa para o Estado brasileiro a possibilidade de dimensionar e apontar as lacunas do processo de formao da Educao Bsica por meio da matriz de referncias do exame estruturada para aferio do domnio de competncias e habilidades. Pauta-se, portanto, no pressuposto do ensino como estmulo ao raciocnio e capacidade de aprender pela interdisciplinaridade e contextualizao de experincias. A proposta de integrao entre contedos do ENEM levou reviso tanto do currculo das escolas pblicas quanto das privadas, a fim de promover adequaes ao sistema de avaliao. Assim, evidenciaram-se repercusses da lgica do ENEM na organizao do currculo escolar, a partir das competncias abordadas no exame, revelando a necessidade de redefinir tal perspectiva para alm de aes focadas na preparao do aluno para o exame, fomentando a interdisciplinaridade e a problematizao. Ainda, permitiu perceber o avano do conservadorismo em relao ao ENEM e a necessria resistncia dos educadores a medidas que possam desfigurar abordagens potenciais construo de uma educao crtica.
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Marcela Boni Evangelista (NEHO-USP)
O conceito de gnero na escola: medo, desinformao e potencialidades
Resumo:A trajetria educacional brasileira apresenta inm...
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Resumo:A trajetria educacional brasileira apresenta inmeras possibilidades de abordagem, permitindo refletir sobre contextos e temporalidades especficos, bem como sobre a produo de conhecimentos que podem fomentar atitudes e transformaes no seio da comunidade escolar.
Um dos assuntos que tem sido foco de interesse na contemporaneidade diz respeito s questes de gnero e de que maneira se inserem nas discusses no mbito da educao e reverberam na sociedade de modo geral.
Nesta ocasio, pretendemos acionar o conceito de gnero, sua historicidade e diferentes apropriaes, buscando enfatizar seus usos e abusos na escola. Desta forma, importa contemplar os diferentes agentes que compem a comunidade escolar - familiares, estudantes, professores e gestores - e como tais sujeitos ou grupos se relacionam com o conceito de gnero em seus espaos de atuao. Ou seja, de que maneira interpretam o significado da palavra e como a multiplicidade de entendimento se desdobra em atitudes que revelam medo e sensaes de insegurana. Da parte de professores, por exemplo, que se sentem cerceados em sua prtica ou, em casos mais extremos, ameaados por abordar determinadas temticas em sala de aula; da parte de familiares que, por desconhecerem completamente a origem e o significado do conceito, desqualificam atividades e mesmo profissionais que se utilizam seja das discusses mais amplas sobre as questes de gnero, seja do simples uso da palavra em algum material direcionado aos alunos.
o aspecto da desinformao, por sua vez, ponto que desejamos trazer tona para aprofundar a reflexo acerca das disputas polticas que acabam por refletir, muitas vezes de forma arbitrria, naquilo que recomendado ou proibido em materiais didticos ou em abordagens feitas pelos professores. A maneira como esse debate circula atualmente e atinge de forma superficial parte da populao que se inflama numa suposta luta contra uma "ideologia de gnero", muitas vezes traduzida de forma simplista como o incentivo de crianas adeso de atitudes homossexuais.
Tais aspectos revelam que medo e desinformao se unem de maneira inequvoca para fomentar discursos que criticam uma educao comprometida com informaes sobre sexualidade - que em tudo interessam a uma sociedade que vitimiza grande nmero de crianas e adolescentes em casos de violncia sexual, sem contar os ndices de gravidez na adolescncia e de transmisso de doenas venreas -, alm de demonizar o termo gnero tanto em sua historicidade quanto na diversidade que contempla.
A despeito disso, contudo, buscaremos elaborar uma reflexo sobre as potencialidades do tratamento sobre gnero em contexto marcado pela adversidade, acreditando que, quando as disputas se acirram que surgem novas formas de produzir conhecimentos.
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Maria Jos Torres Lima (COLGIO SANTA CHIARA), Silvana Aparecida Bretas (UFS - Universidade Federal de Sergipe)
O ensino na casa do mestre e da famlia sob a gide da legislao
Resumo:O presente artigo tem por finalidade demonstrar a ...
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Resumo:O presente artigo tem por finalidade demonstrar a ocorrncia do ensino domstico sob o julgo do Estado e paralelo instruo pblica no estado de Sergipe, no final do sculo XIX e incio do XX. A educao domstica coexistia com a escola pblica organizada pelo Estado, ainda que esta ltima no oferecesse matrculas suficientes para toda populao de crianas e jovens em condio etria para ocupar os seus bancos. Essas prticas educacionais, apesar de distintas, dividiam entre si a tarefa de instruir a populao brasileira. Atravs da legislao sergipana, foi possvel identificar que a educao domstica no ocorreu de modo informal e independente da inspeo estatal, alm disso, a fragilidade e os ensaios de instalao da ordem educativa pblica estatal apresentada em territrio sergipano, contribuiu para a manuteno desse tipo de escolaridade durante muito tempo. Portanto, entende-se a oferta de ensino por professores e professoras para lecionarem nas casas do aprendiz ou nas suas prprias, como uma educao formal, sem exigncia de concurso pblico, de cunho particular e no acomodada nas classes isoladas, nem nas escolas tais como, paulatinamente, ou a ser a prtica mais recomendada para ensinar as crianas e jovens. Por outro lado, entende-se que a estrutura fsica e organizacional dos diferentes estabelecimentos de instruo determinava o seu modo de ser ofertado, conduzido e de definies de responsabilizao e hierarquizao devidas e distintas. O fato que nas casas privadas, a educao estava sob o julgo do presidente da provncia, inspetores e, ainda, dos pais e de outros familiares. O Estado na tentativa de organizar o ensino, no cria somente expectativas atravs de seus governantes, encontra tambm dois embates importantes que impedem essa realizao: famlia e igreja. Utilizando jornais, relatrios de inspetores, e a legislao educacional do perodo citado, buscou-se identificar as prerrogativas que imprimem a educao domstica como uma modalidade formal de ensino . Sua existncia demonstra que o processo de escolarizao por parte do governo no estava sendo suficiente, e a demora em ele se firmar, dava cada vez mais impulso para que o ensino da casa se perpetuasse.
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Rbia Mara de Sousa Lapa Cunha (UFBA)
A Criao de uma Escola Normal Americana no Serto da Bahia
Resumo:
Esta pesquisa aborda sob uma perspectiva histri...
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Esta pesquisa aborda sob uma perspectiva histrica, a presena da disciplina Educao Fsica e suas prticas ginsticas e das festividades escolares, numa Escola Normal rural no serto baiano, que foi fundada por missionrios da Misso Central do Brasil, denominado Instituto Ponte Nova (IPN), que teve como referncia o Colgio Mackenzie (SP). Situado no municpio brasileiro de Wagner, no estado da Bahia, o IPN foi fundado em 1906 por missionrios americanos e inicialmente chamado Escola Americana de Ponte Nova. Desde sua fundao, o IPN ou por mudanas e acontecimentos no campo educacional e religioso. Dentre suas aes destacou-se a formulao de uma proposta de formao de Professores fundamentada numa concepo de educao escolar integrada aos princpios religiosos, com uma organizao pautada na evangelizao e para isso, se valendo de uma educao do corpo e da alma, sob um pretenso vis civilizatrio. O IPN teve grande importncia no desenvolvimento da regio chamada Chapada da Diamantina (BA) e mesmo, na expanso da religio Presbiteriana pelo Brasil. Se reconhece a influncia da Igreja Presbiteriana no Colgio, at o ano de 1971. O problema de estudo apontado este: como foram inseridas as atividades ginsticas e de que forma estas foram representadas nos rituais festivos do IPN? Nosso objetivo tentar identificar qual a relao entre as proposies pedaggicas da misso americana no campo da Educao Fsica em defesa de sua existncia e permanncia como componente curricular, e as finalidades dos rituais festivos no espao escolar. Tal estudo se justifica a partir da necessidade de melhor conhecer as prticas e festividades escolares, dentro das realidades de uma Instituio no interior baiano, sua relao com as polticas e aes missionrias presbiterianas. Como metodologia trabalhamos com a Nova Histria, na dimenso da Histria Oral, tendo como participantes da pesquisa, pessoas que foram professoras e diretoras do IPN. Para alm destes, buscamos ainda trabalhar com a literatura referencial e em outras fontes, como os documentos institucionais ainda disponveis para anlise. Tambm buscamos o uso das imagens como fontes, justo por reconhecer que estas podem ser uma forma de leitura possvel das aes escolares. Como dados iniciais, reforamos a presena social do IPN na regio da Chapada e na Bahia e seu peso na propagao Presbiteriana no pas e o uso, das prticas corporais, sob uma dimenso formativa educacional.
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Simone Barboza de Carvalho
Trajetrias e formao de professoras negras - um estado da arte
Resumo:Nas ltimas dcadas, cresceu o nmero de estudos e...
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Resumo:Nas ltimas dcadas, cresceu o nmero de estudos e pesquisas que tratam da experincia das populaes de origem africana e a participao ativa destes sujeitos na histria, cultura e memria no perodo ps-abolio. Pesquisadores anteriormente se interessavam pelos estudos da escravido, mas por vezes no discutiram o quotidiano e as estratgias de sobrevivncia dessas populaes. A memria social de suas vidas, nas palavras de Maria Odila Silva Dias (1995, p. 13), vai se perdendo antes por um esquecimento ideolgico do que por efetiva ausncia dos documentos. Nesse sentido, temos desafios a enfrentar na luta antirracista no sentido de como tornar visveis memrias, experincias e histrias. Pesquisas como a de Petrnio Domingues (2004; 2008), que analisa extensivamente a sociabilidades negras aps a abolio, expressas nos clubes recreativos negros, na imprensa prpria (jornais e revistas) e na fundao da Frente Negra Brasileira (FNB), ou a de Clia Maria de Azevedo (1997), que buscou entender como as aes polticas de branqueamento iniciadas no perodo da abolio, e intensificadas no comeo do sculo XX, impactaram profundamente nas polticas e tratamentos educacionais reservados s crianas e adolescentes negros e que nos permite fazer paralelos com questes atuais , contriburam sobremaneira na produo de conhecimento cientfico sobre a vida da populao negra no Brasil. Desde o perodo da escravizao at os dias atuais, a populao negra busca meios de resistir s imposies calcadas pelo racismo. Numa tentativa de construir uma identidade negra, Kabengele Munanga (1999, p.101) assevera a dimenso da resistncia que os afro-brasileiros travam a fim de se posicionarem como sujeitos na histria. Assim, esse artigo, que integra a parte inicial de minha pesquisa de doutorado, prope um estado da arte relativo da produo de pesquisas acerca da trajetria de professoras negras no ps-abolio. Pretende-se elucidar quais foram os espaos de sociabilidade, tenses e formas de associao que permitiram a essas professoras discutir e repensar a si mesmas e os seus vnculos sociais frente a uma memria elaborada pelos indivduos identificados com a elite branca, que se esforam em apagar vestgios que remetam a presena de populaes de origem africana nas cidades, manifestada na existncia de associaes que remetam ao crculo familiar, escola, a espaos de exerccio da religiosidade, a coletivos e agrupamentos ligados aos movimentos sociais.
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Sirlene Ribeiro Alves da Silva (Colgio Pedro II)
Educao e abolio no Brasil: percursos, sujeitos, projetos
Resumo:
Este trabalho procura analisar a relao entre e...
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Resumo:
Este trabalho procura analisar a relao entre educao e abolio no Brasil, a partir das ltimas dcadas do sculo XIX. Procura mapear os estudos produzidos sobre a temtica, no sentido de compreender os significados do debate em torno da educao de libertos e escravizados na agenda dos abolicionistas. Quem eram estes sujeitos? Como se deu a participao feminina no movimento e no processo educacional? Quais os caminhos possveis para pesquisar este objeto? O movimento abolicionista brasileiro, um dos momentos mais marcantes de nossa histria, pode ser compreendido como um processo relacional articulou instituies polticas, espao pblico e meios de clandestinidade. No se apresenta como um movimento uniforme, mas como algo fludo, heterogneo, com diversas frentes de ao, envolveu diferentes classes, que sofreu embates, conflitos e contramovimentos (ALONSO, 2015). Nesse perodo, a educao das classes populares tambm entra em debate no cenrio nacional, como uma de modernizao e de constituio da nacionalidade imperial (GONDRA e SCHUELER, 2008), sendo um campo de atuao de personalidades contra o sistema escravista. Este estudo se situa no campo da Histria da Educao e procura dialogar com outros trabalhos produzidos sobre a educao da populao afrodescendente no Brasil (TORRES e SOUZA, 2013; LUIZ, 2014; BARROS, 2016; SILVA, 2018; ALVES, 2018; PINTO, 2018). Isso nos permitir realizar uma reviso bibliogrfica do movimento tendo como foco a educao, de como foi utilizada na forma de embasamento, divulgao, propagao e difuso dos ideais abolicionistas. Tendo o intuito de se contrapor a ideia tradicionalmente difundida na historiografia educacional de que foi negada a populao negra qualquer forma de escolarizao nesse perodo histrico. A anlise dos intelectuais negros abolicionistas, suas prticas e aes, evidencia como esses grupos subverteram os sistemas de excluso, encontrando caminhos alternativos de formao e atuao atravs da leitura e da escrita. Para tanto, iremos nos apoiar em diferentes fontes, alm da referncia bibliogrfica, peridicos do sculo XIX, materiais produzidos pelos sujeitos em experincias educativas (documentos, boletins, impressos, etc.), desejando verificar suas prticas, alinhamentos discursivos e propostas, buscando compreender seus processos e percepes.
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