ST - Sesso 1 - 16/07/2019 das 14:00 s 18:00 187213
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Aline Gome Machado (UFBA - Universidade Federal da Bahia)
Ginstica e Representao de Corpo Moderno em Salvador (1900/1930)
Resumo:O Brasil do sculo XIX ava por uma transio p...
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Resumo:O Brasil do sculo XIX ava por uma transio para uma sociedade urbana e industrial, aumentando as relaes com outros pases, impulsionando a economia nacional e possibilitando o trnsito cultural, de ideias, de conhecimento. Ao se projetar no cenrio dos ditos pases civilizados, desenvolveu-se o desejo de transformar as prticas, comportamentos e realidade colonial que caracterizavam o pas. Era preciso formar uma nova sociedade, no apenas no que dizia respeito produo e economia, mas tambm, era preciso colocar o Brasil no modelo de cultura, civilidade, modernidade europeia. Caminhando nesta direo, h a necessidade de um novo corpo neste local de modernidade, pensada uma reconfigurao corporal, fazendo surgir o que Gois Junior, Soares e Terra (2015) chamam de um Corpo Mquina, que seria limpo, mais produtivo e moralmente eficaz. Para tanto, constri-se a necessidade de uma educao centrada no corpo, destacando a importncia das prticas corporais sistematizadas como elemento capaz de forjar o corpo moderno. Dentre essas prticas, a ginstica aparecia como a prtica dileta. Essas prticas simbolizavam como apontam Melo e Peres (2014), a necessidade de superao de limites, o extremo de determinadas situaes, a valorizao de tecnologia, a consolidao de identidades nacionais, a busca de uma emoo controlada, o exaltar de certo conceito de beleza. O seu desenvolvimento tem grande relao com uma sociedade que enfatizava as noes de produo, preciso, desempenho e disputa. Dito isto, o presente estudo objetiva, centralmente, compreender como a ginstica participou de uma educao que visava forjar um corpo moderno em Salvador/BA entre os anos de 1900 e 1930. Para o desenvolvimento dessa pesquisa propomos a perspectiva metodolgica da Nova Histria Cultural. A materializao de uma modernidade no cotidiano de Salvador foi mais expressiva nas dcadas iniciais do sculo XX, bem como um melhor delineamento de polticas educacionais e recursos voltados para a educao. Assim, o recorte temporal delimitado entre os anos de 1900, quando as referncias s prticas da ginstica am a ser mais numerosas nas fontes j levantadas, e 1930 por representar um ciclo de suposta instaurao definitivos e concretizao da ginstica, como apontam Del Priori e Amantino (2013). Algumas fontes utilizadas na pesquisa foram localizadas a priori tanto na Hemeroteca Digital, como no Instituto Histrico e Geogrfico da Bahia. Como uma pesquisa em desenvolvimento, apontamos para existncia de um rico espao de discusso sobre a relao entre ginstica e representaes de corpo.
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Amanda Azevedo Flores (UNIFACS - Universidade Salvador)
A construo da ginstica em academia e sua prtica em salvador entre 1975 a 1985.
Resumo:O presente estudo faz parte do Programa de Ps- Gr...
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Resumo:O presente estudo faz parte do Programa de Ps- Graduao em Educao (PPGE), da Faculdade de Educao, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), na linha temtica Educao, Cultura Corporal e Lazer. Entendemos que a ginstica uma das prticas corporais de maior tempo de experimentao no mundo, praticada em vrios espaos sociais, com objetivos diferentes, com possibilidades diversas de execuo, podendo sua prtica ser realizada em diversas modalidades, definirmos o foco dessa pesquisa nos espaos das academias se torna essencial, justo por reconhecermos as especificidades de cada tipo de ao junto a esta atividade. A problemtica central desta pesquisa est em qual (ais) os elementos constituintes e os personagens atuantes na construo da ao da ginstica em academia na cidade de Salvador? Tem como intuito principal compreender a construo da ao profissional da ginstica em academia na Bahia entre os anos de 1975 a 1985, a partir da formao e incio de atuao de especialistas j graduados em cursos na cidade. Nosso estudo trata-se de uma pesquisa histrica, com a abordagem da histria oral, utilizando de entrevistas, fontes bibliogrficas, documentos oficias e documentos no oficiais. A delimitao do interesse de estudo pelo curso da Universidade Catlica de Salvador se deu pelo fato de ser o primeiro do estado a formar professores de Educao Fsica a partir de 1975. O pensamento de poca dos professores e as experincias na construo da prtica da ginstica em academia, a partir de suas atuaes fazem parte das excitaes presentes nesse trabalho. Nesse contexto, a partir de uma opo metodolgica pela histria oral, no que se refere veracidade dos fatos a forma como as pessoas do sentido ao que vivenciaram como uniram a experincia pessoal com o contexto social, com o ado, com o presente e como essa relao se entrelaa entre o tempo, servindo para interpretar as suas vidas e o mundo ao seu redor. O motivo que nos levou a desenvoltura do estudo est na necessidade de pensarmos na inexistncia de arquivos veis e organizados, documentos, registros e pesquisas que retratem de alguma forma e preserve a histria dessa rea do saber em Salvador, buscando recuperar uma das histrias desta rea de conhecimento no estado. Como fim de analise ser pautado em fontes documentais, alm de realizar entrevistas com profissionais atuantes desta temtica, visando promover elementos que de alguma forma preencham as lacunas existentes na histria da Educao Fsica baiana. Sabemos da necessidade de novos estudos e a continuao deste, que venham a apresentar novos olhares, personagens e contextualizaes, que serviro para alargar a viso da formao e das formas de trabalho da Educao Fsica na Bahia e no Brasil.
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Carmen Lilia da Cunha Faro (UEPA)
Pedaos da Histria da Escola Superior de Educao Fsica do Par (ESEFPA): A trilha de Nagib Matni e o encontro com as fontes.
Resumo:Este texto apresenta parte do projeto de pesquisa ...
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Resumo:Este texto apresenta parte do projeto de pesquisa de doutorado do Programa de Ps-Graduao da Faculdade de Educao da Universidade Federal da Bahia/ UFBA. No movimento de conhecer a histria da ESEFPA, pode-se conhecer um pouco mais sobre as pessoas que estiveram envolvidas no processo de criao da escola em Belm nos anos 1970 e, assim, foi possvel conhecer mais da histria do professor Nagib Matni. Ressalta-se que a inteno conhecer a sua trajetria de contribuio para a histria da ESEFPA e as atitudes tomadas por esse professor para entender o presente. O trabalho objetivou investigar a partir de fontes de natureza variada a influncia dele na construo e no desenvolvimento da ESEFPA por entender a importncia que este teve e se tornou um dos primeiros diretores. Este estudo foi realizado a partir do arcabouo terico e metodolgico da pesquisa histrica.As fontes de pesquisa utilizadas foram documentos impressos, manuscritos, imagticos e orais.Partindo do princpio que seria impossvel colher informaes diretas com Nagib Matni, j que faleceu em 1993, considerou-se ouvir o relato da professora Eduarda Matni que de alguma forma participou da origem da ESEFPA, dando visibilidade s interpretaes singulares que, do presente, elaborou sobre a experincia vivida. Relatar o lembrado ato de dizer a prtica. Narrar se manifesta a partir da experincia e a (re)constri. A escolha da professora Eduarda Matni se deu posteriormente anlise de outras fontes,que a apontava como protagonista tambm dessa histria. Entende-se a histria oral como uma arte da escuta. uma forma do historiador produzir fonte de acordo com seu objeto de estudo. Essa metodologia baseada na memria das pessoas e que construda e representa o ado. Para Paul Thompson(1992), a Histria Oral constitui-se como uma maneira de interpretao da histria, da sociedade e da cultura, escrita atravs do recurso da escuta das pessoas e registros de suas experincias e lembranas. No processo de lembrar esto presentes o tempo ado pesquisado, os tempos percorridos pela trajetria de Nagib relatada pela entrevistada e o tempo presente que conduz as perguntas do entrevistador. Ouvir essa depoente foi importante para perceber de que forma foi construda a trilha Nagib com a construo da ESEFPA. A escuta do ado pela voz da entrevistada despertou o interesse em conhecer ainda mais a ESEFPA e sua origem na dcada de 1970. Os dados coletados tem nos estimulado pois, nos confirma a importncia desse trabalho e a busca por novas fontes, nesse caso as entrevistas e busca de documentos que possamos utilizar para aprofundar a histria de Nagib e sua histria com a ESEFPA. No a Histria em si mesma, mas um dos possveis registros sobre o que ficou como memria.
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Jonatan Dos Santos Silva (UESB)
"Vadiando e Resistindo em meio as tenses": Memrias da disseminao da Capoeira em Vitria da Conquista-BA(1950 e 2000)
Resumo:A Capoeira uma construo realizada a partir das...
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Resumo:A Capoeira uma construo realizada a partir das matrizes civilizatrias
africanas. uma prtica que tem a Roda como elemento que se transforma em espao
da vida cotidiana e prepara o corpo para a vivncia na sociedade. A Capoeira, na
cidade de Vitria da Conquista-BA, no se distancia deste contexto. A existncia de
tenses ocasionadas pelas disputas ao longo do processo de disseminao da Capoeira
mostra-se como reflexo das lutas enfrentadas atualmente pelos Mestres. Diante dessa
constatao, apresento os seguinte questionamento: De que forma os mestres de
capoeira carregam a memria da disseminao da Capoeira em Vitria da ConquistaBA? Dessa forma, esta pesquisa teve como objetivo investigar o processo de
disseminao da Capoeira em Vitria da Conquista-BA, buscando analisar os relatos
dos Mestres de Capoeira da cidade que foram apontados como os principais
disseminadores desta prtica corporal na cidade. Delimitamos como baliza cronolgica
os perodos entre 1950 e 2000, perodo segmentado pela memria dos prprios
Mestres entrevistados. Desse modo, para investigar isso, utilizou-se a metodologia da
Histria Oral como mtodo e a Histria Oral de vida, conforme o referencial tericometodolgico pautado nas produes de Alessandro Portelli (1997) e Jos Carlos
Meihy (2010). Os dados da pesquisa foram revelados a partir de entrevistas e coleta de
relatos orais, seguindo o mtodo qualitativo, onde tiveram os mestres de capoeira da
cidade como protagonistas na realizao desta pesquisa, so eles: Donizete Gomes
Lemos (o Mestre Donizete), Manuel Alves Fernandes (o Mestre Manuel Sarar),
Alberto Pereira Viana (o Mestre Bell), Antonio Santos Ferreira Filho (o Mestre
Acordeon) e Gomar Santos Novais (o Mestre Pantera). Os resultados apontam para as
dificuldades impostas na ocupao e sustentabilidade de espaos para a prtica da
capoeira, at o processo de mercadorizao que tentou atingir os fundamentos
tradicionais e colocar a Capoeira em outro lugar, assim como os rumos que cada
Mestre de Capoeira tomou durante suas lutas nesse processo de difuso nesta grande
Roda da cidade. Os resultados tambm possibilitaram, portanto, compreender a
relao entre as memrias apresentadas pelos mestres de Capoeira e as adversidades
que eles enfrentaram ao longo do processo de disseminao da Capoeira em Vitria da
Conquista-BA.
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Maria Elisa Gomes Lemos (Universidade Federal da Bahia)
A constituio da ginstica rtmica em Salvador, Bahia, como prtica educativa
Resumo:O texto aqui apresentado aborda a Ginstica Rtmic...
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Resumo:O texto aqui apresentado aborda a Ginstica Rtmica (GR) e seu percurso como prtica educativa e esportiva em Salvador, Bahia. Nossa questo de estudo : como se deu a introduo e o desenvolvimento desta modalidade como prtica esportiva e educativa em Salvado, entendendo tambm que de forma secundria, podemos tambm perguntar: quais foram os personagens atuantes nesse processo, e como se deram as experincias com a modalidade nos cursos superiores de Educao Fsica da Bahia? E As prticas corporais fazem parte do cotidiano das pessoas, representadas nas mais diferentes expresses e com diversos sentidos. Sua presena pode ser identificada em jogos infantis, atividades circenses, pinturas, jogos de armas, aes educativas, prticas laborais, servios domsticos, enfim, num universo grande de movimentos, no fazer dirio de cada um. Soares (1998) nos apresenta visualmente, em tempos histricos diferentes, suas representaes, e as relaes que o homem assume com o corpo. A partir das questes citadas, apontamos como hiptese, a compreenso de que o desenvolvimento da ginstica se deu atrelado instalao do primeiro curso de Educao Fsica, como curso superior na Bahia e isto, por permitir a formao de profissionais que assumiram relaes profissionais com esta prtica. Nessa conjuntura, nosso objetivo foi tecer um panorama explicativo sobre a experincia histrica da Ginstica Rtmica na dcada de 1970 e por dentro disso, interpretar os aspectos especficos da modalidade, para melhor entender as expresses assumidas na sociedade, com o ar dos anos. A justificativa do estudo toma por base o prprio valor do esporte, como dimenso social e mais, por acreditarmos numa dupla expresso da prtica. A metodologia utilizada foi a Nova Histria Cultural e como fontes usamos documentos, peridicos e entrevistas, dentro do recorte temporal dos anos de 1970. Como resultados identificamos que a GR se desenvolveu na cidade tendo as escolas como espao central e as chamadas escolinhas tambm foram fundamentais. A modalidade tomou vulto a partir da formao de novos profissionais em Educao Fsica, sempre contando com personagens e espaos sociais que atuaram diretamente com este esporte na cidade.
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Roberto Augusto A. Pereira (SEMED - So Lus)
A capoeira nos ringues na dcada de 1930 uma comparao entre o caso baiano e o carioca
Resumo:Na dcada de 1930, em algumas cidades do Brasil, c...
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Resumo:Na dcada de 1930, em algumas cidades do Brasil, como Rio de Janeiro e Salvador, intensificaram-se as disputas no ringue entre diversas lutas nacionais jiu-jitsu, catch-as-catch-can, boxe, luta livre e capoeira , retomando uma rivalidade que remontava ao comeo do sculo XX, pelo menos. Naquela dcada, foi marcante a presena da capoeira, pois diversos praticantes subiram nos ringues para defender, orgulhosamente, a capoeiragem, apresentando-a como a luta genuinamente brasileira, em detrimento das outras, importadas.
Um estudo pioneiro do pesquisador Fred Abreu (Bimba bamba: a capoeira no ringue. Salvador: Instituto Jair Moura, 1999) trouxe a lume a presena e a importncia da participao da capoeira nos ringues na Bahia dos anos 1930, dando destaque ao protagonismo do famoso mestre Manoel dos Reis Machado, o mestre Bimba. Abreu chega, em sua pesquisa, a apontar pequenos indcios da participao da capoeira em lutas de ringue no Rio de Janeiro no mesmo perodo, porm no desenvolve a anlise por no ter tido o a fontes, principalmente jornais do Rio, que registraram os embates.
Deste modo, a partir da constatao desta lacuna, este trabalho, portanto, tem por objetivo analisar comparativamente a presena da capoeira nos ringues em Salvador e Rio de janeiro, destacando as suas semelhanas e diferenas.
Alm da disputa travada nos ringues, analisamos ainda a levada a cabo nos jornais, tendo como protagonistas no apenas literatos ou jornalistas, mas os prprios capoeiras. Usamos como fonte, alm da escassa bibliografia existente sobre o assunto, notas e matrias de jornais publicadas em Salvador e Rio de Janeiro, no perodo.
Sumariamente podemos afirmar que a presena da capoeira nas duas capitais apresentou:
como semelhanas: a atuao dos capoeiras, nas duas capitais, para alm dos ringues, protagonizando a defesa da capoeiragem enquanto luta nacional nos jornais; a importncia desta atuao para divulgao e conquista de reconhecimento social da prtica; uma tmida simpatia por parte de setores da imprensa baiana em relao capoeira, por um lado, e um apoio mais declarado por parte dos jornais cariocas aos capoeiras do Rio, por outro.
Como diferenas, constatamos: a composio social dos capoeiras: enquanto no Rio os praticantes eram eminentemente de classe mdia e brancos, em Salvador eram trabalhadores negros e pobres, geralmente braais; a propagao de um discurso eugenista por parte dos capoeiras cariocas, o que no se percebeu entre os capoeiras baianos; a derrota sistemtica da capoeira carioca, em particular para o jiu-jitsu, o que no ocorreu com a capoeira baiana; uma tendncia de ascenso da capoeira baiana aps as vitrias nos ringues, e de declnio da capoeira carioca, diante das sucessivas derrotas.
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Thiago Oliveira Braga (SEDUC CE)
TORCER NEGCIO : Do turfe ao futebol, as representaes torcedoras na publicidade dos peridicos cariocas entre os anos de 1920 e 1950.
Resumo:A presente proposta de trabalho parte de um projet...
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Resumo:A presente proposta de trabalho parte de um projeto que prope uma reflexo acerca que ser torcedor, no Brasil dos anos 1930-1950. Para tanto, selecionamos imagens e textos publicitrios, veiculados em jornais e revistas, que, de algum modo, exponham representaes do ser torcedor e como se expressam tais representaes, dentro de uma perspectiva de aumento do consumo nas prticas de lazer, enquanto desportistas (sportman) ou apenas como observadores (assistncia) de ocasio. Trs elementos esto na centralidade da pesquisa: o lazer, que j se mostrava uma forma de consumo, tendo como objeto de estudo a interseco de trs campos distintos: o esportivo, a mdia impressa e o publicitrio. Deste modo, entendemos que preciso pensar a interao desses trs microcosmos e suas modificaes internas, tanto quanto investigar como tais mudanas poderiam ser percebidas nos anncios publicitrios trabalhados. Ademais, esse um perodo de um incio transformador, tanto no mbito global do capitalismo, quanto no Brasil e em cada um dos campos trabalhados. O contexto trabalhado na pesquisa pode ser denominado, como afirma Emlia Viotti da Costa, de tentativas de desenvolver e modernizar o pas, onde as regras e a competio se mostravam a melhor opo para substituir as razes agrrias que marcavam o sculo XIX. Para a realizao do trabalho foi necessrio formar um corpus considervel de fontes, assim, ao longo da pesquisa, coletamos 50 anncios que tratam, de alguma forma ou com algum grau, dos temas dos formatos de torcer envolvidos com o futebol e o turfe, desde o uso de atletas, ao uso do torcedor em si, todos visando a ampliao de um mercado consumidor do esporte. Fizemos uso das contribuies de Pierre Bourdieu em sua obra A Distino critica social do julgamento onde ele nos ajuda a entender que o capital financeiro e cultural se aproximam, na medida em que ele se prope a explicitar suas representaes. Quando estrutura da pesquisa, optou-se por dividir em trs partes, onde cada uma delas trata de um campo aqui trabalhado. A primeira o tempo na modernidade: a mercantilizao do esporte o foco se deu no campo esportivo; a segunda parte trata da exploso miditica, sobretudo na dcada de 1930. Por fim, a terceira destaca o papel da publicidade em todo esse processo, tendo o torcedor como elemento central, a partir da anlise intrnseca dos anncios publicitrios coletados.
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Wilson de Lima Brito Filho (UFBA - Universidade Federal da Bahia)
A Educao Fsica da Bahia na Dcada de 1950 e 1970.
Resumo:O presente estudo referente a minha pesquisa de ...
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Resumo:O presente estudo referente a minha pesquisa de doutorado que encontra-se em andamento. Tomamos como incio da discusso do presente estudo, a Escola Nacional de Educao Fsica e Desportos (ENEFD) por ser a primeira escola brasileira de Educao Fsica ligada a uma Universidade a Universidade do Brasil (UB). As primeiras Universidades e os primeiros cursos de Educao Fsica no pas seguiam um padro estabelecido pela ENEFD. Discutimos a partir da ideia de que a criao de cursos superiores em Educao Fsica no apenas modifica a formao e qualificao profissional, como impacta no desenvolvimento e descrio do prprio campo da Educao Fsica poca. Na Bahia a criao do primeiro curso superior em Educao Fsica s aconteceu em 1972 na Universidade Catlica do Salvador (UCSal). Nessa conjuntura, partimos da hiptese que a formao em Educao Fsica na Bahia, com o advento da primeira escola baiana de formao (UCSal), possibilitou um novo cenrio para a Educao Fsica local, ampliando as possibilidades de interveno no mbito formal e no-formal. Assim, buscamos dar conta, desse (re) viver dos caminhos trilhados no estado da Bahia - atravs do o a diversas fontes de pesquisa - que a partir de um modelo previsto nacional, definiu e montou currculos cujos resultados no fazer pedaggico tornaram o campo de formao uma teia de possibilidades, mas, tambm, de desencontros. Apesar da reconhecida importncia estudos histricos sobre a Educao Fsica brasileira, h quase uma inexistncia de produes que se debrucem sobre a histria da Educao Fsica enquanto campo de formao na Bahia, justificando a importncia deste estudo para rea. No que diz respeito aos aspectos metodolgicos, esta pesquisa est centrada na Histria Social. Nosso olhar vai caminhar sobre a prtica de um grupo social especfico os alunos formados na primeira turma de estudantes da Universidade Catlica do Salvador. No que diz respeito s fontes a serem utilizadas, contamos com produes bibliogrficas, livros, revistas, peridicos e demais produes literrias, ou mesmo, a busca por impressos, documentos e jornais de poca, a opo feita pelo Jornal A Tarde, foi por se constituir como o maior e mais importante jornal na regio Nordeste. Este jornal e demais impressos sero ados na biblioteca pblica do estado da Bahia, Instituto Geogrfico e Histrico da Bahia, acervo da Biblioteca Nacional e no acervo Inezil Penna Marinho. A partir das anlises de algumas informaes iniciais encontradas nas fontes, apontamos para a uma relao de encontros e desencontros entre a criao do primeiro curso superior de Educao Fsica na UCSal e o prprio desenvolvimento e caractersticas da Educao Fsica baiana.
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ST - Sesso 2 - 17/07/2019 das 14:00 s 18:00 1e5t6h
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Bruno Duarte Rei
Esporte, propaganda e consenso nos festejos do Sesquicentenrio da Independncia do Brasil (1972): a 35 edio da Corrida do Fogo Simblico da Ptria em questo
Resumo:As comemoraes do Sesquicentenrio da Independnc...
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Resumo:As comemoraes do Sesquicentenrio da Independncia do Brasil (1972), que renem diversos objetos privilegiados para o estudo de temas como a propaganda poltica e o consenso social formado ao redor da ditadura militar, carecem de mais ateno por parte dos historiadores. Entre outros objetos que escaparam aos poucos estudiosos das comemoraes, destacam-se os eventos esportivos: uma srie de competies nacionais e internacionais de pequena, mdia e grande amplitude, que ocorreram em todas as regies do pas, entre abril e setembro de 1972. No presente trabalho, analisa-se um evento especfico da programao das comemoraes: a 35a edio da Corrida do Fogo Simblico da Ptria evento cvico/esportivo realizado anualmente, desde 1938, pela Liga de Defesa Nacional: associao cvico-cultural fundada, em 1916, por um grupo de intelectuais liderados por Olavo Bilac, Pedro Lessa, Miguel Calmon e Wenceslau Braz, na poca presidente da repblica. Discute-se, mais precisamente, como que, imerso no contexto das comemoraes, o evento estabeleceu pontos de contatou com o projeto de propaganda poltica em voga no pas, bem como constituiu-se, simultaneamente, em um mecanismo de reafirmao de um consenso social estabelecido em torno do regime militar. Em 1972, a Corrida do Fogo Simblico da Ptria tambm ficou conhecida como Corrida da Integrao Nacional. Em sua 35 edio, quatro tochas, acesas com o Fogo Simblico da Ptria, foram transportadas, por meio de revezamento, por atletas em quatro rotas, que partiram de quatro pontos extremos do Brasil: Cabo Branco (Paraba), Oiapoque (Amap), Javari (Amazonas) e Chu (Rio Grande do Sul), em 1, 9, 17 e 27 de maio, respectivamente. O destino final das quatro rotas era o Monumento do Ipiranga (So Paulo), onde, em 1 de setembro, quatro atletas que conduziam o fogo se encontraram, para realizao de cerimnia que selava o final da corrida e, concomitantemente, dava incio Semana da Ptria, em todo o pas. Os atletas envolvidos com o evento percorreram, em homenagem ao Sesquicentenrio da Independncia do Brasil, um total de 21.000 quilmetros, entre cidades do interior e capitais de todos os estados e territrios nacionais. Por onde avam, eles distribuam, populao local, mensagens patriticas de f e esperana e, tambm, bandeiras do Brasil, folhetos com smbolos e bandeiras histricas da nao e livretos em quadrinhos com verso resumida da histria da Independncia brasileira. Em grande parte dessas cidades, as autoridades locais chegaram a realizar pronunciamentos no momento da agem da corrida, em solenidades realizadas especialmente para a ocasio, que costumavam ser sucedidas por outros eventos, tais como: missas, shows, certames esportivos, entre outros.
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Cludia Maria de Farias (Universidade estcio de S)
Relaes de gnero, futebol e Estado Novo no Brasil
Resumo: O trabalho reafirma a importncia dos es...
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Resumo: O trabalho reafirma a importncia dos estudos de gnero para a compreenso dos processos histricos contemporneos atravs dos quais se deu a insero, permanncia e ampliao da participao das mulheres no campo esportivo brasileiro, entre os anos de 1930 e 1940. Desse modo, analisa-se a redefinio da identidade feminina, a partir dos deslocamentos e investimentos de mulheres brasileiras no futebol feminino, bem como sua relao com a represso do Estado Novo sobre os esportes vistos como masculinos, formalizados pela Decreto Lei n. 3199, de 14 de abril de 1941, e com o ideal de identidade nacional construdo no perodo. Nesse sentido, o que se pretende demonstrar que a formalizao de uma violenta segregao entre gneros, com a transformao posterior de alguns esportes em territrios de reserva masculina, era sintoma de mudanas mais vastas, que apontavam para o deslocamento de poder entre homens e mulheres e, na mesma medida, para as transformaes na maneira como as atletas se percebiam e se inseriam no mundo naquela conjuntura, a despeito dos conflitos, constrangimentos, humilhaes e interdies vivenciadas que, no raramente, questionavam sua identidade de gnero e orientao sexual. Ou seja, o aumento de clubes de futebol feminino no subrbio carioca demonstrava a ampliao de uma conscincia de gnero entre elas que, sem dvida, rompia com o ideal de pureza racial, beleza, elegncia, moderao, delicadeza e refinamento adotado, de forma ttica, na Primeira Repblica, sobretudo se considerarmos a participao efetiva de mulheres nos esportes ditos femininos e as prticas discursivas que condenavam o envolvimento do belo sexo com os esportes vistos como viris e masculinizantes. Com efeito, podemos observar o alargamento da conscincia de gnero entre mulheres desportistas atravs das aes, dos enfrentamentos e deslocamentos expressivos manifestados por praticantes de atletismo e futebol, na busca pela ampliao da sua libertao e cidadania numa conjuntura autoritria.Para tanto, sero analisados os artigos elaborados pela Revista de Educao Fsica, os relatrios de diretoria do Fluminense futebol Clube e algumas reportagens do Jornal dos Sports sobre o crescimento do futebol feminino no subrbio carioca, no incio dos anos de 1940.
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Grson Wasen Fraga (Universidade Federal da Fronteira Sul)
"Por que perdemos?" Imprensa esportiva e percepes de identidade nacional na Copa do Mundo de 1950.
Resumo:A Copa do Mundo de 1950 encontrou um brasileiro di...
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Resumo:A Copa do Mundo de 1950 encontrou um brasileiro dividido no que se refere autopercepo de sua nacionalidade. Por um lado, as marcas e preconceitos advindos da escravido ainda temporalmente prxima apontavam para a problemtica formao tnica de um povo fadado ao fracasso, incapaz de grandes feitos e conquistas. Tal imagem foi especialmente difundida por importantes intelectuais brasileiros ao longo da primeira metade do sculo XX, encontrando eco ao longo de nosso tecido social. Por outro lado, especialmente a partir do Modernismo, outro grupo de intelectuais difundia a ideia de que, por fora de nossa formao racial e cultural, seriamos portadores de uma identidade original diante das outras naes, o que em nada nos impediria de materializar grandes realizaes. Diante deste contexto, o evento mximo do futebol mundial acabaria por gerar uma grande expectativa, expressa nas pginas dos principais jornais e revistas do Brasil, acerca das possibilidades de a seleo brasileira, ao erguer a taa Jules Rimet, smbolo mximo da conquista do futebol mundial, confirmar os sentidos positivos que ento se imaginava e desejava para o povo brasileiro. Esta seria a forma de enterrarmos de uma vez por todas a imagem negativa que o brasileiro possua a respeito de si prprio, tal como se estivesse diante de um espelho deformado. Esperava-se muito dos ingleses, inventores do esporte, povo tido como conquistador e metdico. Ansiava-se por ver os italianos e espanhis, representantes do carter sanguneo dos latinos. Havia grande curiosidade em torno dos iugoslavos, representantes do mundo socialista e portadores de um futebol cientfico. O que poderia, diante dos representantes de tais povos, fazer o brasileiro, este povo descendente de indgenas e escravos? Desta forma, as pginas dos principais jornais e revistas do perodo, muito mais do que divulgar e retratar um simples evento esportivo, se tornaram um local de atribuies (mas tambm de autoatribuio) de sentidos aos diversos selecionados, conforme o senso comum que houvesse a respeito de cada povo. Vista inicialmente com desconfiana, a seleo brasileira transformada em representante da identidade nacional vai gradualmente tornando-se portadora dos to desejados sentidos positivos na medida em que a a apresentar boas atuaes, deixando para trs os europeus dos quais tanto se esperava. Ao menos at o momento em que nos sobreveio a derrota para o selecionado uruguaio na partida derradeira. So tais sentidos, atribudos pela imprensa brasileira ao selecionado nacional e tambm prpria nacionalidade brasileira no perodo do mundial de 1950 que se constituem no objeto de anlise deste trabalho.
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Joo Paulo Maciel de Azevedo
Andara e Vila Isabel: Trajetria de espaos esportivos na cidade do Rio de Janeiro (1913-1949)
Resumo:Est apresentao faz parte de um projeto de estud...
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Resumo:Est apresentao faz parte de um projeto de estudo para doutoramento e tem por objetivo mapear dois espaos esportivos da cidade do Rio de Janeiro, que no existem mais. Os dois equipamentos, eram muito prximos um do outro e se localizavam na zona norte da cidade, nos bairros de Vila Isabel e Andara. Tanto em uma zona, quanto na outra, existiam grmios esportivos homnimos ao bairro. Sendo o Andarahy Athletico Club fundado em 9 de novembro de 1909 e o Villa Isabel Football Club em 2 de maio de 1912. Estas agremiaes, apesar de no se limitarem a prtica do futebol, assim como muitos outros clubes da cidade priorizaram aquele esporte breto, tanto que no incio, os respectivos espaos esportivos eram destinados somente ao ludopdio. Com o desejo de se filiarem a Liga Metropolitana de Sports Atheticos (LMSA), esses clubes vizinhos tiveram que construir suas prprias praas de esporte, para que pudessem ser aceitos naquela Liga. Em 1913, ambos os clubes deram entrada na filiao a LMSA e j detinham seus respectivos equipamentos esportivo. De incio, as equipes do Andarahy. A. C. e do Villa Isabel F. C., disputaram os torneios de segunda diviso da Liga. Aps o o a primeira diviso do campeonato de futebol da Liga, tanto Andarahy A. C. como Villa Isabel F. C., realizaram obras de melhorias em seus espaos esportivos ainda em 1917, ano em que a LMSA realiza mudanas em seus estatutos e a ser intitulada por Liga Metropolitana de Deportes Terrestres (LMDT). O campo do Villa Isabel F. C., situava-se no Jardim Zoolgico da cidade e assim por muito tempo foi chamado, mesmo depois do Zoo sair do bairro de Vila Isabel ainda no incio do sculo XX. Localizado rua Prefeito Serzedello, 198, ficava o campo do Andarahy A. C. e por ali o clube mandou seus jogos at 1938 quando o espao foi arrendando por um clube da cidade, a Associao Atltica Portuguesa. Essa manobra s foi possvel, porque quatro anos antes em 1934, o ento presidente do Andarahy A. C. cedeu o espao a Polcia Municipal. Jansen Muller, alm de presidente do Andarahy, foi eleito vereador do Distrito Federal em 1934 e pertencia ao mesmo partido do Prefeito Pedro Ernesto. Com a criao da Policia Municipal naquele ano, o vereador do Partido Autonomista, resolveu ajudar o projeto do prefeito cedendo a praa de esportes do clube. Depois de alguns anos, em 1949, curiosamente o Andarahy A. C. pleiteou atravs de um projeto de lei junto a prefeitura a cesso do terreno do Jardim Zoolgico em Vila Isabel. Naquela altura, Villa Isabel F. C. e o Andarahy A. C. no disputavam mais torneios oficias de futebol e nem outro desporto na cidade. Por fim, ambos os grmios acabaram fechando as portas aps estarem somente vivendo como clubes sociais.
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Joo Pedro Prado Mercs Lzaro (UFBA - Universidade Federal da Bahia)
Rebeldes em revista: Joo Saldanha, Afonsinho e Reinaldo em publicaes de Placar entre 1970 1978.
Resumo:A forma como a conquista da Copa do Mundo de futeb...
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Resumo:A forma como a conquista da Copa do Mundo de futebol em 1970, no Mxico, foi capitaneada e apropriada por equipamentos do Estado ditatorial brasileiro ajudou a reforar um sentido, desde antes presente, que entendia o jogo da bola simplesmente como um mecanismo de alienao coletiva. pio do povo, parafraseando Marx e a religio. No entanto, indo de encontro a essa perspectiva e buscando entender o futebol como um fenmeno scio-cultural detentor de complexidades, pesquisadores repensaram e vem repensando esse esporte a partir de outros olhares, buscando perceber suas contradies e especificidades, para alm da viso simplista e unvoca que observa o fenmeno de forma unidimensional. Procurar perceber no futebol sua capacidade multidimensional, ou seja, os diferentes aspectos atravessam sua histria faz condio precpua para o desenvolvimento de uma pesquisa abrangente sobre a temtica. sobre um desses aspectos que este trabalho pretende tratar, mais especificamente a forma como um veculo de imprensa apresentava (ou no) determinados sujeitos do universo do futebol em suas publicaes durante o perodo circunscrito em alguns anos da ditadura civil-militar brasileira. Num contexto em que muitas das narrativas de crtica a respeito do mundo do futebol estava associado a ividade e adequao aos governos totalitrios, alguns sujeitos no meio futebolstico representavam o contrrio do que seria a apatia ou adequao compartilhada por muitos jogadores, tcnicos, dirigentes. A imprensa, por sua vez, em grande medida era interpretada como um dos equipamentos que reproduziam, sociedade, a espetacularizao do futebol, o que contribua com o escamoteamento das contradies vividas no pas, as barbaridades impetradas pelo Estado autoritrio. Nesse sentido, procurando, por um lado, se afastar da viso estanque que entendia e entende o ludopdio, durante a ditadura que comeou em 1964, apenas como mecanismo de dominao do Estado, e por outro, tentar abordar um rgo de comunicao impressa destitudo dessas impresses a priori, pretendemos analisar como, em um veculo de mdia dos mais reconhecidos, a Revista Placar, (principal Magazine do segmento esportivo brasileiro na poca), apareciam, ou eram silenciados, alguns personagens que viviam o universo do futebol brasileiro: Joo Saldanha, Afonsinho e Reinaldo.
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Jonathan Dias Portela
Os Black Stars chegam ao mercado: O futebol gans no discurso ps-colonial britnico (1996-2014)
Resumo:Esta pesquisa, parte da perquirio e dissertao ...
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Resumo:Esta pesquisa, parte da perquirio e dissertao de meu mestrado, visa analisar a trajetria de atletas ganeses inseridos no futebol ingls entre 1996 e 2014, sob o olhar da imprensa britnica. Procura-se, deste modo, refletir sobre o discurso neocolonial por meio do esporte, especialmente no que concerne as construes das hierarquizaes dos jogadores provenientes das antigas colnias africanas, tendo em vista o contexto esportivo ingls e a perspectiva geopoltica da Inglaterra contempornea nas suas relaes com as reas africanas do antigo Imprio colonial.
O recorte temporal se inicia em 1996, quando o primeiro atleta gans, Anthony Yeboah, chega Premier League, primeira diviso do futebol profissional ingls, para atuar no Leeds United. O ingresso de Yeboah, assim como o seu sucesso nos gramados ingleses, promoveu a chegada de vrios outros jogadores de Gana elite deste esporte na Inglaterra entre o final da dcada de 1990 e o incio do sculo XXI, como Mohammed Gargo, Nii Lamptey, Alex Nyarko e Junior Agogo. No decorrer da primeira dcada do sculo XXI, auge do futebol gans, alguns jogadores se destacaram nas principais equipes da Premier League como John Mensah, Quincy Abeyie, Richard Kingson, John Paintsil, Michael Essien e Mario Balotelli.
Para a realizao desta pesquisa, utilizamos como fontes documentais alguns jornais ingleses que fazem parte da chamada Grande Mdia: Daily Express, The Sunday Times, The Telegraph, Daily Star, The Guardian e o Daily Mail, como tambm discursos de oficiais de estados, alm dos registros e estatsticas da FIFA (Federao Internacional de Futebol) disponveis em seu site oficial. Tambm ser utilizada a documentao que oferecida online pela Ghana Football Association (Associao Ganesa de Futebol) no que cerne ao registro de migrao de atletas ganeses, relatos de jogadores e tcnicos e a histria do esporte no pas africano.
Pensar nos desdobramentos que se engendram de dentro para fora neste perodo de migraes direciona-nos a compreender o que ou a significar ser um africano na Europa, mais do que isto, ser um gans na Inglaterra e como se dar no futebol as novas relaes neocoloniais pensando na perspectiva de jogadores, sociedade e estado.
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Rael Fiszon Eugenio dos Santos (Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro)
As excurses de times de futebol do Brasil para a frica (1960-1980)
Resumo:O texto que ser apresentado um primeiro esboo ...
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Resumo:O texto que ser apresentado um primeiro esboo do que vir a ser meu projeto de pesquisa no doutorado. O objeto de pesquisa as excurses de times de futebol do Brasil para o continente africano, entre as dcadas de 1960 e 1980. Pretendo entender as conexes e redes de interesses dos dois lados do Atlntico sul que tornaram possveis as excurses e as que se formaram a partir delas. O desenvolvimento do futebol-negcio, a descolonizao africana e a formao dos estados independentes, as relaes e circulaes entre Brasil e o continente africano, so alguns dos temas importantes para a pesquisa proposta.
O perodo entre a dcada de 1960 e 1980 pode ser chamado de A Era das Excurses no futebol brasileiro. Foram vrias centenas de jogos realizados por times brasileiros no exterior, sobretudo em campos da Amrica, frica, Europa e Oriente Mdio.
Apesar da existncia de jogos de times brasileiros no exterior desde o incio da difuso do futebol no Brasil at a atualidade, entre as dcadas de 1960 e 1980 as excurses foram parte importantssima do cenrio do futebol brasileiro, dezenas de clubes de diversos estados fizeram pelo menos uma excurso.
As excurses diferem de simples jogos de times brasileiros no exterior, eram uma srie de jogos que, no raro, ocorriam em diversos pases e duravam semanas. Em geral, eram jogos amistosos e participaes em campeonatos comemorativos. Cada excurso percorria vrios pases. Neste sentido, as excurses foram um fenmeno histrico que hoje, pelo menos no futebol brasileiro de alto rendimento, no existe mais. Este ciclo teve incio aps a Segunda Guerra e teve seu auge entre as dcadas de 1960 e 1980.
A questo que surge : havia relao entre as posies oficiais do Itamaraty de aproximao com a frica e a realizao de excurses de times brasileiros para o continente? Qual o papel do governo brasileiro nessas excurses?
Quais os interesses dos pases africanos em realizar jogos contra times brasileiros?
Alm dos interesses das elites e governos africanos, tambm me interessa entender outras dimenses do impacto dos jogos realizados por equipes brasileiras na frica, como a proposta de Jos Florenzano em pensar o impacto dessas excurses, de Pel sobretudo, em um contexto de descolonizao e circulao de identidades e articulaes negras pelo Atlntico: o pan-africanismo, o movimento rasta, os Pantera Negras, o Black Power e, por que no, a circulao de times compostos por muitos negros e que representam o melhor futebol do planeta e, mais ainda, a figura de Pel, negro, principal atleta do futebol.
Quais experincias emergiram a partir da Era das Excurses? Houve circulao de ideias, mercadorias, experincias?
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Vitor dos Santos Canale (Prefeitura Municipal de Paulnia)
Nem to perto, nem to longe Torcida Jovem Ponte e Guerreiros da Tribo: rivalidade e associativismo no futebol campineiro
Resumo:O presente artigo visa uma reflexo sobre a histr...
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Resumo:O presente artigo visa uma reflexo sobre a histria de duas das principais torcidas organizadas da cidade de Campinas, a Torcida Jovem da Ponte (TJP), da Associao Atltica Ponte Preta, e a Torcida Organizada Guerreiros da Tribo (GTO), pertencente ao Guarani Futebol Clube.
A rivalidade entre alvinegros e alviverdes surgida na segunda dcada do sculo XX, intensificou-se com a criao das duas torcidas organizadas entre o final da dcada de 1960 e o incio da dcada seguinte.
Contudo, diversos elementos aproximavam esses coletivos de torcedores formados por jovens com o apoio de seus respectivos clubes. A perspectiva poltica semelhante, o conceito do amor abnegado ao clube, bem como a busca de sada em comum contra as mazelas da organizao futebolsticas, eram vnculos que articulavam uma experincia integradora entre esses adversrios. A participao de ambas torcidas organizadas na Associao das Torcidas Organizadas do Estado de So Paulo, a ATOESP, s refora essa dialtica entre a rivalidade e o e mtuo.
A rivalidade entre ambas as entidades seguiu intensa ao longo dos anos 1970 e 1980, perodo de maior protagonismo dos clubes campineiros no cenrio nacional. Contudo, ao longo dos anos 1990 a Guerreiros da Tribo ou por um gradual processo de enfraquecimento com o surgimento da Torcida Fria Independente (TFI), em 1995.
A Torcida Fria Independente, ciso da Guerreiros da Tribo, leva consigo diversos scios e enfraquece o poder da principal torcida bugrina. Ao longo da dcada de 1990, a Fria se tornaria a principal antagonista da Torcida Jovem da Ponte, em embates, perseguies e emboscadas que vitimaram diversos torcedores, de ambos os lados.
O artigo valeu-se da bibliografia sobre torcidas organizadas em So Paulo e da histria de Ponte Preta e Guarani, foram utilizados ainda livros de memorialistas sobre as torcidas Guerreiros da Tribo e Torcida Fria Independente.
A utilizao da metodologia da histria oral, baseada em entrevistas de longa durao, foi utilizada na realizao de trs contatos com fundadores de torcidas organizadas. Maurcio Lombardi, um dos fundadores da Torcida Jovem da Ponte, e Fernando Pereira da Silva, um dos fundadores da Torcida Guerreiros da Tribo, foram ouvidos em janeiro de 2018, na cidade de Campinas, enquanto Robel Tadeu Datovo, foi entrevistado em maio de 2018, em Louveira, interior de So Paulo.
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ST - Sesso 3 - 19/07/2019 das 08:00 s 12:00 4c3kw
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Andr Alexandre Guimares Couto (CEFET/RJ), Alvaro Vicente Graa Truppel Pereira do Cabo (UCAM (UNIVERSIDADE CNDIDO MENDES)Municpio, Estado)
A Amrica aqui! Representaes e lirismo sobre o Campeonato Sul-americano de Futebol de 1949 no Jornal dos Sports
Resumo:Neste trabalho, pretendemos identificar e analisar...
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Resumo:Neste trabalho, pretendemos identificar e analisar as principais representaes e discusses acerca do Campeonato Sul-americano de Futebol de 1949, realizado no Brasil. Cabe lembrar que os brasileiros no organizavam este evento desde 1922 e tornara-se um desafio realizar este torneio por conta do que representava a participao da seleo brasileira de futebol num campeonato dentro de casa e, principalmente, pela expectativa da aguardada Copa do Mundo FIFA (1950).
Para analisar esta cobertura, utilizaremos como fonte e objeto o principal jornal esportivo do Rio de Janeiro e um dos mais importantes do pas naquele momento: o Jornal dos Sports. Criado em 1931 pelo jornalista Argemiro Bulco, ara a ser comandado por Mrio Rodrigues Filho a partir de 1936.
Desta forma, eventos como o Sul-americano de Futebol eram momentos propcios para a discusso no apenas de temas caros aos esportes como a nao e a torcida, mas tambm elementos representativos como a identidade urbana, a ionalidade e emotividade do torcedor, a disputa clubstica e at mesmo a estratgia denuncista do jornal, dentre outras possibilidades de ver o esporte neste peridico.
Para tanto, escolhemos alguns dos cronistas mais relevantes do Jornal dos Sports para compreender a cobertura deste evento esportivo como, por exemplo, Manoel Vargas Netto, lvaro do Nascimento ("Z de So Janurio") e Jos Lins do Rego, dentre outros.
Numa conjuntura de ps-Ditadura Vargas e de tentativa de acelerao capitalista da indstria nacional, com uma sociedade ainda bastante sbria e conservadora nos seus costumes e comportamentos sociais, temos por parte do poder pblico e dos organizadores do evento, uma ideia ainda vaga de criar/divulgar representaes modernas do pas.
Portanto, no Jornal dos Sports, o campeonato sul-americano de 1949 contribuiu para o debate de um distanciamento do que seria um ado atrasado e de uma perspectiva de atingir um futuro desenvolvido e moderno, pautado pela valorizao da disciplina e da real capacidade do esporte nacional. Apesar disso, era comum neste peridico que os principais cronistas disputassem a ateno do seu respectivo pblico leitor e, para tanto, adotavam por vezes narrativas discursivas dissociativas e polmicas.
Cabe analisar, finalmente, como os cronistas cobriram o campeonato pelo ponto de vista da presena dos demais pases da Amrica do Sul e como esta relao se deu em territrio brasileiro.
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Euclides de Freitas Couto (Universidade Federal de So Joo del Rei)
As origens do catalanismo na histria do FC Barcelona (1899-1939)
Resumo:Estudado exaustivamente pelas cincias humanas a t...
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Resumo:Estudado exaustivamente pelas cincias humanas a transcendentalidade sociocultural e poltica do Bara se relaciona sublimao, por meio das aes esportivas, das aspiraes e frustraes de um povo, que luta historicamente para constituir um Estado que seja o legtimo representante da sua nao. Embora nem todos os barcelonistas sejam necessariamente catalanistas e tampouco independentistas, com efeito, as vitrias e derrotas do clube so metaforizadas na esfera poltica, extrapolando aquilo que se convencionou como campo esportivo. Nesse sentido, dentre outros recortes temticos e temporais que carecem ser investigados na rica historiografia deste clube, so as interseces entre a histria poltica da Catalunha e a formao do barcelonismo nas primeiras dcadas de vida do clube, ou seja: em que medida o processo histrico de luta pela autodeterminao da Catalunha se cruza com a histria do FC Barcelona? Quais as singularidades presentes nesse processo podem elucidar o enraizamento do catalanismo entre os torcedores do Bara, especialmente entre os habitantes da Catalunha no incio do sculo 20? Alguns estudos de envergadura que se dedicaram a esse tema em embasando-se, especialmente, de argumentos que explicam a vinculao do FC Barcelona ao catalanismo, por meio de eventos polticos, como o apoio da entidade campanha para a autonomia poltica da regio, em 1918, encabeada pela Mancomunitat, a instncia regional do governo; ou do fechamento temporrio do estdio do Bara, em 1925, pelo ditador Primo de Rivera, fato que gerou imensa revolta na comunidade catal e, por conseguinte, acabou por fortalecer os vnculos afetivos dos torcedores ao projeto de autonomia da regio.
Nesse contexto, objetivamos revisitar esses eventos, buscando associ-los a um conjunto mais extenso de acontecimentos que reforam a tese de que a vinculao do Bara ao catalanismo nas trs primeiras dcadas do sculo 20 constitui-se, historicamente, de uma multiplicidade de fatores, a saber: a associao do suo Hans Gamper, o fundador do clube, burguesia catal e, por extenso, luta do clube pela autodeterminao da regio; a popularizao do quadro de associados do Bara, cujos membros pertencentes s classes trabalhadoras foram se vinculando gradualmente ao catalanismo; e, por ltimo, o conjunto de lutas protagonizadas pelos catales contra os fascistas no perodo da Guerra Civil Espanhola (1936-1939), so eventos determinantes para a formao e consolidao do sentimento de catalanismo que envolve o repertrio simblico barcelonista.
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Isabella Trindade Menezes (FGV - RJ)
Pensando o projeto familiar de formao de jogadores de base no Rio de Janeiro a partir de uma leitura interseccional
Resumo:O objetivo deste artigo analisar aspectos relaci...
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Resumo:O objetivo deste artigo analisar aspectos relacionados formao de jogadores de futebol como um projeto familiar, que possui protagonismo de mulheres negras. Para tanto, utilizarei uma perspectiva interseccional para anlise dos dados, ou seja, minha argumentao ser baseada nos marcadores sociais de gnero, classe e raa. Tais escolhas partem do pressuposto de que estas so estruturas de subordinao que se reforam (Silva, 2014) e vm sendo pouco abordadas nos estudos sobre futebol e so constituintes do projeto (Velho, 1994), como a conduta organizada para atingir finalidades especficas.
Outrossim, compreendo a interseccionalidade como parte de um projeto de construo e nomeao, a partir da nomeao dos sujeitos e de formas de excluso como partes constituintes de um cenrio de realizao de polticas e de reconhecer e construir direitos. Por isso, acredito que silenciamentos e invisibilidades cotidianas so formas de violncia e opresso comuns em nossa sociedade. Cabe ainda ressaltar que compreendo a importncia de trabalhar com esse eixo de anlise, mas sem construir uma identidade unssono ou cristalizada de mulheres negras, ou seja, compreendendo a complexidade das relaes sociais engendradas na atualidade.
Como parmetros de negritude, uso o conceito de preconceito de marca, de Oracy Nogueira (2007), o qual leva em considerao os traos fenotpicos, tais como os traos do rosto, cabelo e constituio corprea, para alm da cor de pele. Segundo essa perspectiva, as categorias de mulato, moreno e pardo so analisadas dentro do espectro de negritude, ou seja, so variaes de negritude.
Como corpus de anlise, elegi trechos de entrevistas realizadas com mulheres negras que atuam na manuteno do projeto de construo de um jogador de futebol, o uso de uma matria do jornal sobre a seleo masculina de futebol e anotaes de dirio de campo de observaes realizadas por mim no acompanhamento dos meninos e de suas famlias no campo, nas quais esto includas conversas informais com agentes de jogadores, pais, profissionais da rea e outros agentes desse campo. Cabe ainda identificar que as entrevistas realizadas so pautadas em um roteiro estruturado a partir da histria de vida e sobre recorte temtico da participao delas no projeto familiar. A metodologia de pesquisa vem sendo construda a partir da etnografia, na qual busco a aproximao com as familiares, mulheres em geral, a partir desses contatos, fao o acompanhamento do desenvolvimento dos jogadores em formao em jornais e sites.
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Luiz Carlos Ribeiro de Sant'ana (FAETEC)
O Filme Voltar a viver (ESP/ITA, Mario Camus, 1968) Parte II: futebol, cinema e histrias de paixo e superao na Espanha Franquista.
Resumo:O trabalho que trazemos para esta trigsima edio...
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Resumo:O trabalho que trazemos para esta trigsima edio da ANPUH nacional uma adaptao de parte constitutiva de tese defendida em 2013 e consiste tambm na segunda e conclusiva parte final de um artigo especfico. Na ocasio (da tese), como agora, pretendamos estudar como filmes que abarcam o futebol trataram de temas esportivos, estticos e polticos durante dois perodos ditatoriais independentes: o regime civil-militar no Brasil (1964-1985) e o franquismo espanhol (1936 1975). A obra que visitaremos nesta ocasio a produo espano/italiana, intitulada Voltar a viver (Volver a vivir, ESP/ITA, 1968). A referida pelcula assinada por Mario Camus, um reconhecido cineasta espanhol. Nessa fita temos a histria do personagem Lus Rubio, um ex-jogador de sucesso que no vive os seus melhores momentos como treinador na Amrica do Sul. A despeito disso, uma nova oportunidade lhe oferecida, a de retornar ao seu primeiro clube, na Espanha, agora como tcnico. Toda uma srie de desdobramentos iro se suceder a partir da, incluindo um enlace amoroso proibido, bices variados e histrias de superao. Em quase todos os casos, o estdio, o jogo (futebol) e seus respectivos entornos, funcionam como cenrio e palco para os dramatis personae. Na primeira parte desta nossa empreitada procuramos explorar uma anlise da narrativa geral (com especial ateno construo cinematogrfica; da linguagem cinematogrfica) e como o futebol aparecia e/ou era utilizado na trama. Para este simpsio centraremos no contexto de produo e nas possibilidades de extrapolao do tema do soerguimento para alm do plano/enquadramento flmico, arrematando a anlise. Nesse sentido, trata-se de propor uma sondagem sobre possveis convergncias entre a obra e traos dinmicos da poca em que a mesma veio luz. Referimo-nos especialmente aos diferentes momentos da poltica cinematogrfica do regime, ao relativo crescimento das movimentaes de protesto e, finalmente, a aspectos econmicos coetneos poca de produo e lanamento de Volver a Vivir. A taxa de crescimento mdia entre 1961 e 1974, por exemplo, foi de 7% ao ano (PIB), resultado somente superado pelo Japo. Na Espanha esse perodo tambm denominado de milagre econmico. Investigar possveis relaes entre estes e demais elementos e a narrativa flmica far parte de nossos esforos.
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Rodrigo Carrapatoso de Lima (Universidade Federal de Pernambuco)
Ditadura e futebol em Portugal e no Brasil: as copas do mundo de 1966 e 1970.
Resumo:O presente trabalho fruto de pesquisa de doutora...
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Resumo:O presente trabalho fruto de pesquisa de doutorado ainda em curso sobre a relao entre futebol e poltica a partir de uma perspetiva comparativa entre Portugal e Brasil. Com toda a sua popularidade e beneficiando da mediatizao da imprensa, o futebol pode ter sido (e esta a nossa hiptese de trabalho) instrumentalizado pelo poder poltico e utilizado como objeto de propaganda, encarado como meio de aproximao e legitimao dos regimes ditatoriais brasileiro e portugus com as classes populares (o denominado povo) promovendo uma espcie de unidade e identidade nacional. Neste trabalho procurarei analisar o papel ideolgico que possa ter sido desempenhado pelo futebol na construo e consolidao de imaginrios nacionais em Portugal e no Brasil durante as Copas do Mundo de 1966 e 1970. Na Inglaterra, Portugal, que nunca havia participado de uma Copa do Mundo, ficou em terceiro lugar ao derrotar a Unio Sovitica. J o Brasil, no Mxico, chegava ao terceiro ttulo mundial e conquistava assim a taa em definitivo. Estes resultados futebolsticos tiveram um forte impacto internacional para estes dois pases, tendo os governos autoritrios vigentes cincia disso. No Brasil e em Portugal a ideia de pertencimento e lealdade s representaes nacionais so exprimidas em expresses como ptria de chuteiras e a equipa de todos ns. Cada qual com suas vicissitudes, reconhecia-se assim a obrigao moral de apoiar a equipe nacional de futebol. O futebol, em ambos os casos, serviu aos propsitos polticos dessas ditaduras, embora no foram eles o seu propulsor. A apropriao da vitria brasileira nos gramados mexicanos e da excelente colocao portuguesa no mundial sediado na Inglaterra um sinal de uma operao que pretendia dotar a populao de um sentimento de pertencimento como via imediata de identificao com o regime, pois o sucesso das selees eram tambm o sucesso dos governos. Portanto, atravs da pesquisa em peridicos brasileiros e portugueses de circulao na poca e disponveis em arquivos, bibliotecas e hemerotecas digitais, esta relao entre estes regimes ditatoriais e o futebol, atravs do imaginrio nacional-patritico das selees nacionais a grande temtica deste trabalho.
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ST - Sesso 4 - 19/07/2019 das 14:00 s 18:00 3p493x
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Fbio Santiago Santa Cruz (UEG - Universidade Estadual de Gois)
O Centro-Oeste no Campeonato Brasileiro de Selees Estaduais (1928-1962)
Resumo:Em 1922, a CBD (Confederao Brasileira de Desport...
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Resumo:Em 1922, a CBD (Confederao Brasileira de Desportos) realizou pela primeira vez o que foi chamado na poca de Campeonato Brasileiro de Futebol. Reunia selees estaduais, no clubes. Foi o primeiro campeonato de uma srie (que foi at 1962).
Participar da competio logo tornou-se muito importante. Estado que inscrevia sua seleo no campeonato era reconhecido como participante pleno da comunidade futebolstica nacional. Estado sem seleo era tratado como um Estado esportivamente atrasado, que ainda precisava se desenvolver para, futuramente, ter condies de formar sua seleo e se inscrever na competio. Mais ainda: quase se podia dizer que o Estado, ao participar do campeonato de selees estaduais da CBD, reafirmava sua existncia como membro da Federao brasileira. Os goianos que residiam no Rio de Janeiro em 1927 reclamaram da ausncia do seu Estado na disputa daquele ano: "como nos seria grato aos goianos aqui residentes saudosos de Gois, podermos aplaudir, no estdio, os nossos conterrneos!"(Voz do Povo, 28.10.1927, p. 1).
O Centro-Oeste, regio perifrica, permaneceu ausente do Campeonato Brasileiro de Futebol de 1922 a 1927. Em 1928, a seleo do Mato Grosso participou pela primeira vez. Era uma seleo dirigida pela FSM (Federao Sportiva Matogrossense), sediada no em Cuiab, a capital do Estado, mas em Corumb, cidade situada ao sul do territrio mato-grossense. A CBD estava ciente de que o futebol se desenvolvia de modo diverso em cada regio e, portanto, no exigia que as selees fossem dirigidas por entidades sediadas nas capitais estaduais. Reconheceu a FSM como legtima representante do futebol mato-grossense. O mais importante, afinal, era ter o mximo de representaes estaduais e pr estas equipes para disputar o campeonato.
A seleo de Mato Grosso disputou apenas um jogo. Foi derrotada (e desclassificada) j na estreia. O mesmo ocorreu nos campeonatos de 1929 e 1931. Em seguida, o Centro-Oeste voltou a ficar ausente do campeonato at 1941. Nesse ano, retornou disputa com duas selees: a do Mato Grosso e a de Gois, que participava pela primeira vez.
Novamente, o Centro-Oeste amargou uma srie de participaes decepcionantes. Em onze campeonatos (realizados de 1941 a 1962), as selees de Gois e Mato Grosso aram para a segunda fase apenas duas vezes: 1952 e 1954. E nessas duas vezes, no aram da segunda fase. No chegaram a disputar nenhuma semifinal. Goianos e mato-grossenses estavam, nitidamente, em nvel futebolstico inferior.
As participaes do Centro-Oeste, apesar de terem sido to desalentadoras, foram importantes para inserir a regio na comunidade futebolstica nacional, para tirar Gois e Mato Grosso um pouco mais do isolamento e para reduzir a sensao de periferismo que pesava sobre a regio.
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Hugo da Silva Moraes (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Caszely & Scrates: Representaes sobre a democracia a partir do filme Rebeldes do Futebol.
Resumo:Ao longo dos anos de 1980, as ditaduras da Amrica...
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Resumo:Ao longo dos anos de 1980, as ditaduras da Amrica Latina viveram um processo de redemocratizao. O colapso econmico, o autoritarismo poltico, a forte censura, a represso e o desrespeito aos direitos humanos davam o tom de que era o momento de promover a retomada da democracia.
No caso Chileno, o processo de redemocratizao foi conduzido de forma pactuada entre o governo e os partidos polticos de oposio. O plebiscito de 1988 marcaria o fim do regime militar, dando incio a uma democracia consolidada em 1990 com a posse de Patrcio Alwyin. J no Brasil, o marco simblico do processo de redemocratizao ocorreu em 1985 com a eleio indireta de Tancredo Neves. Da mesma forma que ocorrera no Chile, o processo de abertura poltica tambm seguiu sem trazer em definitivo a democracia.
Entre os anos de 1974 e 1989 tanto as sociedades chilena e brasileira experimentariam os efeitos destas mudanas. Em meio a diversas mobilizaes populares jogadores como Carlos Caszely e Scrates, ganhariam certa notoriedade. No caso chileno, Carlos Caszely participaria de peas publicitrias pelo fim da ditadura chilena. Atacante da Seleo Chilena e da vitoriosa equipe do Colo-Colo dos anos 1970 El Chino, simpatizante do governo Allende, ficaria famoso por ter se negado a apertar as mos do ditador Augusto Pinochet.
Nos anos de 1980 foi um dos atletas que apoiou a Concertacin de Partidos por el No. Contribuiu ativamente ao participar de uma campanha publicitria ao lado de sua me, torturada pelo regime. Organizada em 1988, a campanha do No mobilizou intelectuais, artistas e setores da sociedade civil que desejavam, a partir de um plebiscito, pr fim a ditadura pinochetista.
No Brasil Scrates, meio-campista do Corinthians e integrante da Seleo Brasileira, participaria ativamente de um movimento conhecido como as Diretas J!. Iniciada em 1984, essa campanha tinha por objetivo forar o congresso a aprovar a Emenda Dante de Oliveira, que garantiria o voto direto para as eleies presidenciais em 1985. Famoso pelo seu engajamento poltico e por sua participao na Democracia Corinthiana, Scrates se notabilizou por suas aparies nos palanques em defesa das Diretas.
Apesar de transies pactuadas, as memrias em torno das democracias tentavam inserir o povo como protagonista destes processos. Utilizando o futebol como objeto central, tentaremos compreender como Carlos Caszely e Scrates foram personagens importantes para a construo das representaes em torno das democracias no Chile e no Brasil. Para isso, analisaremos a forma pelas quais as figuras de Carlos Caszely e Scrates foram problematizadas na pelcula Rebeldes do Futebol. Para atingirmos tais proposies, recorreremos a Histria Comparada enquanto um importante mtodo de anlise.
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Rafael Fortes Soares (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO))
Olhares sobre o Brasil numa revista de surfe sul-africana
Resumo:Desde o ano inaugural do Circuito Mundial de Surfe...
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Resumo:Desde o ano inaugural do Circuito Mundial de Surfe 1976 , a frica do Sul esteve entre os pases que sediaram campeonatos. Tal presena expressava um certo grau de desenvolvimento de uma cultura, de um mercado e tambm de meios de comunicao em torno daquele esporte. Este trabalho aborda as representaes do Brasil e dos brasileiros em Zigzag entre 1976, ano de fundao da revista, e 1988, ltimo ano sem que houvesse participao constante de atletas brasileiros na maioria das estapas do circuito. Fundada em 1976 e ainda em circulao, Zigzag foi uma publicao basilar para o desenvolvimento do surfe naquele pas. O artigo se divide em duas partes. A partir do dilogo com Thompson (2015) e outros autores da historiografia, a primeira seo contextualiza o surfe no cenrio sul-africano do perodo que inclua crise econmica, mas crescimento do mercado em torno do surfe; apogeu do regime segregacionista, mas tambm do boicote internacional ao pas. A segunda parte descreve e analisa as referncias ao Brasil em Zigzag. O peridico destaca a agem de surfistas brasileiros pela frica do Sul e as relaes estabelecidas com os pares locais. Em menor quantidade, aparecem notcias sobre o Waimea 5000, etapa do circuito mundial disputada no Rio de Janeiro entre 1976 e 1982. H tambm referncias a restries enfrentadas por surfistas sul-africanos como Shaun Tomson e Marc Price, que, em determinados anos, foram proibidos de competir na etapa, ao terem o visto de trabalho negado pelo governo brasileiro em funo do boicote esportivo internacional. Por fim, mencionam-se ainda agens de surfistas sul-africanos pelo Brasil, sem participar de competies. Na interpretao dos achados, busco articular o cenrio esportivo com aspectos econmicos, polticos e sociais do perodo, que se manifestam em questes como a incipincia do profissionalismo no mbito do surfe (face aos custos de deslocamento para participar das competies), as relaes polticas entre governos e entre federaes e associaes esportivas (na maioria dos casos, estimulando a adeso ao boicote e tomando outras medidas) e aquelas estabelecidas entre os surfistas que circulavam por diferentes pases (amizades, mas tambm redes de ajuda mtua e recproca em termos de receptividade, hospedagem, traslados em aeroportos etc.) O trabalho integra uma pesquisa sobre representaes do Brasil e do Rio de Janeiro em peridicos estrangeiros dedicados ao surfe.
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Raphael Rajo Ribeiro (Museu Histrico Ablio Barreto/Fundao Municipal de Cultura de BH)
A Federao: uma sada varzeana para o autoritarismo burocrtico no esporte durante a Ditadura Militar
Resumo:A presente comunicao pretende investigar um arra...
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Resumo:A presente comunicao pretende investigar um arranjo de organizao autnoma do futebol amador em Belo Horizonte que se convencionou denominar Federao. A partir desse caso, possvel refletir sobre a amplitude dos mecanismos de controle em contextos autoritrios, inclusive no campo esportivo, bem como as articulaes populares com vistas a driblar tais iniciativas disciplinares.
A partir da segunda metade dos anos 1960, portanto, logo aps o Golpe de 1964, observou-se a ampliao da atuao do Conselho Nacional de Desportos CND que, utilizando-se do arcabouo legal formulado durante o Estado Novo, aprofundava os mecanismos disciplinares sobre toda a prtica esportiva no pas, incluindo-se a vertente amadora do futebol. A expanso de um pensamento autoritrio, com forte inteno de controle sobre os mais diferentes aspectos da realidade social tambm se fazia sentir na organizao das atividades atlticas, com a sistemtica criao de regras que cada vez mais cerceavam as liberdades de atuao das agremiaes e de seus membros.
Associado a isso, observava-se uma transformao da dinmica do futebol no pas, especialmente em sua expresso profissional, com a adoo de novos conceitos tticos e de estruturao da prtica, que repercutiam negativamente sobre a percepo que as entidades dirigentes e os veculos de imprensa formulavam acerca do universo varzeano. Cada vez mais se aprofundava o distanciamento entre uma expresso espetacularizada da modalidade e sua vertente popular.
As agremiaes varzeanas, por sua vez, tambm cultivavam prticas prprias, que a afastavam das lgicas de organizao que vigoravam nas entidades dirigentes do futebol no estado, por diversas vezes, conflitando com essas estruturas de poder. Em certa medida, possvel afirmar que os clubes amadores eram responsveis pelo desenvolvimento de uma cultura esportiva popular, que se expressava em paralelo s atividades profissionais, desempenhadas pelas entidades mais tradicionais da cidade.
Vinculados Federao Mineira de Futebol, os clubes varzeanos sofriam com as iniciativas de enquadramento da entidade dirigente oficial, as quais, a exemplo do que se ava no CND e em seu brao local, o Conselho Regional de Desportos CRD, foram reforadas a partir da ascenso da Ditadura Militar.
Frente a todo esse contexto, que ameaava a prpria continuidade das atividades varzeanas na cidade, observou-se, no final da dcada de 1960, a criao de uma soluo autnoma, com o estabelecimento da chamada Federao, um espao autorregulado de organizao de disputas entre as agremiaes amadoras. Fenmeno exemplar no apenas da fora de uma cultura esportiva popular, mas da capacidade de resposta das classes subalternas s tentativas de imposio de mecanismos disciplinares.
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Raul de Paiva Oliveira Castro (PPGHC - UFRJ)
Uma histria comparada e transnacional dos megaeventos esportivos: a atuao dos dirigentes e a recepo do "padro FIFA" nas "Copas do Mundo BRICS" (2010, 2014 e 2018)
Resumo:Pretendemos comparar os trs Mundiais de futebol r...
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Resumo:Pretendemos comparar os trs Mundiais de futebol recentemente realizados pela FIFA nos pases BRICS: frica do Sul (2010), Brasil (2014) e Rssia (2018). Por meio da "iluminao recproca", abordaremos desde as suas escolhas como sedes e consequente preparao, ando pela realizao das Copas das Confederaes e Copas do Mundo propriamente ditas, alm da retrica do legado. Logo, nosso recorte temporal abarca os anos de 2004 a 2018. Isso porque em 2004 ocorreu a deciso de levar o maior evento esportivo do planeta pela primeira vez ao continente africano, depois pela segunda vez ao Brasil e, em 2018, o Mundial da Rssia completou o ciclo que denominamos aqui de "Copas do Mundo BRICS". vista disso, nossa proposta de trabalho se encontra alicerada na perspectiva da histria do tempo presente e utiliza referenciais tericos advindos da histria poltica e econmica do esporte. Ademais, atravs da abordagem da histria transnacional, evidenciaremos a circulao, a atuao e os discursos dos dirigentes FIFA (protagonistas em nossa anlise), bem como a recepo do "padro FIFA" de mercantilizao e militarizao. Nossa hiptese a de que, a partir da Copa de 2010, a entidade mudou substancialmente sua estratgia de escolha dos pases-sede, optando por economias "emergentes" em detrimento das "desenvolvidas", na inteno de facilitar a reproduo de capital via megaeventos esportivos em favor dos seus dirigentes. Alm do mais, entendemos que a FIFA sofreu um srio abalo institucional com a divulgao dos recentes casos de corrupo, culminando na renncia do ex-presidente Joseph Blatter em 2015 (estava no cargo desde 1998). Acreditamos, ainda, que as Copas do Mundo, j bastante estudadas pela historiografia dos esportes enquanto legitimadoras das identidades nacionais, vm sofrendo profundas alteraes no mundo globalizado atual e reconfigurando a geopoltica internacional, graas ingerncia cada vez maior da FIFA nos Estados-nao. Para cumprir tal empreendimento, realizaremos uma anlise comparativa das fontes, cruzando os documentos disponveis no site da FIFA (legislaes e discursos oficiais), com as notcias veiculadas pela grande imprensa internacional, cito os principais peridicos de cada pas-sede e um jornal de alcance mundial. Por fim, trabalharemos de forma interdisciplinar com os variados instrumentos de dominao usados pela FIFA, e as consequentes negociaes com os grupos sociais envolvidos nessas relaes de poder.
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Victor Andrade de Melo (PPGHC/UFRJ), Eduardo de Souza Gomes (UFRJ)
Antecedentes do futebol: o cricket nos clubes de So Paulo (sculo XIX)
Resumo:A partir dos anos 1860, So Paulo ou por mudan...
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Resumo:A partir dos anos 1860, So Paulo ou por mudanas que progressiva e definitivamente deixariam para trs a imagem da pacata cidade. Dois fatos, em certa medida articulados, podem ser considerados como desencadeadores desse processo: o fortalecimento da cafeicultura no interior da Provncia e a instalao da rede ferroviria a cortar vrios municpios, inclusive a capital. Como desdobramentos, percebe-se o crescimento populacional e a diversificao da economia, inclusive as primeiras tentativas de industrializao. Impactos dessas mudanas sero claramente sentidos na estrutura urbana da capital, que ou a mais claramente exibir tanto a riqueza das elites que na cidade aram a habitar em maior nmero quanto a mais intensa interveno do poder pblico, preocupado em facilitar os negcios, em forjar o progresso, uma noo que se fortaleceu inclusive em funo de uma maior circulao de ideias positivistas e republicanas. Uma nova dinmica social se instauraria, inclusive com a estruturao de um comrcio ao redor de luxos e entretenimentos. Esse cenrio atraiu grupos diversos de estrangeiros busca de aproveitar as oportunidades de negcios que se abriam. Tais personagens contriburam no s com as iniciativas econmicas, como tambm com o processo de valorizao de smbolos que vinham do continente europeu, considerado como uma expresso do processo civilizatrio que certas lideranas aram a perspectivar para o pas e para a provncia. Entre esses, destacaram-se os britnicos que atuaram nas indstrias, instituies financeiras, em obras pblicas, firmas de comrcio e, notadamente, empresas ferrovirias. Se inicialmente os anglfonos mantiveram certa distncia de outros grupos da sociedade paulistana, no decorrer do tempo se percebem mudanas nessa postura. Notadamente a partir dos anos 1890, observam-se mais espaos de interface, ocasies em que alguns de seus costumes puderam ser conhecidos por diferentes estratos da populao. Considerando a relevncia dessas situaes no que tange conformao de uma cultura citadina, neste estudo discutimos as experincias dos clubes de crquete fundados na capital paulistana nas ltimas trs dcadas do sculo XIX, com especial interesse pelas dinmicas de sociabilidade. Para alcance do intuito, como fontes utilizamos peridicos publicados na cidade e no Rio de Janeiro. Esperamos entender como essas iniciativas tiveram relao com o desenvolvimento de outros esportes, entre os quais o futebol. Tratou-se de um processo de trnsito cultural que permite-nos lanar um olhar sobre nossa formao societria.
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Victor de Leonardo Figols (UFPR - Universidade Federal do Paran)
14 anos do Simpsio Temtico de Histria do Esporte na ANPUH: um balano da produo sobre futebol entre os anos de 2003 a 2017
Resumo:O futebol figura nos eventos da Associao Naciona...
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Resumo:O futebol figura nos eventos da Associao Nacional de Histria (ANPUH) desde de 1995 de maneira ininterrupta , mas a criao de um simpsio temtico especfico s ocorreu oito anos depois. Desde 2003, os eventos da ANPUH recebem um simpsio temtico especfico sobre a Histria do Esporte, Lazer e das Prticas Corporais, um anseio dos pesquisadores do esporte, que desde a dcada de 1990 tratavam do tema no ambiente do evento.
O Simpsio nasceu a partir da iniciativa, sobretudo, de pesquisadores paulistas e paranaenses, entre eles, Ademir Gebara, Ricardo Lucena e Luiz Carlos Ribeiro, que j vinham trabalhando com o tema em outros circuitos de eventos, e principalmente, em grupos de estudos. Naquela altura, a inaugurao do simpsio, dentro do evento da ANPUH, indicava que o campo historiogrfico do esporte estava crescendo e amadurecendo.
Ao longo dos ltimos 14 anos, o simpsio mostrou-se ser um espao privilegiado para a divulgao de pesquisas e promoo de debate entre os pesquisadores do Esporte e Lazer. Entretanto, ao observarmos as ltimas oito edies, perceberemos que o futebol o tema mais abordado. Entre os 249 trabalhos apresentados no perodo, 118 tratam direta ou indiretamente o futebol. Isso corresponde a mais de 47% de todos trabalhos.
Ainda que nas edies de 2003 e 2005 apenas cinco trabalhos sobre futebol foram registrados entre as mais de 40 apresentaes, o futebol se tornou o objeto de maior predominncia dentro do evento nas edies posteriores. Esse crescimento expressivo registrado aps a edio de 2007, sinalizavam as mudanas historiogrficas que o campo acadmico estava ando. As inmeras publicaes acadmicas (artigos, monografias, dissertaes, teses e livros), a consolidao de grupos de estudos, e, principalmente, o interesse de cursos de ps-graduao no tema indicavam, ainda que minimamente, a consolidao do futebol dentro da historiografia.
Deste modo, o objetivo desta comunicao apresentar um balano da produo sobre futebol nos simpsios da ANPUH entre os anos de 2003 a 2017. Tal balano permitir traar um panorama geral sobre a produo dentro do Simpsio ao longo do perodo, observando os principais temas relacionados ao futebol, o referencial terico-metodolgico utilizado (em alguns casos), as fontes analisadas, e a concentrao regional dos pesquisadores. Alm disso, espera-se que a comunicao promova o debate e a reflexo sobre os avanos dos estudos sobre futebol nos ltimos anos.
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